domingo, 24/03/2024

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Em 2 meses, digitalização dá início a revolução que mudará hábitos e costumes

A pandemia não passou, a crise não acabou, a retomada não começou, mas uma palavra está no centro de todas as atenções: digitalização.

Se você, que já ouve essa palavra várias vezes ao dia, quiser ver o que especialistas em logística e supply chain esperam para o futuro imediato, acesse  a “live” Práticas de digitalização da cadeia de suprimentos, Episódio 1, levado ao ar nesta quinta-feira 28.5.2020, pela Intermodal South America e Associação Brasileira de Logística.

Durante hora e meia, Angela Maria Gheller Telles, diretora da Totvs, Pedro Waengertner, co-Fundador da ACE, Leonardo Rubinato, Planning & Digital Supply Chain Director na Unilever, e André Alarcon de Almeida Prado, CEO da BBM, moderados pelo presidente da Abralog, Pedro Francisco Moreira, debruçaram-se sobre o tema, que “estará em todos os lugares”, conforme disse Angela Telles. “O digital vai ficar onipresente”, garantiu a executiva.

“As pessoas já são digitais, por que as empresas nao são? O Brasil é quem mais usa Facebook no mundo, então por que? Quem já é digital vai sair em velocidade. Os hábitos de compra moldarão toda a indústria e o consumo. Nós estamos vivendo um momento da Historia. As empresas vão precisar de uma rapidez e de uma eficiência que nao têm. A mentalidade das companhias está mudando. Vai haver uma grande evolução”, previu.

Esse novo Novo, como o pós-pandemia está sendo tratado, não vem com receita pronta. Para Leonardo Rubinato, Planning & Digital Supply Chain Director da Unilever, o processo não tem respostas certas – para cada realidade há caminhos para se chegar ao que se deseja. “Está longe de ser uma jornada fácil e simples. Um grande desafio que se apresenta é como deixar de ter algumas ilhas de excelência digital, que existem em muitas empresas, para se ter de fato um end to end que seja digital e que consiga tirar todo o valor que tem por trás da digitalização, para que a empresa inteira avance, eliminando as ilhas”.

Ele considerou ainda as diferentes velocidades e diferentes barreiras que cada empresa terá pela frente, e adiantou um grande obstáculo que será comum a todos os envolvidos na digitalização: “Como transformar o mind set das pessoas, elas vão fazer a transformação digital , como preparar  e fazer esse shift de pensamento, do modelo antigo para o modelo novo?, perguntou.

Rubinato disse que o apoio da alta organização é fundamental. “É importante engajar o maior número possível de pessoas e democratizar o acesso a essa jornada, dar condições para todos participarem, pois é grande o desejo de inovar, de contribuir. Há muito vontade e às vezes as pessoas não têm o canal, observou.

O executivo também é de opinião que a digitalização passará por uma forte aceleração. “O consumidor está se acostumando a situações das quais não mais abrirá mão. Vai ocorrer uma aceleração nunca antes vista em relação a hábitos de consumo. A pandemia está gerando oportunidades gigantes de aprendizado. É hora de ter sensibilidade para empreender, acreditar na tecnologia e dar espaço para as pessoas nas discussões, dar chance de participação”.

Pedro Waengertner, da ACE, disse que vários projetos para 2021 estão sendo antecipados. Explicou que haverá mudanças óbvias, como a ascensão do e-commerce, e outras mais sutis, que quem tiver sensibilidade para notar vai poder “surfar com mais intensidade”. Também considerou óbvia a existência crescente de mais canais de comercialização.

E alertou: “Não dá para atrasar a tomada de decisões. Qualquer coisa que se pense hoje já é do pós-crise. Há muito valor novo para ser capturado e a gente ainda não sabe. Vai ser batido o recorde de vacina mais rápida da história, vai ter tratamento e não vamos mais deixar haver pandemias. Acredito que vamos sair do outro lado mais fortalecidos, e que teremos um 2021 maravilhoso”.

O sócio da ACE também acredita que o comando e o entusiasmo na jornada da digitalização deva vir do primeiro escalão. Apesar de forma geral se associar transformação digital à tecnologia, ele disse que o horizonte é mais amplo, pois quem cria valor para a companhia são as pessoas que vão realizar a mudança para o digital.

Para André Alarcon de Almeida Prado, CEO da BBM Logística, operador que há um ano e meio prepara a transformação digital da empresa, o primeiro passo do processo é saber onde se quer chegar e o que essa mudança vai trazer. “A digitalização é uma questão de sobrevivência”, garantiu. Segundo Almeida Prado, a pandemia trouxe grandes dificuldades, grandes mudanças e igualmente grandes aprendizados.

“O nível de medo caiu bastante, as pessoas estão ávidas para colocar projetos para frente. Os ganhos com digital vão ser muitos e variados. Um deles será sem dúvida fazer o ser humano decidir bem melhor, a gerar soluções superiores”.

O CEO da BBM defendeu a digitalização com entusiasmo, pois enxerga nela caminho para encontrar soluções logísticas que o modelo de hoje, com muito pouco envolvimento de matemática, não consegue oferecer. “O ótimo que temos não é o ótimo global. O bom é que as pessoas, eu vejo isso na BBM, querem se transformar, buscam uma empresa mais digital e competente. Por isso, nessa jornada, é preciso ser muito claro com elas para que entendam que o processo é longo, mas vale a pena”.

O presidente da Abralog, Pedro Francisco Moreira, vislumbra um cenário virtuoso com a revolução digital. Mas, essa, como disse, será uma outra parte, a ser debatida no Episódio 2, no dia 12 de junho.

 

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