Mudanças importantes – e em alguns casos, com alto impacto financeiro – vão ocorrer nos próximos meses na logística farmacêutica, em função das normas baixadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, as RDCs 301 e 304. A nova legislação, que será debatida pelo Comitê de Logística Farmacêutica da Abralog em 1º de novembro de 2019, terá impacto maior na cadeia de armazenagem e distribuição, na qual serão necessários investimentos em baús refrigerados, filiais com controle de umidade e temperatura, além do treinamento de funcionários.
“Esse setor precisará realizar grandes mudanças e investimentos para entender e atender a necessidade de cada cliente , e suas exigências de temperatura para todos os tipo s de medicamento, além de considerar a temperatura d as regiões do País”, diz Carlos Roque, coordenador de Logística do laboratório Boehringer Ingelheim do Brasil , que participará de painel a respeito das expectativas da indústria farmacêutica. Há ainda um complicador extra: a nova legislação entra em vigor daqui a 11 meses.
Pelo lado da indústria, diz Carlos Roque, o cenário será mais suave, até porque os laboratórios já fazem o mapeamento de temperatura há algum tempo. “Neste segmento, alguns processos semelhantes já existem, e por isso as adequações vão ocorrer de forma “mais tranquila”.
Para o presidente da Abralog, Pedro Francisco Moreira, o evento, que configura um novo marco regulatório na saúde, será muito importante, “po is vai debater as novas exigências e como atendê-las ao menor custo possível”.
Além da discussão sobre as RDCs, o encontro também abordará temas como “A Adesão do Brasil ao PICs”, sigla de Pharmaceutical Inspeciona Cooperation Scheme, ou Esquema de Cooperação de Inspeção Farmacêutica, e também o “Mapeamento Término de Rotas”.
Palestras – Liana Montemor, uma das líderes do Comitê de Logística Farmacêutica da Abralog, e Gerente de Desenvolvimento Estratégico em Cold Chain do Grupo Polar (foto), vai falar sobre os “Impactos e Soluções para o Transporte de Medicamentos”.
Para ela, as mudanças no transporte de medicamentos serão relevantes, “principalmente para empresas que possuem sua faixa de registro entre 15 e 30°C”. Liana Montemor abordará os requisitos mais importantes da legislação, como a manutenção de temperatura controlada nas cargas, e como reduzir custos com as escolhas corretas, com base no conhecimento de suas rotas”, destaca Liana Montemor.
Já o Diretor de Assuntos Técnicos e Inovação do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo), Jair Calixto (foto), destacará os novos conceitos para validação de limpeza, demandas para automatizar os processos de embalagens, critérios de controle tecnológicos, panorama geral sobre a análise de risco que envolve a RDC 301, e como fazer uma validação e checagem de todos esses novos processos.
Outro tema interessante a ser discutido tem o título “Mapeamento Térmico de Rotas: O caso da Rede de Distribuição Postal”, que será apresentado por Flavio Higino (foto), analista de Negócios dos Correios. Trata-se de iniciativa em estudo para compreender a temperatura da malha postal dos Correios em todo o País, em função das encomendas recebidas diariamente. “Isso é necessário, pois atendemos drogarias, lojas de cosméticos e esses clientes vão precisar seguir regras de embalagens e temperatura com base em nossas diretrizes, após a finalização do projeto.
Por outro lado, Higino vai explicar que, em parceria com universidades brasileiras, os Correios estão analisando as suas condições ambientais e operacionais, para poder atender o que pede a nova legislação para o transporte de medicamentos”, adianta.
Maior controle e qualidade. Para o Comitê de Logística Farmacêutica da Abralog, a publicação da Anvisa trará maior controle na cadeia produtiva, de forma a garantir a qualidade dos medicamentos durante as etapas de distribuição, armazenamento e transporte. Além disso, o Comitê acredita que o novo margo regulatório harmoniza os requerimentos sanitários estabelecidos pela Anvisa com aqueles definidos em guias e normas internacionais.
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Programa
A intenção do Comitê de Logística Farmacêutica da Abralog é apresentar conteúdo voltado para os profissionais técnicos da área e também aos gestores que atuam em armazenagem, distribuição e transporte. As palestras serão conduzidas por especialistas no mercado farmacêutico.
8:30 – 9:00 h – Credenciamento
9:00 – 9:15h – Abertura Oficial
9:15 – 10:00h – Impactos e benefícios da adesão do Brasil ao PICs – Jair Calixto, Sindusfarma
10:00 – 10:30h – Coffee break
10:30 – 11:20h – RD 304 e IN 47 da RDC 301: O que muda na logística de medicamentos com as novas diretrizes – Katia Silvam, Coordenadora de Qualidade da Andreani Logistica.
11:20 – 12:20h – RDC 304/19 – Impactos e Soluções para o transporte de Medicamentos – Liana Montemor, Gerente de Desenvolvimento Estratégico em Cold Chain do Grupo Polar
12:20 – 13:30h – Almoço (Brunch)
13:30 – 14:20h – Mapeamento Térmico de Rotas: O caso da rede de distribuição Postal – Flavio Higino, Correios
14:20 – 15:00h – Painel: Expectativa da Indústria farmacêutica com as alterações proposta pela RDC 304/19
Carlos Roque – Coordenador de Logística, Boehringer Ingelheim do Brasil; Andre Jochen – Diretor da Abrasp (Associacão Brasileira de Produtores de Solucões Parenterais) e Diretor de Assuntos Regulatórios e Qualidade, Fresenius Kabi e Thiago Marques – Business Quality Coordinator, Janssen Brazil
Moderador: Clayton Mangini
15:00 – 15:30h – Coffee break
15:30 – 16:20h – Custos de Transporte – Davilson Almeida, NTC
16:20 – 17:00h – Logística Reversa em conformidade com a RDC 304/19 – Renata Curatolo, Emba EPS
Serviço
Dia: 1 de novembro de 2019
Horário: 8h30 às 17h00
Local: Anfiteatro GS1, São Paulo
Endereço: Rua Henrique Monteiro, 79 1º andar – Pinheiros – São Paulo – SP