sábado, 20/04/2024

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Como passar a logística do modo sobrevivência para o modo crescimento

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e-Ship é associada Abralog

Na área de logística, devido à sua dinamicidade, aprimoramentos sempre serão necessários, entre eles está o planejamento anual para atender às demandas que deverão surgir. O executivo comercial da empresa e-Ship Tecnologia Logística, Alexandre Schnorr, explica que as empresas devem levar em consideração três pilares para o sucesso dentro da logística: pessoas, processos e tecnologia. Essas três pontas têm que estar alinhadas, por isso, é importante analisar quais são as dificuldades que se deseja solucionar. Uma vez corrigidas, os negócios podem evoluir do modo de sobrevivência para um modo de crescimento efetivo e duradouro.

Com o crescente amadurecimento comportamental do consumidor nas plataformas digitais, a exigência por uma entrega rápida aumenta a cada dia. Relatório recente da CapGemini indica que 55% dos clientes trocariam de varejista diante da possibilidade de uma entrega mais ágil. Para suportar um eventual aumento de pedidos, mantendo um bom prazo de entrega, é preciso a busca por meios tecnológicos que otimizem o tempo em todas as etapas da operação. O controle absoluto do inventário, a roteirização para os colaboradores dentro do armazém e dashboards que atualizem as expedições são ferramentas fundamentais para garantir a fidelidade dos clientes.

Logística e sustentabilidade

A automação de todos os processos logísticos, por meio da tecnologia, desde o recebimento dos produtos até a expedição, resulta em uma maior produtividade da operação em geral. Contar com a interligação entre os colaboradores, ERP’s, marketplaces e transportadoras, pelo sistema WMS, é a chave para ter maior eficiência em uma operação, uma vez que a comunicação de todos os setores é aprimorada e o acompanhamento de cada pedido se torna mais acurado.

“Outra questão que vêm crescendo cada vez mais dentro das empresas é a sustentabilidade, referindo-se à possibilidade de expansão e escalonamento sem perda de qualidade e controle, com um planejamento de redução de custos”, destaca Schnorr. Uma tecnologia como o sistema WMS também interfere na outra acepção da palavra sustentabilidade, que é o cuidado com o meio ambiente. O e-Ship WMS, por exemplo, proporciona documentos, relatórios e ferramentas todas ao alcance dos gestores por meio de aparelhos móveis, reduzindo drasticamente a emissão de papéis.

A tendência neste ano são empresas comprometidas com questões ligadas ao meio ambiente, e estar atento a isso também se traduz em um impacto direto no crescimento do negócio. Para o sucesso logístico de qualquer empresa é fundamental que todos os pilares estejam alinhados, garantido dessa maneira melhores resultados. Para Alexandre Schnorr, “De nada adianta ter um sistema de altíssima qualidade quando não se tem pessoas capacitadas ou processos não definidos. Ou pessoas muito bem capacitadas sem tecnologia adequada para comportar o crescimento. Então, as empresas precisam investir e incentivar esse modelo de negócio, para que de fato abandonem o modo sobrevivência e consigam tracionar e crescer”.

Fonte: GAZETA DA SEMANA

Foto: Divulgação

Pague Menos cresce em 2022 e acrescenta mais de 500 novas lojas a sua rede

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A Pague Menos encerrou o ano de 2022 com mais de 500 novas lojas, elevando seu portifólio para 1.646 pontos de venda, distribuídos em 389 municípios, em todas as unidades da federação. Desse total, 118 unidades são fruto da expansão orgânica da companhia que, combinada à integração das quase 400 lojas da Extrafarma, representou a maior expansão da história da rede de farmácias. “Nossa base de lojas ao final de 2022 era 41% maior do que em 2021. Apenas no quarto trimestre foram 61 inaugurações, ou seja, uma média de duas lojas novas a cada três dias”, afirma Mário Queirós, CEO da rede de farmácias Pague Menos e Extrafarma.

Das 118 lojas inauguradas, 66% estão na região Nordeste e 91% em áreas com predominância da “classe média expandida” (classes sociais B2, C e D). Ao todo, 88 lojas (75%) são no modelo Discount, que oferece maior variedade de produtos com preços mais baixos e menor custo de operação. O ano de 2022 também marcou a chegada da rede em 41 municípios. No total, a presença da Pague Menos foi ampliada de 348 para 389 municípios brasileiros. Para consolidar a liderança no atendimento à classe média expandida em todo o país, o plano da companhia envolve a inauguração de 180 lojas nos próximos dois anos, sendo 60 unidades em 2023 e 120 em 2024, além de reformas em lojas das duas bandeiras.

Expansão Orgânica 2022

Grande presença

A Pague Menos e Extrafarma estão presentes nos 26 estados da Federação e no Distrito Federal. Contam com aproximadamente 1.650 lojas, distribuídas em 389 municípios, com mais de 25 mil colaboradores, além de uma plataforma omnichannel, que possibilita ao cliente comprar como quiser e receber seus produtos como preferir. Líderes nas regiões Norte e Nordeste, a Pague Menos e Extrafarma são hoje o Hub de Saúde da classe média expandida, com mais de mil unidades do Clinic Farma em todas as regiões do país.

Foto: Divulgação

Pesquisa revela que 93% das jornadas de compra agora começam online

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Blue Yonder é associada Abralog

A Incisiv , em colaboração com Blue Yonder e Microsoft, divulga a pesquisa 2023 Omnichannel Experience Index, avaliando as capacidades e experiências omnicanal dos principais varejistas em quatro áreas principais: Visibilidade de estoque, Frictionless fulfillment, Custos e Pagamentos e Serviços 360-degree.

O índice constatou que os compradores estão aproveitando cada vez mais as plataformas digitais, com 93% de todas as jornadas de compra começando online, acima dos 81% em 2020. Para os varejistas omnicanal, as necessidades dos compradores em constante evolução tornam cada vez mais desafiador atender e superar suas expectativas, portanto, capacidades fundamentais são necessárias para atender a essas expectativas. A ausência desses recursos tem um impacto negativo não apenas nos KPIs de desempenho digital, mas também na receita e na satisfação do comprador. As principais conclusões do relatório incluem:

  • Visibilidade do estoque: a visibilidade do estoque é essencial para a retenção do comprador. Os compradores querem saber exatamente quais produtos e serviços estão disponíveis para eles. Quarenta e seis por cento dos compradores verificam a disponibilidade de estoque online antes de fazer uma compra e 55% desejam procurar produtos online para ver o que está disponível nas lojas próximas. O índice constatou que 36% dos varejistas na categoria líder fornecem status de estoque em tempo real, enquanto 67% dos varejistas avaliados têm chamadas de status de estoque (por exemplo, vendendo rápido, em estoque, sem estoque, etc.).
  • Frictionless Fulfillment: O relatório constatou que 56% dos compradores abandonaram seus carrinhos devido a preocupações com o tempo de entrega. O índice também constatou que 75% dos compradores esperam que suas compras sejam entregues em dois dias ou menos, portanto, a transparência sobre o cronograma de entrega é vital. A exibição do prazo de entrega fornece clareza necessária ao comprador. No entanto, apenas 9% dos varejistas mostram as datas dos pedidos por código de destino nas páginas de listagem de produtos.
  • Custo e Pagamentos: A lealdade nas compras online é baixa e as expectativas dos compradores estão sempre altas. O relatório constatou que 45% dos compradores on-line desertam em busca de melhores negócios e 79% dos compradores valorizam programas de entrega gratuita ilimitada. Varejistas de eletrônicos de consumo são mais propensos a oferecer entrega gratuita em 40%. No entanto, a adoção média da indústria para frete grátis em todos os pedidos é baixa em 11%.
  • Serviços 360-degree: O serviço pós-venda, incluindo políticas de devolução e práticas de engajamento dos varejistas, contribui diretamente para a fidelidade do comprador. O relatório constatou que 95% dos compradores permanecerão leais a um varejista com um processo de devolução de autoatendimento e 49% dos compradores verificam ativamente a política de devolução do varejista antes de comprar para buscar opções convenientes. Além disso, 86% dos compradores pagarão 15% a mais por uma experiência de atendimento ao cliente perfeita. O índice descobriu que 62% dos varejistas agora oferecem a capacidade de iniciar devoluções online, contra 51% em 2021.

A Incisiv reconheceu 20 varejistas e marcas como “Líderes” no 2023 Omnichannel Experience Index. Os líderes oferecem a maturidade de experiência omnicanal mais rica nas quatro áreas principais do índice. A lista completa de líderes está disponível para download aqui

“Os varejistas devem selecionar experiências omnicanal que possam acompanhar as demandas em constante evolução dos compradores. Os compradores são leais aos varejistas que fornecem sua experiência ideal, portanto, a transformação digital no varejo não está diminuindo. Para reter seus compradores, os varejistas devem continuar aprimorando seus recursos omnicanal e oferecer uma experiência de serviço completo para que possam ficar à frente da concorrência. A Blue Yonder, em colaboração com a Microsoft, entende a complexidade necessária para fazer esses avanços e oferece soluções para ajudar os varejistas a implementar rapidamente e encantar seus clientes com novas experiências”, disse Erin Halka, diretor sênior de Estratégia de Soluções – Comércio da Blue Yonder.

“Os varejistas de subsegmentos adotaram recursos digitais em um ritmo acelerado nos últimos dois anos. A velocidade da transformação digital pode parecer ter diminuído um pouco no front-end, à medida que os varejistas dão um passo para trás e reforçam os recursos para permitir uma experiência verdadeiramente omnicanal perfeita”, disse Gaurav Pant, diretor de insights da Incisiv. “No entanto, as preferências dos compradores são um alvo em movimento e os varejistas devem continuar se transformando para atender às expectativas, especialmente porque a retenção de clientes está ficando cada vez mais difícil. Um modelo operacional omnicanal reimaginado, alinhado às crescentes necessidades do consumidor, garantirá a retenção. Conduzimos este estudo para ajudar os varejistas a entender como eles se comparam a seus pares, bem como identificar oportunidades de melhoria de alto impacto para a transformação digital”.

“Para vencer nas quatro principais descobertas desse índice, os varejistas precisam unificar seus dados operacionais e de consumo que residem em aplicativos diferentes. A missão da Microsoft é ajudar os varejistas a fazer isso, enriquecendo seus dados com fontes de dados adicionais, fornecendo acesso a insights em silos organizacionais”, disse Shelley Bransten, vice-presidente corporativo, Global Retail & Consumer Goods Industries, Microsoft. “As soluções da Blue Yonder usam o Microsoft Azure para ajudar os varejistas a tomar decisões mais informadas para impulsionar suas cadeias de suprimentos globais. ” Faça o download do Índice de experiência omnicanal 2023 completo aqui

Metodologia de Pesquisa  

O 2023 Omnichannel Experience Index da Incisiv é baseado em insights de sua metodologia proprietária de benchmarking de maturidade digital. Os insights abrangem 115 varejistas, 104 recursos digitais e sete segmentos da indústria. As capacidades de devolução e experiência de cada varejista foram avaliadas usando uma metodologia observacional.

A Incisiv  

A Incisiv é uma empresa de insights do setor de última geração que ajuda varejistas e marcas a navegar pela disrupção digital em seus setores. A Incisiv oferece aos executivos da indústria de consumo responsáveis pela transformação digital uma plataforma confiável para compartilhar e aprender em um ambiente não competitivo e as ferramentas necessárias para melhorar a maturidade, o impacto e a lucratividade digital. Mais informações estão disponíveis em incisiv.com

 A Blue Yonder  

A Blue Yonder é líder mundial em transformações digitais da cadeia de suprimentos e atendimento de comércio omnicanal. Nossa plataforma de negócios cognitiva de ponta a ponta permite que varejistas, fabricantes e provedores de logística atendam melhor à demanda do cliente desde o planejamento até a entrega. Com o Blue Yonder, você unificará seus dados, cadeia de suprimentos e operações de comércio varejista para desbloquear novas oportunidades de negócios e conduzir automação, controle e orquestração para permitir decisões de negócios mais lucrativas e sustentáveis. Blue Yonder – Realize seu Potencial ™  blueyonder.com

“Blue Yonder” é uma marca comercial ou marca registrada do Blue Yonder Group, Inc. Qualquer nome comercial, produto ou serviço mencionado neste documento usando o nome “Blue Yonder” é uma marca comercial e/ou propriedade do Blue Yonder Group, Inc. Todos outros nomes de empresas e produtos podem ser marcas comerciais, marcas registradas ou marcas de serviço das empresas às quais estão associados.

Foto: Divulgação

Grupo Lojas Torra triplica produtividade diária com equipamento da Pitney Bowes

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O Grupo Lojas Torra percorreu uma longa jornada de evolução logística até chegar neste momento de investimento em automação. Com o crescimento da empresa, aumento no número de lojas, entrada de novas linhas de produtos e implantação de novos sistemas, a empresa precisava investir para aumentar a produtividade na separação de produtos.

O desafio envolvia ainda a tarefa de fazer isso sem onerar o quadro de colaboradores, unindo o investimento em tecnologia e a otimização da equipe. Foi neste momento, que o Grupo Lojas Torra decidiu adotar um equipamento que fornecesse automação, acuracidade de dados e agilidade no processamento com alta qualidade.

A empresa já tinha, de forma clara, definido quais eram as suas necessidades e procurou a Pitney Bowes, multinacional especializada em soluções de logística, envio de documentos e pacotes, para demonstrar as mais diversas soluções logísticas e equipamentos de automação que atendessem os seus objetivos de negócio. “A Pitney Bowes desde o princípio do projeto, foi parceira e atenciosa em demonstrar as mais diversas soluções logísticas e equipamentos de automação para o nosso negócio”, afirma o Diretor de Logística do Grupo Torra, Bruno de Maria.

Segundo ele, o projeto foi implantado com muita velocidade, sendo que o grande diferencial foi a agilidade no tempo entre negociação, fechamento de proposta e implantação. “Conseguimos, inclusive, nos preparar para as operações no final deste ano”, revela. A solução adotada foi o equipamento OneShip Sorter da Pitney Bowes, que garantiu aumento de performance e redução de custos. Além disso, com a inovação, a loja elevou seu processamento médio hora/ dia, refletindo os benefícios em toda a cadeia de abastecimento.

Entre as melhorias, ele menciona a redução no lead time dos produtos no centro de distribuição, aumento giro de mercadoria, abastecimento de lojas, redução de avarias nas cargas e perdas. “O equipamento passou a ser utilizado para ampla linha dos produtos que movimentamos, dos mais diversos tipos de embalagens e tamanhos, atendendo a 97% de todo o volume recebido”, destaca Bruno.

Outro benefício enfatizado pelo executivo foi a facilidade em operar o equipamento, já que em uma semana, a equipe já estava dominando sua utilização e alçando as produtividades esperadas. Além disso, com o investimento, a empresa também passou a processar dados mais acurados na etapa de cubagem de cada embalagem, melhorando consideravelmente os controles de expedição.

O especialista revela que, com o investimento realizado na automação, houve aumento considerável na produtividade das Lojas Torra. “Com a mesma equipe, aumentamos em três vezes a quantidade diária. No passado, para processarmos a mesma quantidade que realizamos hoje, teríamos dois turnos de trabalho e três vezes mais pessoas na operação”, destaca ele. Além disso, a leitura das caixas, pesagem e cálculo de cubagem é agora realizada com acurácia melhor nos controles de expedição. Estamos satisfeitos com os resultados”, finaliza o executivo.

A Pitney Bowes Brasil

Pitney Bowes (NYSE: PBI) é uma empresa global de remessa e correio que fornece tecnologia, logística e serviços financeiros para mais de 90% das empresas Fortune 500. Pequenos negócios, varejo, empresas e clientes governamentais em todo o mundo confiam na Pitney Bowes para remover a complexidade do envio de correio e encomendas. Para obter informações adicionais, acesse o site.

Foto: Divulgação

Abralog volta com reuniões presenciais de comitês e primeira foi na Martin Brower

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A Associação Brasileira de Logística voltou a realizar reuniões presenciais em seus comitês temáticos. Na quinta-feira, 19.1.2023, ocorreu a retomada do modelo, com integrantes do Comitê Cadeia do Frio visitando as instalações da associada Martin Brower, em Osasco, operador logístico que abastece as lojas Mc Donalds nos Estados Unidos, América do Sul, Europa e Oriente Médio, entre outros grandes clientes, como Pizza Hut, KFC, Taco Bell, Subway, Five Guys.

Fábio Miranda, Diretor de Supply Chain e Operações da empresa, que também é um dos coordenadores do Comitê Cadeia do Frio da Abralog, falou sobre a companhia, que está há mais de trinta anos no Brasil, oferecendo soluções integradas para a cadeia de abastecimento e logística, atendendo às principais cadeias de restaurantes, indústria alimentícia, grandes empresas e empreendedores individuais.

No Brasil, a Martin Brower tem 6 centros de distribuição e 11 pontos de cross-docking, por meios os quais serve mais de 4.500 restaurantes e realiza cerca de 30.000 deliveries por mês. No País, a empresa conta com quatro segmentos de negócios: ProCargo, Profoods, TradeLog, além da Martin Brower.

Os associados da Abralog conheceram áreas vitais como os armazéns multitemperaturas (4.600 m²), e a área de Transporte, que se utiliza de frota com 600 veículos. Presentes também os outros coordenadores do Comitê, Ozoni Argenton Junior, fundador da OAJ, e Adauto Franco, Diretor da Friovale.

Foto: Abralog

Com atuação da CNT, orçamento para investimento em infraestrutura de transporte em 2023 é quadruplicado

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O orçamento para investimentos em infraestrutura de transporte, em 2023, será de mais de R$ 17 bilhões. O valor – quatro vezes maior do que o previsto inicialmente – consta da Lei Orçamentária Anual (LOA) para este ano, sancionada, nessa terça-feira (17), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e publicada, nessa quarta-feira (18), no Diário Oficial da União.

De acordo com o texto, existe a previsão orçamentária de R$ 16,4 bilhões para investimento em transporte terrestre e trânsitoR$ 2,12 bilhões em transporte aquaviário; e R$ 603 milhões em aviação civil. Esse incremento foi possível porque o relator geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB/PI), utilizou os recursos que lhe eram discricionários para destinar R$ 12,2 bilhões para investimentos no setor.

Durante a tramitação do Projeto de Lei Orçamentária, no Congresso Nacional, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) trabalhou junto a parlamentares para ampliar o valor de investimentos em infraestrutura em todo o território nacional, com destaque para o aporte de recurso em trechos rodoviários que são estratégicos para a logística do país.

A Confederação defendeu desde o início da tramitação da matéria a ampliação do investimento em infraestrutura de transporte e com a sanção da matéria acreditamos que, com a liberação desses valores, a logística brasileira será mais eficiente e haverá uma redução real do Custo Brasil.

Foto: Divulgação CNT

Davos: solução brasileira de reciclagem é apresentada no Fórum Econômico Mundial

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Com o objetivo de estimular o diálogo entre líderes mundiais e empresariais sobre questões que vão desde as estruturas políticas atuais e problemas ambientais até preocupações geopolíticas, o Fórum Econômico Mundial, que acontece até 20 de janeiro em Davos, na Suíça, contou com a apresentação da startup brasileira Green Mining, pioneira em logística reversa inteligente e que já reciclou mais de 5 milhões de quilos de embalagens pós-consumo em estados do Brasil.

Com o tema “Cooperação em um Mundo Fragmentado”, o evento impulsiona soluções para enfrentar os desafios globais mais urgentes. Neste contexto, Rodrigo Oliveira, presidente da Green Mining, falou como uma solução tecnológica rentável que pode fornecer eficiência na recuperação de recicláveis, com rastreabilidade possibilitada por blockchain. “Desenvolvemos um sistema inteligente de logística reversa, que utiliza um algoritmo próprio para analisar os dados de vendas da indústria e identificar os locais de maior geração de resíduos pós-consumo. Nosso objetivo é mudar o mundo e apresentar nossa solução no Fórum Econômico Mundial mostra que estamos no caminho certo”, afirma o executivo.

Depoimento de uma catadora sobre o projeto da startup brasileira que ganhou destaque em Davos

Além do propósito ambiental e econômico, a Green Mining possui um grande compromisso social que também deve ganhar destaque na Europa. Segundo Rodrigo Oliveira, parte da equipe de coletores são ex-catadores de rua que foram capacitados e contratados com carteira assinada (CLT). “Oferecemos soluções inteligentes respeitando os trabalhadores envolvidos na cadeia, viabilizando que a indústria possa cumprir seu papel na responsabilidade compartilhada. Ou seja, atender e entregar valor de forma plena”, explica o presidente da startup.

Na quarta-feira (18), das 10h30 às 11h, Rodrigo Oliveira participará do painel “Inovação para ODS: Logística reversa inteligente para economia circular”, que será transmitido de forma online por meio da plataforma do Fórum Econômico Mundial. Já na quinta-feira, o executivo falará sobre “Fundamentos circulares para resultados regenerativos”, das 14h45 às 15h45.
O Fórum, que terá como principais pontos de discussão as ameaças à economia global e mudanças climáticas, retorna ao início do ano para recuperar sua posição de principal e primeiro evento de 2023, após ter sido realizado em maio no ano anterior.

A Green Mining

A Green Mining é uma startup pioneira em logística reversa inteligente e uma das selecionadas, em todo o mundo, pela cervejaria Ambev por meio do programa 100+ Accelerator. Desde 2018, já coletou e encaminhou para reciclagem mais de 5,1 milhões de quilos de embalagens pós-consumo e evitou a emissão de mais de 855 mil quilos de CO₂. Integrante do grupo de empresas do Pacto Global da ONU, maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, participou da COP26 apresentando seus projetos e soluções de rastreabilidade com tecnologia blockchain.

Premiações

Vencedora do ‘Better World Award’, realizado na Bélgica; da competição mundial de Ideias de Negócios Verdes da Climate Ventures e da 1ª edição brasileira do evento europeu Greentech Challenge. Por dois anos consecutivos, a startup foi premiada no Ranking 100 Open Startups, entrando para o TOP 10 na categoria CleanTechs em 2021 e CityTechs em 2022. Além de ser ganhadora do prêmio inglês Latam Edge Awards em 2022.

Foto: Divulgação

KFC conquista 150 restaurantes no Brasil e mira em 400 inaugurações até 2033

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O KFC, maior rede de frango frito do mundo, atingiu a marca inédita de 150 unidades no Brasil. Parte da International Meal Company (IMC: MEAL3) no país, a previsão para este ano é abrir mais 40 unidades, com expansão focada no Sul e no Sudeste. Em 2022, a rede inaugurou 30 lojas, sendo 24 delas distribuídas pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A loja própria de número 150 está localizada no Shopping Frei Caneca, em São Paulo, capital. Esse é um marco na história da rede que, no final de 2022, também foi parte de um acordo importante entre a IMC e a Yum! Brands, que prevê a expansão do KFC para 400 lojas nos próximos 10 anos, nas regiões Sul e Sudeste — um aumento significativo em mais de 265% no número total de restaurantes. “A renovação do nosso contrato com a YUM! Brands reafirmou o nosso compromisso de crescimento agressivo no mercado. Ao mesmo tempo, conseguimos retomar o ritmo de aberturas no período antes da pandemia”, afirma Lucas Couto, Diretor de Marketing do KFC Brasil na IMC.

Foco na jornada do consumidor e na expansão de franquias

Atualmente, a rede está presente em todo território nacional e em franco processo de expansão. Apesar de também manter unidades próprias, a empresa tem focado mais nos investimentos em franquias, oferecendo oportunidades para empreendedores que buscam um negócio rentável e que conta com toda uma rede de suporte ao franqueado. Segundo Couto, hoje o KFC visa um modelo de loja simplificado para shoppings, o que torna a operação mais rentável, tanto para franqueados quanto para acionistas, pensando no aumento da lucratividade por metro quadrado.

Atenta à jornada do consumidor, o KFC quer ampliar o acesso dos seus produtos em nível nacional, tornando reconhecido o seu famoso frango frito, de crocância e suculência incomparáveis, preparado por meio de uma receita secreta guardada a sete chaves e que faz sucesso no mundo todo: “Queremos cada vez mais que as pessoas possam provar o diferencial do KFC nas proximidades de suas casas ou trajeto rotineiro. Nossa marca caiu no gosto dos brasileiros e para o próximo ano estaremos ainda mais focados em crescer a marca no país”, complementa o executivo.

No último mês, o KFC tem realizado consecutivas inaugurações, as quais fazem parte do plano de expansão da rede. Confira abaixo algumas das últimas aberturas e conheça mais sobre as franquias aqui.

Serviços

  • Loja 150 do KFC
    Shopping Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569 — Consolação, São Paulo — SP.
  • Park Jacarepaguá
    Estr. de Jacarepaguá, 6069 — Anil, Rio de Janeiro — RJ.
  • Shopping Nova Iguaçu
    Av. Abílio Augusto Távora, 1111 — Luz, Nova Iguaçu — RJ.
  • BH Shopping
    BR 356, 3049 — Belvedere, Belo Horizonte — MG.
  • ViaShopping Barreiro
    Av. Afonso Vaz de Melo, 640 — Barreiro, Belo Horizonte – MG.
  • Shopping Metropolitano Barra
    Av. Embaixador Abelardo Bueno, 1300 — Jacarepaguá, Rio de Janeiro — RJ.
  • Cantareira Norte Shopping
    Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 11001 — Jardim Pirituba, São Paulo — SP.
  • Bourbon Shopping Novo Hamburgo
    Av. Nações Unidas, 2001 — Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul — RS.
  • Plaza Shopping Itu
    Av. Dr. Ermelindo Maffei, 1199 — Jardim Paraíso, Itu — SP.
  • Tivoli Shopping
    Rua do Ósmio, 699 — Vila Mollon IV, Santa Bárbara d’Oeste — SP.
  • Plaza Shopping Carapicuíba
    Estr. Ernestina Vieira, 149 — Vila Dirce, Carapicuíba — SP.
  • Shopping Bonsucesso
    Estr. Pres. Juscelino K. de Oliveira, 5308 — Jardim Albertina, Guarulhos — SP.
  • Shopping Parque das Bandeiras
    Av. John Boyd Dunlop, 3900 — Jardim Ipaussurama, Campinas — SP.
  • Shopping Jaraguá Araraquara
    Av. Alberto Benassi, 2270 — Jardim dos Manacas, Araraquara — SP.
  • Parque Shopping Sulacap
    Av. Marechal Fontenele, 3545 — Jardim Sulacap, Rio de Janeiro — RJ.
  • Shopping Itaquá
    Estr. Mun. do Mandi, 1205, L13, Jardim Adriane, 08596-000, Itaquaquecetuba – SP
  • Shopping Granja Vianna
    Rodovia Raposo Tavares, 23500 — Lageadinho, Cotia — SP.
  • Santana Park Shopping
    Rua Conselheiro Moreira de Barros, 2780 — Santana, São Paulo — SP.
  • Shopping Villagio Caxias
    Rodovia RSC 453, 2780 — Desvio Rizzo — Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, RS.
  • Shopping Nova América
    Av. Pastor Martin Luther King Junior, 126 — Del Castilho, Rio de Janeiro — RJ.

O KFC

O KFC — Kentucky Fried Chicken — é uma rede de restaurantes norte-americana criada em 1952 pelo Coronel Harland Sanders, em Kentucky, nos EUA. A Receita Secreta do delicioso frango — grande sucesso feito à base de 11 ingredientes secretos — está trancada em um cofre em Louisville, no Kentucky. No Brasil, hoje o KFC conta com 150 restaurantes.

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A International Meal Company

A International Meal Company (IMC / B3: MEAL3) é uma das maiores empresas do varejo de alimentação com origem e atuação na América Latina e Estados Unidos. A Companhia contempla em seu portfólio marcas próprias e franqueadas, como Frango Assado, KFC, Pizza Hut, Viena, Olive Garden, Batata Inglesa, Brunella, Margaritaville, entre outras. Atualmente, o grupo emprega globalmente mais de 12.000 colaboradores em operações distintas, como shoppings, centros comerciais, rodovias, hospitais, aeroportos e catering. Em 2021, a IMC acumulou receita líquida de R$ 1,85 bilhão.

Fotos: Divulgação

Macaw Transportes, especializada em transporte de medicamentos radioativos, chega à Abralog

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Macaw Brasil Transportes é associada Abralog

Nova associada Abralog, a Macaw Brasil Transportes iniciou sua trajetória tendo como objetivo solucionar os gargalos logísticos no transporte de medicamentos radioativos, utilizados em exames e tratamentos de medicina nuclear. Após se consolidar no setor, a empresa buscou outros mercados logísticos, como os de saúde, e-commerce e indústria. Faz isso, hoje, pelos modais aéreo e rodoviário, com predominância nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Na entrevista a seguir, Anderson Silva, coordenador das áreas Administrativa e Financeira, fala da Macaw e de seus próximos passos.

Por que a empresa foi criada? 

A empresa foi criada em 2015 com o objetivo de viabilizar as operações logísticas de radiofármacos para uma empresa do grupo, tendo contribuído para aumentar a participação de mercado de seus parceiros.

Como é sua estrutura? 

A empresa possui um galpão de 1.000 metros quadrados recém-construído no terminal de cargas do aeroporto de Brasília. A estrutura possui área de escritório, armazenamento, 3 docas, área para cross-docking e equipe qualificada para operar as cargas de diversas empresas em variados setores da economia. Possui uma filial em São Paulo, no bairro Freguesia do Ó, onde também dispõe de galpão para cross docking e equipe profissional de operadores logísticos. A frota é composta por veículos pesados, semipesados, VUCs e veículos pequenos de carga.

Como a empresa encara a tecnologia, e como ela está equipada nesse setor?

A empresa possui uma equipe de tecnologia que busca e trabalha com soluções atuais de processamento de informações no setor logístico. Neste ensejo, atualmente, a Macaw utiliza sistemas de logística do tipo TMS e de armazenamento do tipo WMS para suas operações.

Fale um pouco da questão segurança e rastreabilidade. 

A Macaw Transportes possui programas de educação continuada onde temas como segurança operacional são frequentemente inseridos nos treinamentos dos motoristas e de toda a equipe da empresa. Além disso, possui contratos de seguro com seguradoras consagradas no mercado com o intuito de garantir a cobertura das cargas transportadas em casos e avarias, roubos ou furtos. 

Para a rastreabilidade de suas cargas, a empresa possui contrato com empresas que garantem o monitoramento de todos os veículos 24/7. A rastreabilidade da carga é garantida pela geração de ocorrências inseridas no sistema TMS, obrigação processual de todos os personagens da cadeia.

A empresa tem planos de expansão pelo País? 

Sim. Atualmente com duas unidades, no DF e SP, a empresa planeja expandir suas operações através da instalação de novas unidades nos estado de Goiás e Ceará. Além disso, está frequentemente negociando parcerias com transportadoras regionais.

Por que a empresa se associou à Abralog? 

O intuito da associação da Macaw à Abralog é de poder participar mais ativamente nas discussões mercadológicas e aumentar a rede de relacionamentos em um setor que precisa, necessariamente, dar as mãos para o crescimento conjunto.

Fotos: Divulgação

As principais medidas tributárias do novo governo para aumentar a arrecadação e reduzir o déficit fiscal

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Dessimoni e Blanco Advogados (DBA) é associada Abralog

O Governo Federal anunciou algumas medidas com o objetivo de aumentar a arrecadação tributária e diminuir o déficit fiscal acumulado nos últimos anos. A seguir trataremos brevemente das principais novidades e, nos próximos informes, adentraremos em cada espécie com a devida profundidade.

A medida de maior repercussão foi o retorno do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (“CARF”). Antes de 2020 o desempate das discussões tributárias era sempre decidido a favor do Fisco, pois o voto de minerva era proferido por um conselheiro representante do Fisco.

Porém, com o advento da Lei n. 13.988/2020 essa sistemática foi alterada, passando o desempate a ser decidido a favor dos contribuintes. Um grande avanço no fortalecimento da voz dos contribuintes, muito comemorado pela comunidade jurídica em geral.

A constitucionalidade dessa alteração legislativa chegou até a ser submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal (“STF”) nas ADIs 6403, 6399 e 6415, sendo o julgamento interrompido por um pedido de vista do Min. Nunes Marques em 03/2022. Na ocasião, o julgamento contava com 5 votos a favor dos contribuintes (constitucionalidade da alteração) e 1 a favor do Fisco.

O fato é que, agora, pela redação da Medida Provisória n. 1.160/2023, o desempate voltou a ser decidido a favor do Fisco. Para o DBA, tal alteração é absolutamente questionável, pois contraria o citado julgamento que está em curso no STF e, também, carece do requisito da urgência para sua implementação por intermédio da Medida Provisória (além da relevância). Sem falar com gritante retrocesso no quesito imparcialidade dos julgamentos, já que esta mudança volta a fragilizar a parte fraca da relação, no caso, o contribuinte.

Ainda sobre o CARF, o Governo definiu como contencioso de baixa complexidade as causas de até 1.000 (mil) salários mínimos (antes era 60 salários mínimos), o que implica dizer que causas neste patamar monetário serão decididas por órgão colegiado da Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil (e não serão remetidas ao CARF).

Além disso, há de se destacar também a veiculação da transação tributária pela Portaria Conjunta PGFN/RFB n. 1/2023 (litígio zero) com adesão de 01/02/2023 até 31/03/2023 sob os seguintes e resumidos termos:

  • Pessoas físicas, micro e pequenas empresas: redução de 40% a 50% sobre o valor total do débito (incluindo o principal); benefícios não condicionados à classificação da dívida e capacidade de pagamentos; e débitos até 60 salários mínimos; e
  • Pessoas jurídicas em geral: redução de até 100% sobre o valor dos juros e multas; benefícios condicionados a débitos irrecuperáveis ou de difícil recuperação; necessidade de conformidade fiscal de IRPJ e CSLL para os períodos seguintes; possibilidade de utilização de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa de CSLL para quitar parte do débito; e prazo de 12 meses para pagamento.

Outra alteração trazida pela MP n. 1160/2023 foi a do instituto da denúncia espontânea (artigo 138 do Código Tributário Nacional): até 30/04/2023 o contribuinte poderá utilizar de tal prerrogativa para afastar 100% da multa de ofício e de mora mesmo em relação a débitos objeto de procedimento fiscalizatório já iniciado até 12/01/2023.

Não obstante as relevantes alterações citadas anteriormente, cabe destacar que a MP n. 1159/2023 trouxe a necessidade de exclusão da base de cálculo dos créditos de PIS e COFINS dos valores relativos ao ICMS incidente sobre a aquisição da mercadoria ou do serviço. Chama a atenção o fato desta alteração legislativa contrariar o entendimento da própria Receita Federal, que previa na IN n. 2121/2022 a manutenção do imposto estadual no cálculo do crédito (esta alteração passa a valer após 90 dias da sua publicação).

É uma medida que divide opiniões a respeito da aplicação do princípio da não-cumulatividade, na medida em que impõe a mesma sistemática tanto para quem compra (e leva em conta o custo de aquisição para fins de creditamento) quanto para vende as mercadorias (e considera o faturamento com base de cálculo das contribuições). Acompanharemos os desdobramentos futuros desta discussão.

Por fim, cabe destacar que o Decreto n. 11.374/2023 revogou o Decreto n. 11.322/2022 e restabeleceu as alíquotas do PIS e da COFINS sobre as receitas financeiras em 0,65% e 4%, respectivamente. Aqui há a controvérsia sobre a aplicação do princípio da anterioridade nonagesimal, pois, em última análise, o tributo foi majorado com a revogação do decreto de 2022. O DBA está acompanhando o tema de perto.

Estes são, em linhas gerais, os principais pontos trazidos pelo Governo Federal no seu pacote de medidas para aumentar a arrecadação e, como dissemos no início, nos próximos dias abordaremos os pontos com mais precisão e traremos as novidades da comunidade jurídica a seu respeito.

Seis tendências para a Manufatura absorver em 2023

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TOTVS é associada Abralog

Por Angela Gheller

A indústria foi responsável por 22,2% do PIB do Brasil em 2021. E para esse final de ano, previsões da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) estimam que o PIB Industrial tenha uma alta de 2%, frente a uma projeção anterior de 0,2%. Os números mostram o quanto o mercado acredita no potencial das indústrias brasileiras e no reaquecimento econômico que elas apresentam.

Nos últimos anos, a Manufatura nacional passou por uma série de transformações e processos de modernização e digitalização, que foram necessários para a sustentabilidade dos negócios. Agora, com um mercado mais desenhado e com demandas latentes de produção, é o momento de as indústrias prestarem atenção nos próximos passos para não perderem oportunidades de negócios. Por isso, listo seis tendências para as indústrias ficarem atentas em 2023.

1. Digitalização na direção correta

Como falei anteriormente, o setor industrial precisou acelerar sua digitalização, no entanto ainda há muitas empresas que não iniciaram esse processo ou que o fizeram de maneira despreparada, e por isso não colhem os bons frutos. Nesses casos, pontuo a importância dessas corporações voltarem ao cerne da questão, revisitando seus projetos iniciais para entender: quais são as necessidades da operação; qual o estágio de maturidade tecnológico da empresa; como e qual a tecnologia ideal para alavancar a produção.

Sempre digo algo que vale para toda a supply chain: na jornada da digitalização, pular etapas pode custar caro. Uma necessidade básica de qualquer indústria é ter seus processos mapeados corretamente, com dados precisos e atualizados, que direcionam à melhor tomada de decisão. E para isso, investir em um ERP especializado é o primeiro passo, seguido da adoção de aplicativos que trazem mobilidade, a baixo custo, para o chão de fábrica, seja para apontamento de produção ou mesmo para manutenção industrial. Com o apoio correto e avanço dessa digitalização, outro passo importante é o MES, Manufacturing Execution Systems ou Sistema de Execução da Manufatura, ferramenta que integra o parque de máquinas ao ERP, trazendo monitoramento online e controle de todo o chão de fábrica.

2. Conectividade 5G

A partir de 2023, além das antenas públicas, a rede 5G privada será ainda mais explorada e ampliada em todo o território nacional. As propriedades dessa nova rede móvel, que possui baixa latência de dados e possibilita maior conectividade, permitem que indústrias que já estão digitalizadas consigam potencializar a sua produção, a partir da conexão dos dispositivos implementados na operação.

Para deixar mais claro o quão benéfica será essa evolução, veja: uma rede 4G permite 100 mil conexões por metro quadrado; já uma rede 5G possibilita 100 milhões de conexões por metro quadrado, ou seja, amplia em 10x mais as conexões entre aparelhos, tornando os processos ainda mais inteligentes e rápidos. Com o aumento esperado da conectividade, revisitar a infraestrutura tecnológica e entender quais melhorias podem ser feitas e quais sistemas podem ser integrados é algo para ficar de olho em 2023. Alguns casos de uso já estão sendo estudados e poderão trazer ganhos significativos para a supply chain, como por exemplo, gestão de inventário por drone, Picking by Vision, realidade aumentada e AMV (Autonomous Mobile Robots).

3. Segurança digital e do supply chain

Preocupação de empresas de todos os setores, a Manufatura deve dedicar cada vez mais esforços para a segurança de dados. Segundo um levantamento da empresa britânica Sophos, em 2021, 55% das indústrias brasileiras sofreram sequestro de dados. A pesquisa também mostrou que 67% das empresas levaram, em média, uma semana para recuperar os dados — imagine as perdas da operação.

Nesse cenário, é cada vez mais essencial investir em serviços, ferramentas e profissionais para estruturar uma rede bem protegida e garantir o funcionamento seguro de toda a operação. É preciso revisitar os processos e trabalhar o aspecto cultural da segurança de dados para que todos tenham a dimensão dos riscos, em um mundo cada vez mais conectado. Nesse contexto, é preciso reforçar a proteção da integração das cadeias, ou seja, a comunicação que as indústrias mantêm com fornecedores, clientes e demais stakeholders para ter ambientes seguros e em conformidade com as leis.

4. Capacitação e qualificação da mão-de-obra

Extremamente importante e relacionado aos itens anteriores, investir na qualificação da mão-de-obra é fundamental no processo de digitalização. Fazer com que os colaboradores tenham uma visão holística da operação e entendam o funcionamento de todos os dispositivos implementados no chão de fábrica é essencial para que a operação ganhe em performance, produtividade, qualidade e rentabilidade. Nesse sentido, também é importante reduzir os ruídos de que a digitalização vai destruir empregos e mostrar que, pelo contrário, por meio de capacitação, ela permite novas possibilidades de evolução na carreira.

E aqui é importante que as indústrias se cerquem de bons parceiros de tecnologia para garantir não só a aquisição das soluções, mas também, do suporte e capacitação necessária. Há empresas de tecnologia no mercado que oferecem consultoria de negócios, cursos e treinamentos para os usuários. É importante ficar atento às oportunidades.

5. E-commerce para manufatura

Com o boom das vendas digitais, as indústrias observaram a oportunidade de ampliar sua atuação e investir no e-commerce para se conectar direto com os consumidores. E como é um modelo de negócio promissor, sem dúvida, é uma tendência para os próximos anos. Porém, é preciso que as indústrias entendam a jornada que precisa ser bem desenhada para se entrarem de forma correta e rentável no universo do comércio digital.

Aqui é preciso que todo o processo da jornada de venda, desde o planejamento de produção, esteja bem estruturado para atender as demandas, ou seja, entender se o melhor é desenvolver site próprio ou vender via marketplace; como será a disponibilização de produtos, vendas, giro de estoque e conciliações financeiras e, por fim, toda a logística de entrega. Novamente, não pule etapas.

6. Agenda ESG

Hoje, todo o mercado — e os consumidores não estão alheios a isso — tem um olhar atento sobre práticas ESG nas cadeias de produção, acompanhando da origem até o beneficiamento de um produto. Cada vez mais surgem regulamentações, normas, acordos que envolvem o tema. E por isso as indústrias precisam ter e cumprir uma agenda responsável, que começa no processo de organização interna, com uma boa governança corporativa, e se estende por toda a operação, envolvendo cada letra do “ESG”, se preparando para aproveitar as oportunidades e mitigar eventuais riscos.

O Brasil está entre os “top 5” países com a conta de energia mais cara do mundo. Portanto, entender como utilizar energia renovável ou até mesmo explorar o crédito de carbono, torna-se um tópico — em meio a uma extensa agenda — a ser observado para a otimização de recursos e redução de custos. O mercado de tecnologia já estuda hoje soluções que analisam as possibilidades de redução de custos energéticos e que façam a regulamentação de crédito de carbono e outras matrizes como parte do negócio. Vale ficar atento.

Para 2023 e os próximos anos, a indústria brasileira precisa acompanhar os movimentos da sociedade, nos hábitos de consumo, nas novas demandas e estruturas de mercado para que os negócios se mantenham sustentáveis a longo prazo. A tecnologia está evoluindo constantemente e oferecendo soluções que atendam esses novos cenários. Por isso, olhos atentos à sua operação e no que a tecnologia pode proporcionar ao seu negócio.

*Angela Gheller, diretora de produtos de Manufatura da TOTVS

Foto: Divulgação

Governo edita MP que exclui DDR das apólices de transporte

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A Medida Provisória 1.153, editada em 29/12/2022, exclui a possibilidade da concessão de DDR (Dispensa de Direito de Regresso) pelas apólices dos embarcadores, informa Tatiane Oliveira Zaramelli, Gerente Comercial de Riscos Corporativos, na corretora MDS Brasil, filiada à Abralog. Muitos detalhes ainda vão ser esclarecidos pelo governo federal, de acordo com a especialista.

Segundo Tatiane Zaramelli, apólices vigentes continuam com essas concessões; a Medida Provisória 1153 já está em vigor, mas poderá sofrer alterações até Abril deste ano.

A edição da medida provisória fez com que a MDS definisse equipe para tratar do assunto, acrescenta a Gerente Comercial.

(Portal >https://www.mdsgroup.com.br/br/seguros/empresas/produtos/property-casualty/transportes/ |Email > [email protected]).

Brasil tem mais de 60% das rodovias em condições ruins e bate recorde negativo em 2022

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Por André Schaun

Desde 1995, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) percorre as rodovias do Brasil para registrar as condições de segurança e infraestrutura. Segundo os números, 2022 foi o pior ano de todos. Dos 110.333 quilômetros avaliados, 66% foram classificados como Regular, Ruim ou Péssimo. Em 2021, esse percentual era de 61,8%.

Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, menos de 10% do pavimento foi classificado como perfeito, o que mostra que as rodovias brasileiras, sobretudo federais e estaduais públicas, chegaram a um estado crítico.

“São rodovias em operação há mais de 50 anos e que não receberam a devida manutenção. Esse é um indicativo de que existe uma grande depreciação do sistema rodoviário do país. O problema está acelerado e acarreta crescimento dos custos adicionais para os transportadores”, afirma o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.

Em 2022 foi registrada uma piora significativa na classificação ‘Pavimento’ em relação ao resultado de 2021. A CNT identificou que 55,5% (61.311 quilômetros) da extensão encontram-se em estado Regular, Ruim ou Péssimo, 3,3% pior do que em 2021. Para a ‘Sinalização’, 60,7% (66.985 quilômetros) foram considerados deficientes (Regular, Ruim ou Péssimo), e para ‘Geometria da Via’, esse valor corresponde a 63,9% (70.445 quilômetros).

Classificação das rodovias

Estado Geral Pavimento Sinalização Geometria da via
66% regular, ruim ou péssimo 55,5% regular, ruim ou péssimo 60,7% regular, ruim ou péssimo 63,9% regular, ruim ou péssimo
34% bom ou ótimo 44,5% bom ou ótimo 39,3% bom ou ótimo

36,1% bom ou ótimo

Fonte: CNT

Os resultados da Pesquisa CNT de Rodovias 2022 demonstram a urgência da estruturação de ações voltadas à melhoria das rodovias brasileiras. Afinal, mais de 95% das viagens de passageiros e 65% da movimentação de cargas no Brasil são feitas por rodovias.

E, de acordo com o relatório, a situação não melhora. As condições ruins do pavimento geram um custo desnecessário de R$ 1,072 bilhão com litros de diesel, o que equivale a um gasto extra de R$ 4,89 bilhões para os caminhões das empresas do transporte rodoviário de cargas.

Para ter uma ideia, o asfalto é tão ruim que as fabricantes até precisam colocar suspensão militar nos caminhões brasileiros.

Antes de ser lançado no Brasil, o caminhão passa por intensos treinamentos práticos em pista de teste e em situações reais do dia a dia. Os solos irregulares provocam vibrações por um longo período nos veículos, o que compromete muito a parte mecânica.

“A suspensão do novo Mercedes-Benz Actros, que chama TufTrac, foi desenvolvida pela Mercedes em parceria com a Freightliner, nos Estados Unidos. Essa suspensão metálica tem um bom nível de conforto porque é composta por muitos componentes de borracha. É importante dizer que a suspensão foi desenvolvida para uso militar norte-americano”, afirma Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing caminhões da Mercedes-Benz do Brasil.

A Freightliner pertencente ao Grupo Daimler AG, dono da Mercedes-Benz. Seus veículos são comerciais, mas a fabricante também faz projetos para os caminhões do Exército norte-americano, como o M915.

“Necessitamos dessa suspensão com leves ajustes para o Brasil porque as condições do solo são parecidas com as enfrentadas pelo exército. Os caminhões lotados atravessam pontes de madeira, andam em rodovias terríveis e em estradas de terra, então a suspensão precisa ser muito forte”, diz Leoncini.

De acordo com a CNT, o pavimento usado no asfalto mais comum no país tem vida útil estimada entre oito e 12 anos — Foto: André Schaun

Essas e outras tantas adaptações dos caminhões aumentam o custo dos veículos para as fabricantes e atrasam toda a cadeia logística do transporte no Brasil. De acordo com a CNT, o pavimento usado no asfalto mais comum no país tem vida útil estimada entre oito e 12 anos, mas esse número é muito menor em rodovias onde o fluxo de caminhões carregados é intenso.

Como já dito, grande parte das estradas brasileiras foram construídas na década de 1960 e estão exatamente iguais até hoje. Portanto, o processo de melhoria das rodovias é um processo de longo prazo que pode levar décadas.

Fonte: AUTO ESPORTE

Foto: Agência Brasil

Abralog faz bem para sua logística.

XXVI Conferência Nacional de Logística, São Paulo Expo, de 28/2 a 2/3

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Abertas as inscrições para a Conferência Nacional de Logística, CNL,  promovida pela Abralog, com apoio da Intermodal. O evento, que em 2023 chega a sua vigésima-sexta edição, é referência para as necessidades e tendências logísticas das empresas – e também em relação às soluções que o segmento demanda em seu  dia a dia, pelo fato de a logística ter forte protagonismo no desenvolvimento econômico brasileiro.

A Programação da CNL é repertório sobre temas norteadores para as organizações e profissionais de logística no Brasil, como ESG, Intralogística, E-commerce, Real Estate, Infraestrutura, Tecnologia, Inovação, Transportes, Multimodalidade, e Pessoas.

As palestras, estudos de caso e debates da CNL, em conjunto, vão lançar olhar sobre os grandes acontecimentos dos últimos anos que impactaram e ainda influenciam as cadeias de suprimentos, exigindo soluções rápidas para contornar desafios como alteração no comportamento dos consumidores, dificuldades políticas globais, sustentabilidade e mudanças tecnológicas surpreendentes.

Tema principal: A nova logística, protagonismo e geração de valor
Subtemas
  • Infraestrutura, Transportes e Integração dos Modais: Vetores de Competitividade
  • ESG na Logística: Mobilização Setorial, Execução e Entrega de Resultados
  • Tecnologias e Fontes Alternativas de Energia para o Transporte
  • Omincanalidade, E-commerce e Estratégias Logísticas
  • Last Mile, Mobilidade e a Logística Urbana
  • Digitalização e a Sobrevivência das Organizações
  • Logística 4.0 e Operações Inteligentes
  • Demand Chain e Modelagens Logísticas
  • Conectividade, 5G e Oportunidades na Logística
  • Metaverso: Como Avaliar sua Aplicabilidade na Logística
  • Mercado de Real Estate: A Logística influenciando a Expansão e os Modelos de
  • Galpões e Condomínios Logísticos
  • Diversidade e Competências Essenciais do Profissional de Logística
  • Cases de sucesso:  Compartilhamento e Redução da Ociosidade, Colaboração na
  • Integração de Fluxos Logísticos, Tecnologias Disruptivas, Atendimento ao
    Cliente e Nível de Serviço, Eficiência Operacional, Economia Circular,
    Descarbonização, Energias Renováveis, Intralogística, Embalagens, Sistemas de
    Movimentação e Armazenagem entre outros
  • Encontro de Líderes – Inovação, Tecnologia, Visão e Macrotendências Logísticas

Crea alerta sobre transposição ferroviária em São Paulo

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Macrogargalos, pontos críticos e soluções alternativas foram mapeados por um grupo de trabalho multidisciplinar, composto por especialistas técnicos e profissionais convidados pelo Crea-SP, e reunidos em um documento entregue ao secretário de Governo, Gilberto Kassab, pelo presidente do Conselho, Vinicius Marchese. “Estamos falando de uma região essencial para a economia do País. O aglomerado de São Paulo é um dos maiores do mundo. Precisamos pensar em possibilidades mais modernas, tecnológicas e sustentáveis, que permitam uma mobilidade eficiente para acelerar o desenvolvimento”, pontua Marchese.

O panorama encontrado pelo diagnóstico aponta que a transposição rodoviária e ferroviária da Região Metropolitana de São Paulo e o acesso ao Porto de Santos constituem os principais gargalos do sistema de transportes do Estado. Com isso, o estudo evidencia a necessidade de aumento da infraestrutura ferroviária, criação de plataformas logísticas multimodais, maximização do transporte intermodal e melhoria da eficiência do serviço rodoviário de cargas.

Atualmente, em São Paulo, pouco mais de 2.500 quilômetros de ferrovias são operacionais, com fluxos regulares de transporte. O restante da malha, que representa mais de 50% do total – em torno de 2.600 km -, está sem utilização e sem manutenção, o que reflete na sobrecarga do sistema. Enquanto são movimentados no Estado cerca de 1,2 bilhão de toneladas de carga anualmente, a ferrovia paulista movimentou algo como 45 milhões de toneladas. Já as rodovias são responsáveis por transportar mais de 80% do fluxo de cargas e quase 100% dos passageiros.

Essa realidade impõe severos danos à competitividade logística com negativas repercussões para o sistema produtivo paulista e o meio ambiente. Diante destes dados, o anel ferroviário, denominado de Ferroanel, é um dos elementos mais importantes para a funcionalidade do sistema logístico, com papel essencial para a intermodalidade. E aliado ao Rodoanel, ambos completos e articulados a um complexo de modernos terminais intermodais, tem potencial para revolucionar as práticas de coleta e distribuição de cargas da região metropolitana. Para isso, será preciso efetivar um sistema intermodal, baseado na integração rodoferroviária.

A previsão é que, com a ampliação significativa da oferta não-rodoviária de transporte de carga geral e de passageiros, será possível capturar demandas e mantê-las atendidas até 2040 a custos competitivos. José Fernando Bruno, ex-gerente de meio ambiente da DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S/A) nas obras do Rodoanel, especialista e membro do grupo de trabalho, apontou a importância da infraestrutura do Estado por movimentar grande parte do PIB do País. De acordo com Bruno, São Paulo é um diferencial para o Brasil e a execução dessas propostas é fundamental para sua efetivação como polo de negócios.

Participaram do grupo de trabalho Joni Matos Incheglu, Guilherme Del Nero, Pedro Amaral Campos, Lenita Brandão, Abner Toledo Maria, Jorge Akira, José Fernando Bruno, Valéria Spina, Maurício Pinterich e Milton Xavier.

Importância

A mobilidade urbana, um dos maiores desafios das cidades, é o que permite a circulação de pessoas, mercadorias e cargas, refletindo no desenvolvimento socioeconômico. Com mais de 46 milhões de habitantes, São Paulo é o estado mais populoso do País e a terceira economia da América Latina, com uma riqueza produzida na ordem de mais de R$ 2 trilhões, que corresponde a mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Para atender este contingente, conta com a maior infraestrutura de transportes e logística do Brasil.

Crea-SP

Instalada há 88 anos, a autarquia federal é responsável pela fiscalização, controle, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades profissionais nas áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências. O Crea-SP está presente nos 645 municípios do Estado, conta com cerca de 350 mil profissionais registrados e 95 mil empresas registradas.

Infraestrutura e Logística. Chegou a hora de se pensar como Estado

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Connexxion Consulting é associada Abralog

Edson Carillo*

Não é novidade aos profissionais de logística e comércio exterior que vivenciamos fortes desafios por conta da falta de infraestrutura.

O modelo de gestão de investimentos nessa área ainda é sempre uma incógnita. Há mais de 20 anos, foi contratado um estudo e desenvolvido um plano pelo Ministério dos Transportes, batizado de PNLT – Plano Nacional de Logística e Transportes -, com uma série de ações para mudança na matriz dos modos de transporte.

Talvez aí o primeiro erro pois transformou em fim, aquilo que era para ser o meio. O pior não é isto. É que desdobrado este plano, deveríamos assistir às ações do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento, aí no primeiro governo do eleito para o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio, e todos os investimentos, alinhados ao Plano, o que não de fato não aconteceu. Ao invés de serem técnicas, as prioridades, como sempre, são políticas.

As questões não param por aí. Sabe-se que muito provavelmente o governo mudará o plano, se é que ainda existe um, pois os acordos mudarão.Nosso País investe muito aquém do que deveria. Os EUA, em seu período de desenvolvimento (1950 – 1979), investia cerca de 4% de seu PIB em infraestrutura e depois deste período (1980 – 2010) reduziu para 2,3% PIB.

Devido à crise, exatamente, aumentou este investimento para 2,9% PIB, com vistas ao incremento do mercado de trabalho e para dar maior competitividade a seus produtos.

Veja só o detalhe da estratégia: se o governo precisa gastar para movimentar a economia, gasta em alternativas de suporte ao desenvolvimento e competitividade.

Se considerarmos que o PIB dos EUA é 9 vezes maior do que o brasileiro e que no Brasil investimos cerca de 1% do PIB em infraestrutura, é fácil entender porque a logística no Brasil custa mais de 35% do que a dos EUA. Ao lado das questões de infraestrutura, temos ainda os aspectos burocráticos. A complexidade e falta de padronização de processos torna ainda mais intenso o uso dos recursos.

Apesar disso, não retiro do empresariado parte desta culpa. Falta envolvimento para levarmos a sério uma pauta com reivindicações, necessidades, projetos e condições para melhoria da competitividade de nosso País. Acreditarmos que o mercado interno é grande o bastante é pensar pequeno, pois no fundo não é. Já vivemos uma forte concorrência internacional e a tendência é aumentar ainda mais! Não será com protecionismos que resolveremos esta questão. Os commodities não mais conseguirão regular nossa balança comercial.

Vale destacar que a economia mundial cresceu como um todo no último ano e o Brasil recuou cerca de 23% em sua participação como exportador, caindo de 22º para 24º, segundo pesquisa do Banco Mundial. O desempenho logístico do Brasil recuou 20 posições: de 45° passamos a 65° em um ranking de 160 países. E, só para lembrar, somos a 7ª economia. Ou seja, claramente algo está errado! Estima-se que temos um déficit de quase meio trilhão de Reais em investimentos em infraestrutura e apenas anúncios não resolverão esta situação.

Acreditar que o governo brasileiro cumpriu seu dever como Estado e estamos colhendo os frutos da boa gestão pública dos últimos anos é uma total falta de conhecimento e cidadania pois está na hora de nos voltarmos contra o sistema e cobrar uma Política de Estado para infraestrutura e não um Estado de Política e interesses de poucos no qual vivemos.

*Vice-presidente da ABRALOG e professor de MBA na FGV, é diretor executivo da Connexxion Consulting (www.connexxionconsulting.com).

Renan Filho, ministro dos Transportes, diz ao ‘Estadão’ como será sua gestão

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Por Adriana Fernandes e Anna Carolina Papp

Em sua primeira entrevista após tomar posse, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que seu antecessor, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, entregou as estradas em condição “pior do que recebeu”. Renan Filho antecipou que prepara um plano de ação para os primeiros 100 dias, com a retomada de todas as obras de construção paralisadas no País. Na prática, terá um orçamento de R$ 20 bilhões, bem maior do que o de Tarcísio, que contou com um valor três vezes menor.

Ex-governador de Alagoas e senador eleito, Renan Filho vai ocupar um ministério pela primeira vez e, para isso, disse que conta com a ajuda do pai, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), a quem afirma consultar “toda hora”. Ele revelou que, antes de convidá-lo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com seu pai sobre a indicação.

O plano para a área de infraestrutura prevê, ainda, consertar as rodovias para o escoamento da safra, preparar as vias para o período de chuvas e fortalecer a resposta para emergências.
Sobre o Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit), órgão muito visado e ligado a irregularidades, o ministro afirmou que quer ampliar as medidas de compliance e trabalhar próximo à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União. “Com mais recursos, tem que dar valor a cada real desse”, disse o ministro. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Quais são os principais desafios que o sr. vai ter à frente do ministério?
O grande desafio é fazer uma discussão mais ampla para garantir sustentabilidade fiscal de médio e longo prazo, sinalizar que o Brasil é responsável com o seu nível de endividamento. Mas, ao mesmo tempo, garantir o funcionamento das políticas públicas e preservar os investimentos. Do contrário, se impõe ao Brasil uma agenda que retira competitividade internacional. Eu estarei ao lado daqueles que desejam garantir a sustentabilidade do País, ter uma linha descendente da dívida, mas ressalvando o funcionamento do País. Senão vai obrigar um caminhoneiro a enfrentar uma estrada esburacada ou não ter uma ferrovia. Faltam poucos quilômetros para interligar uma ferrovia de Norte a Sul e o Brasil abre mão de fazer esse investimento – o que tiraria milhares de carretas das rodovias, porque tem uma imposição que impede o investimento. É um grande desafio assumir esta pasta, principalmente neste momento em que o Brasil vive, porque o teto de gastos (regra que atrela o crescimento das despesas à inflação), que foi uma política importante, apresentou muitos problemas graves. O teto impôs o mais baixo nível de investimento público da história recente. Foi um erro, propiciado pela dificuldade de o Paulo Guedes (ex-ministro da Economia do governo Bolsonaro) dialogar.

O seu ministério terá quanto em 2023 para investir?
O orçamento aprovado depois da PEC da Transição (que ampliou o teto de gastos para bancar as promessas de campanha de Lula) é de cerca de R$ 20 bilhões. Nos últimos anos recentes, não passaram de R$ 6 bilhões. Quando o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura) foi criado, há 20 anos, tinha orçamento de perto de R$ 6 bilhões. Chegou a ter R$ 25 bilhões no auge da capacidade entre o governo Lula e o início do governo Dilma. Do governo Temer para cá, depois da imposição do teto, oscilou entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões, o que é exatamente o mesmo orçamento em termos nominais da época da criação do DNIT. Está errado. O DNIT executa cerca de 90% do orçamento do ministério.

O sr. começa sua gestão com pé direito, com orçamento mais de três vezes maior. O que fará com esses recursos?
Vou apresentar um plano de 100 dias para o País. Nesse plano, vamos enfrentar principalmente cinco aspectos. Nós vamos retomar obras paralisadas; vamos garantir a revitalização da malha rodoviária que está no seu pior estado de conservação no período recente; preparar o País para o escoamento já que janeiro, fevereiro e março são os principais meses de escoamento da produção de grãos do País; preparar também o País para o período de chuvas, que tem trazido muitos problemas porque temos tido chuvas acima da média nos últimos anos, o que dificulta a também a logística nacional; e fortalecer a pronta resposta para emergências, como afundamentos, incêndios e calamidades.

O que pode ser feito, na prática, para se preparar para o escoamento da safra
Tirar os buracos, fazer terceiras faixas para garantir segurança, tapar buraco emergencial numa via que é muito importante para o escoamento da produção e organizar paradas de caminhoneiros.

O ministério consegue gastar o orçamento todo nos 100 dias?
Não tem como. Temos o recurso necessário para colocar o orçamento em pé. Vou apresentá-lo ao presidente e, se ele concordar, vamos anunciar no próximo dia 16. A reunião (ministerial) desta sexta-feira vai balizar a nossa atuação.

Quantas obras estão paralisadas?
São muitas. Elas estão paralisadas por extrema falta de recursos públicos. O que posso dizer é que o ministério tem 96% das rodovias com contratos estabelecidos para a sua devida manutenção, mas a maior parte delas está com a manutenção paralisada por falta de recursos. Pouquíssimos contratos estão acionados para manutenção agora porque faltava dinheiro. O dinheiro chegou no último dia de 2022 e está em restos a pagar (despesas que foram autorizadas, mas não foram pagas e são transferidas para o ano seguinte) e será aplicado a partir dos 100 dias. A PEC abriu orçamento novo não só para 2023, mas também no governo anterior. Dos R$ 23 bilhões que a PEC abriu (em 2022), o DNIT tem R$ 2,5 bilhões. Nesses 100 dias, também teremos condições de executar esse orçamento.

O governo pretende expandir a malha também?
Vamos expandir. O nosso desafio são os próximos anos. Vou discutir com o ministério da Economia alternativas para garantir investimentos nos próximos anos – e organizando isso no novo arcabouço fiscal que Haddad (ministro da Fazenda) vai apresentar.

O sr. conversou com Haddad?
Ainda não tenho conversado sobre essas questões do ministério porque estou com poucos dias por aqui, mas em todas as vezes que eu tive oportunidade de conversar com o ministro, falei sobre isso e senti nele muita responsabilidade em relação à sustentabilidade fiscal e isso é muito importante.

Em Alagoas, como o senhor conseguiu recursos para investimento?
Fazendo o dever de casa: gastando menos em custeio, arrecadando mais e ampliando a capacidade de investimento do Estado. Alagoas hoje é o Estados que mais tem capacidade de investimento com seus próprios recursos, vis a vis a receita corrente líquida do Brasil.

Mas quanto o sr. pretende aumentar de malha?
A gente pretende tocar todas as obras que estão paralisadas. Mas o que eu posso lhe garantir é que os recursos garantem condições para a gente retomar todas as obras paralisadas de construção.

No primeiro ano de mandato?
Todas as obras paralisadas de construção no primeiro ano de mandato, no plano de 100 dias, agora. Retomar significa que teremos o fluxo de caixa necessário para retomar todas as obras de construção nos primeiros 100 dias. Esse é o desafio que vamos enfrentar.

E as rodovias?
O presidente Lula conversou comigo sobre isso. Rodovia é assim: especificação, duração e carga. O Brasil tem pouco dinheiro. Sabe quando você compra um colchão bem fininho, um colchonete? Outra coisa é uma cama, aquelas camas box. Aquilo é outra coisa. O preço é diferente. Rodovia é a mesma coisa. Se você não tem dinheiro, você faz o colchonete, aí em cima do colchonete, trafega a maior produção alimentícia do mundo e de minérios também. Aí, depois, você gasta mais para consertar. Por isso é que não é inteligente a estratégia do teto de gastos, que obriga você a comprar colchonete quando você deveria ter cama box, pelo menos em algumas rodovias. Esse é o contrassenso que o Brasil viu. Um País com o nível de produção do Brasil, com o nível de chuvas que o Brasil tem em determinadas regiões, tem que construir um determinado nível de rodovia que suporte as intempéries do clima, carga pesada, tem que investir em ferrovia, senão a gente vai viver enxugando gelo.

O sr. vai rever o novo marco legal de ferrovias?
Ele carece de algumas regulamentações. Nós vamos “revisitá-lo” para organizar a sua devida aplicação. Ele já trouxe grandes benefícios com as autorizações, mas precisamos vê-las saírem do papel. Avançar em concessões é uma agenda prioritária.

Qual vai ser o papel da iniciativa privada no seu governo?
No cenário de restrição de recursos, a iniciativa privada entra como parceira, muitas vezes com mais agilidade e com interesse em determinado projeto para que ele seja concluído rápido. Isso é muito importante. As ferrovias que nós estamos fazendo, trabalhando na concessão, são fundamentais. A Ferrogrão é uma delas. Imagina: você vai fazer uma Ferrogrão, aí você tem rodovia. Você vai tirar 100% da carga daquela rodovia e colocar sob trilhos. Por que a ferrovia é melhor? Porque o trilho é aço, aguenta peso. Não é o colchonete. Só que é barato? Não, não é barato. E o País é continental.

O sr. falou que acredita que as concessões não estão atraindo investidores.
Tem um “pipeline” de investimentos para entrar, mas o problema é que precisamos discutir melhor alguns segmentos. Por isso que eu falo “revisitar”, porque o marco legal de ferrovias é bom, foi um avanço. Mas, tem algumas coisas que precisam ser discutidas. Por exemplo: ferrovias. Ferrovia fica de pé com investimento 100% público? Ou 100% privado? Já tem ferrovia no Brasil sendo concedida com período de retorno do investimento superior a 60 anos. O investidor que poupa o seu dinheiro mundo afora vai pegar o seu dinheiro e colocar no Brasil para receber daqui a 60 anos o retorno do capital? Então, esse modelo está 100% correto? Tem que dar uma olhada. Pode fazer um híbrido? A constituição de um fundo que permita colocar os projetos de pé com mais facilidade? Precisa ser discutido, observando a experiência internacional comparativamente para a gente encontrar um modelo.

O sr. pode dar um exemplo?
Por exemplo: autorização. Autorização foi uma ideia muito engenhosa. Porque assim: um sujeito estuda e percebe que ali cabe uma ferrovia. Por que o governo tem que fazer uma licitação? Autoriza, você faz e opera. A autorização é mais ou menos a regra do mercado natural para tudo. Quando você deseja abrir uma coisa, você vai lá e abre. Você informa. A Vale tem autorização, a Vale tbm ta fazendo um investimento cruzado com uma renovação de concessão… porque ela tem uma concessão já para uma ferrovia e, ao invés de ela pagar uma outorga ao Tesouro, que entrava no teto de gastos, o governo (Bolsonaro) teve uma ideia de dizer: olha, ao invés de você me pagar, faz essa outra ferrovia aqui. O Bruno (Dantas, presidente do TCU) buscando alternativas ao teto inteligentes, essa é uma muito inteligente. Porque se pagar o dinheiro, não volta para a ferrovia. Mas aí, ao invés de ele pagar a outorga para uma renovação de concessão ferroviária, faz um investimento em outra ferrovia que o Brasil precisa. É uma engenhosidade interessante. A gente precisa dar outras saídas criativas dessa para avançar em ferrovias.

De que forma seria criado esse fundo com recursos públicos para esses projetos
Hoje, o Brasil está em restrição orçamentária. No momento, não tem receita para o fundo. Mas a gente tem ferrovias andando e tem várias concessões, mas a gente tem que discutir várias saídas para intensificar os esforços. É por isso que eu falo: vamos revisitar a legislação no sentido de intensificar os esforços para a gente ampliar esse pipeline que o Tarcísio (de Freitas, ex-ministro de Infraestrutura e atual governador de São Paulo) falava, mas que não é o que o País espera. Quando saíram as autorizações, foi um passo muito legal, mas quantas delas já deixaram de ser papel para virar ferrovia mesmo? Vamos dizer assim: de 600, 700 autorizações, poucas saíram do papel.
Há muitas concessões travadas por falta de revisões de contratos. Como resolver essa questão?
Contrato deve ser cumprido pelas duas partes. Quando o público não cumpre, tem esse barulho. Quando o privado não cumpre, as pessoas não sabem, porque o público não tem a mesma capacidade de reclamar do que o privado. Por outro lado, há várias decisões judiciais que seguram um contrato privado na rodovia por liminar que o público deseja de uma maneira e ele deseja de outra. Os contratos de concessão mais antigos trazem alguns problemas que estão sendo corrigidos pela experiência nacional. Nós já temos mais de 15 mil quilômetros concedidos de rodovias e vamos conceder mais quilômetros ao longo dos próximos anos. E, obviamente, ao conceder os quilômetros hoje, nós temos uma outra experiência com relação ao que tínhamos em 2008, 2010. Então, há problemas que precisam ser reequilibrados, devolvidos, talvez o público precise reassumir uma rodovia para relicitar, e existem modelos bem sucedidos.

E os mal sucedidos?
O modelo de menor tarifa apresentou algumas dificuldades. Foi uma tentativa que foi sendo corrigida. O princípio da ex-presidente Dilma era nobre: era modicidade tarifária, um princípio nobre. Mas, os modelos econômicos mostraram depois que, ao estimular o setor privado, buscando a modicidade tarifária máxima, estressa muito o risco de engenharia daquele projeto e, se muda um pouco, aparece um desastre, uma pandemia, aí aquela modicidade tarifária máxima buscada se revela inviável.

Isso vem sendo corrigido?
Nos novos modelos isso foi corrigido. Como se faz agora? Tem várias ideias, mas tem uma modelagem sofisticada, que é desconto máximo e, a partir daí, as empresas passam a oferecer outorga. Vamos dizer que o desconto máximo é 20%. Três empresas que desejam dar 20% mais R$ 100 milhões de outorga, uma quarta diz que dá 20% mais R$ 200 milhões de outorga, então ela ganha. Se outra empresa oferecer 17% de desconto, mesmo que a outorga seja maior, ela perde, porque o desconto foi menor. Aí a pessoa faz uma análise: a presidente Dilma errou. Não! Ela percorreu o caminho para que a gente observasse isso. É a mesma coisa de criticar o Tite pelo que o Brasil deveria ter feito na Copa depois que foi eliminado. O desejo da presidente Dilma era muito nobre porque nos pedágios anteriores era muito caro. Era tão caro que o cara queria ficar em casa.

Dá para conciliar e ter pedágios mais baratos?
Tem essa ideia de conciliar a busca da modicidade tarifária e garantia do fluxo de caixa positivo para a empresa.Temos problemas nesses contatos, pedidos de reequilíbrio…
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O Dnit é sempre um órgão muito visado e ligado a irregularidades. Qual o tratamento que o senhor vai dar de fiscalização?
Com a chegada de novos recursos, temos de ampliar os esforços no sentido de integridade e transparência. Vamos fazer uma agenda próxima à Controladoria-Geral da União e ao Tribunal de Contas da União. Aliás, já fizemos esforço para garantir uma posição do TCU antes das licitações porque depois quando é observado um equívoco passa a ideia que o equívoco foi proposital e a própria empresa fica achando ruim o processo ser revisto. Com mais recursos, tem que dar valor a cada real desse. Por isso, temos que avançar em medidas de compliance e de acompanhamento de metas de resultados das políticas públicas.

O senhor considera ter um perfil mais técnico?
Tem que usar a experiência. Problemas acontecem em todos os lugares. Tem que estar preparado para enfrentá-los. Tem que aparelhar o serviço público para que seja capaz de identificar os malfeitos. É isso que tem que fazer, independentemente do perfil.

O senhor teme retaliação do presidente da Câmara ao seu trabalho? Porque ele é seu adversário político.
A eleição passou. Agora é momento de todo mundo trabalhar pelo País. Veja você que contrassenso: foi aprovada a PEC da Transição e o ministério do qual faço parte é um dos beneficiários e foi ele que estava na presidência da Câmara. Fui governador por oito anos e não tive facilidade por parte da Câmara. No ministério, vou cumprir meu papel de maneira republicana.

O seu pai não queria essa PEC agora.
Eu também acho que o governo não precisava da PEC. Essa é outra questão. Porque o governo está muito forte institucionalmente. O presidente Lula assumiu o mandato e aliviou o País. Parece que a gente estava com um cinto na garganta. O presidente não precisava entrar com um nível de dependência que ele ficou com a PEC. Mas foi uma decisão de governo. Mas o Lula conseguiu, ele saiu ajeitando.

Haddad queria que o senhor fosse ministro do Planejamento. Hoje, Simone Tebet assumiu reconhecendo divergências na equipe econômica.
Ter divergências não é ruim. Acho que o governo tem que ter um foco e eu não vejo o foco do ministro Haddad divergente. Ele tem dito reiteradamente que apresentará, dando prazo a ele próprio, um novo arcabouço fiscal que permita a sustentabilidade das contas públicas. Eu sinto que o ministro Haddad é experimentado, tem formação sólida, tem boas relações, tem a confiança do presidente da República – isso é importante, a confiança de um presidente que tem bom senso para discernir. E eu vou trabalhar para ajudar nesta direção. Então, eu não acho que existe divergências fundamentais entre Simone e ele. Sinto que ela quer fazer um governo com sustentabilidade fiscal. Não sinto a Simone liberal como o Guedes.
Mas ela é presidenciável, assim como Haddad. Pode ter uma disputa por protagonismo?
Acho que não. Protagonista deste governo, com todo o respeito aos outros, vai ser oLula.

Seu pai o ajuda de que forma?
Ele ajuda toda hora.

O sr. o consultou para aceitar a pasta?
Quem o consultou foi o presidente. Ele foi o negociador do partido. O presidente Lula tem uma relação boa comigo e acha, por conhecer o que eu fiz, pelos resultados que apresentei em Alagoas, que eu era uma pessoa que podia trazer uma boa capacidade de gestão para o País. Ele utilizou essa estratégia de usar os quadros mais capazes de gestão pública e experiência testada e aprovada e trouxe para o governo federal. Isso aconteceu comigo, com o Camilo Santana (Educação), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Rui Costa (Casa Civil)…

Os governadores estão em alta?
Sim ou porque foram reeleitos e os que foram candidatos ao Senado venceram. Então, a população aprovou. E o presidente Lula tem bom senso, está apostando no time que estava ganhando. Governador entende a relação institucional com poderes, enfrentou crises…

A crise que o senhor vai ter que enfrentar são as reclamações dos caminhoneiros em relação aos preços dos combustíveis…
A questão dos caminhoneiros é multidisciplinar porque questões tributárias se relacionam com a Fazenda, crise mesmo quem toma conta é a Casa Civil e o Ministério dos Transportes tem ANTT, que regula a atividade, e o ministério cuida das estradas. Então, o Tarcísio (Freitas, ex-ministro de Infraestrutura do governo Bolsonaro e hoje governador de São Paulo) conversava com os caminhoneiros, mas a parte dele mesmo, que era ajeitar as estradas, ele entregou pior que recebeu.

Ele tinha fama de ser supertécnico.
Mas não tem supertécnico sem jogador. O jogador neste caso é o financeiro. Se você é torcedor do Botafogo, pode colocar o melhor técnico, mas o Flamengo tem os jogadores caros.

O Chorão, líder dos caminhoneiros, esteve na posse de Geraldo Alckmin.
O governo tem que dialogar com todos os segmentos da sociedade. Acho que este exercício, este governo, fará melhor que o anterior. Não só com este segmento, como com todos os outros. Cada um tem que fazer a sua parte. A Petrobras tem que cumprir o seu papel, a Economia tem que buscar o que pode fazer, o ministério, ajeitar as estradas, regular bem o sistema. Vamos intensificar a digitalização dos DTE, documentos de trânsito. Para fazer uma viagem no Brasil, é necessário requisitar até 90 documentos diferentes, caminhoneiros e passageiros. Tem tipo de frete que solicita 30 documentos diferentes. Estamos com um projeto para digitalização e desburocratização de quase uma centena de documentos para facilitar a vida do caminhoneiro e fazer isso tudo online. O caminhoneiro passa cerca de seis horas paradas em média por conta desses documentos. Imagina quanto isso custa ao País. Isso é prioridade de curtíssimo prazo? Não, mas já teremos entregas este ano. Vai significar o mesmo que representou a carteira de motorista digital.

A questão do cadastro é muito importante. A gente viu no governo Bolsonaro que a base de dados está muito desatualizada.
Isso já está em andamento. Vou colocar na agenda prioritária. Vou utilizar minha própria agenda para forçar o andamento disso, para fazer uma relação institucional. O Ibama tem que comprar a ideia. O DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) tem que comprar a ideia. É uma agenda muito importante para o País. O cadastro bem feito vai produzir uma série de subprodutos. Imagina saber quantas cargas químicas ou de explosivos estão andando no momento. Porque a nota fiscal eletrônica envolve o recurso foi a primeira a ser digitalizada.

Como será a relação com o Ibama?
No atual governo, o meio ambiente tem uma linha de respeitabilidade e nós vamos ter que enfrentar o desafio de intensificar os investimentos respeitando o meio ambiente porque essa é uma determinação do presidente. Não há escolha. Não resta outro caminho. Acho pessoalmente que ele está certo porque não adianta, à custa do meio ambiente, aumentar nossa competitividade e o mundo não querer os nossos produtos.

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