quinta-feira, 28/03/2024

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Gráfica ganha agilidade e monitoramente em tempo real com software Senior

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Pouco mais de 1 ano desde a implantação do software de logística da Senior, o TMS, a Printi, gráfica online, já conseguiu alguns resultados expressivos, como diminuir de 45 para apenas 7 dias o tempo necessário para cadastrar novas parcerias em sua malha logística, além de alcançar a marca de 97% dos pedidos entregues dentro do prazo. A solução impactou também o cliente final, que conseguiu uma melhoria de 5% no custo do frete.

A Printi, gráfica online focada em materiais personalizados, pioneira nas práticas de Web2Print e Web2Pack no Brasil, fechou em janeiro de 2021 parceria com a Senior Sistemas, com a finalidade de implantar um novo sistema que possibilitasse à gráfica um controle mais eficiente e monitoramento da operação de toda sua malha logística.

Para realizar entregas no menor tempo possível para seus clientes, a Printi precisa contar com transportadoras confiáveis e que atendam aos seus rigorosos requisitos. O novo sistema de gerenciamento de transporte (TMS, na sigla em inglês) da Senior Sistemas permitiu que a empresa diminuísse de 45 para 7 dias o tempo necessário para cadastrar novas parceiras em sua malha logística. A Printi também ganhou em visibilidade com o monitoramento em tempo real das ocorrências de entregas das transportadoras, possibilitando uma atuação antecipada para resolver qualquer tipo de problema.

“A implantação do TMS da Senior Sistemas nos trouxe muita autonomia, agilidade e flexibilidade na manutenção do cadastro e parâmetros das transportadoras, que são fundamentais para termos um processo integrado da nossa logística de entrega”, conta Fábio Carvalho, Diretor de Supply Chain da Printi. “Através dele, tivemos um ganho no nível de serviço para nossos clientes, e ao mesmo tempo, otimização dos nossos custos e maior gestão de um processo tão complexo quanto o de administração de parceiros logísticos”.

As melhorias também chegaram no cliente final, com uma redução de 5% no custo do frete graças à consolidação dos pedidos pelo TMS, e que também foram afetados pela capacidade da Printi de monitorar sua malha de entregas e se antecipar às ocorrências, fazendo com que a gráfica alcançasse o indicador de 97% dos pedidos entregues dentro do prazo.

No Brasil, as operações de transporte são as etapas mais críticas do processo de entrega e também as que representam o maior custo. O Head de Logística da Senior, Anderson Benetti, explica que com o TMS da Senior é possível planejar, executar e acompanhar cada etapa da operação, inclusive saber se ela está sendo rentável ou não.

“Através do uso do sistema de gestão de transporte da Senior com algoritmos inteligentes, a empresa ganha mais produtividade e garante um melhor controle sobre a performance de entrega acordada”, destaca.

Foto: Divulgação

FDC mapeia acidentes em rodovias federais sob gestão pública e concedidas

Um estudo inédito realizado pela Fundação Dom Cabral (FDC), por meio da Plataforma de Infraestrutura em Logística de Transportes (PILT), analisa os acidentes de trânsito registrados em rodovias federais pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre 2018 e 2021. Ele conclui que as taxas de acidentes (TAc) e de severidade dos mesmos (TSAc) são consideravelmente maiores nas rodovias sob gestão pública do que nas concedidas.

Através de um tratamento científico que reduz a influência do Volume Médio Diário Anual (VMDA) dos veículos que circulam no trecho de ocorrência do acidente, amenizando o fato de que rodovias mais movimentadas tendem a apresentar um maior número absoluto de acidentes, o estudo da FDC demonstra que nas rodovias sob gestão pública o risco de acidentes é cerca de 4 vezes maior do que nas rodovias concedidas.

Os principais indicadores analisados são divididos percentualmente entre as duas categorias de rodovias (concedidas e sob gestão pública).

Percentuais referentes aos números absolutos dos indicadores:

Os pesquisadores da FDC utilizaram a base de dados disponível na seção de dados abertos do portal da PRF na internet. Foram estudados registros de 2018 a 2021, totalizando 264.196 acidentes, dos quais 99,4% ocorreram em rodovias sob jurisdição federal. O estudo se debruçou ainda sobre duas categorias de ocorrências: em rodovias sob gestão pública e delegadas às concessionárias privadas.

Uma importante conclusão do estudo diz respeito à necessidade de se criar fontes alternativas de financiamento para a manutenção e a melhoria da segurança nas rodovias que permanecem sob a gestão direta da União, já que o orçamento público não possui mais condições de investir no mesmo patamar que as concessionárias privadas investem.

“Acidentes acontecem em qualquer rodovia e quanto maior o volume de tráfego maior a possibilidade de acidentes (isso é demonstrado nos percentuais relativamente próximos de acidentes nos conjuntos de rodovias concedidas e sob gestão pública (43,4% e 56,6%, respectivamente), explica Paulo Resende, professor da FDC e pesquisador responsável pelo estudo.

O problema fica ainda maior quando são consideradas as Taxas de Acidentes (que ponderam os números absolutos de acidentes pelo VMDA — Volume Médio Diário Anual – do trecho de ocorrência). Neste caso, o percentual referente às rodovias sob gestão pública salta para 79,7%, ao passo que nas concedidas se reduz para 20,3%.

Finalmente, quando, além do VMDA, consideramos a gravidade dos acidentes, a Taxa de Severidade nas rodovias sob gestão pública corresponde a 80,4% e nas concedidas a 19,6%. “Fica claro que os investimentos em segurança viária feitos nas rodovias concedidas são bem superiores àqueles executados nas estradas sob gestão pública”, reforça Paulo Resende.

Impressionam as diferenças entre as taxas de acidentes e de severidade em todos os anos analisados. Os gráficos a seguir mostram a significativa diferença de valores, indicando claramente que, mesmo considerando o fato de que as rodovias concedidas tendem a apresentar maior volume de tráfego no total de quilômetros por elas administrados, acidentes costumam ser bem mais graves nas rodovias sob gestão pública.

Um penúltimo recorte analítico ressalta as 20 rodovias federais com as maiores taxas de severidade (gráfico a seguir). As rodovias BR 101 e BR 116 ocupam as duas primeiras posições, tanto em número absoluto de acidentes quanto nas taxas de acidentes e de severidade dos mesmos. Porém, é notável que a severidade das ocorrências é mais intensa nos trechos que permanecem sob gestão pública do que nos concedidos às empresas privadas.

Finalmente, um último recorte analítico aborda a escala de severidade dos acidentes (com seus respectivos percentuais) em 2018 e 2021 (ano inicial e o final da série analisada). Chama atenção como rodovias sob gestão pública acumulam elevadíssimo percentual das taxas de severidade (cerca de 80%, na média dos dois anos extremos), abarcando distintos tipos de acidentes (desde apenas com danos materiais até com perda de vidas), em comparação com as rodovias concedidas (cerca de 20%).

Observa-se que nas rodovias concedidas os percentuais da taxa de severidade correspondentes a cada tipo de acidente se mantêm nos dois anos em baixos patamares; ao passo que nas sob gestão pública, qualquer que seja o tipo de acidente, estes percentuais são sempre 4 vezes maiores que os verificados nas concedidas.

A Fundação Dom Cabral – É uma escola de negócios brasileira que há mais de 45 anos tem a missão de contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade por meio da educação, capacitação e desenvolvimento de executivos, empresários e gestores públicos. A FDC está entre as melhores escolas de negócios do mundo, na 9ª posição dentre as escolas de educação executiva participantes do ranking do Financial Times 2022. Desta forma, consolidou sua posição como a melhor escola de negócios da América Latina e a mais bem colocada do Brasil. Em 2021 passaram pela FDC mais de 37 mil profissionais entre executivos, empresários e gestores públicos.

Foto: FreePik 

Estratégias de ESG minimizam o impacto da logística no meio ambiente

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Por Antonio Wrobleski*

O desenvolvimento sustentável é uma prática cada vez mais exigida no mercado mundial, que chega a ganhar um peso de obrigatoriedade para as empresas que atuam no e-commerce. Em total alinhamento com isso, o ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) vem ganhando força, já quetrata da adoção de soluções para melhorar as estratégias de logística, reduzindo os impactos no meio ambiente, enquanto o e-commerce continua em crescimento acelerado.

O termo ESG é usado, portanto, para medir e incentivar as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa e está totalmente alinhado à sustentabilidade. Na NRF Retail’s Big Show 2022, em Nova York, uma das maiores feiras de varejo do mundo para apresentar novidades e tendências, um dos temas mais discutidos foi o ESG. É fato que cada vez mais o consumidor vai levar em consideração essas práticas e as empresas que as adotarem sairão na frente.

Dentro desse contexto, olhando através das lentes ESG, existem desafios para as empresas do segmento do e-commerce, que, em março de 2022, representou 13,2% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção). No acumulado dos últimos 12 meses, a participação do e-commerce no comércio varejista corresponde a 12,4%. Vale destacar que esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no dia 10 de maio.

Os dados são do índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust | Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net). Ao comparar as vendas praticadas pela internet, abril de 2022 (em relação ao mesmo mês do ano passado) teve uma leve alta de 1,52%. No acumulado do ano, o crescimento segue em 9,63%.

A expectativa é que o e-commerce vai continuar em ascensão, mas só vai se beneficiar quem evoluir e conseguir manter os consumidores satisfeitos. Além disso, um dos grandes desafios do setor é garantir que a operação logística emita cada vez menos poluentes sem encarecer o processo, promovendo benefícios para as empresas, para o meio ambiente e para a sociedade.

Nesse sentido, a roteirização é uma tendência que surge como solução sustentável capaz de promover a otimização da cadeia logística. Roteirizar as entregas gera economia ao passo que evita que os produtos passem por lugares desnecessários ao longo da rota. O ESG é um tema que está em voga e, por isso, merece atenção por parte das empresas de logística.

Para o e-commerce, a adoção de práticas sustentáveis dentro dos critérios ESG é, portanto, uma forma de minimizar os impactos da logística na natureza. Dessa forma, o mercado logístico não limita seu crescimento mas, ao mesmo tempo, garante soluções para o setor e para o meio ambiente. Seguindo essa linha de raciocínio, avaliamos que o e-commerce tem o poder de ajudar na redução de carbono e promover um mundo mais verde. Sendo assim, implementar soluções que promovam a melhoria dos processos e ainda garantam a preservação dos recursos naturais são questões urgentes.

* Presidente do Conselho de Administração da BBM Logística

Fonte: IIMA

Foto: FreePik / redgreystock

ESG, inovação e tendência são temas importantes da Fispal Tecnologia

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Arena será aberta por presidentes da PepsiCO, Seara, Cargill, Bloomin’ Brands e ABIA; filósofo Luiz Felipe Pondé também é destaque no primeiro dia

– Quais são os impactos das ações ESG na cadeia produtiva de alimentos de bebidas? Essa pergunta de grande relevância na atualidade será respondida na palestra de abertura da Arena de Conteúdos 360º Fispal Tec, evento integrado à Fispal Tecnologia e à TecnoCarne, que acontecerá entre os dias 21 e 24 de junho no São Paulo Expo. A expectativa é atrair mais de 350 expositores e quase 45 mil visitantes.

A palestra “ESG e os Impactos na Cadeia Produtiva” está programada para o primeiro dia do evento, às 14h, e contará com a participação de presidentes de gigantes do setor, como Alexandre Carreteiro (PepsiCo Brasil Alimentos), João Campos (Seara Alimentos), Paulo Sousa (Cargill) e Pierre Albert Berenstein (Bloomin’ Brands Brasil). João Dornellas, presidente executivo da ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), será o moderador da mesa.

Realizada em formato híbrido (presencial e virtual), a Arena de Conteúdos 360º conta com 6 fóruns exclusivos: embalagens, gestão industrial, laticínios, TecnoCarne, ESG e transformação digital, nos dias 21, 22 e 23 de junho. Para conhecer a programação completa do evento acesse este link: Link.

Filosofia e indústria

No dia de abertura, às 17h, o filósofo Luiz Felipe Pondé, keynote speaker do evento, apresentará na Arena o tema “O Papel Republicano das Indústrias – Função Social e a Transparência”. Um dos intelectuais mais conhecidos da atualidade, Pondé é doutor em Filosofia pela Universidade de Paris e pela FFLCH da USP, pós-doutor pela Universidade de Tel Aviv, escritor, diretor do Laboratório de Política Comportamento e Mídia da PUC-SP, professor da FAAP, comentarista do Jornal da Cultura e colunista da Folha de S. Paulo.

Ao longo de três dias, a Arena de Conteúdos 360º será o espaço em que profissionais e empresas poderão apresentar os desafios que vivem no dia a dia da indústria em temas como ESG, transformação digital e gestão industrial, além de assuntos específicos dos setores de carnes, embalagens e laticínios, além de um ciclo inteiramente dedicado à TecnoCarne.

“Para o ciclo de palestras TecnoCarne, trabalhamos com uma equipe de pesquisa para entender quais são as tendências mundiais do mercado e o que o nosso público quer assistir”, afirma Marina Brait Cappi, gerente da Fispal Tecnologia. “Falaremos, por exemplo, sobre os impactos da guerra Rússia/Ucrânia no custo de produção; o desafio do setor para se adequar às metas de redução de emissão de gases; foodtechs; proteínas alternativas e plant based; e investimentos em inteligência artificial para a automação”.

A programação exclusiva será uma oportunidade de se atualizar no mercado, de fortalecer o networking com colegas do setor e conhecer as principais tendências de gestão e inovação.

As inscrições podem ser feitas pelo site clicando aqui.

Serviço:

Arena de Conteúdos 360º
Fispal Tecnologia & TecnoCarne

  • Data: 21 a 24 de junho de 2022
  • Horários: Terça a quinta-feira: 13h às 20h. Sexta-feira: 13h às 18h
  • Local: São Paulo Expo Exhibition & Convention Center
  • Promoção e Organização: Informa Markets Brasil

A Fispal Tecnologia & TecnoCarne

A Fispal Tecnologia junto com a TecnoCarne é a principal plataforma de conexão entre as indústrias de alimentos, bebidas e proteínas. Por meio do evento físico, que acontece no São Paulo Expo, e da plataforma digital, as duas oferecem networking, conteúdo e oportunidades de negócios aos profissionais do setor durante os 365 dias do ano.

A Informa Markets 

A Informa Markets cria plataformas para indústrias e mercados especializados em fazer negócios, inovar e crescer. Seu portfólio global é composto por mais de 550 eventos e marcas internacionais, sendo mais de 30 no Brasil, em mercados como Indústria, Saúde e Nutrição, Infraestrutura, Construção, Alimentos e Bebidas, Agronegócio, Tecnologia e Telecom, entre outros. Oferecendo aos clientes e parceiros em todo o mundo oportunidades de networking, de viver experiências e de fazer negócios por meio de feiras e eventos híbridos, conteúdo digital especializado e soluções de inteligência de mercado, a Informa Markets segue construindo uma jornada de relacionamento e negócios entre empresas e mercados 365 dias por ano. Para mais informações, visite o site clicando aqui, ou entre em contato pelo e-mail [email protected].

Hospitalidade, Alimentos & Bebidas no Informa Markets

O portfólio de Hospitalidade, Alimentos e Bebidas da Informa Markets inclui uma série de eventos comerciais globais presenciais, virtuais e híbridos destinados a promover networking, oferecer conteúdo e proporcionar oportunidades de negócios para o setor. Com vários eventos estabelecidos no mercado mundial, como Hotelex Shanghai, Food&HotelAsia, HOFEX, Fispal Food Service e Abastur, o portfólio oferece um alcance de público incomparável em todo o mundo. São 28 eventos ao vivo e digitais nas principais cidades, incluindo Xangai, Hong Kong, Cingapura, Ho Chi Minh City, Seul, Kuala Lumpur, Mumbai, Bangkok, São Paulo e Cidade do México. Trabalhando ao lado de parceiros estabelecidos do setor, órgãos governamentais e profissionais reconhecidos, o portfólio visa trazer empresas, indivíduos e o setor como um todo para a vanguarda da inovação empresarial global, oferecendo soluções e oportunidades que atendam às necessidades de negócios atuais.

Fonte: JR1

Foto: FreePik

A partir de agora, clientes Gol podem usar whatsapp gratuitamente a bordo

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Desde a última sexta-feira, 1º de julho, os Clientes da GOL têm um motivo a mais para aproveitar suas viagens com a Companhia: eles poderão se manter conectados a bordo durante todo o voo sem pagar nada por isso.

A iniciativa foi lançada em parceria com o programa de fidelidade Smiles e oferece um pacote de mensagens durante todo o voo e para todas as rotas operadas pela GOL, tanto no Brasil quanto no exterior.

Com esse benefício gratuito, é possível trocar mensagens de texto nos aplicativos WhatsApp, Facebook Messenger e iMessage (não é permitido o envio de fotos, vídeos e áudios – apenas mensagens de texto). O pacote de Mensagens pode ser utilizado por todos os Clientes GOL na maior frota conectada do País e através da melhor internet da América do Sul, premiada recentemente pela APEX – Airline Passenger Experience Association.

Para liberar seu pacote de Mensagens sem custos é bem simples, o Cliente deve acessar a plataforma de entretenimento GOL Online e seguir o passo a passo:

  1. Coloque seu dispositivo em modo avião.
  2. Conecte-se à rede Wi-Fi da aeronave, chamada “gogoinflight”.
  3. Digite em seu navegador “wifionboard . com” ou, se preferir, leia o QR code no assento à sua frente com a câmera do seu celular.
  4. Pronto! Você já está no portal do GOL Online. Siga as instruções para ativar seu pacote gratuito de Mensagens.

“Os Clientes da GOL têm a sua disposição uma plataforma de entretenimento a bordo completa e gratuita, o GOL Online, com filmes, séries, TV ao vivo, música e muitas outras opções de conteúdo, que são acessados pelo seu próprio aparelho, celular, tablet ou computador. Além disso, podem também contratar o serviço de internet, com opções de pacotes a preços variados, de acordo com sua necessidade. E, agora, GOL e Smiles oferecem mais um benefício: o pacote de mensagens gratuito a todos os seus Clientes, encurtando ainda mais as distâncias entre pessoas e destinos. Uma comodidade para quem não abre mão de estar conectado mesmo nas alturas”, diz Carolina Trancucci, diretora de Experiência do Cliente da GOL.

A plataforma de entretenimento GOL Online – disponível em 100% das rotas da GOL – pode ser acessada de qualquer dispositivo móvel: smartphones, tablets e laptops. Lá mesmo o Cliente pode encontrar, além do pacote gratuito de mensagens, outras opções: pacotes Light 1 hora e Light voo todo, pacote Max, de altíssima velocidade, que dá acesso a streamings de áudio e vídeo, e pacote Mensal.

A Gol Linhas Aéreas

GOL Linhas Aéreas é a maior Companhia aérea do Brasil e líder no segmento corporativo e de lazer. Em 21 anos de história, democratizou o transporte aéreo no país e se tornou a maior empresa de baixo custo do setor, com a melhor tarifa da América Latina. A Companhia mantém alianças estratégicas com American Airlines e Air France/KLM, além de disponibilizar aos Clientes diversos acordos de codeshare e interline, trazendo mais conveniência e facilidade nas conexões para qualquer lugar atendido por essas parcerias. Com o propósito de Ser a Primeira para Todos, a GOL tem investido continuamente em produtos, serviços e atendimento para oferecer a melhor experiência de viagem aos seus passageiros. É a primeira empresa aérea da América Latina a oferecer aos seus Clientes a possibilidade de compensação voluntária da emissão de carbono de seus voos, entre outras iniciativas de ESG. A GOL prioriza a comodidade e o bem-estar, liderando em conforto com a maior oferta de assentos e mais espaço entre as poltronas; conectividade e entretenimento, oferecendo a mais completa plataforma com internet, filmes e TV ao vivo grátis; o melhor programa de fidelidade do mercado — SMILES, recentemente incorporada à GOL – e um atendimento ao Cliente reconhecido e premiado por diversas organizações, como ANAC, Reclame Aqui e Fórum Brasileiro de Relacionamento com o Cliente. No segmento de transporte e logística de cargas, a GOLLOG possibilita a captação, distribuição e entrega de encomendas para diversas regiões do País e exterior. Internamente, a GOL tem uma equipe de 15 mil profissionais da aviação altamente qualificados e focados na Segurança, valor número um da Companhia. Atualmente, a frota da GOL consiste em 142 aeronaves Boeing 737.

Fonte: Jornal Agora MS

Foto: Divulgação

Como formar um bom profissional para atuar em logística? O que se exige dele no mercado de trabalho hoje?

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O profissional precisa compreender as cadeias produtivas, as relações entre cliente e fornecedor, a economia de mercado, os marcos regulatórios e a infraestrutura disponível, de modo a escoar a produção da melhor forma possível, abrigar o melhor modal e as melhores condições de armazenagem.

Logística é uma disciplina de largo espectro que perpassa muitas outras. Ademais, no contexto amplo, ela se subdivide em muitas outras atividades de suporte.

“Quando estava iniciando minha vida profissional, na década de 90, e a logística representava, preponderantemente, transporte, armazenagem e distribuição, ministrávamos, nas universidades de Administração com Habilitação em Comércio Exterior, a disciplina Transportes e Seguros, a única que tratava do assunto em todo o curso com duração de cinco anos. O mundo globalizava-se celeremente e precisávamos de profissionais preparados para se comunicarem com as pessoas de outras nações, com diversidades culturais e em diferentes idiomas. Junto a tudo isso, a tecnologia e a transformação digital sinalizavam virem a ter protagonismo em breve, dada a escalada crescente das transações e a necessidade de se cumprir a função chave de integração e conectividade com precisão e segurança a baixo custo.”

Ainda segundo a análise de Carlos Cesar Meireles Vieira Filho, da Talentlog, Conselheiro TrendsInnovation e colunista do Portal Logweb, um bom profissional de logística precisa conhecer de sistemas, de processos (melhores práticas), de legislação e de pessoas, pois lidará com stakeholders de toda ordem, de todos os níveis culturais e profissionais.

“A visão global, espacial, as conectividades pela infraestrutura, o ecossistema no qual atuará, são requisitos fundamentais. Como solucionar este problema? Capacitação! Desde a existência de um curso superior de logística que abranja todas as competências necessárias para preparar um(a) profissional para o mercado, até os imprescindíveis estágios, incluindo visitas técnicas, são requisitos fundamentais para que se forme um bom profissional em logística”, acrescenta Vieira Filho.

Para a professora Dra. Sandra Lilian de Oliveira Façanha, coordenadora do Curso de Administração do Centro Universitário FECAP, uma das maiores deficiências do profissional de logística hoje tem a ver com uma formação aquém daquilo que seria o ideal, considerando o início de carreira para um profissional que atua em logística. E, em boa medida, a profusão de cursos de graduação, tanto bacharelados, caso do curso de Administração, uma fonte (entre outras) relevante para os profissionais da área, como os cursos superiores tecnológicos (CST) em Logística, colaboram para um nível de qualidade abaixo do que seria desejado!

“Digo isso porque, segundo dados do INEP de 2019, considerando-se somente os CST em Logística no Brasil, temos mais de 600 cursos presenciais e outras dezenas, talvez centenas, de cursos EaD que, juntos, oferecem cerca de 350 mil vagas. Um ponto específico da formação em cursos CST, que não ocorre nos cursos de bacharelado em Administração, por exemplo, é o fato de você entender como a logística se encaixa, influencia e pode ser influenciada pelas demais áreas de uma organização, seja ela com ou sem fins lucrativos, privada ou governamental.”

Uma forma de solucionar tal problema, naturalmente – segundo Sandra –, envolve a escolha de um curso que possa oferecer não apenas essa visão holística, mas muita qualidade ao longo dos anos de ensino. “Vale destacar que o mercado sempre busca especialistas, mas somente os especialistas que entendem como o negócio funciona como um todo, não partes do negócio!”

Já a análise de Aline Gomes, sócia-diretora da Conquer In Company, unidade de negócios da Escola Conquer focada em treinamentos corporativos, leva em conta que existe um ponto que engloba qualquer segmento, e isso se aplica também à logística. “Se formos pensar no gap de um profissional ‘comum’ para um profissional de destaque, encontraremos principalmente características que vão além da capacidade técnica de, por exemplo, criar relatórios em Excel e ter boa prática com ferramentas de TMS e WMS. Isso, com boa orientação e alguma prática, pode ser aprendido rapidamente.”

Profissionais desejados pelo mercado são notados pelas suas qualidades comportamentais, ressalta Aline. As empresas perceberam que a maior deficiência dos profissionais não está na falta de prática de algum software, mas em questões como adaptabilidade, negociação e criatividade para solucionar problemas, pois este é o verdadeiro cerne da profissão. São essas características que vão ajudar o profissional a lidar melhor com imprevistos e com pessoas, não as ferramentas.

“Então, se fosse sugerir como solucionar a questão, diria para os profissionais e empresas equilibrarem a educação técnica com treinamentos de soft skills. É dessa forma que formaremos profissionais mais completos, preparados e antifrágeis. Treinar o lado operacional, mas também comunicação, liderança e habilidades emocionais. Essa é a minha dica.”

Exigências

Falando sobre o que é exigido, hoje, de um profissional de logística para atuar no mercado de forma satisfatória, Vieira Filho, da Talentlog, diz que, primeiramente ele precisa ter visão sistêmica, integrada! É preciso ser curioso, estudar tendências, estar atento às inovações tecnológicas. Logística é, fundamentalmente, integração e conectividade; escala e alimentação dos sistemas sem interrupção, da primeira à última milha, promovendo maior produtividade, segurança e controle, sempre buscando custos competitivos.

O profissional precisa compreender as cadeias produtivas, as relações entre cliente e fornecedor, a economia de mercado, os marcos regulatórios e a infraestrutura disponível, vis-à-vis àquela capaz de escoar a produção da melhor forma possível, aquela que possa abrigar o melhor modal, as melhores condições de armazenagem. “Desse profissional irá ser requerido entendimentos diversos, como aspectos locacionais, relacionamento com os seus stakeholders, tecnologias de controle e rastreabilidade, as questões ambientais, de compliance e governança. Ética, o meu julgo, é default!”, diz o sócio-diretor da Talentlog.

Para a professora Dra. Sandra, do FECAP, cada vez mais está sendo exigido especialistas que entendam do negócio como um todo! Sendo assim, os melhores profissionais são aqueles que possuem uma visão do tipo “360 graus”, capacidade crítica e analítica, conhecimento razoável sobre tecnologia da informação e comunicação (sistemas cada vez mais automatizados e integrados, inteligência artificial, blockchain, realidade aumentada, realidade virtual, etc.) e, a bem da verdade, o domínio da língua inglesa.

Além disso, pensando de forma específica no desenvolvimento de cada profissional em uma organização, algumas características que o/a distinguem das “máquinas” são muito apreciadas, como iniciativa, criatividade, habilidades interpessoais, teamwork ou trabalho em equipe, adaptabilidade e resiliência, completa a coordenadora do Curso de Administração do FECAP.

Pelo seu lado, Aline, da Conquer In Company, destaca que em um mercado dinâmico como é o de logística, principalmente quando a demanda por entregas aumentou muito por conta da pandemia, o profissional precisa estar conectado com o momento e com a visão estratégica da empresa. Perguntar-se: qual é o meu papel estratégico na missão da empresa? E quanto a qualidade do meu processo logístico representa a qualidade que a empresa quer estabelecer com seus clientes?

“O profissional e suas práticas precisam de três componentes principais: agilidade, qualidade e resiliência”, acentua Aline.

Vários níveis

Quando a questão é se poderíamos classificar o profissional de logística em vários níveis, dentro da categoria, e quais seriam estes níveis e a função do profissional em cada um deles, dois dos participantes desta matéria especial respondem que sim.

Vieira Filho, da Talentlog consideraria os níveis mais usuais academicamente falando: o nível estratégico, o tático e o operacional. Em cada um desses níveis iremos encontrar profissionais e seus estágios de especificidades, de proficiência e responsabilidade! “Penso que os níveis superiores já estão de alguma forma supridos de recursos suficientes para prepararmos a alta gestão. Dispomos no Brasil de bons cursos MBA, especializações latu senso e universidade de primeira linha com programas stricto sensu para a formação de lideranças. Há, ainda, as formações internacionais em universidades e instituições de excelência no exterior que dão o grau ainda mais sofisticado à formação profissional da liderança. Firmo aqui a minha preocupação na capacitação inicial e universitária, pois ainda não temos consolidado no Brasil um curso de nível superior (+ 3.600 horas) que reúna disciplinas fundamentais de exatas e humanas para a formação de um profissional de logística. Somente aqui caberia mais uma razoável fala a respeito.”

Já Sandra ressalta que existem níveis básicos em termos de conhecimento e vivência na área, mas também existem diversos segmentos para o profissional de logística, porque trata-se de um campo muito amplo de atuação. Além dos segmentos usuais relacionados a transporte, armazenagem e afins, tanto para o mercado interno quanto para exportações ou importações, hoje temos novos campos de atuação, como é o caso do e-commerce e/ou startups.

Em cada um desses segmentos existem funções diversas em diferentes níveis que demandam, usualmente, um determinado conhecimento. Em nível operacional – atividades básicas do dia a dia, foco no curto prazo –, temos os cursos técnicos em logística e/ou CST em logística, produção ou comércio exterior. Em nível tático – atividades de supervisão de primeira linha, foco no médio prazo –, temos os mesmos CSTs anteriormente mencionados, bem como alguns cursos de bacharelado, como é o caso de administração e engenharia da produção. Por fim, em nível estratégico – atividades relacionadas ao planejamento de longo prazo da área e da empresa –, temos os cursos de bacharelado e, eventualmente, cursos de pós-graduação e/ou mestrado profissional.

“A pessoa interessada deve se capacitar de forma pertinente conforme o objetivo profissional dele ou dela, em estrito alinhamento com o nível desejado de atuação no mercado e, dependendo do segmento, existem ainda diversos cursos de curta duração que também podem ser exigidos, como é o caso do conhecimento de uma linguagem de programação para atuar em startups”, completa a coordenadora do Curso de Administração do FECAP.

Reconhecimento da profissão

No contexto de como fazer com que a profissão seja reconhecida pelos ministérios da educação e do trabalho e quais os caminhos, o colunista do Portal Logweb diz que somente a sociedade civil e acadêmica podem requerer o que acreditam lhes ser necessário e benéfico para o desenvolvimento da profissão. Terceirizar essa responsabilidade para o Estado é tergiversar sobre algo que a todos nós é tão caro. As entidades de classe precisam se unir, tanto aquelas que representam as prestadoras do serviço logístico (Operadores Logísticos, portuários, transportadoras, etc.), quanto aquelas que representam a indústria, a agroindústria e o comércio (embarcadores), para debater o assunto.

“Ao meu julgo, é a iniciativa privada que deve puxar essa discussão através de suas confederações, federações, associações, institutos e centros de estudos e pesquisas. Para tanto, é imprescindível ter a academia e o Estado nessa mesa de discussão. Realizar estudos e benchmarking no exterior faz-se mister. A vantagem é que tanto Operadores Logísticos, portuários, armadores, transportadoras, quanto embarcadores, têm aqui unidades de empresas multinacionais e podem contribuir bastante para esta troca de experiência. As universidades de primeira linha no Brasil, idem, quase todas têm convênios de cooperação técnica no exterior”, completa Vieira Filho.

Já temos, há mais de 20 anos, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), parte integrante do atual Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) cujo intuito é “expor, com a maior fidelidade possível, as diversas atividades profissionais existentes em todo o país, sem diferenciação entre as profissões regulamentadas e as de livre exercício profissional”.

Na lista da CBO encontramos diversas funções relacionadas à logística, como por exemplo: tecnólogo em logística, supervisor de logística, analista de logística, diretor de logística, etc. (Veja o box)

No entanto, complementa Sandra, do FECAP, cabe ressaltar que não há uma regulamentação para a atuação do profissional em logística, mas só o fato de ela existir na CBO já é suficiente para elevar sua visibilidade e importância, o que pode contribuir para a formulação de políticas públicas.

Formação dos profissionais

Cada uma das instituições mencionadas tem sua parte de responsabilidade na formação de profissionais qualificados, segundo a coordenadora do FECAP. “Eu diria que as escolas são responsáveis por uma base inicial robusta, e por ‘robusta’ entendam o que foi mencionado anteriormente. Já as empresas e/ou consultorias são responsáveis pelo aprimoramento dessa base inicial robusta na medida em que o profissional de logística pode amoldar a base obtida na escola à realidade do mundo dos negócios.”

Além das instituições mencionadas, Sandra diz que há um outro ponto relevante, que é o próprio profissional, responsável pelo seu desenvolvimento profissional, incluindo aí o famoso “lifelong learning” ou aprendizado por toda a vida. Como tudo evolui, se você obteve sua formação há cinco ou mais anos, talvez já esteja na hora de voltar para a escola fazer uma pós-graduação, se inteirar a respeito de novas ferramentas, conhecer novas pessoas, etc.

Para a coordenadora do Curso de Administração do FECAP, todos têm a sua parcela de responsabilidade: academia, prática e o próprio indivíduo, mas ela crê que resta ao último a maior parcela de responsabilidade, na medida em que – de fato – ele ou ela é a pessoa que faz as escolhas, certas ou não, ao longo da vida. Ele ou ela, de certa forma, tem que assumir a responsabilidade pela escolha de uma boa escola para se formar e, na sequência, escolher um bom emprego – por mais que tenhamos um mercado de trabalho bastante competitivo – para evoluir e, de forma simultânea, buscar continuamente seu próprio desenvolvimento através de um aprendizado constante (lifelong learning).

“Além da pessoa, se considerarmos de forma isolada somente a academia e a prática (o mundo ‘real’), creio que resta ainda uma parcela maior na academia, na medida em que, dependendo da qualidade de ensino, ao invés de aprender e aplicar na prática, a pessoa terá que desaprender para fazer diferença no mundo ‘real’.”

Já para Vieira Filho, da Talentlog, a formação de um profissional é dever de muitos, assim como é a formação educacional de um cidadão de um modo geral. Ainda que caiba ao Estado, através do Ministério do Trabalho (ou órgão que o substitua) a necessidade da elaboração da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), esta precisa, primeiramente, ser dinâmica, atualizada e permitir mudanças que tragam ao profissional e à profissão a definição mais clara e atual do mercado. Ocorre que muitas dessas classificações estão atreladas a normas universais, o que termina por dificultar atualizações e independência nas suas definições próprias a cada nação, região e setor.

“Desta forma, empresas jactam-se a preparar seus profissionais, com uma seleção mais criteriosa de seus candidatos a vagas de estagiários e treinees, buscando competências e habilidades ao aprendizado para atuarem no desenvolvimento e operações de sistemas e softwares, com habilidade em idiomas, boa comunicação (verbal e escrita), proficiência matemática, sensibilidade para as tendências, desenvolvimento tecnológico, inovação e visão sistêmica de processos.”

Por fim, mas não menos importante, cabe às escolas (universidades) desenvolver seus cursos, os mais atuais possíveis, mas dentro das linhas do Ministério da Educação (ou órgão que o substitua), ou desenvolvendo cursos de pós-graduação, MBA e outros de especialização. “É na fase universitária que a vocação se fortalece e se identifica. Sem uma graduação muito bem estruturada e aplicada com as disciplinas de fato voltadas ao mundo da logística, continuaremos a ter hiatos importantes na formação dos profissionais de logística no sentido mais completo”, acentua Vieira Filho.

É interessante notar que, para obter melhores resultados, muitas empresas com atuação em logística passaram a prover treinamentos internos. Veja a seguir.

Programas Internos

São vários os motivos que levaram as empresas participantes desta matéria especial a desenvolverem os seus programas internos de treinamento. Eles vão desde a formação de mão de obra necessária para impulsionar o negócio, até aqueles voltados ao aprimoramento dos seus colaboradores (veja mais no final desta matéria).

Afinal, como diz Fabiana Pauli, Head de Pessoas do Freto – logtech que une caminhoneiros a cargas, criando uma relação ganha-ganha entre transportadores, embarcadores e motoristas – a logística é abrangente, os profissionais desse setor necessitam de atualização constante e o principal desafio é se atualizar com base no acompanhamento tecnológico. “Por se tratar de um setor com diferentes oportunidades e evolução contínua, nem sempre os profissionais estão atualizados na velocidade que o mercado espera. Acompanhar a tecnologia e se antecipar é o desafio não só dos profissionais de logística, mas do mercado como um todo.”

Já Vinicius Callegari, co-fundador da GaussFleet – considerada a maior plataforma de gestão de máquinas móveis para siderúrgicas e construtoras –, ainda no contexto das necessidades do profissional de logística hoje para atuar no mercado, aponta o raciocínio lógico e a visão de negócios, além das suas atividades.

“Devido à carência de profissionais qualificados no mercado, as empresas têm se preparado para formar a própria mão de obra e, com isso, as deficiências podem ser corrigidas com programas de treinamento e qualificação interna. Desta forma, o setor acaba enfrentando maiores desafios na conscientização dos profissionais para trabalharem com segurança, bem como treinar e qualificar mão de obra para picos sazonais de volume e acabar perdendo rapidamente essa mão de obra para o mercado concorrente”, lamenta Cleiton Alves de Jesus, diretor de Recursos Humanos da ID Logistics – grupo internacional de logística de contratos com uma carteira de clientes equilibrada entre os setores de varejo, indústria, detail picking, saúde e e-commerce.

No caso da DP World Santos – empresa responsável pela operação de um dos maiores e mais modernos terminais privados multipropósito do Brasil, instalado na margem esquerda do Porto de Santos, SP –, a análise das deficiências do profissional do setor é diferenciada.

Alcino Therezo, diretor de Pessoas da empresa, alega que é preciso entender que o perfil do trabalhador do Porto mudou.  O Porto do trabalho braçal quase não existe mais e a sofisticação tecnológica, bem como a introdução de equipamentos de ponta nas operações demandam que as equipes sejam mais qualificadas. Para se ter uma ideia – continua Therezo –, todas as áreas, da operação ao administrativo, passaram por transformações, como a adoção de inteligência artificial, computação em nuvem e automação, que exigem cada vez mais profissionais para atuar em todos os tipos de projetos, em especial na segurança aduaneira, patrimonial, de dados, de carga, entre outras subdivisões. A transformação digital, que já estava na pauta das empresas, e a chegada dessas tecnologias fazem com que as equipes de TI sejam cada vez mais demandadas para projetos.

“Além disso, é fundamental que os profissionais que atuem com comércio exterior tenham um segundo idioma, como o inglês e o espanhol”, completa o diretor de Pessoas da DP World.

Exigências – Falando sobre o que é exigido, hoje, de um profissional de logística para atuar no mercado de forma satisfatória, Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas – especializada em transporte rodoviário de carga internacional e de veículos comerciais – diz que, não apenas na sua empresa, mas no mercado como um todo, o profissional precisa estar sempre disposto a aprender e se reinventar, tendo habilidade para lidar com mudanças e situações adversas.

Hoje, como em todo o mercado de trabalho, o profissional de logística, além das habilidades técnicas, tem que ter um bom desenvolvimento de suas soft skills, ou seja, é importante ter características comportamentais que estejam adaptadas à nova realidade do mercado de trabalho pós-pandemia. Estas habilidades estão focadas em como a pessoa lida com diferentes situações e com seus colegas de trabalho.

“Em nosso terminal – continua Therezo, da DP World Santos –, não adianta ter a habilidade necessária, trabalhar bem e ser devidamente qualificado se há falhas comportamentais. Logo, um de nossos desafios é encontrar profissionais que estejam alinhados a nossa cultura.”

Além disso, é essencial que o profissional tenha uma visão 360°, conhecendo o negócio da empresa, sendo flexível, e saiba trabalhar com as novas tecnologias. “Temos tido o cuidado ainda maior de selecionar trabalhadores com propósito, que se identifiquem com a posição, a carreira e com o Porto. Buscamos sempre pessoas que desejem verdadeiramente se qualificar e que queiram se desenvolver, pois no Porto os equipamentos, as operações e a gestão estão em rápida e contínua evolução”, completa o diretor de Pessoas da DP World Santos.

Também para Fabiana, do Freto, o que se exige hoje do profissional de logística é, além de capacitação técnica, atitudes que estejam alinhadas aos valores e à cultura organizacional e profissionais que buscam a inovação contínua e que tragam soluções inteligentes, acompanhando as novas tendências e tecnologias no cenário atual.

Callegari, da GaussFleet, também aponta raciocínio lógico para resolver os problemas e desafios que surgem diariamente, dinamismo para lidar com a pressão de múltiplas coisas importantes, e as vezes urgentes, resiliência para não ser engolido pela rotina caótica, capacidade de liderança, independente de ser formal ou não, para se relacionar com as pessoas e conseguir coordenar as mais low profiles.

“As exigências acabam sendo de acordo com o nível de função dentro das empresas, sendo assim, no geral, a empresa tem buscado insistentemente o engajamento dos profissionais no trabalho com segurança, no respeito à diversidade e inclusão, na inovação e na excelência operacional. Esses são quesitos que permeiam todos os níveis e posições hierárquicas das empresas”, completa Cleiton, da ID Logistics.

Rotatividade – Também é interessante notar como é a rotatividade na logística, sob a ótica das empresas que mantém seus programas internos de treinamento.

Por exemplo, Guedes, da ABC Cargas, falando em motoristas prestadores de serviço (categoria MEI), a rotatividade é bem alta, visto que eles possuem o “controle” da sua rotina e podem escolher as viagens que desejam e também ficam abertos a novas oportunidades de trabalho.

Já com relação aos motoristas contratados no regime CLT, essa rotatividade já é bem menor. Nesse sentido, diz o presidente da ABC Cargas, a empresa que investe e apoia o desenvolvimento e a qualificação dos profissionais acaba se tornando referência no mercado, ampliando seu poder de atração e retenção de talentos, o que certamente refletirá em desempenho diferenciado e melhores resultados.

Na ótica de Callegari, da GaussFleet, a rotatividade em operações logísticas (Centros de Distribuição, portos, fábricas, usinas, obras) é maior do que no planejamento de logística pela própria natureza das atividades. Um gerente ou diretor de operações logísticas que está na ponta tem muito menos glamour do que o executivo que está na Faria Lima (importante centro comercial e financeiro de São Paulo, SP). A rotatividade acaba sendo alta também, principalmente, em funções mais operacionais, como de recebedores de materiais, separadores de mercadorias, etc., justamente pela severidade do trabalho, acredita o co-fundador da GaussFleet.

“A rotatividade normalmente é a consequência de uma concentração de empresas do mesmo setor, numa mesma região, visto que há uma busca de profissionais qualificados em empresas do mesmo segmento, uma vez que temos dificuldade em buscar profissionais qualificados em instituições de ensino para qualificação profissional”, acrescenta Cleiton, da ID Logistics.

Fabiana, do Freto, lembra que o turnover faz parte de qualquer área de atuação, muitas vezes até ajuda a acelerar processos e trazer novos perfis e novas ideias. Mas, o principal, para diminuir a rotatividade, é estar com uma gestão preparada e alinhada à cultura organizacional, onde cada vez mais os profissionais buscam estar aderentes ao que acreditam e valorizam nas organizações onde atuam.

“Para mitigar a rotatividade, uma boa preparação da liderança é fundamental, junto de investimentos em atualização técnica, desenvolvimento comportamental, suporte organizacional adequado e estar em linha com o que o mercado vem praticando em termos de remuneração e oportunidade. Todos esses pontos fazem parte do processo de retenção e diminuição de turnover.”

Ainda de acordo com a Head de Pessoas do Freto, as empresas precisam reavaliar seu processo de contratação para se adequarem à nova realidade, entendendo: qual é o propósito das pessoas? O que elas buscam? O que oferecemos de diferencial na nossa experiência e jornada? Com essas simples perguntas é possível reavaliar o modelo de contratação e fazer de forma mais humanizada o processo do começo ao fim.

“Hoje, as pessoas buscam trabalhar em lugares onde a transparência e comunicação caminhem juntas. Aqui optamos por colocar todos na mesma página, através de uma rede social interna onde comunicamos todas as informações relevantes do Freto, sendo o mesmo local onde os profissionais podem se expressar e compartilhar as comunicações das suas áreas. A nossa responsabilidade é compartilhada nesse sentido e aqui todos somos comunicadores e temos fácil acesso às informações, o que garante clareza e transparência”, completa Fabiana.

Já no caso da DP World Santos, o turnover está abaixo da média do mercado global (1,27% versus 1,4%). Isso é resultado de uma série de ações em curso para engajar e reter os seus talentos, diz Therezo.

“Temos o nosso programa de recrutamento interno através do qual, em 80% das oportunidades de vagas que abrimos, damos preferência ao público interno, antes de iniciar uma busca por um profissional no mercado. É uma forma de acelerar o crescimento de carreira. Integrantes que estão há mais de um ano na empresa têm a oportunidade de participar do processo seletivo interno e concorrer às vagas disponíveis.”

Além disso, a empresa também oferece programas de qualificação aos funcionários, para prepará-los para as novidades que chegam ao setor.

A DP World Santos também possui um calendário de ações que valorizam os integrantes, suas famílias, promovem interações sociais e a participação deles. Por fim, a cada dois anos, o grupo DP World aplica em todas as suas unidades uma pesquisa de clima chamada “My World Survey”, para avaliar critérios como engajamento sustentável, liderança, cultura, sustentabilidade, segurança, comunidade e felicidade.

Resultados da má formação – Atrasos em entregas importantes devido a erros no controle de estoque ou relacionamento com transportadores, extravio de produtos, atraso em mobilizações pré-acordadas, falta de assertividade para reagir aos erros rapidamente, impactando o cliente o mínimo possível. Estes são os erros mais comuns, segundo Callegari, da GaussFleet, em razão da má formação do profissional de logística, e que a empresa já se deparou.

“Se considerarmos os motoristas, a má formação e a não reciclagem desses profissionais podem causar avarias e acidentes, resultando muitas vezes em grandes prejuízos e perdas não apenas para a empresa e para os clientes, mas para o trabalhador e para toda a sociedade. Por isso, investir em qualificação é mais do que necessário, é fundamenta!”, completa Guedes, da ABC Cargas.

A Head de Pessoas do Freto destaca que a falta de busca pelo autodesenvolvimento muitas vezes limita esses profissionais a contribuírem de forma diferenciada. Hoje, as empresas buscam profissionais não só qualificados tecnicamente, mas que estejam em busca constante e curiosa por antecipar novas tendências de negócio e sair na frente de forma competitiva. “No Freto, somos uma plataforma tecnológica a serviço da logística. Com isso, temos profissionais que conhecem tanto de logística quanto de tecnologia, a ideia é sempre unir as duas vertentes, avançando na melhoria contínua.”

Outro ponto relevante é que ainda vivenciamos um cenário na logística onde predomina a figura masculina. Nesse contexto, os profissionais precisam acompanhar cada vez mais o tema da diversidade, estando abertos a esse processo de transformação relacionado a temas de inclusão. “No Freto, estamos abrindo uma frente exclusiva de ESG visando oportunidade de tratar temas relevantes nesse contexto”, conclui Fabiana.

Para Cleiton, da ID Logistics, os maiores problemas com formação normalmente estão ligados à velocidade de formação que é exigida, uma vez que não há muitos profissionais qualificados no mercado e, com isso, as empresas acabam tendo uma grande necessidade de contratar e treinar rapidamente os profissionais para liberarem para operação.

“Esse pequeno tempo de treinamento e qualificação que normalmente é utilizado para formação dos profissionais gera problemas operacionais de procedimentos, baixa performance e, inclusive, avarias”, alerta o diretor de Recursos Humanos da ID Logistics.

Papel das empresas – Quando o assunto é o papel das empresas que atuam no setor de logística na formação de profissionais de logística, as respostas são diversas.

Callegari, da GaussFleet, acredita ser papel 100% das empresas, tanto as que atuam no setor de logística, quanto as que entendem a logística como diferencial competitivo. “A partir do momento que as empresas criam programas próprios, elas podem moldá-los às suas peculiaridades, e inclusive buscar pessoas com maiores chances de vingar dentro da cultura da corporação.”

Já Fabiana, do Freto, acredita que seja um papel com responsabilidades compartilhadas, do profissional, da empresa e da liderança.

Para a Head de Pessoas, a capacitação e formação não devem ser apenas atreladas a um curso específico ou formação e, sim, ao acompanhamento e desenvolvimento diário, com aplicação de feedbacks contínuos para mapear as principais dificuldades, gaps, oportunidades e elaborando um plano de desenvolvimento individual estruturado com ações diversificadas que aceleram o desenvolvimento de cada profissional.

“Um ponto de destaque nesse processo é aprender com os erros. No Freto, queremos pessoas que tomem riscos e ousem, porque quem ousa, cria. Então, não demitimos ninguém por errar e sim por não tentar. No dia a dia do Freto, todos os nossos freteiros têm livre acesso à alta liderança com simplicidade, isso valoriza o trabalho e as relações de cada um. Proporcionamos encontros específicos com a alta liderança, incentivando como empresa essa proximidade e troca de experiências. Não se trata de um monólogo e, sim, de um espaço de interação e abertura para novas ideias com diferentes níveis”, completa Fabiana.

Por seu lado, Therezo, da DP World Santos, falando sob a ótica de uma empresa com atuação nos portos, lembra que, hoje, os candidatos já chegam ao processo seletivo com algum nível de qualificação, tanto para funções operacionais quanto administrativas.

Isso acontece porque os principais players do setor desejam atrair profissionais técnicos, especialistas e generalistas que desejam prosperar no Porto, tornando o mercado de trabalho mais competitivo.

Para se diferenciar, um candidato deve buscar por instituições de ensino, públicas e privadas, reconhecidas para se capacitar e cursos relacionados a área em que deseja atuar, como, por exemplo, Gestão Portuária, Administração, Engenharia, Logística, Comércio Exterior, Relações Internacionais, entre outros. Conhecimento em um segundo idioma, preferencialmente o inglês, também é um diferencial, principalmente quando estamos falando de empresas globalizadas.

As empresas buscam, ainda, capacitar tecnicamente os profissionais. Nesse sentido, a DP World Santos também realiza treinamentos internos, de reciclagem e/ou opcionais, contribuindo com a busca pelo conhecimento, atualização e especialização.

Também falando sob uma ótica específica está Guedes, da ABC Cargas. Em relação aos motoristas, ele acredita que o treinamento oferecido seja imprescindível para que possam ser motoristas qualificados. “A empresa tem sua parcela, oferecendo oportunidades de capacitação, mas é importante que cada colaborador assuma também a responsabilidade pelo seu autodesenvolvimento, buscando sempre se qualificar como profissional.”

Realmente, os setores devem se preocupar com a formação de profissionais, visto que para o melhor resultado é necessário ser detentor de conhecimento das melhores práticas.

Ainda segundo Cleiton, da ID Logistics, as associações do setor, o Sistema “S” e o governo local têm a responsabilidade de unir forças para a capacitação de profissionais, visto que o país tem demonstrado em diversos municípios ou regiões a concentração de segmentos específicos, o que facilitaria direcionar programas setoriais de desenvolvimento de profissionais com boa qualidade técnica.

Programas internos – Veja a seguir os programas internos desenvolvidos pelas empresas participantes desta matéria especial.

ABC Cargas – Tem um programa de desenvolvimento dos seus motoristas, a Academia do Motorista, onde são abordados temas como: Atenção e ansiedade no trânsito; direção defensiva; gestão de combustível; saúde e segurança; riscos da estrada; sucesso do cliente.

DP World Santos – Desde que foi inaugurada no Brasil, em 2013, a empresa dedicou muita atenção e investimentos no sentido de capacitar os profissionais portuários. Em 2012, ainda na fase de obras, optou por formar sua própria mão de obra portuária. Foram contratadas pessoas sem experiência e a empresa investiu em treinamentos e programas de qualificação como uma das formas de motivá-los e engajá-los. Como exemplo, pode ser citado o “Programa Novos Operadores”, realizado em parceria com o Instituto de Capacitação Técnica Profissional (Incatep), de Santos, que teve o objetivo de capacitar profissionais para operar guindastes de cais e de pátio, contribuindo com a melhoria da mão de obra local. Para algumas vagas específicas, como operadores de portêiner e de transtêiner, os integrantes participaram de um intenso programa de qualificação fora do país, no Porto da DP World, em Callao, no Peru. Hoje, inclusive, alguns destes operadores se tornaram ATAPS (Advanced Trainer & Assessor Program), que é um Programa Global da DP World para multiplicar os aprendizados. Atualmente, vários operadores brasileiros são formadores de outros profissionais mundo afora, uma prática bastante importante e utilizada no Grupo DP World.

Freto – Hoje, a formação na empresa é pautada no desenvolvimento diário e acompanhamento dos profissionais baseado na confiança e na disseminação de experiência através dos talentos internos e Plano de Desenvolvimento Individual. Buscam no processo de recrutamento alinhar de forma clara as expectativas técnicas e comportamentais, em linha com o que o candidato busca em termos de propósito. O processo de recrutamento é pautado em perguntas exploratórias embasadas nos valores da empresa, buscando a todo tempo mapear se o candidato possui fit com o propósito e cultura do Freto.

GaussFleet – Na empresa é usado um programa desenvolvido pelo Walmart, quando ainda operava no Brasil, chamado “trainees de operações logísticas”. O programa contou com uma empresa externa para formatação de todas as etapas, que ia do preenchimento de testes de lógica e comportamentais, passando por dinâmicas em grupo e entrevistas individuais. Na época, a ideia era buscar talentos que não necessariamente tinham experiência em logística – embora já tivessem relevante experiência no mercado, até o nível analista –, mas que possuíam as soft skills necessárias para ser um futuro líder em médio prazo. Durante o programa, os trainees conheciam as diversas operações da empresa e suas peculiaridades, desenvolviam um projeto para uma operação designada, além de sessões de coaching individuais e em grupo. O programa tinha duração mínima de 8 meses e máxima de 12 meses, e após o período os trainees que obtivessem aprovação em um projeto 6 Sigma (todos passaram por formação greenbelt) desenvolvido em uma das centrais de distribuição da empresa, seriam contratados como gerentes de logística, equivalente a uma gerência Junior.

ID Logistics – Conta, internamente, com uma Universidade Corporativa que tem por objetivo desenvolver os seus profissionais em competências e qualificações técnicas, bem como comportamentais. Dentro dessa Universidade existem Academias de Liderança, Segurança, Finanças, Clientes, Compliance e Gestão de Estoques. Além da academia, há um programa de treinamento e desenvolvimento para o grupo operacional, chamado de “Excelência Operacional”, que tem por objetivo desenvolver os colaboradores da operação em atividades operacionais, procedimentos e reciclagem.

Qualificação dos profissionais dos transportadores ainda é um desafio

A capacitação profissional dos transportadores ainda é um desafio para as empresas de transporte rodoviário de cargas. O mercado de trabalho está cada dia mais exigente, buscando colaboradores capacitados em suas determinadas funções. Isso acaba impactando diretamente os trabalhadores desse setor, no qual muitos são resistentes a essas mudanças.

Os dados da pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes – CNT e do TruckPad, sobre o perfil do caminhoneiro, indicam que 15,6% dos motoristas de caminhão admitem que uma das ameaças do futuro da profissão está relacionada à falta de qualificação. E 49% dos entrevistados não fazem nenhum tipo de curso qualificado ou reciclagem ligados à profissão.

Regiane Amaral, coordenadora de treinamentos do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região – SETCESP, explica que a capacitação no mercado de trabalho vem se tornando requisito fundamental nas empresas. “O nível de competência de cada colaborador vem se transformando cada vez mais nas empresas, seja na área administrativa ou operacional, principalmente porque as empresas estão, aos poucos, se aprimorando em tecnologias para diminuição de custos. Tudo isso está ligado ao profissional para manter-se atualizado e apto às mudanças. A experiência não basta, é necessário sempre buscar atualizações e treinamento”.

A falta de eficiência pode dificultar os funcionários a alcançar objetivos de crescimento dentro de uma empresa. Com as capacitações corretas, juntamente com as tecnologias, é possível organizar uma equipe de excelência. O preparo auxilia o condutor a lidar com as situações de risco nas viagens, garantindo rapidez e qualidade nas entregas, bem como o aperfeiçoamento de áreas administrativas na gestão interna e externa da empresa e relacionamento com clientes e fornecedores.

“Para alcançar essa qualificação contínua, as empresas devem buscar treinamentos e cursos relacionados a todos os setores, atualizando-os constantemente de acordo com as inovações e modernidades do mercado. É preciso ter instrutores bem capacitados, sempre de olho nas demandas do segmento, cursos livres, rápidos e práticos, além de se adaptar entre modalidades presencial, on-line (ao vivo) e EAD (gravado), com uma programação bem elaborada para que cada profissional consiga conciliar com a rotina de atividades”, afirma Regiane.

Em um mercado que exige eficiência e segurança das transportadoras, ter trabalhadores preparados para encarar os desafios existentes nas estradas, leva as empresas a se destacarem pela oferta de um trabalho de alta qualidade e seguro.

“O SETCESP tem uma grande tradição em treinamentos, desde 1984, capacitando cerca de 1.000 profissionais por ano. É um importante caminho para obtermos um setor cada vez mais informado e preparado perante as atualidades que só tendem a crescer, principalmente, pelo avanço da tecnologia”, finaliza a coordenadora.

Logística on the job: profissão ou função?

Nesta sua análise sobre o profissional do setor, José Geraldo Vantine, fundador e presidente da Vantine Logistics & Supply Chain Consulting e também colunista do Portal Logweb, deixa claro que a profissão não é regulamentada por lei e que não há formação específica (à exceção do Tecnólogo).

“Na prática, para os que possuam cursos superiores podem se especializar em diversos níveis desejados com cursos existentes em Especialização, Pós-Graduação, MBA, Mestrado, Doutorado (aqui é possível encontrar subsídios no portal do MEC e procurar por CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior)”, diz Vantine.

O Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia também pode ser consultado no portal do MEC, e lá está regulamentado o “Curso Superior de Tecnologia em Logística” (1.600 horas). A FATEC oferece cursos com mais amplitude, com 1 ano a mais, cerca de 2.400 horas. Portanto, o graduado nesses cursos pode usar o título de “Tecnólogo em Logística”.

No entanto, ainda segundo o colunista do Portal Logweb, na esfera do Ministério do Trabalho, temos o CBO – Classificação Brasileira de Ocupação” (www.mtecbo.gov.br) e podemos encontrar diversos códigos de ocupação. Esses códigos são os que a área de Recursos Humanos das empresas deve registrar na Carteira Profissional. Portanto, aqui estão por exemplo: Analista de Logística (Código 2527-15), Auxiliar de Logística (Código 4141-40), Conferente de Logística (Código 4141-20) e até “Cargos” de nível “C”, como Diretor de Logística e Suprimentos (Código 1226-05).

Há poucos anos (2016), o Ministério do Trabalho incluiu a ocupação de “Engenheiro de Logística”, (Código 2149-45). Esse código 2149, chamado de família ocupacional, corresponde ao setor de Engenheiros de Produção, Qualidade, Segurança e afins e, por sua vez, pertencem ao Grande Grupo 2, que agrega as ocupações que compõem os profissionais das Ciências e das Artes.

“Parece complicado, mas é simples, embora não seja tão lógico”, comenta Vantine. E ele conclui: “Se você trabalha em qualquer atividade ligada à Operação e Gestão da Logística, em qualquer segmento, só se intitula ‘Profissional de Logística’ como ‘cargo’ ou ‘função’, salvo se tiver a função explícita de ‘Tecnólogo em Logística’ e ‘Engenheiro de Logística’ conforme o CBO.

Na prática a teoria é outra

Vantine vai mais além em seus comentários: “Como escritório de consultoria, somos um laboratório de avaliação da competência e experiência do profissional, atendo em processos de Logística. No recrutamento de consultor pleno, por exemplo, usando o Linkedin como busca, no máximo em três dias chegamos a receber 100 candidatos, sendo que 90% deles nem leem os requerimentos, e dos 10% restantes, com muito esforço conseguimos um ou dois candidatos para entrevista. Mas por quê? Porque são profissionais com baixo nível de preparação, mais focados em mostrar experiência, grande parte relacionada às suas atividades. Enfim, entre a Teoria e a Prática, a maioria só fica na Prática. Aliás, essa situação também pode ser observada nas inúmeras postagens nas redes sociais repletas de erros conceituais, o que demonstra o pouco interesse no estudo e nas leituras, especialmente com o uso da internet que traz o Mundo da Logística e a Logística do Mundo às nossas mãos.”

Não existe a categoria “Profissional de Logística” no aspecto de regulamentação como classe, mas os profissionais que atuam em algum setor, em alguma atividade do vasto mundo da Logística devem procurar a especialização, adverte o presidente da Vantine Logistics & Supply Chain Consulting. “Mas de bom nível, devendo o interessado consultar as ementas e os currículos dos professores.”

Fonte: Logweb

Foto: FreePik/senivpetro

Olist é eleita empresa inovadora de 2022 pelo MIT Technology Review

Estudo realizado com mais de 1000 empresas que atuam no Brasil classificou o Olist entre as 20 mais inovadoras do país

O Olist, ecossistema líder em soluções de e-commerce para varejistas e marcas digitais, foi classificado como uma das 20 empresas mais inovadoras do Brasil pelo Technology Review, plataforma de conteúdo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a maior publicação do segmento do mundo. O Innovative Workplaces avaliou mais de 1000 empresas com atuação no Brasil de todos os tamanhos e segmentos, de startups a multinacionais.

“Estar ao lado de empresas com tradição em inovação, governança e construção de processos, comprova que todos os esforços realizados até agora pelos times do Olist nos levaram a este reconhecimento. E a inovação é sobre pessoas, e não apenas as tecnologias aplicadas, e são nossos colaboradores que a cada dia criam soluções que transformam negócios de todos os tamanhos”, comemora Bruno Martins, CTO do Olist, que esteve na cerimônia de entrega da premiação representando a empresa.

As soluções desenvolvidas pelo Olist são pautadas em alta tecnologia e serviços de ponta, facilitando a digitalização e crescimento dos pequenos e médios comércios. Entre os serviços oferecidos pela empresa estão plataforma de e-commerce, sistema de gestão ERP, marketplaces e logística integrados, possibilitando um crescimento escalável e consistente para varejistas online.

Na primeira listagem do Innovative Workplaces feita no Brasil, as 20 empresas consideradas as mais inovadoras pela publicação foram: AMBEV; Braskem; C&A; Banco Carrefour; Cisco; Conexa Saúde; G4 Educação; Generali; Hospital Albert Einstein; iFood; Movida; Nestlé; Olist; Omnify; Reserva; SAS; Siemens; Tecban; Vibra Energia; Wemobi. As companhias são divulgadas em ordem alfabética e não há um ranking entre elas.

Para chegar ao resultado, as empresas foram divididas em grupos e analisadas sob quatro perspectivas diferentes: gestão, marketing, processos e produtos. Durante as avaliações, executivos de diferentes áreas de cada empresa foram submetidos a entrevistas e compartilharam informações e dados de cada pilar avaliado. Por meio da análise da inovação sob a ótica da gestão, dos produtos, marketing e processos, a Technology Review avaliou o índice de inovação das empresas participantes até chegar às 20 melhores classificadas que foram certificadas com selo Innovative Workplaces Brasil.

O Olist

O Olist é um ecossistema líder em soluções de e-commerce para PMEs e marcas digitais, com foco em vendas multicanal e omnichannel. Suas ferramentas são pautadas em alta tecnologia e serviços de ponta, que integrados ajudam a digitalizar e crescer a operação de pequenos e médios comércios e marcas. Com as aquisições de Pax – logitech , Tiny – sistema para gestão de empresas e Vnda – plataforma de e-commerce, a empresa expandiu o leque de soluções para além dos marketplaces, oferecendo serviços estratégicos com foco no crescimento escalável e consistente de operações de e-commerce. No último ano, a startup entrou para o rol de unicórnios e expandiu sua operação para o México. Com esse modelo de negócio, o Olist empodera mais de 45 mil lojistas em todas as etapas da operação de vendas.
Saiba mais em olist. com 

A MIT Technology Review Brasil

Lançada no país em outubro de 2020 com proposta inovadora no cenário editorial brasileiro, a MIT Technology Review é referência no Jornalismo de autoridade em tecnologia. A reputação da MIT Technology Review deriva de seus 121 anos de tradição de relatórios sobre novas tecnologias e do seu relacionamento exclusivo com a principal universidade do mundo em pesquisa e inovação

Foto: Divulgação

Aplicativos de trânsito contribuem para avanço das tecnologias em mobilidade

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No Brasil, fabricantes de equipamentos como os radares, por exemplo, já estão desenvolvendo sistemas que possibilitem a integração entre motoristas, veículos e aplicativos de trânsito.

Os aplicativos de trânsito — criados, em sua maioria, para oferecer segurança, reduzir tempo e possibilitar economia aos motoristas — têm sido grandes aliados no desenvolvimento de novas tecnologias em mobilidade urbana, bem como no aperfeiçoamento das ferramentas já existentes como, por exemplo, os radares, lombadas eletrônicas e sistemas de pesagem.

Isso porque os aplicativos conseguem mostrar com precisão ao motorista o melhor trajeto, coletar dados das vias, alertar sobre condições do trânsito, sobre acidentes, bloqueios de vias, condições climáticas e muito mais. Tudo acontece 24 horas por dia.

Paralelamente a isso, os equipamentos de mobilidade também são desenvolvidos com o propósito de aumentar a segurança e oferecer subsídios para o controle, planejamento e para gestão da urbana mais sustentável.

No Brasil, fabricantes de equipamentos em tecnologia de mobilidade já estão desenvolvendo sistemas que possibilitem a integração entre motoristas, veículos e aplicativos de trânsito.

“Neste exato momento, soluções plenamente digitais para a realização de sistemas de ITS ultra seguros e eficientes estão sendo projetados e implementados baseados, principalmente, nestes três pilares tecnológicos”, afirma Guilherme Araújo, especialista em mobilidade e presidente da Velsis, empresa paranaense de tecnologia em trânsito.

Hoje, as tecnologias são fabricadas utilizando inteligência artificial e integrando dados, vídeos e imagens para otimizar ações de fiscalização fazendárias, ambientais, de trânsito e de segurança pública nas rodovias e vias públicas.

Integração — No que se refere aos radares os aplicativos e equipamentos se complementam. A cada novo radar instalado em uma via, o aplicativo mapeia o ponto e alerta o condutor, que instantaneamente reduz a velocidade.

Já os equipamentos são dotados de sensores que possibilitam identificar o perfil de tráfego, a velocidade e geometria do veículo em toda a seção da via, inclusive entre as faixas, e captam informações do veículo, como cor, modelo e situação perante os órgãos de trânsito.

“Estamos em um momento da história em que se torna mais frequente a fusão de tecnologias para realizar funções complexas, para melhorar a experiência e a segurança dos usuários, trazendo benefícios para a sociedade”, reforça Guilherme.

Avanços — Segundo ele, pode-se esperar que em breve as vias e os veículos, bem como as pessoas, irão se comunicar, interagir e tomar decisões em tempo real. “Isso irá gerar um novo nível de cognição e grandes ganhos em segurança no trânsito, gestão de tráfego e garantias de direitos da sociedade”, afirma.

Além dos aplicativos e dispositivos de trânsito eletrônicos embarcados, a instrumentação viária e a tecnologia dos veículos prometem uma grande revolução no transporte de pessoas e cargas, com algoritmos avançados baseados em inteligência artificial.

Para que se tenha ideia, a tecnologia nos veículos está evoluindo de forma tão rápida que prometem se deslocar de forma segura e eficiente até o destino solicitado pelo usuário.

Além disso, o grande número de sensores e instrumentos presentes em praticamente todos os veículos atuais – incluindo soluções para motorização e monitoramento de componentes como freios, amortecedores e outros itens têm alta conectividade. Eles enviam dados de forma constante para os fabricantes para a realização de funções como manutenção preditiva e melhorias de projeto.

No que se refere à infraestrutura viária, observa-se evolução na mesma velocidade. O monitoramento avançado do tráfego e a geração de dados de altíssima precisão – fundamentais na concepção das soluções de Smart Cities e Inteligent Transportation Systems (ITS) – para a operação de veículos autônomos e soluções preditivas de acidentes.

Confira alguns aplicativos que contribuem com a mobilidade no trânsito:

1. Waze

Entre os recursos de navegação, o Waze ganha destaque por ser integrado a uma comunidade de usuários, simplificando o trânsito nas estradas e rodovias.

2. Google Maps

Com o Google Maps também é possível acompanhar o trânsito em tempo real e horários de pico, assim como acidentes próximos e vias fechadas. Além disso, também há informações sobre restaurantes na estrada, tendo acesso ao cardápio, avaliações de clientes, preços e fotos da fachada e do ambiente interno.

3. Moovit

É uma ferramenta de mobilidade urbana que calcula rotas dos serviços de transporte público, como metrô, ônibus, trens e até barcas. No Brasil, ele funciona nas maiores metrópoles do país.

4. Carrorama

É um app que compila dados. Com ele, caminhoneiros e gestores têm acesso uma variedade de informações sobre seus veículos, permitindo saber quanto está gastando com cada um. Isso sem falar no sistema de notificação, que comunica os usuários quando alguma providência precisa ser tomada.

5. TruckPad

Um dos maiores destaques da tecnologia para o caminhoneiro é a otimização e o planejamento de viagens, tanto para a conexão entre quem procura fretes e quem os oferece quanto para o aproveitamento do tempo. Nesse sentido, o Truckpad é pioneiro, pois pode ser usado por empresas e motoristas.

6. Radarbort

O aplicativo que combina alertas em tempo real com sistema de aviso de radares offline. Com o Radarbot é possível obter informações sobreradares, alertas de trânsito em tempo real e limites de velocidade específicos para automóveis, motos, caminhões e veículos comerciais.

Foto: Schutterstock

Startups de São Paulo receberam 81,7% dos investimentos de risco no Brasil, revela pesquisa

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Estudo realizado pela Movile, investidora de longo prazo em empresas de tecnologia na América Latina, e conduzido pelo Distrito, mostra que o estado de São Paulo concentra a maior parte (81,7%) do volume investido no Brasil. As startups paulistas receberam USD 14,3 bilhões em 1.337 deals nos últimos cinco anos (2017-2021), fazendo com que o estado represente 52% das transações realizadas no País.

O estado é tão forte, que representa, sozinho, praticamente 50% do valor investido no período nos quatro países analisados: Argentina, Colômbia e México, além do Brasil. Isso ocorre tanto pelo número de startups baseadas no estado quanto pela quantidade de negócios maduros, que receberam mega-rounds, transações acima de USD 100 milhões.

No ranking de volume aportado no País, o estado é seguido pelo Paraná, que recebeu USD 1,16 bilhões em 135 deals, e o Rio de Janeiro, que registra USD 516,2 milhões em 133 rodadas, no mesmo período.

Metodologia da pesquisa

O levantamento analisou o panorama de investimentos de risco em startups na América Latina nos últimos cinco anos com foco em quatro países: Brasil, Argentina, México e Colômbia. As informações foram selecionadas a partir de uma análise do banco de dados proprietário do Distrito, consultas a bancos de dados abertos e informações públicas de fontes especializadas. Os critérios de seleção de startups considerados foram: ser definida como empresa que possui a inovação no centro do negócio na base tecnológica, no modelo de negócios ou na proposta de valor; ter operação independente; ter origem e operação no Brasil, México, Colômbia e Argentina; ter recebido investimento e/ou ter sido adquirida no período analisado (01 de janeiro de 2017 a 02 de dezembro de 2021); e ter recebido investimento do tipo Anjo, Pré Seed, Seed, Series (todos os tipos) e Private Equity.

Para baixar o relatório completo, acesse o link.

A Movile

A Movile é uma investidora de longo prazo em empresas de tecnologia na América Latina e visa ser a maior ‘thesis maker’ da região. A companhia atua diariamente para acelerar as empresas investidas e seus profissionais de forma a atingirem um crescimento exponencial e liderarem mudanças que transformam o mundo. Por meio de sua expertise em cultura, estratégia, M&A, finanças e gestão, apoia companhias como iFood, MovilePay, Afterverse, Sympla, Sinch, Zoop, a55, Mensajeros Urbanos, Moova e Sandbox & Co. Além disso, a Movile e suas investidas apoiam a Fundação 1Bi com o objetivo de fomentar projetos de tecnologia para impacto social e promover oportunidades por meio da tecnologia. Para mais informações, acesse o site da Movile.

Foto: FreePik rawpixel.com

Presidente da Abralog entrevistado no site da associação francesa Afilog

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A logística do Brasil entre resiliência e transformação

Durante sua visita ao SITL 2022, Pedro Moreira, presidente da Abralog, fez um relato sobre o setor logístico brasileiro, emergindo da pandemia de Covid-19, e em um contexto internacional adverso. Ele destacou a oportunidade de discutir sinergias com os seus companheiros franceses da Afilog https:\/\/www.abralog.com.br//abralog.agenciahypelab.com.br//www.afilog.org/, a situação global, e também os painéis fotovoltaicos nos armazéns.

Qual a participação da logística na economia brasileira?

A logística representa aproximadamente 12,5% do PIB brasileiro, o que é uma proporção satisfatória quando sabemos que está em torno de 10% na Europa e 8% nos Estados Unidos. Mas este valor também se explica pelas nossas deficiências e pelas despesas que geram uma rede de transportes desequilibrada: 61,1% da nossa atividade opera por rodovias, seguindo-se as ferrovias (20,7%), hidrovias (13,6%), oleodutos (4,2%) e aéreo (0,4%). Não temos uma rede ferroviária bem desenvolvida, e ainda fazemos pouco uso do transporte fluvial ou ao longo do nosso vasto litoral. A prática da multimodalidade ainda está longe. Todos esses fatores levam ao aumento dos tempos de trânsito e do estoque, que criam gargalos e aumentam os custos logísticos.

Por muitos anos, sucessivos governos lançaram planos de logística e infraestrutura de curto prazo, que estavam em constante mudança. Mas o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e seu sucessor, o atual ministro Marcelo Sampaio, fizeram a diferença. Foi implementado um plano de infraestrutura real, sólido e de longo prazo. Desde 2019, o Brasil privatizou 81 ativos, incluindo portos, aeroportos e estradas, gerando mais de US$ 20 bilhões em investimentos. E tudo isso continuou apesar da pandemia, o que é notável. Mas devemos continuar a aplicação adequada deste plano e seu ritmo de execução. Graças a isso, o Brasil está a caminho de ter uma infraestrutura de transporte bem desenvolvida e equilibrada nos próximos anos.

Como a logística brasileira superou a crise do Covid-19 e que lições resultaram, dois anos depois?

Cidade de São Paulo

Aprendemos muito com esta pandemia, que teve um efeito revelador: as empresas que souberam se adaptar conseguiram se reinventar e superar a crise. No Brasil não tivemos nenhuma interrupção na cadeia de suprimentos durante a pandemia, o que é muito satisfatório, porque historicamente não tínhamos uma cultura de colaboração muito desenvolvida, as empresas relutavam em trocar informações. Mas a pandemia virou tudo isso de cabeça para baixo e agora os concorrentes estão negociando muito mais entre si para evitar colapsos.

A pandemia também acelerou a mudança para a digitalização. Antes, muitas empresas tinham uma agenda de cinco anos nesta área. Agora,  elas sabem que precisam ser capazes de olhar apenas seis ou 12 meses à frente, o que é uma grande mudança. Outro número também ilustra essa profunda mudança: antes da Covid-19, o comércio eletrônico representava 5% do comércio brasileiro. De 2019 a 2021, esse número triplicou, chegando a quase 15%, e as previsões evocam 25% para os próximos anos, o que é enorme.

Quais poderiam ser as consequências da situação atual da Ucrânia na logística brasileira e, de forma mais geral, na América Latina?

O cenário que vivemos tem causado rupturas nas cadeias de abastecimento. Isso não diz respeito apenas às organizações no Brasil, mas em todo o mundo. Estamos vendo atrasos e prazos de entrega mais longos, falta de fornecimento, falta de visibilidade, volatilidade de preços, etc. Isso incentiva as empresas a se reposicionar em cadeias de suprimentos mais regionais. O Brasil sabe o quanto é importante se aproximar de outros países da América Latina, Estados Unidos e Europa para evitar desabastecimento. Veja o caso da Rússia, maior produtor mundial de fertilizantes, sendo que o agronegócio responde por 35% do nosso PIB. Portanto, o risco de desabastecimento para os próximos meses é real. São consequências globais que não poupam o Brasil, e obviamente temos que nos preocupar com elas.

Quantos metros quadrados de painéis fotovoltaicos estão instalados nos armazéns brasileiros?

De um total de 20 milhões de metros quadrados de armazéns classe A, menos de 10% estão hoje equipados com painéis fotovoltaicos. Embora o Brasil seja autossuficiente em energia, vive sua pior crise hídrica em 90 anos, o que elevou o preço da eletricidade. A eletricidade da rede pode representar até 25% do custo total dos armazéns, o que incentiva as empresas a recorrer a outras alternativas, como solar e eólica, que estão em forte desenvolvimento. A parcela de painéis fotovoltaicos instalados nos armazéns brasileiros ainda é baixa, mas novos projetos já incluem esse componente.

GLP, Louveira-SP

A lenta transição é explicada pelo custo dos painéis e baterias de lítio, o que ainda não permite rentabilizar o armazenamento de eletricidade. Além disso, somos dependentes das importações de lítio da China, cuja disponibilidade é escassa e sujeita a altas taxas de importação. No entanto, a capacidade das baterias de íons de lítio pode aumentar mais de cinco vezes até 2030, o que ajudará a reduzir custos, melhorar o retorno do investimento e acelerar a expansão da energia solar. Em um país como o Brasil, que goza de uma insolação muito alta, os painéis fotovoltaicos nos telhados dos armazéns oferecem grandes possibilidades que devemos saber explorar a médio e longo prazo.

Um ano e meio após a parceria firmada entre Afilog e Abralog, que lições você tira dessa colaboração e seus benefícios para ambas as associações?

A Afilog e a Abralog se conhecem há muito tempo, graças a vários encontros anuais no SITL. Começamos a conversar com mais regularidade durante a pandemia para identificar como unir nossos esforços e criar uma melhor colaboração logística. Acho que a França desenvolveu muito boas práticas em termos de logística, principalmente urbana, e esse é um modelo que também gostaríamos de adotar. O Brasil representa um grande potencial para a França em termos de investimentos em imóveis e tecnologia, etc.

Quais são os pontos comuns da logística urbana entre a França e o Brasil e como os dois países podem aprender com suas respectivas experiências?

A França apresenta, sem dúvida, modelos eficientes de logística urbana nos quais devemos nos inspirar. Na região metropolitana de Paris, vemos terminais urbanos, com conexões ferroviárias e fluviais que facilitam muito as transferências, abastecimento de lojas e distribuição de última milha, que não temos em nossas regiões metropolitanas.

Acredito que as duas associações podem construir juntas um forte programa comum, compartilhando seus conhecimentos e práticas para gerar novas oportunidades para seus associados. Já organizamos vários webinars, com o objetivo de realizar estudos comparativos, por exemplo sobre energias renováveis: podemos avaliar as experiências, as diferenças, e levar essas lições em consideração para implementar soluções adequadas. Também criaremos delegações que visitarão os dois países.

Fotos: Divulgação Afilog

Antecipação de recebíveis junto a fintechs é alternativa para capital de giro

Capital de giro, nessa retomada pós-pandemia, tem sido um dos grandes problemas para as empresas do segmento logístico, uma dificuldade agravada pelos constantes aumentos do diesel. A operação de crédito conhecida como “Risco Sacado” pode ser uma alternativa eficiente para a captação imediata de recursos financeiros, e tem sido bastante utilizada para fortalecer o fluxo de caixa, uma vez que permite que a empresa âncora antecipe o pagamento dos títulos a receber dos seus fornecedores por meio de um produto financeiro que não consome a linha de crédito com o banco.

Este conteúdo, publicado pela Sky.Simple, plataforma de antecipação de recebíveis do grupo Sky.One Solutions, apresenta essa solução, cujo uso tem crescido na área de logística. 

Risco sacado nas empresas – Sabemos que o mercado possui grandes provedores, que, muitas vezes, podem utilizar do seu poder de negociação para pressionar os fornecedores com descontos e prazos maiores.

Neste contexto, quando uma empresa conta com uma operação de crédito sacado, os fornecedores, principalmente os menores, apresentam a possibilidade de atender os prazos solicitados pelo mercado e antecipar o seu pagamento com taxas mais competitivas do que as oferecidas pelos bancos tradicionais.

Assim, a chamada empresa âncora (empresa compradora), ganha eficiência e o fornecedor consegue equilibrar seu fluxo de caixa, investir em nova produção e vender mais.

Nesse sentido, a tendência é que as empresas deixem de operar os serviços financeiros por meio de uma plataforma bancária e passem a utilizar o software de gestão (ERP). Mas, para isso, é necessário que este software esteja integrado a todos os processos, inclusive financeiros. Pensando nisso, a Sky.One conta com o Integra.Sky, solução iPaaS que gerencia todas as integrações através de um conector único, simples e seguro.

Mas, por que não optar pelo serviço oferecido pelos bancos? – Atualmente, os bancos oferecem o crédito, no entanto, todo o trabalho operacional fica sob a responsabilidade do cliente. Além disso, as integrações são limitadas, sendo necessário uma conciliação manual. A plataforma de risco sacado, por outro lado, é mais flexível, integrada de ponta a ponta e 100% digital.

Outro ponto importante é que o banco oferece uma linha de crédito e a empresa âncora fica responsável por toda a operação, ou seja, precisa oferecer o serviço para, muitas vezes, milhares de fornecedores, gerenciar as demandas, executar as operações e fazer todas as conciliações.

No fim, há um aumento no trabalho da área financeira e a oferta é direcionada apenas para os maiores fornecedores, deixando de fora aqueles que mais precisam do crédito.

Com a plataforma de risco sacado, a operação é totalmente automatizada e a oferta de crédito chega para todos, mesmo para os menores fornecedores. Assim, a maior diferença está no processo e no serviço, e não no produto financeiro em si.

Portal de fornecedores: tecnologia que facilita a comunicação entre as duas pontas – O portal do fornecedor da Sky.One é um canal de comunicação criado entre a empresa âncora e seus fornecedores, que permite a consulta do histórico de relacionamento, o acompanhamento dos títulos vigentes e a antecipação dos valores que os fornecedores só receberiam no futuro.

Assim, o principal objetivo da solução é automatizar 100% o processo, auxiliando os fornecedores a acompanharem os detalhes dos seus títulos e, caso desejado, solicitar a antecipação de parte ou do total dos valores a receber.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Sky.One, o portal de fornecedores da companhia reduziu em 83% o número de ligações, e-mails e interações em busca de informações sobre os títulos das empresas.

O fato ocorreu, uma vez que a plataforma de risco sacado é totalmente integrada ao ERP por meio de APIs, que atualizam as informações em tempo real e sem necessidade de conciliação.

Desta forma, a plataforma cria um novo canal de comunicação com os fornecedores, avisando sobre pagamentos, quando um novo documento está disponível ou quando uma observação ou desconto são aplicados a um título e acaba facilitando a rotina, tanto da empresa âncora, quanto dos fornecedores. Isto ajuda também a aumentar a satisfação e a alavancar os negócios. Quer saber mais sobre as tecnologias que a Sky.One oferece para o mercado financeiro? Acesse aqui.

Foto: FreePik

Wilson Sons lidera setor de apoio portuário para projetos de geração de energia eólica

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Com o aumento da participação da geração eólica na matriz elétrica brasileira, as operações voltadas para projetos desse segmento seguem em destaque na Wilson Sons. A companhia é líder no apoio portuário a navios que transportam cargas de projeto, realizando cerca de 300 manobras por ano, no qual estão inseridas as operações com embarcações que transportam equipamentos para os parques de geração de energia eólica no Brasil.

A complexidade do transporte das turbinas e hélices é mais intensa nos trechos terrestres, mas também está presente na logística marítima. Neste caso, o transporte desses equipamento é feito por meio de navios específicos para a movimentação de grandes maquinários (carga de projeto), denominados “General Cargo Ship”, que demandam rebocadores eficientes e potentes para garantir a segurança da operação, por conta das dimensões físicas e do alto valor dos equipamentos.

De acordo com dados da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) referentes a março deste ano, 80% dos parques brasileiros estão localizados no Nordeste, região que tem um dos melhores ventos do mundo para produção eólica. O ranking de estados com maior número de aerogeradores no país é liderado pelo Rio Grande do Norte (2.722), seguido por Bahia (2.456) e Ceará (1.121). Acompanhando esta demanda, os portos com maior atuação da Wilson Sons no segmento estão localizados na região Nordeste, com destaque para Pecém (CE), Fortaleza (CE) e Salvador (BA), terminais relevantes para o transporte dessas cargas.

Atualmente, a produção eólica é responsável por 11,8% da matriz elétrica brasileira, atrás apenas da geração hidrelétrica, que representa 56,4%. O Brasil, que em 2012 ocupava o 15º lugar no ranking mundial de capacidade instalada de energia eólica, já avançou para a 7ª colocação, em 2020.

Com a perspectiva da instalação de parques offshore, o crescimento deve ser ainda maior no futuro. Para atender a este mercado, a Wilson Sons espera aplicar a grande expertise que possui no apoio ao setor de Óleo e Gás (O&G) offshore para se manter líder no segmento de eólicas.

“Entendemos que os projetos de eólica offshore terão uma logística parecida com o atendimento ao setor de Óleo e Gás offshore. A Wilson Sons já tem grande experiência no apoio ao setor de O&G, como o suporte às FPSOs (sigla em inglês para Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência) e às sondas de operação para os projetos offshore atuais. Acreditamos que essas experiências, aliadas à qualidade e à segurança dos nossos serviços, são fatores primordiais para que, no futuro, também possamos apoiar projetos de eólica offshore”, explica Elísio Dourado, diretor comercial da divisão de Rebocadores da Wilson Sons.

Para Elísio, alguns diferenciais da companhia serão determinantes para isso, como a expertise dos seus colaboradores, sua moderna estrutura e seus altos investimentos em segurança, já que se tratam de operações complexas.

Hoje, quando há uma operação de O&G, a equipe operacional participa das reuniões com os clientes desde o início para garantir o melhor planejamento da manobra e todas as operações contam com a coordenação e rastreamento da Central de Operações de Rebocadores (COR) da Wilson Sons que, por meio de sua rede própria de antenas AIS, monitora em tempo real as embarcações, mantendo constante contato com todos os comandantes que atuam nos rebocadores da nossa frota e com os demais envolvidos nas operações – clientes, autoridades portuárias e marítimas, praticagem – quando necessário.

Além disso, a segurança é considerada um dos pilares fundamentais do Grupo Wilson Sons e, não à toa, a unidade de negócios de Rebocadores da Wilson Sons possui o status de classe mundial em segurança, com base em padrões definidos pela Du Pont, consultoria referência no setor.

Para atender a esses projetos, a Companhia vem se preparando. Hoje, possui a frota mais potente da costa brasileira — mais de 90% dos rebocadores possuem propulsão azimutal (ASD) e cinco são escort tugs — qualidade necessária para a movimentação de grandes estruturas. Recentemente, entrou em operação o novo rebocador da Companhia, WS Centaurus, com mais de 91 toneladas de tração estática (bollard pull), se tornando o rebocador mais potente a operar no Brasil.

Com projeto Damen RSD 2513, o WS Centaurus conta com novo design de casco que permite uma redução estimada de até 14% nas emissões de gases de efeito estufa, em função de uma hidrodinâmica mais eficiente. A embarcação é a primeira da série de seis escort tugs que estão sendo construídos no estaleiro da Wilson Sons, no Guarujá (SP), e que estarão adequados ao padrão IMO TIER III, que promove a redução das emissões de óxidos de nitrogênio em mais de 75%.

A Wilson Sons

A Wilson Sons é o maior operador integrado de logística portuária e marítima do mercado brasileiro, com mais de 180 anos de experiência. A companhia tem abrangência nacional e oferece soluções completas para mais de 5 mil clientes, incluindo armadores, importadores e exportadores, indústria de óleo e gás, projetos de energia renovável, setor do agronegócio, além de outros participantes em diversos segmentos da economia.

Foto: Divulgação

XP lança faculdade

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Diante da escassez de profissionais qualificados no setor de tecnologia, a XP Inc. anunciou o lançamento de uma faculdade própria, através de seu braço educacional, a XP Educação. 

A Faculdade XP, como foi batizada a iniciativa, vai oferecer inicialmente cinco cursos de graduação online gratuitos. São eles: sistemas de informação, ciência de dados, análise de desenvolvimento de sistemas, defesa cibernética e banco de dados.

Seguindo um modelo já adotado por grandes companhias de tecnologia americanas, como Google e Amazon, os cursos foram desenhados para preparar os alunos para serem potenciais empregados da XP. 

De acordo com Paulo de Tarso, CEO da XP Educação, o investimento no projeto supera os R$ 10 milhões. “Vemos essa iniciativa como uma aceleradora de carreiras dentro do contexto da nova economia digital”, disse o executivo à Época Negócios.

Foto: Divulgação/XP

Custos de transporte marítimo subiram quase 60% desde o início da guerra na Ucrânia

Por Pedro Borg, Valor

O efeito dominó da guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia já está sendo sentido em diversas áreas da economia, e um dos setores mais afetados é o de transporte marítimo. Por conta do conflito, o setor perdeu acesso a grande parte do Mar Negro, além de ter envios diminuídos por contas dos embargos contra a Rússia e perdido a possibilidade de escoar a produção agrícola da Ucrânia.

O cenário fez com que os custos do transporte marítimo aumentassem em quase 60% entre fevereiro e maio deste ano, segundo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), braço da ONU. Os motivos são diversos, como a interrupção de redes de logística regional e das operações portuárias na Ucrânia, a destruição de infraestruturas importantes, restrições comerciais, aumento dos custos de seguros e preços mais altos dos combustíveis.

Segundo a UNCTAD, muitos países tiveram que procurar fornecedores de petróleo, gás e grãos em locais mais distantes, aumentando o tempo e os custos do translado.

A agência também disse que a guerra na Ucrânia é um fator importante para explicar a alta, mas que não é o único, e citou a pandemia de covid-19, portos congestionados e a necessidade de realizar transição energética como outros fatores que influenciaram na alta dos transportes via mar.

“No entanto, é claro que as interrupções e a maior demanda por tonelada-milha causada pela guerra na Ucrânia contribuem fortemente para o aumento dos custos de envio”, disse a UNCTAD.

Alimentos caros

Os problemas no setor de transportes marítimos vão fazer com que o custo da comida em todo mundo suba quase 4% – metade dessa alta é resultado dos altos custos de transportes.

A entidade também reforçou a importância que Rússia e a Ucrânia têm para as cadeias de alimentos globais. Juntos, os países representam 53% de toda produção mundial de semente de girassol, 27% de toda a produção global de trigo, e são responsáveis pelo fornecimento de ao menos metade do trigo usado em 36 países.

Os números dão a dimensão da importância dos países para as cadeias globais de alimentos, mas apontam para um mercado a ser explorado. Entre os países que podem se aproveitar deste vácuo é o Brasil.

Segundo a UNCTAD, o Brasil deve aumentar em 37% suas exportações de trigo e grãos em 2022. Já o Reino Unido e a União Europeia devem expandir suas exportações em 8% durante o mesmo ano.  A médio prazo, Austrália, Brasil e Estados Unidos podem assumir o fornecimento de alimentos para o norte da África e o Oriente Médio.

Fonte: Valor Econômico 

Foto: Alexander Bobrov/Pexels

Estrangeiros ampliam vantagem em apps de e-commerce no Brasil

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Aplicativos de grandes empresas de comércio eletrônico com atuação no país, como Shopee, Amazon e Mercado Livre, ampliaram em maio a vantagem sobre seus pares nacionais. Os dados são do relatório Setores do E-commerce no Brasil, da Conversion, agência especializada em SEO.

Depois de cair em abril, o aplicativo da Shopee voltou a crescer no mercado brasileiro, em maio. O aumento no número total de acessos em relação ao mês anterior foi de 6%, para 126 milhões de visitas. “O Shopee conseguiu identificar uma grande lacuna no e-commerce global, que é o ticket baixo, criou muito senso de urgência com suas promoções e construiu uma verdadeira experiência de busca de achados”, disse Diego Ivo, fundador da Conversion, ao site MoneyTimes.

Segundo colocado, o aplicativo do Mercado Livre teve cerca de 75 milhões de acessos, 7,14% acima de abril. Em terceiro lugar, aparece o aplicativo do iFood, com variação pequena e pouco mais de 47 milhões de visitas. A Aliexpress, quarta colocada, também ficou estável, entre os 24 milhões e os 25 milhões de acessos no mês.

O aplicativo da Amazon, porém, cresceu forte e ganhou três posições no ranking. O número de acessos à plataforma através do aplicativo dobrou, saindo de 12 milhões para 24 milhões de acessos, no período.

Foto: Divulgação

Processos logísticos precisam de avanços em sua gestão, afirma especialista

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O número de fretes rodoviários no Brasil cresceu 37% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2021, segundo levantamento da plataforma digital FreteBras. O estudo mostra que o volume cresceu de 1,63 milhão em 2021 para 2,24 milhões neste ano. Em 2020, o número foi de 1,06 milhão.

Ao mesmo tempo que o segmento mostra desempenho positivo também necessita de avanços na gestão empresarial. Maior controle sobre as etapas da devolução e inbound de mercadorias, tratativas financeiras dos custos extras e detalhamento dos custos nacionais de transporte nos processos de importação, são alguns dos processos logísticos que precisam ter maior controle e gestão, afirma o cofundador da Simulefrete, Marcos Barbosa,  especialista com mais de 30 anos de experiência na logística brasileira.

Controlar e centralizar todos os processos de logística reversa e quaisquer outros tipos de operações de entrada ou retorno de mercadorias para os Centros de Distribuição e suas respectivas solicitações de transporte, ainda são alguns dos principais desafios diários para embarcadores e distribuidores.

 “Hoje, em muitos projetos que analisamos no dia a dia, a questão da logística reversa e controle das operações de inbound nas empresas ainda apresentam oportunidade de melhoria. Como esses processos iniciam fora dos domínios das empresas, e acontecem simultaneamente em diferentes locais, os produtos chegam no Centro de Distribuição sem que o embarcador tenha a visibilidade do processo e dos custos envolvidos naquela operação”, relata Barbosa.

Diante desta necessidade, de forma inovadora, apenas com a implantação do Módulo “Requisições” desenvolvido pela Simulefrete ( plataforma criada em 2017 e voltada para a governança das operações de transporte) é possível que os embarcadores tenham o controle total de todos os processos de mercadorias que retornam ou são direcionados para os CDs, de origens fora dos domínios da empresa: entradas de mercadorias em logística reversa, coletas em fornecedores, notas fiscais de entrada de importação, retirada de mercadoria em portos, aeroportos e armazéns gerais, entre outras.

A solução funciona como um portal que engaja e integra os transportadores, trazendo maior visibilidade das operações; além disso, provisiona os custos de frete no seu fato gerador, controla os prazos de retorno e entrega dos produtos e evita problemas comerciais futuros que possam prejudicar a operação logistica”, finaliza Marcos Barbosa.

Governança do frete 

A plataforma oferece governança e gestão de fretes e possibilita o acesso ao panorama geral de todas as entregas, desempenho, faturamento e conciliação financeira em tempo real. Na prática, oferece desde a escolha do transportador, tipo de modal para cada operação ou mercadoria e acompanhamento do pedido em tempo real, até a entrega, status de toda a operação, se as entregas estão dentro do prazo, avaliação de desempenho do transportador, sem a necessidade de esperar finalizar o mês.

A Simulefrete tem diferentes módulos que podem ser introduzidos nos processos logísticos. São eles:  Cotações de Frete online, Cálculo e Provisionamento de Frete, Controle de Custos Extras, Tracking de Entregas, Auditoria de Custos e Governança Fiscal e Financeira, Fluxo Sistemático de Ações, Requisições e Logística Reversa, Portal de frete colaborativo e Programação de carga inteligente.

Em 2017, a plataforma digital Simulefrete foi desenvolvida para que embarcadores possam otimizar suas operações de transporte de forma segura, ágil e eficiente, alinhados à digitalização com eficiência em seus processos, redução de custos e melhoria da qualidade do serviço.

Essa forma de atuação resultou em novas possibilidades da operação e do negócio e agora, a SIMULEFRETE faz parte do Grupo META2, com forte atuação no mercado de transporte de cargas e seguros e criado pelos sócios fundadores da AT&M Tecnologia, empresa líder no processo de averbação do seguro de transporte de cargas com mais de 25 mil clientes em todo o País, entre embarcadores, transportadoras, corretoras e seguradoras.

Foto: FreePik

Frete marítimo sobe 470%, impacta inflação global e ‘morde’ margens das empresas

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Por Eduardo Vargas

Atualmente, 90% das movimentações do comércio internacional são feitas pelo mar

Somente em 2020, com a pandemia, o preço do frete marítimo subiu quase 500%, iniciando o ano de 2022 com custo 4,7 vezes maior, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Atualmente, 90% das movimentações do comércio internacional são feitas pelo mar.

O cenário se soma ao contexto de inflação em alta com pandemia e o encarecimento da cadeia de suprimentos (supply chain). Deixou tudo que vinha pelo mar ainda mais caro. Contudo, em 2022, o impacto nos preços dos produtos que dependem do frete marítimo aumentou ainda mais.

O quadro foi fortemente influenciado pela parada do Porto de Xangai, que tem uma fatia relevante do tráfego marítimo do mundo. Isso ocorreu em meio às decisões do governo chinês nas últimas semanas, após uma certa resistência em realizar um lockdown em Xangai. A decisão, porém, não é ‘central e unilateral’ como a maioria das pessoas pensam, explica Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shanghai (China) e da Fundação Dom Cabral.

“O governo que resistiu ao lockdown foi o de Xangai. O que temos que entender é que a China não é supercentralizada como as pessoas imaginam. Shenzehen, sudeste do país, é mais relevante em comercio internacional e teve lockdown decretado antes de outras cidades. Xangai achou que ia tocar o barco sem fazer lockdown. Quando as coisas saíram de controle, o governo central, por mais que não tenha interferido, afirmou que a autonomia dada não foi bem aproveitada”, afirma.

O economista explica que o cenário atual deve ter um impacto relevante nos próximos meses, e com uma duração ainda extensa.

“Acho que teremos um ano de impacto. Não é só no porto [de Xangai] que as pessoas não podem ir embora. Você tem as regras centralizadas, os produtos para chegarem aos portos precisam de caminhoneiro. Há uma logística interna toda em xeque. Você tem um problema de logística chinês, que vai muito além do porto, que é completamente descentralizado. Qualquer caso de Covid hoje ‘para’ uma empresa. O governo vai dobrar a política de Covid zero a qualquer custo”, afirma.

O economista, que concedeu entrevista ao Suno Notícias direto da China, observa que o cenário de inflação global que é visto em praticamente todos os países não é vislumbrado na economia de lá. “Há claro alguns casos de alguns produtos que de fato subiram, especialmente para produtores. O problema é que não há como medir inflação em meio ao lockdown”, diz.

custo de produção deve ser justamente um dos pontos cruciais para deixar os tudo mais caro em outros lugares do mundo, dado o encarecimento de commodities e outros insumos.

“Esses movimentos da China impactam muito o resto do mundo de forma direta, já que a China é a maior importadora de commodities, como soja, milho e algodão. A importância da demanda chinesa para o mundo faz com que esse movimento abrupto gere um impacto enorme globalmente”, afirma Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu Me Banco.

“Além disso, muitas matérias-primas passam pela China, o que faz com que multinacionais que precisam de peças chinesas sofram o impacto na produção. Como afeta a s empresas, a tendência é de que o preço suba, com a menor oferta de produtos”, acrescenta.

O especialista ressalta que o cenário atual ocasiona dois efeitos:

  • Inflação alta, com os preços subindo
  • Desaceleração da economia, por conta da menor geração de valor das empresas

Da mesma forma, Louzada diz que concorda com a visão de outros especialistas – como Zeidan – de que o impacto será prolongado em termos de inflação global.

Em um relatório divulgado no início de abril, a Organização Mundial do Comércio (OMC) sinalizou que, no pior cenário possível da dissociação das economias globais e do frete marítimo em alta, o o PIB global de longo prazo poderia encolher 5%.

Veja impactos do ‘engarrafamento do frete marítimo’ em Xangai

Em relatório do Royal Bank of Canada (RBC), da última semana do mês de maio, foi constatado que um quinto da frota global de contêineres estava presa em congestionamento em vários portos. A entidade mostra que são mais de 345 navios aguardando para atracar no porto de Xangai.

O responsável pelo relatório, Michael Tran, concedeu entrevista à CNN afirmando que ‘os gargalos nas cadeias de suprimento hoje são diferentes do que eram há seis meses’.

“Há várias versões para isso, mas basicamente, antes eles estavam muito centrados nos EUA, no porto de Long Beach. O que estamos vendo agora é que esses gargalos estão se tornando globais. A guerra entre Rússia e Ucrânia causou um congestionamento muito grande na Europa, assim como os lockdowns na China no continente asiático e, claro, os gargalos nos EUA permanecem”, disse.

Com o cenário, mesmo empresas multinacionais gigantes tiveram interrupções em algumas de suas atividades em virtude do congestionamento do porto de Xangai, como a Tesla (TSLA34) e a Volskwagen – que pararam suas atividades no início de abril e agora as retomam gradualmente, segundo a agência Reuters.

De acordo com Mike Kerley, gerente de investimentos da empresa Janus Henderson, à BBC Brasil, as restrições na região afetam o fluxo do porto, acumulando contêineres e reduzindo a produtividade em cerca de 30%.

Além disso, a diminuição do número de trabalhadores portuários também prejudica a cadeia de produção.

Assim, a paralisação se soma a diversos problemas na economia global que já encarecem os preços em todo o mundo, como a escalada do petróleo com a invasão da Ucrânia.

Soluções não tão possíveis

No cenário nacional, especialistas não veem uma forma de contornar o problema no curto prazo. Até pouco tempo só havia uma empresa de cabotagem brasileira – a Log-in (LOGN3), vendida à Maersk pela Alaska Asset em meados do fim de 2021.

Um dos principais pontos citados é que a economia atualmente é muito fechada e não se tem nenhum sinal de que isso deva mudar em breve.

“O Brasil é um país extremamente fechado e tem até ideia de fazer substituição de importação. Precisamos abrir a economia. Teremos muita oportunidade com esse mundo ‘desglobalizando’, mas atualmente somos um dos mais fechados do mundo. Não vejo muita possibilidade nisso. O governo atual não é exatamente liberal e se ganhar a reeleição não vai mudar isso. Todos os candidatos não têm comércio internacional como pauta econômica. Nossa economia fechada e isolada deve seguir assim”, analisa Zeidan.

Em termos de crescimento econômico, o professor da NYU Shangai diz que o preço do frete, inclusive, abocanhou a margem de diversas empresas mesmo que em um cenário considerado positivo para maior lucratividade.

Nos aspectos regulatórios, Louzada explica que, mesmo com algumas mudanças recentes – como a aprovação do PL da BR do Mar -, é difícil prever alguma independência ou crescimento desse setor no Brasil como forma de ser mais resiliente às oscilações econômicas externas.

“Foi vetado o projeto de recriação do Reporto, que seria um benefício que desoneraria os investimentos em equipamentos e outros gastos nos portos brasileiros, retirando estímulos da cabotagem (navegação entre portos de um mesmo país ou a distâncias pequenas, dentro das águas costeiras). São necessários diversos equipamentos para realizar a recepção de produtos após a movimentação entre dois pontos portuários, deixando essa opção inviável com o alto custo”, afirma.

“Acredito que esse ponto ajudaria a criarmos uma maior independência nesse segmento. Apesar de avanços em função da ‘BR do Mar’, como trazer novas empresas de transporte de cargas na ligação entre portos. Ainda é pouco para um ambiente mais competitivo”, conclui, sobre a dependência externa do Brasil no frete marítimo.

Fonte: SUNO Notícias

Foto: Divulgação

País precisa dobrar investimento em infraestrutura, e concessões não são suficientes, aponta estudo

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O Brasil precisa mais que dobrar os investimentos em infraestrutura para garantir a manutenção de tudo o que já foi feito em estradas, ferrovias, portos, aeroportos e outros projetos do setor. Apesar do número recorde de leilões de concessões nos últimos anos, o investimento total em infraestrutura tem caído em proporção o PIB.

Mesmo considerando-se os aportes realizados por operadores privados, o Brasil investiu apenas 1,57% do PIB em infraestrutura no ano passado, segundo estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI). É o menor patamar em dez anos e está abaixo da taxa de reposição — ou seja, o país sequer consegue fazer a manutenção do que já existe.

Investimentos públicos em infraestrtura — Foto: Criação O Globo

O indicador atingiu o menor valor da série histórica em 2021 e vem caindo desde 2014, quando era de 2,29%. Segundo o estudo da CNI, o Brasil investe hoje cerca de R$ 135 bilhões no setor, mas especialistas estimam que seria preciso aportar mais R$ 200 bilhões por ano por um prazo superior a uma década para manter o que já existe e ampliar a infraestrutura. Ou seja, é necessário mais que dobrar os recursos.

O investimento privado, que de fato tem aumentado nos últimos anos, já representa 70% do total, mas se dá em meio a uma redução drástica dos aportes públicos em obras. Para o economista da CNI Matheus de Castro, é impossível chegar à cifra necessária sem expansão nas duas pontas: iniciativa privada e governos.

— Deveríamos investir pelo menos R$ 200 bilhões ao ano para evitar a depreciação da infraestrutura que já existe hoje. Para expandir, precisaríamos de 4% do PIB ao ano para que, em meados do século, tivéssemos um nível de estoque de infraestrutura suficiente para nossas necessidades — afirma Castro.

O modelo atual, ressalta ele, tem virtudes ao buscar recursos junto à iniciativa privada, mas é insuficiente. Isso limita a produtividade e o desenvolvimento do país.

— O orçamento do Ministério da Infraestrutura para este ano é o menor desde 2001. Por mais que tenhamos participação da iniciativa privada, existem muitos ativos que precisarão ser geridos pelo setor público — diz Castro, observando que muitas concessões não têm previsão de rentabilidade, requisito para o interesse privado.

Gargalo de financiamento

A CNI calcula que o aporte privado garantido pelos leilões de infraestrutura recentes, que segundo o governo soma R$ 1 trilhão em investimentos contratados, não será suficiente para alcançar 2% do PIB, diz o economista.

Os retrocessos no Brasil em 2022

Pobreza, fome, educação são algumas das áreas que pioraram

Segundo Rafael Vanzella, sócio do escritório de advocacia Machado Meyer, internacionalmente o setor público é preponderante no setor de infraestrutura. Mas no Brasil, ressalta ele, a maior parte do Orçamento é carimbada e há pouca margem de manobra.

O advogado elogia a criação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que, com o BNDES, passou a estruturar projetos de concessões e parcerias público-privadas. Mas hoje, diz, há um gargalo de investidores.

O leilão da chamada Rodovia da Morte, lote que soma trechos da BR-381 e da BR-262 entre Minas Gerais e Espírito Santo, por exemplo, foi suspenso pelo governo por falta de interessados. Há ainda seis lotes rodoviários em processo de devolução por operadores que não conseguiram tocar contratos.

— Ainda não temos um mercado maduro de project finance (modelo em que o financiamento é pago por receitas do próprio projeto) no Brasil. A maior parte dos financiamentos em infraestrutura, mesmo quando há apoio do BNDES, tem garantia do acionista. Nenhum grupo, por maior que seja, tem fôlego financeiro ilimitado, e essas exigências de garantias corporativas limitam muito a participação de outros operadores — afirma. — Mesmo os grandes grupos que atuam no Brasil estão próximos do limite de capacidade de financiamento.

BR-493 entre Manilha e Magé — Foto: Custódio Coimbra/Agência O GLOBO

Para o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini, a falta de interessados em projetos rodoviários se deve à recente alta de inflação de insumos como manta asfáltica. Mas ele critica a alta da taxa de juros do BNDES a partir de 2018, bem como as restrições de caixa do banco público:

— A troca da antiga TJLP (juros de 6,82% ao ano) pela TLP (IPCA + 5,01% ao ano), que hoje está na casa dos 16%, traz problemas para viabilizar projetos. A taxa de instituições de fomento não deve carregar o rastro da Selic.

Só o privado não resolve

A Abdib defende, ainda, que o teto de gastos (que limita as despesas do governo) não se aplique a investimentos em infraestrutura.

— Em transporte e logística, o governo investe hoje 0,27% do PIB. É inadequado, e houve queda acentuada pós-PEC do Teto — argumenta Tadini, que defende um piso para investimentos, pois estes puxam a competitividade e o crescimento.

Ele ressalta que são necessários 4,3% do PIB ao ano por uma década para que o Brasil iguale sua infraestrutura à de países emergentes como a África do Sul.

Já Marcus Quintella, diretor do centro de estudos FGV Transportes, afirma que o país precisaria elevar a 5% do PIB, por 25 anos, os investimentos, a fim de ter uma estrutura de transporte adequada:

— As tentativas de passagem de ativos para a iniciativa privada têm limitações, porque só o setor privado não vai desenvolver a estrutura do país. Em nenhum lugar do mundo isso ocorreu. Alemanha, Espanha, Inglaterra, fizeram e fazem investimentos públicos pesados.

No Brasil, 12% da malha rodoviária são administrados por concessionárias privadas, que costumam investir por quilômetro o dobro do que o governo federal faz nas rodovias sob sua responsabilidade. Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 44,3% das rodovias concedidas apresentam algum problema.

Entre os ativos sob administração pública, o número sobe para 73%. Ao todo, só 12% das rodovias são pavimentadas.

— Dos mais de 30 mil quilômetros de ferrovias que temos, hoje só cerca de 12 mil estão em operação — diz Quintella, acrescentando que o marco regulatório viabiliza pequenas ferrovias, ramais, ligações troncais, não grandes projetos.

Para resolver, em parte, a falta de financiamento público, entidades do setor produtivo defendem medidas como a aprovação de emenda constitucional determinando que 70% do valor arrecadado com outorgas de concessões de transporte sejam reinvestidos em obras do setor. A proposta passou no Senado, mas ainda não foi a plenário na Câmara.

Em nota, o Ministério da Infraestrutura diz que prioriza a retomada de obras estratégicas, a manutenção do patrimônio público e a conclusão de empreendimentos já iniciados. E ressalta que para este ano “estão previstas concessões de 43 ativos, totalizando ao menos R$ 160,8 bilhões em investimentos.”

Fonte: O Globo

Foto: jcomp/FreePik