sábado, 20/04/2024

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Inflação do comércio on-line já supera os indicadores oficiais

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Alta de combustíveis pesa sobre entregas; varejo repassa custo e defende margem

A inflação não está poupando nem o comércio eletrônico no Brasil, o que reduz a capacidade de as classes mais baixas protegerem os seus orçamentos. Apesar da expansão dos “marketplaces”, os shoppings virtuais com milhares de lojistas, e a competição forte na venda digital, pesquisa inédita obtida pelo Valor mostra inflação no on-line, de janeiro a outubro, de 18,76%, bem acima de indicadores como IPCA e IGP-M. Estes índices até incluem a variação de preços na internet, como ocorre no IPCA, mas consideram lojas, concessionárias de veículos, e até variação em insumos, caso do IGP-M. Para efeito de comparação, o IPCA/IBGE avança 8,24% no mesmo período – os produtos eletrônicos sobem 9,89% e moda, 6,92%, todos abaixo do ritmo de alta inflacionária no digital.

Ainda há novas acelerações dos preços na internet já após as promoções pontuais da “Black Friday”, em novembro, segundo esse levantamento realizado por uma nova plataforma de coleta diária de preços do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar). A pesquisa foi feita em 40 categorias, mais de 20 mil produtos e com 12 milhões de ofertas analisadas.

Em novembro, ainda segundo a plataforma de coleta Vmais, do Ibevar, houve queda de 9% nos preços no on-line – efeito das ofertas de Black Friday -, portanto, ainda mantendo uma alta acumulada de quase 9,8% no ano. Essa inflação da internet até novembro supera a prévia do IPCA no período (9,5%).

Já neste mês de dezembro, há novos reajustes. “Após a Black Friday e até o dia 3 de dezembro, a pesquisa mostra aumentos dos preços de cerca de 2,4% em relação ao começo de outubro, quando retomamos a coleta de dados”, disse Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar, que interrompeu a pesquisa em 2019, e reinicia o estudo após um aumento da demanda do mercado por esses indicadores. Esse é o primeiro levantamento desde a retomada da análise.

Há reajustes mais fortes em dezembro, nos sites e aplicativos, em mercadorias de alta demanda e que geram percepção de preço para o consumidor, como TVs, celulares e fogões.

Há 17 categorias de produtos com média de preços, neste mês, maior em relação a outubro (quando o Ibevar retomou seus relatórios). Outros 22 estão com médias menores, mas ocorre que, aqueles mais caros hoje são produtos de alta demanda. Alguns dos itens mais baratos são menos procurados – como coifa, piscina inflável, camisa e monitor, segundo apurou o Valor com base no relatório do instituto.

“Produtos que variam muito de preços toda hora são vistos como mais arriscados pelo consumidor, porque ele compra e, de repente, o item fica mais barato. Isso também desestimula a aquisição, e nesse grupo estão hoje categorias importantes para o on-line como TV e notebook”, diz Felisoni.

Outra pesquisa, da consultoria Kantar, finalizada neste mês, mostra que as classes de menor renda são as que menos têm contribuído para o avanço do comércio digital nos últimos meses. Pode ser um sinal de busca por outros canais mais promocionais que a internet, dizem especialistas.

Pelo levantamento, nas camadas A e B, o digital passa de cerca de 10% para 16,5% da cesta de compras entre o terceiro trimestre de 2020 e 2021. Na classe C, avança mais devagar, de cerca de 8% para 9,6%. Mas essa “caça” dos mais pobres por outros canais, como lojas de rua e atacadistas, para negociar descontos, pode ser inócua.

“É curioso porque, muitas vezes, o consumidor vai à loja para barganhar, porque acha caro o site das grandes redes. Mas ele talvez não perceba que os marketplaces dos varejistas hoje são formados exatamente dessas lojas do mundo real. E essas lojas médias e pequenas não estão conseguindo segurar reajustes pelas pressões nos custos e nos insumos, e repassando isso para a tabela no online”, diz Fabio Bentes, economista da CNC, a confederação do comércio.

Semanas atrás, em entrevista ao Valor, o comando do Mercado Livre disse que vinha apresentando melhores condições de crédito aos lojistas de seu marketplace para que estes pudessem ser mais competitivos no digital.

“Na recessão de 2015, nós tínhamos um on-line menos integrado à operação de loja, e não havia os lojistas de marketplace. Então havia uma ideia de separação maior de canais, que levava o consumidor a buscar lojas físicas. A alta de preços hoje é mais difícil de driblar porque afeta toda a cadeia de consumo”, diz Bentes.

Economistas e redes ouvidas afirmam que a alta no preço do diesel (65% até outubro) pesa nos transportes feito pelas plataformas e por seus parceiros logísticos, e também há o efeito do custo de mão de obra especializada em tecnologia. Ambos pressionam despesas e comprimem a rentabilidade se a venda passa a desacelerar, como tem sido visto desde julho no varejo de bens duráveis. A
inflação no on-line é generalizada, e o combustível é um dos principais itens na matriz de custos, representando de 30% a 40% do valor dos fretes.

“Pesa nessa discussão o fato de grandes cadeias do varejo digital já terem apurado margens ruins no terceiro trimestre. Não dá para repetir esse desempenho no quarto trimestre, todo mundo seria penalizado pelo mercado acionário, que tem suas expectativas. Nós estamos com a política de proteção de margem no braço digital e corte de despesas no quarto trimestre”, disse José Guimarães, CEO da varejista de eletrônicos Novo Mundo, a maior do Centro-Oeste, que em novembro cresceu 3% em volume.

“Há na mesa hoje essa questão de fazer venda e ‘share’ ou fazer margem, e como equilibrar isso. Esses grandes sites podem conseguir ser mais rentáveis no quarto trimestre, e não crescer tanto em GMV [valor transacionado na plataforma]. Mas os acionistas dessa turma que está na bolsa querem ver venda também. É um cenário mais complexo hoje”, diz o CEO.

Magazine Luiza e Americanas perderam margem bruta de julho a setembro, e esse indicador deve voltar a ser foco de atenção do mercado no balanço de fim de ano. Se as empresas intensificarem descontos para fazer venda, esse índice sente o efeito. Mas não há sinais claros de que as redes estão sendo mais agressivas neste momento. A expectativa de analistas é que essa intensidade de descontos perca força no Natal, e volte em janeiro. O Magazine já informou em novembro que irá reduzir excesso de estoques acumulados (fez provisão para essa perda de R$ 400 milhões), e o Valor apurou que isso deve ser feito de forma gradual, até fevereiro ou março.

Foto: FreePik / jcomp

Autor chinês do estudo sobre a “Rota da Seda” virá ao Maranhão para Simpósio Internacional

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Evento vai debater potencialidades e oportunidades de desenvolvimento do Brasil na nova Rota da Seda da China

A Fundação Sousândrade, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (SEDEPE), realiza de 11 a 13 de julho em São Luís o Simpósio Internacional “As Potencialidades do Maranhão na Nova Rota da Seda da China: oportunidades de negócio e de desenvolvimento para o Brasil”. O evento tem como objetivo fornecer informações estratégicas sobre o projeto, e proporcionar uma visão do leque de oportunidades de desenvolvimento econômico que surge para o Brasil com a inserção da capital maranhense na Nova Rota da Seda da China.

A abertura do Simpósio será nessa segunda (11.07) às 9H no Palácio dos Leões. Na terça — feira (12.07) acontece uma agenda sobre o setor de Logística Marítima na sede do Porto do Itaqui. E na quarta — feira (13.07) o evento prossegue com uma palestra sobre o setor de Logística Ferroviária, na sede da FIEMA.

Um dos formuladores da Expansão da Rota da Seda é o professor Paul Lee, PhD, professor da Universidade Zhejiang (China), que virá ao Maranhão, na condição de convidado do Governo do Estado, para um amplo debate sobre o que poderá realmente representar a inclusão da capital na Rota da Seda.

José Reinaldo Tavares

Desde 2013, a China executa o Plano BRI (Belt & Road Initiatives), uma proposta de cooperação internacional, com objetivo de instituir um gigantesco programa mundial de investimentos, envolvendo países de todos os continentes, que compõem cerca de um terço da economia mundial. De acordo com pesquisa da Universidade de Fudan (Xangai-China), a Nova Rota da Seda já investiu 59,5 bilhões de dólares, ou seja, cerca de 315 bilhões de reais, em 2021, na infraestrutura de países. O plano de investimento chinês, engloba 65 países, compreendendo aproximadamente 62% da população e 30% do PIB global.

São Luís do Maranhão é apontada no estudo Strategic Locations for Logistics Distributions Centers Along the Belt & Road, de 2022, elaborado pelos mais renomados especialistas do mundo. A capital maranhense possui extraordinárias condições para receber tal projeto pelas conexões rodoviárias, ferroviárias e condições portuárias excepcionais. A ligação feita pela Ferrovia Norte-Sul, eixo principal do transporte de cargas do Brasil, interligando malhas ferroviárias das cinco regiões do país, é um exemplo. Na região chamada de Arco Norte, ou seja, acima do paralelo 16, nenhum estado possui condições similares de logística de transporte.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Reinaldo Tavares, a inclusão de São Luís no maior programa de expansão econômica do mundo, o da China vai garantir vultosos recursos para infraestrutura, centrais de distribuição de mercadorias e acesso privilegiado para exportação a outros países que compõem o projeto.

“Além de estreitar essa parceria fundamental com a China, a vinda do professor Lee vai nos subsidiar de informações essenciais a uma fase inédita de desenvolvimento socioeconômico para o Maranhão e, é claro, para nos preparamos para isso”, explica o ex-governador.

Fotos: Divulgação

Emergent Cold Latin America anuncia aquisição de unidade de distribuição em Recife

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A adição da unidade no polo comercial do nordeste do país é um avanço na estratégia da empresa para o mercado brasileiro da cadeia do frio

A Emergent Cold Latin America (Emergent Cold LatAm), o provedor de armazenagem e logística com temperatura controlada que mais cresce na América Latina, anunciou hoje a aquisição de uma moderna unidade de distribuição localizada em Recife, no Brasil. Esta aquisição marca a expansão das operações da Emergent Cold LatAm na região nordeste do Brasil.

A nova unidade da Emergent Cold LatAm ocupa quase 20 mil metros quadrados de área construída, com espaço para 19.900 posições de paletes. Está bem localizada na cidade de Recife, que é uma das maiores cidades do Brasil e o polo comercial mais importante da região nordeste.

Esta aquisição representa o mais recente investimento da Emergent Cold LatAm no Brasil. Em novembro de 2021, a empresa entrou no mercado brasileiro de logística de frio com a aquisição da Martini Meat. Na mesma ocasião, a Emergent Cold LatAm comprou a DMX Logística, principal empresa especializada na movimentação de carga de proteína animal no Brasil.

Com a nova localização em Recife, a Emergent Cold LatAm agora conta com operações de armazenagem de produtos refrigerados em quatro estados do Brasil: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

“Esta mais recente aquisição nos permite fornecer aos clientes soluções totalmente integradas em uma área maior do Brasil, incluindo transporte, armazenagem e outros serviços de valor agregado”, disse Evandro Calanca, diretor geral da Emergent Cold Brasil. “Tenho o prazer de incorporar esta unidade de alta qualidade à nossa rede em expansão no Brasil.”

Na transação, a 44 Capital Finanças Corporativas atuou como assessores financeiros e a Lefosse Advogados atuou como consultora jurídica da Emergent Cold LatAm.

A Emergent Cold LatAm

A Emergent Cold LatAm (www.emergentcoldlatam.com) está construindo uma rede de armazenamento refrigerado de classe mundial e completa para fornecer soluções logísticas integradas para alimentos em temperatura controlada para clientes em toda a América Latina. A empresa foi fundada para suprir a necessidade de soluções modernas de cadeia de frio no mercado e para atender à crescente demanda de clientes nacionais e globais. A Emergent Cold LatAm atualmente opera 18 armazéns com temperatura controlada, mais de 500 caminhões e 3 armazéns em construção para um total de 9 países da América Latina.

Foto: Divulgação

Estudo mostra 1,5 milhão de trabalhadores em plataformas digitais no Brasil

Um milhão e meio de pessoas, o equivalente a 19 estádios do Maracanã lotados, trabalharam em 2021 para as plataformas digitais. Desse total, cerca de 850 mil são motoristas de aplicativos de transporte de passageiros, dos quais 485 mil estavam em atividade para o Uber, até agosto de 2021, como mostra o estudo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que também apurou a legislação e jurisprudências em torno dos direitos desses trabalhadores no Brasil.

O relatório “O trabalho controlado por plataformas digitais no Brasil: dimensões, perfis e direitos”, publicado por pesquisadores da Clínica de Direito do Trabalho da UFPR, mostra que, embora tenha aumentado o número de trabalhadores, quase 80% exercem suas atividades informalmente. Ou seja, não têm direitos trabalhistas reconhecidos pela justiça. Em 2021, havia 1,5 mil aplicativos em operação no país.

Para o coordenador da Clínica Direito do Trabalho da UFPR, professor Sidnei Machado, algumas proposições podem contribuir para o avanço do debate sobre o tema. “Esse universo das plataformas digitais é dinâmico, está em constante transformação. É fundamental que o trabalho controlado por plataformas seja associado aos direitos de cidadania no trabalho”.

Machado acredita que o caminho é a construção de uma lei protetiva que defina a relação de emprego, com as garantias de direito ao salário mínimo mensal, limite de jornada, descanso semanal, férias, acesso à Previdência Social. “Deve-se responsabilizar a plataforma pelos custos do trabalho e o trabalhador ter direito à representação sindical, incluindo a negociação coletiva”, completa.

O projeto de pesquisa reuniu uma equipe multidisciplinar, com especialistas nas áreas do Direito, Economia e Sociologia, da UFPR e Unicamp. Foram utilizados métodos mistos de análise de tráfego de web e de dados do IBGE. Também foram aplicados questionários, respondidos por 500 trabalhadores de diversas profissões, além da realização de entrevistas em profundidade, levantamento de propostas legislativas e análise de conteúdo de decisões judiciais, com o objetivo de compreender o funcionamento desse modelo de negócio no Brasil e as relações de trabalho.

“As plataformas digitais hoje têm uma importância muito grande na economia, com muitos impactos na relação de trabalho”, afirma o professor, que também destaca a invisibilidade brasileira no tema, já que as pesquisas se concentram nos países do hemisfério Norte. “É um questionamento global. Fizemos essas pesquisas para contribuir com a produção de dados abrangentes no país”, conclui Machado, lembrando que o estudo fornece dados confiáveis sobre as plataformas digitais em funcionamento no Brasil.


Os trabalhadores dessas plataformas são divididos em duas categorias: location-based e web-based. O primeiro, realiza suas tarefas por meio de ações mecânicas (entrega de produtos, deslocamento no território etc), através de aplicativos pelo celular. Este grupo representa 93% – aproximadamente 1,3 milhão – dos profissionais. O segundo, pode executar sua atividade em qualquer lugar, através da internet, sem precisar se locomover – profissionais que normalmente estão alocados nessa categoria são programadores, médicos com atendimento remoto, professores que aplicam aulas online e os chamados clickworkers (trabalhadores que atuam na calibragem de inteligência artificial), por exemplo. Há aproximadamente 100 mil profissionais neste grupo, representando 7% dos trabalhadores nesta pesquisa. Os níveis de escolaridade variaram entre ensino médio completo e pós-graduação completa e a idade foi de 22 a 63 anos.

O relatório mostra, também, que há uma tendência de crescimento do trabalho em plataformas digitais. No setor de transporte, houve um aumento da média móvel trimestral de mais de 190 mil trabalhadores atuando, se comparado a agosto de 2019, conforme mostra tabela abaixo. No mesmo período, a média móvel de trabalhadores em plataformas de aplicativos de entrega cresceu 330.188; e de usuários diários no setor de saúde cresceu 714.007.

O estudo também entrevistou 14 profissionais de diferentes áreas, que compartilharam sua experiência. Um dos entrevistados é o Gustavo (nome fictício), motorista de aplicativo, que vivencia cotidianamente uma jornada de trabalho de aproximadamente 13 horas. Ele trabalha com a Uber e 99 no início da manhã e na volta para casa. Durante o dia, se dedica à Cornershop. “Eu costumo começar às 7 horas da manhã. Nesse horário eu pego algumas viagens pela Uber, que é para fazer o dinheiro da gasolina. A Uber você trabalha e recebe de imediato. A partir das 8 horas, eu começo com a Cornershop e vou até as 20 horas da noite. Daí eu costumo ligar o Uber e a 99 de novo no final do expediente, para voltar para casa, porque eles têm o recurso de direcionar as suas viagens”, explica Gustavo, que consegue fazer até R$ 200 reais por dia. Na página 139 do livro, é possível ver os perfis dos entrevistados.

No campo jurídico, a pesquisa contemplou 485 decisões espalhadas pelas 24 regiões da Justiça do Trabalho, relacionadas às plataformas Uber, 99 Pop, iFood, Rappi, Loggi e Play Delivery. Neste conjunto, 78,14% das decisões não reconheceram a relação de emprego, 15,88% não versaram sobre a existência de relação de emprego (sendo decisões sobre terceirização ou que não enfrentaram o mérito discutido) e apenas 5,98% das decisões reconheceram a relação de emprego entre trabalhador e plataforma. O maior volume de judicialização se encontra nas plataformas de transporte urbano: Uber e 99 Pop.

O livro “O trabalho controlado por plataformas digitais no Brasil: dimensões, perfis e direitos”, está disponível no site da Clínica Direito do Trabalho da UFPR.

Sidnei Machado

O professor Sidnei Machado é doutor em Direito pela UFPR e tem pós-doutorado pela Universidade Paris Nanterre, em Paris. Na UFPR, além de coordenar a Clínica de Direito do Trabalho, Sidney Machado é também professor associado de Direito do Trabalho na graduação do Curso de Direito; professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito e colaborador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Machado é membro pesquisador do Núcleo de Pesquisa Constitucionalismo e Democracia.

Foto: iStock / Antonio_Diaz

Log-In divulga 2º relatório de sustentabilidade durante evento para investidores

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A Log-In Logística Intermodal, empresa de soluções logísticas, movimentação portuária e navegação de cabotagem e longo curso, acaba de lançar o segundo Relatório de Sustentabilidade da companhia, baseado nas diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI). O documento foi divulgado em primeira mão nesta quarta-feira (06/07), durante o Log-In Day, evento para investidores realizado pela empresa. A cerimônia ocorreu no Terminal Portuário de Vila Velha (TVV), no Espírito Santo, e contou com a participação de cerca de 30 investidores.

Com objetivo de ampliar a transparência das iniciativas implementadas pela companhia, o relatório aponta indicadores qualitativos e quantitativos de 2021, a partir de uma matriz de materialidade desenvolvida em 2020, apoiada nas melhores práticas ESG (Environmental, Social and Governance). O reporte aborda, ainda, o modelo de governança corporativa da Log-In, forma de gestão, engajamento e compromissos com colaboradores, cadeia de valor e meio ambiente.

A matriz desenvolvida conta com seis temas de alta materialidade que são a base para a realização de iniciativas até 2023. Entre estes temas estão: integridade, ética e práticas anticorrupção; saúde e segurança de funcionários e terceiros; emissões atmosféricas (GEE, gases tóxicos); gestão da segurança das operações (marítimas, terminais e rodoviárias); descarte de resíduos e efluentes dos navios, bem como Governança Corporativa.

Além disto, a Agenda ESG da Log-In conta com outros 10 temas de alta materialidade e reúne 55 iniciativas e metas, compondo três pilares de atuação: Gente, Cadeia de Valor e Meio Ambiente. De acordo com o Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Log-In, Pascoal Gomes, a companhia está comprometida com iniciativas que corroborem para um futuro melhor e o lançamento deste relatório é um importante passo neste sentido.

“Nosso compromisso com o meio ambiente, além de intrínseco a nossas operações, tem por objetivo investir em recursos para reduzir a intensidade das emissões de gases de efeito estufa. Há anos a Log-In tem se comprometido a aprimorar sua jornada ESG, com iniciativas efetivas nas áreas não só de meio ambiente, mas também de desenvolvimento social e governança”, explica Gomes.

Evento para investidores – Após 10 anos desde sua última edição, o Log-In Day, realizado no último dia 6 de julho, é um tradicional evento organizado pela Log-In, com objetivo de aproximar e demonstrar, na prática, as estratégias e iniciativas para o desenvolvimento da empresa.

Nesta edição, o evento contou com a presença de cerca de 30 investidores convidados pela companhia. Com início às 9 horas, o encontro disponibilizou uma agenda completa em que os participantes acompanharam, além da divulgação do Relatório de Sustentabilidade, uma apresentação dos resultados e estratégias da Log-In, participaram de uma Q&A (roda de conversa) com diretores da empresa e conheceram as instalações e operações no Terminal Portuário de Vila Velha a partir de visita e encontro com capitão do navio, além de café e almoço disponibilizados durante a cerimônia.

Segundo Gomes, o evento é essencial para estreitar a relação com investidores e demonstrar de modo transparente a eficiência das operações da companhia. “É um evento tradicional dentro da Log-In, mas que não realizávamos há alguns anos. Para nós é muito importante a volta do Log-In Day para nos aproximar dos investidores e, mais do que isso, reforçar a importância dos investimentos e iniciativas realizadas pela Log-In a fim de aprimorar e garantir a excelência de nossas operações”, finaliza.

Resultados do primeiro trimestre – A Log-In divulgou recentemente os resultados financeiros e operacionais referentes ao primeiro trimestre de 2022. Entre janeiro e março de 2022, a companhia registrou recorde histórico, pelo quarto trimestre consecutivo, atingindo R$ 388,4 milhões, resultando em um aumento de 30,9% se comparado ao mesmo período de 2021. Quanto ao EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a companhia também apresentou recorde para o período, com R$ 114,1 milhões, ou seja, um crescimento de 62% em relação ao 1T21.

Além disso, a receita do serviço de Navegação Costeira, com R$ 299,6 milhões, obteve número recorde para o primeiro trimestre desde o início das operações. O EBITDA foi de R$ 104,8 milhões, representando um aumento de 99,1% em comparação ao registrado em igual período do ano anterior. De janeiro a março, a empresa movimentou um volume de contêineres de 98,9 mil TEUs neste segmento, um crescimento de 8,1% se comparado ao mesmo período de 2021.

Já o Terminal Portuário de Vila Velha (TVV), foi responsável por R$ 32 milhões, crescimento de 12,7% em comparação ao primeiro trimestre de 2021. Com relação à receita, o TVV apresentou um aumento de 29% em relação ao mesmo período, com R$ 77,1 milhões em ROL. De janeiro a março, o terminal movimentou 286,8 mil toneladas de carga geral, além de 40 mil contêineres.

A captação de novos clientes, a diversificação das cargas e o aumento da receita de movimentações de Feeder e Mercosul, bem como do volume de carga geral do TVV foram os principais responsáveis por impulsionar os resultados da empresa.

Empresa – A Log-In Logística Intermodal oferece soluções logísticas customizadas, movimentação portuária e navegação de cabotagem integrada a outros modais e serviços, conectando, por mar e terra, o Brasil e o Mercosul. Atualmente, a empresa possui uma frota própria de sete navios porta-contêineres, com capacidade total de 18.050 TEUs, que oferecem serviços de navegação com rotas regulares, integrando os principais portos do país à Argentina e ao Paraguai. Recentemente, a companhia anunciou a aquisição de dois novos navios que estão em construção em estaleiro chinês. A Log-In também administra e opera o Terminal Portuário de Vila Velha, localizado no Porto de Vitória (ES), além de dois terminais intermodais, um em Itajaí (SC) e outro no Guarujá (SP) com operações dedicadas, bem como a recém adquirida Tecmar Transportes, que trará sinergia no transporte rodoviário.

Foto: Divulgação

BASF (Suvinil) fecha parceria com startup brasileira para otimização de rotas

A alemã BASF, mais especificamente sua divisão de tintas Suvinil, fechou uma parceria com a startup PATHFIND para otimização das suas rotas de abastecimento em todo o Brasil. Com a inflação anual dos preços da gasolina em cerca de 30% e do óleo diesel em mais de 50%, empresas buscam maneiras de minimizar o impacto do elevado custo de transporte em seus negócios.

O processo se iniciou com uma simulação ainda em 2020 e no mês de junho foi concluído com sucesso o rollout de toda a operação no Brasil.

A Pathfind é uma startup que oferece um software que busca a otimização de rotas de transporte. A tecnologia é composta por dezenas de algoritmos, mais um sistema de mapas proprietário que analisa as melhores rotas para diminuir tempo e distância.

Segundo Antonio Wrobleski, conselheiro da Pathfind, o otimizador pode reduzir o consumo de combustível entre 15% e 25%. Wrobleski afirma que a empresa apresentou um crescimento anual de 150% em maio deste ano, contando com clientes como Heineken, Carrefour e BRF.

“ O otimizador da Pathfind diminui 15 a 20% dos custos logísticos de qualquer processo, as vantagens são crescentes já que outro diferencial do produto é o uso da inteligência artificial. Temos um software robusto, com 62 algoritmos e que é machine learning, ou seja, quanto mais ele é utilizado, mais ele aprende sobre suas rotas e consegue melhorar ainda mais o seu desempenho, gerando muito mais economia aos nossos clientes e parceiros”, finalizou Wrobleski.

Antonio Wrobleski

Antonio Wrobleski, conselheiro da Pathfind

Presidente do Conselho de Administração da BBM Logística, Conselheiro da Pathfind, especialista em logística. Engenheiro com MBA na NYU (New York University) e também sócio da Awro Logística e Participações. Ele foi presidente da Ryder no Brasil de 1996 até 2008, em 2009 montou a AWRO Logística e Participações, com foco em M&A e consolidação de plataformas no Brasil. Foi Country Manager na DHL e Diretor Executivo na Hertz. O trabalho de Antonio Wrobleski tem exposição muito grande no mercado Internacional, com trabalhos em mais de 15 países tanto no trade de importação como de exportação. Além disso, ele é faixa preta em Jiu-jítsu, há 13 anos, e pratica o esporte há 30 anos.

Pathfind

A Pathfind é uma empresa brasileira de software para a cadeia logística com especialização em ferramentas de roteirização e otimização inteligente de distribuição de cargas. A demanda por mais inteligência na distribuição de cargas com o aquecimento do e-commerce impulsionou os negócios da Pathfind, que oferece tecnologia para otimização dinâmica das rotas. Desde março, a carteira de clientes cresceu 40% acima do esperado e a previsão de crescimento para 2020, feita em janeiro, dobrou. Atualmente, a empresa atende a mais de 400 clientes, entre eles FedEx, DHL, Votorantim Cimentos, Nestlé e Heineken.

Fotos: Divulgação

5G estreia em Brasília e expectativa é de grandes avanços

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Quase oito meses após o leilão do 5G, a tecnologia  fez sua estreia nesta quarta-feira , 6/7.2022, em Brasília (DF), após liberação recente da Anatel. Aos poucos, a tecnologia deve começar a figurar em outras capitais até 29 de setembro, prazo estipulado pelo Conselho Diretor da Anatel. Estudos da Accenture mostram como a implementação da tecnologia desencadeia uma revolução em produtos, serviços, modelos de negócios e experiências. Isso será traduzido em enormes impactos para diferentes setores no Brasil, como Químico e Recursos Naturais, e na indústria automotiva, detalhados em estudos recentes.

Em nossas pesquisas, mais de 50% dos executivos consideram que combinar o 5G com tecnologias de ponta, tais como IA, machine learning, nuvem, Edge Computing e IoT, é essencial para acelerar o desempenho dos negócios.

A Accenture também fez pesquisas recentes sobre o impacto potencial do 5G em mercados onde o leilão já havia acontecido e havia maturidade para um estudo mais preciso. Nesse contexto, foi conduzida a análise para EUA e Europa.

O impacto do 5G no mundo é enorme para diferentes setores, segundo dados da Accenture:

  • Na Europa, o 5G vai gerar um incremento de mais de € 2 trilhões em vendas entre 2021 e 2025, e ainda agregará € 1 trilhão ao PIB.
  • Nos Estados Unidos, o crescimento com o 5G será de mais de US$ 2,7 trilhões em vendas, enquanto o PIB terá acréscimo de US$ 1,5 trilhão nesse período. Em relação ao nível de emprego, só nos EUA, o 5G tem potencial para criar 16 milhões de empregos em todos os setores da economia.
  • Ainda, serão gerados 2,8x mais empregos nos EUA. Para cada cargo, serão gerados 1,8 novos cargos na economia.
  • 2,5x — mais crescimento de receita para os primeiros a adotar o 5G durante a crise
  • >50% – dos executivos consideram combinar 5G, AI/ML, cloud e IoT para acelerar o desempenho dos negócios.

O potencial do 5G na indústria

Melhora:

  • A capacidade de dados da rede sem fio da planta
  • A capacidade de dispositivos conectados por ponto de acesso sem fio
  • O 5G fornece conectividade para um grande número de sensores e atuadores integrados a sistemas autônomos
  • A capacidade de dispositivos conectados por ponto de acesso sem fio
  • A capacidade da rede de transportar dados continuamente

Habilita:

  • O suporte ao controle de várias plantas operacionais a partir de um site de controle central, virtualizando a rede e processando a borda
  • A expansão e a flexibilidade da operação com uma solução sincronizada entre ambiente físico e digital (digital twins)
  • A transmissão e análise em tempo real de conjuntos de big data
  • A capacidade de transmissão de grande quantidade de dados e resposta rápida para a manutenção e a qualidade preditiva
  • O suporte ao controle de robôs e veículos automatizados (AGV) com resposta de baixa latência – ou seja, menor tempo de resposta
  • A baixa latência e a resposta instantânea aos dispositivos de fones de ouvido e AR/VR (realidade aumentada e virtual), até em áreas distintas
  • A capacidade de transmissão para grandes conjuntos de dados e baixa latência para análise em tempo real
  • Instruções de trabalho em tempo real e treinamentos conforme a necessidade
  • Tracking dos operadores em tempo real
  • A transmissão de dados em tempo real e análise de conjuntos de big data para melhorias no produto/ processo que atendam às necessidades dos clientes
  • Análise, autocorreção, otimização da produção e redução de custos com uso de big data e analytics

Detalhes do avanço da tecnologia:

  • 2G — Voz e SMS — Conectando humanos
  • 3G — Era dos smartphones: dados e apps — Conectando humanos
  • 4G — Surgem os dispositivos conectados — Conectando humanos + dispositivos
  • 5G — Enorme investimento de capital e complexidade na implementação de ativos de fibra e conectividade — Conectando “o mundo” (humano-humano, máquina-máquina, humano-máquina, máquina-humano)

Foto: rawpixel.com

Gráfica ganha agilidade e monitoramente em tempo real com software Senior

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Pouco mais de 1 ano desde a implantação do software de logística da Senior, o TMS, a Printi, gráfica online, já conseguiu alguns resultados expressivos, como diminuir de 45 para apenas 7 dias o tempo necessário para cadastrar novas parcerias em sua malha logística, além de alcançar a marca de 97% dos pedidos entregues dentro do prazo. A solução impactou também o cliente final, que conseguiu uma melhoria de 5% no custo do frete.

A Printi, gráfica online focada em materiais personalizados, pioneira nas práticas de Web2Print e Web2Pack no Brasil, fechou em janeiro de 2021 parceria com a Senior Sistemas, com a finalidade de implantar um novo sistema que possibilitasse à gráfica um controle mais eficiente e monitoramento da operação de toda sua malha logística.

Para realizar entregas no menor tempo possível para seus clientes, a Printi precisa contar com transportadoras confiáveis e que atendam aos seus rigorosos requisitos. O novo sistema de gerenciamento de transporte (TMS, na sigla em inglês) da Senior Sistemas permitiu que a empresa diminuísse de 45 para 7 dias o tempo necessário para cadastrar novas parceiras em sua malha logística. A Printi também ganhou em visibilidade com o monitoramento em tempo real das ocorrências de entregas das transportadoras, possibilitando uma atuação antecipada para resolver qualquer tipo de problema.

“A implantação do TMS da Senior Sistemas nos trouxe muita autonomia, agilidade e flexibilidade na manutenção do cadastro e parâmetros das transportadoras, que são fundamentais para termos um processo integrado da nossa logística de entrega”, conta Fábio Carvalho, Diretor de Supply Chain da Printi. “Através dele, tivemos um ganho no nível de serviço para nossos clientes, e ao mesmo tempo, otimização dos nossos custos e maior gestão de um processo tão complexo quanto o de administração de parceiros logísticos”.

As melhorias também chegaram no cliente final, com uma redução de 5% no custo do frete graças à consolidação dos pedidos pelo TMS, e que também foram afetados pela capacidade da Printi de monitorar sua malha de entregas e se antecipar às ocorrências, fazendo com que a gráfica alcançasse o indicador de 97% dos pedidos entregues dentro do prazo.

No Brasil, as operações de transporte são as etapas mais críticas do processo de entrega e também as que representam o maior custo. O Head de Logística da Senior, Anderson Benetti, explica que com o TMS da Senior é possível planejar, executar e acompanhar cada etapa da operação, inclusive saber se ela está sendo rentável ou não.

“Através do uso do sistema de gestão de transporte da Senior com algoritmos inteligentes, a empresa ganha mais produtividade e garante um melhor controle sobre a performance de entrega acordada”, destaca.

Foto: Divulgação

FDC mapeia acidentes em rodovias federais sob gestão pública e concedidas

Um estudo inédito realizado pela Fundação Dom Cabral (FDC), por meio da Plataforma de Infraestrutura em Logística de Transportes (PILT), analisa os acidentes de trânsito registrados em rodovias federais pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre 2018 e 2021. Ele conclui que as taxas de acidentes (TAc) e de severidade dos mesmos (TSAc) são consideravelmente maiores nas rodovias sob gestão pública do que nas concedidas.

Através de um tratamento científico que reduz a influência do Volume Médio Diário Anual (VMDA) dos veículos que circulam no trecho de ocorrência do acidente, amenizando o fato de que rodovias mais movimentadas tendem a apresentar um maior número absoluto de acidentes, o estudo da FDC demonstra que nas rodovias sob gestão pública o risco de acidentes é cerca de 4 vezes maior do que nas rodovias concedidas.

Os principais indicadores analisados são divididos percentualmente entre as duas categorias de rodovias (concedidas e sob gestão pública).

Percentuais referentes aos números absolutos dos indicadores:

Os pesquisadores da FDC utilizaram a base de dados disponível na seção de dados abertos do portal da PRF na internet. Foram estudados registros de 2018 a 2021, totalizando 264.196 acidentes, dos quais 99,4% ocorreram em rodovias sob jurisdição federal. O estudo se debruçou ainda sobre duas categorias de ocorrências: em rodovias sob gestão pública e delegadas às concessionárias privadas.

Uma importante conclusão do estudo diz respeito à necessidade de se criar fontes alternativas de financiamento para a manutenção e a melhoria da segurança nas rodovias que permanecem sob a gestão direta da União, já que o orçamento público não possui mais condições de investir no mesmo patamar que as concessionárias privadas investem.

“Acidentes acontecem em qualquer rodovia e quanto maior o volume de tráfego maior a possibilidade de acidentes (isso é demonstrado nos percentuais relativamente próximos de acidentes nos conjuntos de rodovias concedidas e sob gestão pública (43,4% e 56,6%, respectivamente), explica Paulo Resende, professor da FDC e pesquisador responsável pelo estudo.

O problema fica ainda maior quando são consideradas as Taxas de Acidentes (que ponderam os números absolutos de acidentes pelo VMDA — Volume Médio Diário Anual – do trecho de ocorrência). Neste caso, o percentual referente às rodovias sob gestão pública salta para 79,7%, ao passo que nas concedidas se reduz para 20,3%.

Finalmente, quando, além do VMDA, consideramos a gravidade dos acidentes, a Taxa de Severidade nas rodovias sob gestão pública corresponde a 80,4% e nas concedidas a 19,6%. “Fica claro que os investimentos em segurança viária feitos nas rodovias concedidas são bem superiores àqueles executados nas estradas sob gestão pública”, reforça Paulo Resende.

Impressionam as diferenças entre as taxas de acidentes e de severidade em todos os anos analisados. Os gráficos a seguir mostram a significativa diferença de valores, indicando claramente que, mesmo considerando o fato de que as rodovias concedidas tendem a apresentar maior volume de tráfego no total de quilômetros por elas administrados, acidentes costumam ser bem mais graves nas rodovias sob gestão pública.

Um penúltimo recorte analítico ressalta as 20 rodovias federais com as maiores taxas de severidade (gráfico a seguir). As rodovias BR 101 e BR 116 ocupam as duas primeiras posições, tanto em número absoluto de acidentes quanto nas taxas de acidentes e de severidade dos mesmos. Porém, é notável que a severidade das ocorrências é mais intensa nos trechos que permanecem sob gestão pública do que nos concedidos às empresas privadas.

Finalmente, um último recorte analítico aborda a escala de severidade dos acidentes (com seus respectivos percentuais) em 2018 e 2021 (ano inicial e o final da série analisada). Chama atenção como rodovias sob gestão pública acumulam elevadíssimo percentual das taxas de severidade (cerca de 80%, na média dos dois anos extremos), abarcando distintos tipos de acidentes (desde apenas com danos materiais até com perda de vidas), em comparação com as rodovias concedidas (cerca de 20%).

Observa-se que nas rodovias concedidas os percentuais da taxa de severidade correspondentes a cada tipo de acidente se mantêm nos dois anos em baixos patamares; ao passo que nas sob gestão pública, qualquer que seja o tipo de acidente, estes percentuais são sempre 4 vezes maiores que os verificados nas concedidas.

A Fundação Dom Cabral – É uma escola de negócios brasileira que há mais de 45 anos tem a missão de contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade por meio da educação, capacitação e desenvolvimento de executivos, empresários e gestores públicos. A FDC está entre as melhores escolas de negócios do mundo, na 9ª posição dentre as escolas de educação executiva participantes do ranking do Financial Times 2022. Desta forma, consolidou sua posição como a melhor escola de negócios da América Latina e a mais bem colocada do Brasil. Em 2021 passaram pela FDC mais de 37 mil profissionais entre executivos, empresários e gestores públicos.

Foto: FreePik 

Estratégias de ESG minimizam o impacto da logística no meio ambiente

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Por Antonio Wrobleski*

O desenvolvimento sustentável é uma prática cada vez mais exigida no mercado mundial, que chega a ganhar um peso de obrigatoriedade para as empresas que atuam no e-commerce. Em total alinhamento com isso, o ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) vem ganhando força, já quetrata da adoção de soluções para melhorar as estratégias de logística, reduzindo os impactos no meio ambiente, enquanto o e-commerce continua em crescimento acelerado.

O termo ESG é usado, portanto, para medir e incentivar as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa e está totalmente alinhado à sustentabilidade. Na NRF Retail’s Big Show 2022, em Nova York, uma das maiores feiras de varejo do mundo para apresentar novidades e tendências, um dos temas mais discutidos foi o ESG. É fato que cada vez mais o consumidor vai levar em consideração essas práticas e as empresas que as adotarem sairão na frente.

Dentro desse contexto, olhando através das lentes ESG, existem desafios para as empresas do segmento do e-commerce, que, em março de 2022, representou 13,2% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção). No acumulado dos últimos 12 meses, a participação do e-commerce no comércio varejista corresponde a 12,4%. Vale destacar que esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no dia 10 de maio.

Os dados são do índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust | Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net). Ao comparar as vendas praticadas pela internet, abril de 2022 (em relação ao mesmo mês do ano passado) teve uma leve alta de 1,52%. No acumulado do ano, o crescimento segue em 9,63%.

A expectativa é que o e-commerce vai continuar em ascensão, mas só vai se beneficiar quem evoluir e conseguir manter os consumidores satisfeitos. Além disso, um dos grandes desafios do setor é garantir que a operação logística emita cada vez menos poluentes sem encarecer o processo, promovendo benefícios para as empresas, para o meio ambiente e para a sociedade.

Nesse sentido, a roteirização é uma tendência que surge como solução sustentável capaz de promover a otimização da cadeia logística. Roteirizar as entregas gera economia ao passo que evita que os produtos passem por lugares desnecessários ao longo da rota. O ESG é um tema que está em voga e, por isso, merece atenção por parte das empresas de logística.

Para o e-commerce, a adoção de práticas sustentáveis dentro dos critérios ESG é, portanto, uma forma de minimizar os impactos da logística na natureza. Dessa forma, o mercado logístico não limita seu crescimento mas, ao mesmo tempo, garante soluções para o setor e para o meio ambiente. Seguindo essa linha de raciocínio, avaliamos que o e-commerce tem o poder de ajudar na redução de carbono e promover um mundo mais verde. Sendo assim, implementar soluções que promovam a melhoria dos processos e ainda garantam a preservação dos recursos naturais são questões urgentes.

* Presidente do Conselho de Administração da BBM Logística

Fonte: IIMA

Foto: FreePik / redgreystock

ESG, inovação e tendência são temas importantes da Fispal Tecnologia

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Arena será aberta por presidentes da PepsiCO, Seara, Cargill, Bloomin’ Brands e ABIA; filósofo Luiz Felipe Pondé também é destaque no primeiro dia

– Quais são os impactos das ações ESG na cadeia produtiva de alimentos de bebidas? Essa pergunta de grande relevância na atualidade será respondida na palestra de abertura da Arena de Conteúdos 360º Fispal Tec, evento integrado à Fispal Tecnologia e à TecnoCarne, que acontecerá entre os dias 21 e 24 de junho no São Paulo Expo. A expectativa é atrair mais de 350 expositores e quase 45 mil visitantes.

A palestra “ESG e os Impactos na Cadeia Produtiva” está programada para o primeiro dia do evento, às 14h, e contará com a participação de presidentes de gigantes do setor, como Alexandre Carreteiro (PepsiCo Brasil Alimentos), João Campos (Seara Alimentos), Paulo Sousa (Cargill) e Pierre Albert Berenstein (Bloomin’ Brands Brasil). João Dornellas, presidente executivo da ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), será o moderador da mesa.

Realizada em formato híbrido (presencial e virtual), a Arena de Conteúdos 360º conta com 6 fóruns exclusivos: embalagens, gestão industrial, laticínios, TecnoCarne, ESG e transformação digital, nos dias 21, 22 e 23 de junho. Para conhecer a programação completa do evento acesse este link: Link.

Filosofia e indústria

No dia de abertura, às 17h, o filósofo Luiz Felipe Pondé, keynote speaker do evento, apresentará na Arena o tema “O Papel Republicano das Indústrias – Função Social e a Transparência”. Um dos intelectuais mais conhecidos da atualidade, Pondé é doutor em Filosofia pela Universidade de Paris e pela FFLCH da USP, pós-doutor pela Universidade de Tel Aviv, escritor, diretor do Laboratório de Política Comportamento e Mídia da PUC-SP, professor da FAAP, comentarista do Jornal da Cultura e colunista da Folha de S. Paulo.

Ao longo de três dias, a Arena de Conteúdos 360º será o espaço em que profissionais e empresas poderão apresentar os desafios que vivem no dia a dia da indústria em temas como ESG, transformação digital e gestão industrial, além de assuntos específicos dos setores de carnes, embalagens e laticínios, além de um ciclo inteiramente dedicado à TecnoCarne.

“Para o ciclo de palestras TecnoCarne, trabalhamos com uma equipe de pesquisa para entender quais são as tendências mundiais do mercado e o que o nosso público quer assistir”, afirma Marina Brait Cappi, gerente da Fispal Tecnologia. “Falaremos, por exemplo, sobre os impactos da guerra Rússia/Ucrânia no custo de produção; o desafio do setor para se adequar às metas de redução de emissão de gases; foodtechs; proteínas alternativas e plant based; e investimentos em inteligência artificial para a automação”.

A programação exclusiva será uma oportunidade de se atualizar no mercado, de fortalecer o networking com colegas do setor e conhecer as principais tendências de gestão e inovação.

As inscrições podem ser feitas pelo site clicando aqui.

Serviço:

Arena de Conteúdos 360º
Fispal Tecnologia & TecnoCarne

  • Data: 21 a 24 de junho de 2022
  • Horários: Terça a quinta-feira: 13h às 20h. Sexta-feira: 13h às 18h
  • Local: São Paulo Expo Exhibition & Convention Center
  • Promoção e Organização: Informa Markets Brasil

A Fispal Tecnologia & TecnoCarne

A Fispal Tecnologia junto com a TecnoCarne é a principal plataforma de conexão entre as indústrias de alimentos, bebidas e proteínas. Por meio do evento físico, que acontece no São Paulo Expo, e da plataforma digital, as duas oferecem networking, conteúdo e oportunidades de negócios aos profissionais do setor durante os 365 dias do ano.

A Informa Markets 

A Informa Markets cria plataformas para indústrias e mercados especializados em fazer negócios, inovar e crescer. Seu portfólio global é composto por mais de 550 eventos e marcas internacionais, sendo mais de 30 no Brasil, em mercados como Indústria, Saúde e Nutrição, Infraestrutura, Construção, Alimentos e Bebidas, Agronegócio, Tecnologia e Telecom, entre outros. Oferecendo aos clientes e parceiros em todo o mundo oportunidades de networking, de viver experiências e de fazer negócios por meio de feiras e eventos híbridos, conteúdo digital especializado e soluções de inteligência de mercado, a Informa Markets segue construindo uma jornada de relacionamento e negócios entre empresas e mercados 365 dias por ano. Para mais informações, visite o site clicando aqui, ou entre em contato pelo e-mail [email protected].

Hospitalidade, Alimentos & Bebidas no Informa Markets

O portfólio de Hospitalidade, Alimentos e Bebidas da Informa Markets inclui uma série de eventos comerciais globais presenciais, virtuais e híbridos destinados a promover networking, oferecer conteúdo e proporcionar oportunidades de negócios para o setor. Com vários eventos estabelecidos no mercado mundial, como Hotelex Shanghai, Food&HotelAsia, HOFEX, Fispal Food Service e Abastur, o portfólio oferece um alcance de público incomparável em todo o mundo. São 28 eventos ao vivo e digitais nas principais cidades, incluindo Xangai, Hong Kong, Cingapura, Ho Chi Minh City, Seul, Kuala Lumpur, Mumbai, Bangkok, São Paulo e Cidade do México. Trabalhando ao lado de parceiros estabelecidos do setor, órgãos governamentais e profissionais reconhecidos, o portfólio visa trazer empresas, indivíduos e o setor como um todo para a vanguarda da inovação empresarial global, oferecendo soluções e oportunidades que atendam às necessidades de negócios atuais.

Fonte: JR1

Foto: FreePik

A partir de agora, clientes Gol podem usar whatsapp gratuitamente a bordo

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Desde a última sexta-feira, 1º de julho, os Clientes da GOL têm um motivo a mais para aproveitar suas viagens com a Companhia: eles poderão se manter conectados a bordo durante todo o voo sem pagar nada por isso.

A iniciativa foi lançada em parceria com o programa de fidelidade Smiles e oferece um pacote de mensagens durante todo o voo e para todas as rotas operadas pela GOL, tanto no Brasil quanto no exterior.

Com esse benefício gratuito, é possível trocar mensagens de texto nos aplicativos WhatsApp, Facebook Messenger e iMessage (não é permitido o envio de fotos, vídeos e áudios – apenas mensagens de texto). O pacote de Mensagens pode ser utilizado por todos os Clientes GOL na maior frota conectada do País e através da melhor internet da América do Sul, premiada recentemente pela APEX – Airline Passenger Experience Association.

Para liberar seu pacote de Mensagens sem custos é bem simples, o Cliente deve acessar a plataforma de entretenimento GOL Online e seguir o passo a passo:

  1. Coloque seu dispositivo em modo avião.
  2. Conecte-se à rede Wi-Fi da aeronave, chamada “gogoinflight”.
  3. Digite em seu navegador “wifionboard . com” ou, se preferir, leia o QR code no assento à sua frente com a câmera do seu celular.
  4. Pronto! Você já está no portal do GOL Online. Siga as instruções para ativar seu pacote gratuito de Mensagens.

“Os Clientes da GOL têm a sua disposição uma plataforma de entretenimento a bordo completa e gratuita, o GOL Online, com filmes, séries, TV ao vivo, música e muitas outras opções de conteúdo, que são acessados pelo seu próprio aparelho, celular, tablet ou computador. Além disso, podem também contratar o serviço de internet, com opções de pacotes a preços variados, de acordo com sua necessidade. E, agora, GOL e Smiles oferecem mais um benefício: o pacote de mensagens gratuito a todos os seus Clientes, encurtando ainda mais as distâncias entre pessoas e destinos. Uma comodidade para quem não abre mão de estar conectado mesmo nas alturas”, diz Carolina Trancucci, diretora de Experiência do Cliente da GOL.

A plataforma de entretenimento GOL Online – disponível em 100% das rotas da GOL – pode ser acessada de qualquer dispositivo móvel: smartphones, tablets e laptops. Lá mesmo o Cliente pode encontrar, além do pacote gratuito de mensagens, outras opções: pacotes Light 1 hora e Light voo todo, pacote Max, de altíssima velocidade, que dá acesso a streamings de áudio e vídeo, e pacote Mensal.

A Gol Linhas Aéreas

GOL Linhas Aéreas é a maior Companhia aérea do Brasil e líder no segmento corporativo e de lazer. Em 21 anos de história, democratizou o transporte aéreo no país e se tornou a maior empresa de baixo custo do setor, com a melhor tarifa da América Latina. A Companhia mantém alianças estratégicas com American Airlines e Air France/KLM, além de disponibilizar aos Clientes diversos acordos de codeshare e interline, trazendo mais conveniência e facilidade nas conexões para qualquer lugar atendido por essas parcerias. Com o propósito de Ser a Primeira para Todos, a GOL tem investido continuamente em produtos, serviços e atendimento para oferecer a melhor experiência de viagem aos seus passageiros. É a primeira empresa aérea da América Latina a oferecer aos seus Clientes a possibilidade de compensação voluntária da emissão de carbono de seus voos, entre outras iniciativas de ESG. A GOL prioriza a comodidade e o bem-estar, liderando em conforto com a maior oferta de assentos e mais espaço entre as poltronas; conectividade e entretenimento, oferecendo a mais completa plataforma com internet, filmes e TV ao vivo grátis; o melhor programa de fidelidade do mercado — SMILES, recentemente incorporada à GOL – e um atendimento ao Cliente reconhecido e premiado por diversas organizações, como ANAC, Reclame Aqui e Fórum Brasileiro de Relacionamento com o Cliente. No segmento de transporte e logística de cargas, a GOLLOG possibilita a captação, distribuição e entrega de encomendas para diversas regiões do País e exterior. Internamente, a GOL tem uma equipe de 15 mil profissionais da aviação altamente qualificados e focados na Segurança, valor número um da Companhia. Atualmente, a frota da GOL consiste em 142 aeronaves Boeing 737.

Fonte: Jornal Agora MS

Foto: Divulgação

Como formar um bom profissional para atuar em logística? O que se exige dele no mercado de trabalho hoje?

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O profissional precisa compreender as cadeias produtivas, as relações entre cliente e fornecedor, a economia de mercado, os marcos regulatórios e a infraestrutura disponível, de modo a escoar a produção da melhor forma possível, abrigar o melhor modal e as melhores condições de armazenagem.

Logística é uma disciplina de largo espectro que perpassa muitas outras. Ademais, no contexto amplo, ela se subdivide em muitas outras atividades de suporte.

“Quando estava iniciando minha vida profissional, na década de 90, e a logística representava, preponderantemente, transporte, armazenagem e distribuição, ministrávamos, nas universidades de Administração com Habilitação em Comércio Exterior, a disciplina Transportes e Seguros, a única que tratava do assunto em todo o curso com duração de cinco anos. O mundo globalizava-se celeremente e precisávamos de profissionais preparados para se comunicarem com as pessoas de outras nações, com diversidades culturais e em diferentes idiomas. Junto a tudo isso, a tecnologia e a transformação digital sinalizavam virem a ter protagonismo em breve, dada a escalada crescente das transações e a necessidade de se cumprir a função chave de integração e conectividade com precisão e segurança a baixo custo.”

Ainda segundo a análise de Carlos Cesar Meireles Vieira Filho, da Talentlog, Conselheiro TrendsInnovation e colunista do Portal Logweb, um bom profissional de logística precisa conhecer de sistemas, de processos (melhores práticas), de legislação e de pessoas, pois lidará com stakeholders de toda ordem, de todos os níveis culturais e profissionais.

“A visão global, espacial, as conectividades pela infraestrutura, o ecossistema no qual atuará, são requisitos fundamentais. Como solucionar este problema? Capacitação! Desde a existência de um curso superior de logística que abranja todas as competências necessárias para preparar um(a) profissional para o mercado, até os imprescindíveis estágios, incluindo visitas técnicas, são requisitos fundamentais para que se forme um bom profissional em logística”, acrescenta Vieira Filho.

Para a professora Dra. Sandra Lilian de Oliveira Façanha, coordenadora do Curso de Administração do Centro Universitário FECAP, uma das maiores deficiências do profissional de logística hoje tem a ver com uma formação aquém daquilo que seria o ideal, considerando o início de carreira para um profissional que atua em logística. E, em boa medida, a profusão de cursos de graduação, tanto bacharelados, caso do curso de Administração, uma fonte (entre outras) relevante para os profissionais da área, como os cursos superiores tecnológicos (CST) em Logística, colaboram para um nível de qualidade abaixo do que seria desejado!

“Digo isso porque, segundo dados do INEP de 2019, considerando-se somente os CST em Logística no Brasil, temos mais de 600 cursos presenciais e outras dezenas, talvez centenas, de cursos EaD que, juntos, oferecem cerca de 350 mil vagas. Um ponto específico da formação em cursos CST, que não ocorre nos cursos de bacharelado em Administração, por exemplo, é o fato de você entender como a logística se encaixa, influencia e pode ser influenciada pelas demais áreas de uma organização, seja ela com ou sem fins lucrativos, privada ou governamental.”

Uma forma de solucionar tal problema, naturalmente – segundo Sandra –, envolve a escolha de um curso que possa oferecer não apenas essa visão holística, mas muita qualidade ao longo dos anos de ensino. “Vale destacar que o mercado sempre busca especialistas, mas somente os especialistas que entendem como o negócio funciona como um todo, não partes do negócio!”

Já a análise de Aline Gomes, sócia-diretora da Conquer In Company, unidade de negócios da Escola Conquer focada em treinamentos corporativos, leva em conta que existe um ponto que engloba qualquer segmento, e isso se aplica também à logística. “Se formos pensar no gap de um profissional ‘comum’ para um profissional de destaque, encontraremos principalmente características que vão além da capacidade técnica de, por exemplo, criar relatórios em Excel e ter boa prática com ferramentas de TMS e WMS. Isso, com boa orientação e alguma prática, pode ser aprendido rapidamente.”

Profissionais desejados pelo mercado são notados pelas suas qualidades comportamentais, ressalta Aline. As empresas perceberam que a maior deficiência dos profissionais não está na falta de prática de algum software, mas em questões como adaptabilidade, negociação e criatividade para solucionar problemas, pois este é o verdadeiro cerne da profissão. São essas características que vão ajudar o profissional a lidar melhor com imprevistos e com pessoas, não as ferramentas.

“Então, se fosse sugerir como solucionar a questão, diria para os profissionais e empresas equilibrarem a educação técnica com treinamentos de soft skills. É dessa forma que formaremos profissionais mais completos, preparados e antifrágeis. Treinar o lado operacional, mas também comunicação, liderança e habilidades emocionais. Essa é a minha dica.”

Exigências

Falando sobre o que é exigido, hoje, de um profissional de logística para atuar no mercado de forma satisfatória, Vieira Filho, da Talentlog, diz que, primeiramente ele precisa ter visão sistêmica, integrada! É preciso ser curioso, estudar tendências, estar atento às inovações tecnológicas. Logística é, fundamentalmente, integração e conectividade; escala e alimentação dos sistemas sem interrupção, da primeira à última milha, promovendo maior produtividade, segurança e controle, sempre buscando custos competitivos.

O profissional precisa compreender as cadeias produtivas, as relações entre cliente e fornecedor, a economia de mercado, os marcos regulatórios e a infraestrutura disponível, vis-à-vis àquela capaz de escoar a produção da melhor forma possível, aquela que possa abrigar o melhor modal, as melhores condições de armazenagem. “Desse profissional irá ser requerido entendimentos diversos, como aspectos locacionais, relacionamento com os seus stakeholders, tecnologias de controle e rastreabilidade, as questões ambientais, de compliance e governança. Ética, o meu julgo, é default!”, diz o sócio-diretor da Talentlog.

Para a professora Dra. Sandra, do FECAP, cada vez mais está sendo exigido especialistas que entendam do negócio como um todo! Sendo assim, os melhores profissionais são aqueles que possuem uma visão do tipo “360 graus”, capacidade crítica e analítica, conhecimento razoável sobre tecnologia da informação e comunicação (sistemas cada vez mais automatizados e integrados, inteligência artificial, blockchain, realidade aumentada, realidade virtual, etc.) e, a bem da verdade, o domínio da língua inglesa.

Além disso, pensando de forma específica no desenvolvimento de cada profissional em uma organização, algumas características que o/a distinguem das “máquinas” são muito apreciadas, como iniciativa, criatividade, habilidades interpessoais, teamwork ou trabalho em equipe, adaptabilidade e resiliência, completa a coordenadora do Curso de Administração do FECAP.

Pelo seu lado, Aline, da Conquer In Company, destaca que em um mercado dinâmico como é o de logística, principalmente quando a demanda por entregas aumentou muito por conta da pandemia, o profissional precisa estar conectado com o momento e com a visão estratégica da empresa. Perguntar-se: qual é o meu papel estratégico na missão da empresa? E quanto a qualidade do meu processo logístico representa a qualidade que a empresa quer estabelecer com seus clientes?

“O profissional e suas práticas precisam de três componentes principais: agilidade, qualidade e resiliência”, acentua Aline.

Vários níveis

Quando a questão é se poderíamos classificar o profissional de logística em vários níveis, dentro da categoria, e quais seriam estes níveis e a função do profissional em cada um deles, dois dos participantes desta matéria especial respondem que sim.

Vieira Filho, da Talentlog consideraria os níveis mais usuais academicamente falando: o nível estratégico, o tático e o operacional. Em cada um desses níveis iremos encontrar profissionais e seus estágios de especificidades, de proficiência e responsabilidade! “Penso que os níveis superiores já estão de alguma forma supridos de recursos suficientes para prepararmos a alta gestão. Dispomos no Brasil de bons cursos MBA, especializações latu senso e universidade de primeira linha com programas stricto sensu para a formação de lideranças. Há, ainda, as formações internacionais em universidades e instituições de excelência no exterior que dão o grau ainda mais sofisticado à formação profissional da liderança. Firmo aqui a minha preocupação na capacitação inicial e universitária, pois ainda não temos consolidado no Brasil um curso de nível superior (+ 3.600 horas) que reúna disciplinas fundamentais de exatas e humanas para a formação de um profissional de logística. Somente aqui caberia mais uma razoável fala a respeito.”

Já Sandra ressalta que existem níveis básicos em termos de conhecimento e vivência na área, mas também existem diversos segmentos para o profissional de logística, porque trata-se de um campo muito amplo de atuação. Além dos segmentos usuais relacionados a transporte, armazenagem e afins, tanto para o mercado interno quanto para exportações ou importações, hoje temos novos campos de atuação, como é o caso do e-commerce e/ou startups.

Em cada um desses segmentos existem funções diversas em diferentes níveis que demandam, usualmente, um determinado conhecimento. Em nível operacional – atividades básicas do dia a dia, foco no curto prazo –, temos os cursos técnicos em logística e/ou CST em logística, produção ou comércio exterior. Em nível tático – atividades de supervisão de primeira linha, foco no médio prazo –, temos os mesmos CSTs anteriormente mencionados, bem como alguns cursos de bacharelado, como é o caso de administração e engenharia da produção. Por fim, em nível estratégico – atividades relacionadas ao planejamento de longo prazo da área e da empresa –, temos os cursos de bacharelado e, eventualmente, cursos de pós-graduação e/ou mestrado profissional.

“A pessoa interessada deve se capacitar de forma pertinente conforme o objetivo profissional dele ou dela, em estrito alinhamento com o nível desejado de atuação no mercado e, dependendo do segmento, existem ainda diversos cursos de curta duração que também podem ser exigidos, como é o caso do conhecimento de uma linguagem de programação para atuar em startups”, completa a coordenadora do Curso de Administração do FECAP.

Reconhecimento da profissão

No contexto de como fazer com que a profissão seja reconhecida pelos ministérios da educação e do trabalho e quais os caminhos, o colunista do Portal Logweb diz que somente a sociedade civil e acadêmica podem requerer o que acreditam lhes ser necessário e benéfico para o desenvolvimento da profissão. Terceirizar essa responsabilidade para o Estado é tergiversar sobre algo que a todos nós é tão caro. As entidades de classe precisam se unir, tanto aquelas que representam as prestadoras do serviço logístico (Operadores Logísticos, portuários, transportadoras, etc.), quanto aquelas que representam a indústria, a agroindústria e o comércio (embarcadores), para debater o assunto.

“Ao meu julgo, é a iniciativa privada que deve puxar essa discussão através de suas confederações, federações, associações, institutos e centros de estudos e pesquisas. Para tanto, é imprescindível ter a academia e o Estado nessa mesa de discussão. Realizar estudos e benchmarking no exterior faz-se mister. A vantagem é que tanto Operadores Logísticos, portuários, armadores, transportadoras, quanto embarcadores, têm aqui unidades de empresas multinacionais e podem contribuir bastante para esta troca de experiência. As universidades de primeira linha no Brasil, idem, quase todas têm convênios de cooperação técnica no exterior”, completa Vieira Filho.

Já temos, há mais de 20 anos, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), parte integrante do atual Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) cujo intuito é “expor, com a maior fidelidade possível, as diversas atividades profissionais existentes em todo o país, sem diferenciação entre as profissões regulamentadas e as de livre exercício profissional”.

Na lista da CBO encontramos diversas funções relacionadas à logística, como por exemplo: tecnólogo em logística, supervisor de logística, analista de logística, diretor de logística, etc. (Veja o box)

No entanto, complementa Sandra, do FECAP, cabe ressaltar que não há uma regulamentação para a atuação do profissional em logística, mas só o fato de ela existir na CBO já é suficiente para elevar sua visibilidade e importância, o que pode contribuir para a formulação de políticas públicas.

Formação dos profissionais

Cada uma das instituições mencionadas tem sua parte de responsabilidade na formação de profissionais qualificados, segundo a coordenadora do FECAP. “Eu diria que as escolas são responsáveis por uma base inicial robusta, e por ‘robusta’ entendam o que foi mencionado anteriormente. Já as empresas e/ou consultorias são responsáveis pelo aprimoramento dessa base inicial robusta na medida em que o profissional de logística pode amoldar a base obtida na escola à realidade do mundo dos negócios.”

Além das instituições mencionadas, Sandra diz que há um outro ponto relevante, que é o próprio profissional, responsável pelo seu desenvolvimento profissional, incluindo aí o famoso “lifelong learning” ou aprendizado por toda a vida. Como tudo evolui, se você obteve sua formação há cinco ou mais anos, talvez já esteja na hora de voltar para a escola fazer uma pós-graduação, se inteirar a respeito de novas ferramentas, conhecer novas pessoas, etc.

Para a coordenadora do Curso de Administração do FECAP, todos têm a sua parcela de responsabilidade: academia, prática e o próprio indivíduo, mas ela crê que resta ao último a maior parcela de responsabilidade, na medida em que – de fato – ele ou ela é a pessoa que faz as escolhas, certas ou não, ao longo da vida. Ele ou ela, de certa forma, tem que assumir a responsabilidade pela escolha de uma boa escola para se formar e, na sequência, escolher um bom emprego – por mais que tenhamos um mercado de trabalho bastante competitivo – para evoluir e, de forma simultânea, buscar continuamente seu próprio desenvolvimento através de um aprendizado constante (lifelong learning).

“Além da pessoa, se considerarmos de forma isolada somente a academia e a prática (o mundo ‘real’), creio que resta ainda uma parcela maior na academia, na medida em que, dependendo da qualidade de ensino, ao invés de aprender e aplicar na prática, a pessoa terá que desaprender para fazer diferença no mundo ‘real’.”

Já para Vieira Filho, da Talentlog, a formação de um profissional é dever de muitos, assim como é a formação educacional de um cidadão de um modo geral. Ainda que caiba ao Estado, através do Ministério do Trabalho (ou órgão que o substitua) a necessidade da elaboração da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), esta precisa, primeiramente, ser dinâmica, atualizada e permitir mudanças que tragam ao profissional e à profissão a definição mais clara e atual do mercado. Ocorre que muitas dessas classificações estão atreladas a normas universais, o que termina por dificultar atualizações e independência nas suas definições próprias a cada nação, região e setor.

“Desta forma, empresas jactam-se a preparar seus profissionais, com uma seleção mais criteriosa de seus candidatos a vagas de estagiários e treinees, buscando competências e habilidades ao aprendizado para atuarem no desenvolvimento e operações de sistemas e softwares, com habilidade em idiomas, boa comunicação (verbal e escrita), proficiência matemática, sensibilidade para as tendências, desenvolvimento tecnológico, inovação e visão sistêmica de processos.”

Por fim, mas não menos importante, cabe às escolas (universidades) desenvolver seus cursos, os mais atuais possíveis, mas dentro das linhas do Ministério da Educação (ou órgão que o substitua), ou desenvolvendo cursos de pós-graduação, MBA e outros de especialização. “É na fase universitária que a vocação se fortalece e se identifica. Sem uma graduação muito bem estruturada e aplicada com as disciplinas de fato voltadas ao mundo da logística, continuaremos a ter hiatos importantes na formação dos profissionais de logística no sentido mais completo”, acentua Vieira Filho.

É interessante notar que, para obter melhores resultados, muitas empresas com atuação em logística passaram a prover treinamentos internos. Veja a seguir.

Programas Internos

São vários os motivos que levaram as empresas participantes desta matéria especial a desenvolverem os seus programas internos de treinamento. Eles vão desde a formação de mão de obra necessária para impulsionar o negócio, até aqueles voltados ao aprimoramento dos seus colaboradores (veja mais no final desta matéria).

Afinal, como diz Fabiana Pauli, Head de Pessoas do Freto – logtech que une caminhoneiros a cargas, criando uma relação ganha-ganha entre transportadores, embarcadores e motoristas – a logística é abrangente, os profissionais desse setor necessitam de atualização constante e o principal desafio é se atualizar com base no acompanhamento tecnológico. “Por se tratar de um setor com diferentes oportunidades e evolução contínua, nem sempre os profissionais estão atualizados na velocidade que o mercado espera. Acompanhar a tecnologia e se antecipar é o desafio não só dos profissionais de logística, mas do mercado como um todo.”

Já Vinicius Callegari, co-fundador da GaussFleet – considerada a maior plataforma de gestão de máquinas móveis para siderúrgicas e construtoras –, ainda no contexto das necessidades do profissional de logística hoje para atuar no mercado, aponta o raciocínio lógico e a visão de negócios, além das suas atividades.

“Devido à carência de profissionais qualificados no mercado, as empresas têm se preparado para formar a própria mão de obra e, com isso, as deficiências podem ser corrigidas com programas de treinamento e qualificação interna. Desta forma, o setor acaba enfrentando maiores desafios na conscientização dos profissionais para trabalharem com segurança, bem como treinar e qualificar mão de obra para picos sazonais de volume e acabar perdendo rapidamente essa mão de obra para o mercado concorrente”, lamenta Cleiton Alves de Jesus, diretor de Recursos Humanos da ID Logistics – grupo internacional de logística de contratos com uma carteira de clientes equilibrada entre os setores de varejo, indústria, detail picking, saúde e e-commerce.

No caso da DP World Santos – empresa responsável pela operação de um dos maiores e mais modernos terminais privados multipropósito do Brasil, instalado na margem esquerda do Porto de Santos, SP –, a análise das deficiências do profissional do setor é diferenciada.

Alcino Therezo, diretor de Pessoas da empresa, alega que é preciso entender que o perfil do trabalhador do Porto mudou.  O Porto do trabalho braçal quase não existe mais e a sofisticação tecnológica, bem como a introdução de equipamentos de ponta nas operações demandam que as equipes sejam mais qualificadas. Para se ter uma ideia – continua Therezo –, todas as áreas, da operação ao administrativo, passaram por transformações, como a adoção de inteligência artificial, computação em nuvem e automação, que exigem cada vez mais profissionais para atuar em todos os tipos de projetos, em especial na segurança aduaneira, patrimonial, de dados, de carga, entre outras subdivisões. A transformação digital, que já estava na pauta das empresas, e a chegada dessas tecnologias fazem com que as equipes de TI sejam cada vez mais demandadas para projetos.

“Além disso, é fundamental que os profissionais que atuem com comércio exterior tenham um segundo idioma, como o inglês e o espanhol”, completa o diretor de Pessoas da DP World.

Exigências – Falando sobre o que é exigido, hoje, de um profissional de logística para atuar no mercado de forma satisfatória, Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas – especializada em transporte rodoviário de carga internacional e de veículos comerciais – diz que, não apenas na sua empresa, mas no mercado como um todo, o profissional precisa estar sempre disposto a aprender e se reinventar, tendo habilidade para lidar com mudanças e situações adversas.

Hoje, como em todo o mercado de trabalho, o profissional de logística, além das habilidades técnicas, tem que ter um bom desenvolvimento de suas soft skills, ou seja, é importante ter características comportamentais que estejam adaptadas à nova realidade do mercado de trabalho pós-pandemia. Estas habilidades estão focadas em como a pessoa lida com diferentes situações e com seus colegas de trabalho.

“Em nosso terminal – continua Therezo, da DP World Santos –, não adianta ter a habilidade necessária, trabalhar bem e ser devidamente qualificado se há falhas comportamentais. Logo, um de nossos desafios é encontrar profissionais que estejam alinhados a nossa cultura.”

Além disso, é essencial que o profissional tenha uma visão 360°, conhecendo o negócio da empresa, sendo flexível, e saiba trabalhar com as novas tecnologias. “Temos tido o cuidado ainda maior de selecionar trabalhadores com propósito, que se identifiquem com a posição, a carreira e com o Porto. Buscamos sempre pessoas que desejem verdadeiramente se qualificar e que queiram se desenvolver, pois no Porto os equipamentos, as operações e a gestão estão em rápida e contínua evolução”, completa o diretor de Pessoas da DP World Santos.

Também para Fabiana, do Freto, o que se exige hoje do profissional de logística é, além de capacitação técnica, atitudes que estejam alinhadas aos valores e à cultura organizacional e profissionais que buscam a inovação contínua e que tragam soluções inteligentes, acompanhando as novas tendências e tecnologias no cenário atual.

Callegari, da GaussFleet, também aponta raciocínio lógico para resolver os problemas e desafios que surgem diariamente, dinamismo para lidar com a pressão de múltiplas coisas importantes, e as vezes urgentes, resiliência para não ser engolido pela rotina caótica, capacidade de liderança, independente de ser formal ou não, para se relacionar com as pessoas e conseguir coordenar as mais low profiles.

“As exigências acabam sendo de acordo com o nível de função dentro das empresas, sendo assim, no geral, a empresa tem buscado insistentemente o engajamento dos profissionais no trabalho com segurança, no respeito à diversidade e inclusão, na inovação e na excelência operacional. Esses são quesitos que permeiam todos os níveis e posições hierárquicas das empresas”, completa Cleiton, da ID Logistics.

Rotatividade – Também é interessante notar como é a rotatividade na logística, sob a ótica das empresas que mantém seus programas internos de treinamento.

Por exemplo, Guedes, da ABC Cargas, falando em motoristas prestadores de serviço (categoria MEI), a rotatividade é bem alta, visto que eles possuem o “controle” da sua rotina e podem escolher as viagens que desejam e também ficam abertos a novas oportunidades de trabalho.

Já com relação aos motoristas contratados no regime CLT, essa rotatividade já é bem menor. Nesse sentido, diz o presidente da ABC Cargas, a empresa que investe e apoia o desenvolvimento e a qualificação dos profissionais acaba se tornando referência no mercado, ampliando seu poder de atração e retenção de talentos, o que certamente refletirá em desempenho diferenciado e melhores resultados.

Na ótica de Callegari, da GaussFleet, a rotatividade em operações logísticas (Centros de Distribuição, portos, fábricas, usinas, obras) é maior do que no planejamento de logística pela própria natureza das atividades. Um gerente ou diretor de operações logísticas que está na ponta tem muito menos glamour do que o executivo que está na Faria Lima (importante centro comercial e financeiro de São Paulo, SP). A rotatividade acaba sendo alta também, principalmente, em funções mais operacionais, como de recebedores de materiais, separadores de mercadorias, etc., justamente pela severidade do trabalho, acredita o co-fundador da GaussFleet.

“A rotatividade normalmente é a consequência de uma concentração de empresas do mesmo setor, numa mesma região, visto que há uma busca de profissionais qualificados em empresas do mesmo segmento, uma vez que temos dificuldade em buscar profissionais qualificados em instituições de ensino para qualificação profissional”, acrescenta Cleiton, da ID Logistics.

Fabiana, do Freto, lembra que o turnover faz parte de qualquer área de atuação, muitas vezes até ajuda a acelerar processos e trazer novos perfis e novas ideias. Mas, o principal, para diminuir a rotatividade, é estar com uma gestão preparada e alinhada à cultura organizacional, onde cada vez mais os profissionais buscam estar aderentes ao que acreditam e valorizam nas organizações onde atuam.

“Para mitigar a rotatividade, uma boa preparação da liderança é fundamental, junto de investimentos em atualização técnica, desenvolvimento comportamental, suporte organizacional adequado e estar em linha com o que o mercado vem praticando em termos de remuneração e oportunidade. Todos esses pontos fazem parte do processo de retenção e diminuição de turnover.”

Ainda de acordo com a Head de Pessoas do Freto, as empresas precisam reavaliar seu processo de contratação para se adequarem à nova realidade, entendendo: qual é o propósito das pessoas? O que elas buscam? O que oferecemos de diferencial na nossa experiência e jornada? Com essas simples perguntas é possível reavaliar o modelo de contratação e fazer de forma mais humanizada o processo do começo ao fim.

“Hoje, as pessoas buscam trabalhar em lugares onde a transparência e comunicação caminhem juntas. Aqui optamos por colocar todos na mesma página, através de uma rede social interna onde comunicamos todas as informações relevantes do Freto, sendo o mesmo local onde os profissionais podem se expressar e compartilhar as comunicações das suas áreas. A nossa responsabilidade é compartilhada nesse sentido e aqui todos somos comunicadores e temos fácil acesso às informações, o que garante clareza e transparência”, completa Fabiana.

Já no caso da DP World Santos, o turnover está abaixo da média do mercado global (1,27% versus 1,4%). Isso é resultado de uma série de ações em curso para engajar e reter os seus talentos, diz Therezo.

“Temos o nosso programa de recrutamento interno através do qual, em 80% das oportunidades de vagas que abrimos, damos preferência ao público interno, antes de iniciar uma busca por um profissional no mercado. É uma forma de acelerar o crescimento de carreira. Integrantes que estão há mais de um ano na empresa têm a oportunidade de participar do processo seletivo interno e concorrer às vagas disponíveis.”

Além disso, a empresa também oferece programas de qualificação aos funcionários, para prepará-los para as novidades que chegam ao setor.

A DP World Santos também possui um calendário de ações que valorizam os integrantes, suas famílias, promovem interações sociais e a participação deles. Por fim, a cada dois anos, o grupo DP World aplica em todas as suas unidades uma pesquisa de clima chamada “My World Survey”, para avaliar critérios como engajamento sustentável, liderança, cultura, sustentabilidade, segurança, comunidade e felicidade.

Resultados da má formação – Atrasos em entregas importantes devido a erros no controle de estoque ou relacionamento com transportadores, extravio de produtos, atraso em mobilizações pré-acordadas, falta de assertividade para reagir aos erros rapidamente, impactando o cliente o mínimo possível. Estes são os erros mais comuns, segundo Callegari, da GaussFleet, em razão da má formação do profissional de logística, e que a empresa já se deparou.

“Se considerarmos os motoristas, a má formação e a não reciclagem desses profissionais podem causar avarias e acidentes, resultando muitas vezes em grandes prejuízos e perdas não apenas para a empresa e para os clientes, mas para o trabalhador e para toda a sociedade. Por isso, investir em qualificação é mais do que necessário, é fundamenta!”, completa Guedes, da ABC Cargas.

A Head de Pessoas do Freto destaca que a falta de busca pelo autodesenvolvimento muitas vezes limita esses profissionais a contribuírem de forma diferenciada. Hoje, as empresas buscam profissionais não só qualificados tecnicamente, mas que estejam em busca constante e curiosa por antecipar novas tendências de negócio e sair na frente de forma competitiva. “No Freto, somos uma plataforma tecnológica a serviço da logística. Com isso, temos profissionais que conhecem tanto de logística quanto de tecnologia, a ideia é sempre unir as duas vertentes, avançando na melhoria contínua.”

Outro ponto relevante é que ainda vivenciamos um cenário na logística onde predomina a figura masculina. Nesse contexto, os profissionais precisam acompanhar cada vez mais o tema da diversidade, estando abertos a esse processo de transformação relacionado a temas de inclusão. “No Freto, estamos abrindo uma frente exclusiva de ESG visando oportunidade de tratar temas relevantes nesse contexto”, conclui Fabiana.

Para Cleiton, da ID Logistics, os maiores problemas com formação normalmente estão ligados à velocidade de formação que é exigida, uma vez que não há muitos profissionais qualificados no mercado e, com isso, as empresas acabam tendo uma grande necessidade de contratar e treinar rapidamente os profissionais para liberarem para operação.

“Esse pequeno tempo de treinamento e qualificação que normalmente é utilizado para formação dos profissionais gera problemas operacionais de procedimentos, baixa performance e, inclusive, avarias”, alerta o diretor de Recursos Humanos da ID Logistics.

Papel das empresas – Quando o assunto é o papel das empresas que atuam no setor de logística na formação de profissionais de logística, as respostas são diversas.

Callegari, da GaussFleet, acredita ser papel 100% das empresas, tanto as que atuam no setor de logística, quanto as que entendem a logística como diferencial competitivo. “A partir do momento que as empresas criam programas próprios, elas podem moldá-los às suas peculiaridades, e inclusive buscar pessoas com maiores chances de vingar dentro da cultura da corporação.”

Já Fabiana, do Freto, acredita que seja um papel com responsabilidades compartilhadas, do profissional, da empresa e da liderança.

Para a Head de Pessoas, a capacitação e formação não devem ser apenas atreladas a um curso específico ou formação e, sim, ao acompanhamento e desenvolvimento diário, com aplicação de feedbacks contínuos para mapear as principais dificuldades, gaps, oportunidades e elaborando um plano de desenvolvimento individual estruturado com ações diversificadas que aceleram o desenvolvimento de cada profissional.

“Um ponto de destaque nesse processo é aprender com os erros. No Freto, queremos pessoas que tomem riscos e ousem, porque quem ousa, cria. Então, não demitimos ninguém por errar e sim por não tentar. No dia a dia do Freto, todos os nossos freteiros têm livre acesso à alta liderança com simplicidade, isso valoriza o trabalho e as relações de cada um. Proporcionamos encontros específicos com a alta liderança, incentivando como empresa essa proximidade e troca de experiências. Não se trata de um monólogo e, sim, de um espaço de interação e abertura para novas ideias com diferentes níveis”, completa Fabiana.

Por seu lado, Therezo, da DP World Santos, falando sob a ótica de uma empresa com atuação nos portos, lembra que, hoje, os candidatos já chegam ao processo seletivo com algum nível de qualificação, tanto para funções operacionais quanto administrativas.

Isso acontece porque os principais players do setor desejam atrair profissionais técnicos, especialistas e generalistas que desejam prosperar no Porto, tornando o mercado de trabalho mais competitivo.

Para se diferenciar, um candidato deve buscar por instituições de ensino, públicas e privadas, reconhecidas para se capacitar e cursos relacionados a área em que deseja atuar, como, por exemplo, Gestão Portuária, Administração, Engenharia, Logística, Comércio Exterior, Relações Internacionais, entre outros. Conhecimento em um segundo idioma, preferencialmente o inglês, também é um diferencial, principalmente quando estamos falando de empresas globalizadas.

As empresas buscam, ainda, capacitar tecnicamente os profissionais. Nesse sentido, a DP World Santos também realiza treinamentos internos, de reciclagem e/ou opcionais, contribuindo com a busca pelo conhecimento, atualização e especialização.

Também falando sob uma ótica específica está Guedes, da ABC Cargas. Em relação aos motoristas, ele acredita que o treinamento oferecido seja imprescindível para que possam ser motoristas qualificados. “A empresa tem sua parcela, oferecendo oportunidades de capacitação, mas é importante que cada colaborador assuma também a responsabilidade pelo seu autodesenvolvimento, buscando sempre se qualificar como profissional.”

Realmente, os setores devem se preocupar com a formação de profissionais, visto que para o melhor resultado é necessário ser detentor de conhecimento das melhores práticas.

Ainda segundo Cleiton, da ID Logistics, as associações do setor, o Sistema “S” e o governo local têm a responsabilidade de unir forças para a capacitação de profissionais, visto que o país tem demonstrado em diversos municípios ou regiões a concentração de segmentos específicos, o que facilitaria direcionar programas setoriais de desenvolvimento de profissionais com boa qualidade técnica.

Programas internos – Veja a seguir os programas internos desenvolvidos pelas empresas participantes desta matéria especial.

ABC Cargas – Tem um programa de desenvolvimento dos seus motoristas, a Academia do Motorista, onde são abordados temas como: Atenção e ansiedade no trânsito; direção defensiva; gestão de combustível; saúde e segurança; riscos da estrada; sucesso do cliente.

DP World Santos – Desde que foi inaugurada no Brasil, em 2013, a empresa dedicou muita atenção e investimentos no sentido de capacitar os profissionais portuários. Em 2012, ainda na fase de obras, optou por formar sua própria mão de obra portuária. Foram contratadas pessoas sem experiência e a empresa investiu em treinamentos e programas de qualificação como uma das formas de motivá-los e engajá-los. Como exemplo, pode ser citado o “Programa Novos Operadores”, realizado em parceria com o Instituto de Capacitação Técnica Profissional (Incatep), de Santos, que teve o objetivo de capacitar profissionais para operar guindastes de cais e de pátio, contribuindo com a melhoria da mão de obra local. Para algumas vagas específicas, como operadores de portêiner e de transtêiner, os integrantes participaram de um intenso programa de qualificação fora do país, no Porto da DP World, em Callao, no Peru. Hoje, inclusive, alguns destes operadores se tornaram ATAPS (Advanced Trainer & Assessor Program), que é um Programa Global da DP World para multiplicar os aprendizados. Atualmente, vários operadores brasileiros são formadores de outros profissionais mundo afora, uma prática bastante importante e utilizada no Grupo DP World.

Freto – Hoje, a formação na empresa é pautada no desenvolvimento diário e acompanhamento dos profissionais baseado na confiança e na disseminação de experiência através dos talentos internos e Plano de Desenvolvimento Individual. Buscam no processo de recrutamento alinhar de forma clara as expectativas técnicas e comportamentais, em linha com o que o candidato busca em termos de propósito. O processo de recrutamento é pautado em perguntas exploratórias embasadas nos valores da empresa, buscando a todo tempo mapear se o candidato possui fit com o propósito e cultura do Freto.

GaussFleet – Na empresa é usado um programa desenvolvido pelo Walmart, quando ainda operava no Brasil, chamado “trainees de operações logísticas”. O programa contou com uma empresa externa para formatação de todas as etapas, que ia do preenchimento de testes de lógica e comportamentais, passando por dinâmicas em grupo e entrevistas individuais. Na época, a ideia era buscar talentos que não necessariamente tinham experiência em logística – embora já tivessem relevante experiência no mercado, até o nível analista –, mas que possuíam as soft skills necessárias para ser um futuro líder em médio prazo. Durante o programa, os trainees conheciam as diversas operações da empresa e suas peculiaridades, desenvolviam um projeto para uma operação designada, além de sessões de coaching individuais e em grupo. O programa tinha duração mínima de 8 meses e máxima de 12 meses, e após o período os trainees que obtivessem aprovação em um projeto 6 Sigma (todos passaram por formação greenbelt) desenvolvido em uma das centrais de distribuição da empresa, seriam contratados como gerentes de logística, equivalente a uma gerência Junior.

ID Logistics – Conta, internamente, com uma Universidade Corporativa que tem por objetivo desenvolver os seus profissionais em competências e qualificações técnicas, bem como comportamentais. Dentro dessa Universidade existem Academias de Liderança, Segurança, Finanças, Clientes, Compliance e Gestão de Estoques. Além da academia, há um programa de treinamento e desenvolvimento para o grupo operacional, chamado de “Excelência Operacional”, que tem por objetivo desenvolver os colaboradores da operação em atividades operacionais, procedimentos e reciclagem.

Qualificação dos profissionais dos transportadores ainda é um desafio

A capacitação profissional dos transportadores ainda é um desafio para as empresas de transporte rodoviário de cargas. O mercado de trabalho está cada dia mais exigente, buscando colaboradores capacitados em suas determinadas funções. Isso acaba impactando diretamente os trabalhadores desse setor, no qual muitos são resistentes a essas mudanças.

Os dados da pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes – CNT e do TruckPad, sobre o perfil do caminhoneiro, indicam que 15,6% dos motoristas de caminhão admitem que uma das ameaças do futuro da profissão está relacionada à falta de qualificação. E 49% dos entrevistados não fazem nenhum tipo de curso qualificado ou reciclagem ligados à profissão.

Regiane Amaral, coordenadora de treinamentos do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região – SETCESP, explica que a capacitação no mercado de trabalho vem se tornando requisito fundamental nas empresas. “O nível de competência de cada colaborador vem se transformando cada vez mais nas empresas, seja na área administrativa ou operacional, principalmente porque as empresas estão, aos poucos, se aprimorando em tecnologias para diminuição de custos. Tudo isso está ligado ao profissional para manter-se atualizado e apto às mudanças. A experiência não basta, é necessário sempre buscar atualizações e treinamento”.

A falta de eficiência pode dificultar os funcionários a alcançar objetivos de crescimento dentro de uma empresa. Com as capacitações corretas, juntamente com as tecnologias, é possível organizar uma equipe de excelência. O preparo auxilia o condutor a lidar com as situações de risco nas viagens, garantindo rapidez e qualidade nas entregas, bem como o aperfeiçoamento de áreas administrativas na gestão interna e externa da empresa e relacionamento com clientes e fornecedores.

“Para alcançar essa qualificação contínua, as empresas devem buscar treinamentos e cursos relacionados a todos os setores, atualizando-os constantemente de acordo com as inovações e modernidades do mercado. É preciso ter instrutores bem capacitados, sempre de olho nas demandas do segmento, cursos livres, rápidos e práticos, além de se adaptar entre modalidades presencial, on-line (ao vivo) e EAD (gravado), com uma programação bem elaborada para que cada profissional consiga conciliar com a rotina de atividades”, afirma Regiane.

Em um mercado que exige eficiência e segurança das transportadoras, ter trabalhadores preparados para encarar os desafios existentes nas estradas, leva as empresas a se destacarem pela oferta de um trabalho de alta qualidade e seguro.

“O SETCESP tem uma grande tradição em treinamentos, desde 1984, capacitando cerca de 1.000 profissionais por ano. É um importante caminho para obtermos um setor cada vez mais informado e preparado perante as atualidades que só tendem a crescer, principalmente, pelo avanço da tecnologia”, finaliza a coordenadora.

Logística on the job: profissão ou função?

Nesta sua análise sobre o profissional do setor, José Geraldo Vantine, fundador e presidente da Vantine Logistics & Supply Chain Consulting e também colunista do Portal Logweb, deixa claro que a profissão não é regulamentada por lei e que não há formação específica (à exceção do Tecnólogo).

“Na prática, para os que possuam cursos superiores podem se especializar em diversos níveis desejados com cursos existentes em Especialização, Pós-Graduação, MBA, Mestrado, Doutorado (aqui é possível encontrar subsídios no portal do MEC e procurar por CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior)”, diz Vantine.

O Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia também pode ser consultado no portal do MEC, e lá está regulamentado o “Curso Superior de Tecnologia em Logística” (1.600 horas). A FATEC oferece cursos com mais amplitude, com 1 ano a mais, cerca de 2.400 horas. Portanto, o graduado nesses cursos pode usar o título de “Tecnólogo em Logística”.

No entanto, ainda segundo o colunista do Portal Logweb, na esfera do Ministério do Trabalho, temos o CBO – Classificação Brasileira de Ocupação” (www.mtecbo.gov.br) e podemos encontrar diversos códigos de ocupação. Esses códigos são os que a área de Recursos Humanos das empresas deve registrar na Carteira Profissional. Portanto, aqui estão por exemplo: Analista de Logística (Código 2527-15), Auxiliar de Logística (Código 4141-40), Conferente de Logística (Código 4141-20) e até “Cargos” de nível “C”, como Diretor de Logística e Suprimentos (Código 1226-05).

Há poucos anos (2016), o Ministério do Trabalho incluiu a ocupação de “Engenheiro de Logística”, (Código 2149-45). Esse código 2149, chamado de família ocupacional, corresponde ao setor de Engenheiros de Produção, Qualidade, Segurança e afins e, por sua vez, pertencem ao Grande Grupo 2, que agrega as ocupações que compõem os profissionais das Ciências e das Artes.

“Parece complicado, mas é simples, embora não seja tão lógico”, comenta Vantine. E ele conclui: “Se você trabalha em qualquer atividade ligada à Operação e Gestão da Logística, em qualquer segmento, só se intitula ‘Profissional de Logística’ como ‘cargo’ ou ‘função’, salvo se tiver a função explícita de ‘Tecnólogo em Logística’ e ‘Engenheiro de Logística’ conforme o CBO.

Na prática a teoria é outra

Vantine vai mais além em seus comentários: “Como escritório de consultoria, somos um laboratório de avaliação da competência e experiência do profissional, atendo em processos de Logística. No recrutamento de consultor pleno, por exemplo, usando o Linkedin como busca, no máximo em três dias chegamos a receber 100 candidatos, sendo que 90% deles nem leem os requerimentos, e dos 10% restantes, com muito esforço conseguimos um ou dois candidatos para entrevista. Mas por quê? Porque são profissionais com baixo nível de preparação, mais focados em mostrar experiência, grande parte relacionada às suas atividades. Enfim, entre a Teoria e a Prática, a maioria só fica na Prática. Aliás, essa situação também pode ser observada nas inúmeras postagens nas redes sociais repletas de erros conceituais, o que demonstra o pouco interesse no estudo e nas leituras, especialmente com o uso da internet que traz o Mundo da Logística e a Logística do Mundo às nossas mãos.”

Não existe a categoria “Profissional de Logística” no aspecto de regulamentação como classe, mas os profissionais que atuam em algum setor, em alguma atividade do vasto mundo da Logística devem procurar a especialização, adverte o presidente da Vantine Logistics & Supply Chain Consulting. “Mas de bom nível, devendo o interessado consultar as ementas e os currículos dos professores.”

Fonte: Logweb

Foto: FreePik/senivpetro

Olist é eleita empresa inovadora de 2022 pelo MIT Technology Review

Estudo realizado com mais de 1000 empresas que atuam no Brasil classificou o Olist entre as 20 mais inovadoras do país

O Olist, ecossistema líder em soluções de e-commerce para varejistas e marcas digitais, foi classificado como uma das 20 empresas mais inovadoras do Brasil pelo Technology Review, plataforma de conteúdo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a maior publicação do segmento do mundo. O Innovative Workplaces avaliou mais de 1000 empresas com atuação no Brasil de todos os tamanhos e segmentos, de startups a multinacionais.

“Estar ao lado de empresas com tradição em inovação, governança e construção de processos, comprova que todos os esforços realizados até agora pelos times do Olist nos levaram a este reconhecimento. E a inovação é sobre pessoas, e não apenas as tecnologias aplicadas, e são nossos colaboradores que a cada dia criam soluções que transformam negócios de todos os tamanhos”, comemora Bruno Martins, CTO do Olist, que esteve na cerimônia de entrega da premiação representando a empresa.

As soluções desenvolvidas pelo Olist são pautadas em alta tecnologia e serviços de ponta, facilitando a digitalização e crescimento dos pequenos e médios comércios. Entre os serviços oferecidos pela empresa estão plataforma de e-commerce, sistema de gestão ERP, marketplaces e logística integrados, possibilitando um crescimento escalável e consistente para varejistas online.

Na primeira listagem do Innovative Workplaces feita no Brasil, as 20 empresas consideradas as mais inovadoras pela publicação foram: AMBEV; Braskem; C&A; Banco Carrefour; Cisco; Conexa Saúde; G4 Educação; Generali; Hospital Albert Einstein; iFood; Movida; Nestlé; Olist; Omnify; Reserva; SAS; Siemens; Tecban; Vibra Energia; Wemobi. As companhias são divulgadas em ordem alfabética e não há um ranking entre elas.

Para chegar ao resultado, as empresas foram divididas em grupos e analisadas sob quatro perspectivas diferentes: gestão, marketing, processos e produtos. Durante as avaliações, executivos de diferentes áreas de cada empresa foram submetidos a entrevistas e compartilharam informações e dados de cada pilar avaliado. Por meio da análise da inovação sob a ótica da gestão, dos produtos, marketing e processos, a Technology Review avaliou o índice de inovação das empresas participantes até chegar às 20 melhores classificadas que foram certificadas com selo Innovative Workplaces Brasil.

O Olist

O Olist é um ecossistema líder em soluções de e-commerce para PMEs e marcas digitais, com foco em vendas multicanal e omnichannel. Suas ferramentas são pautadas em alta tecnologia e serviços de ponta, que integrados ajudam a digitalizar e crescer a operação de pequenos e médios comércios e marcas. Com as aquisições de Pax – logitech , Tiny – sistema para gestão de empresas e Vnda – plataforma de e-commerce, a empresa expandiu o leque de soluções para além dos marketplaces, oferecendo serviços estratégicos com foco no crescimento escalável e consistente de operações de e-commerce. No último ano, a startup entrou para o rol de unicórnios e expandiu sua operação para o México. Com esse modelo de negócio, o Olist empodera mais de 45 mil lojistas em todas as etapas da operação de vendas.
Saiba mais em olist. com 

A MIT Technology Review Brasil

Lançada no país em outubro de 2020 com proposta inovadora no cenário editorial brasileiro, a MIT Technology Review é referência no Jornalismo de autoridade em tecnologia. A reputação da MIT Technology Review deriva de seus 121 anos de tradição de relatórios sobre novas tecnologias e do seu relacionamento exclusivo com a principal universidade do mundo em pesquisa e inovação

Foto: Divulgação

Aplicativos de trânsito contribuem para avanço das tecnologias em mobilidade

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No Brasil, fabricantes de equipamentos como os radares, por exemplo, já estão desenvolvendo sistemas que possibilitem a integração entre motoristas, veículos e aplicativos de trânsito.

Os aplicativos de trânsito — criados, em sua maioria, para oferecer segurança, reduzir tempo e possibilitar economia aos motoristas — têm sido grandes aliados no desenvolvimento de novas tecnologias em mobilidade urbana, bem como no aperfeiçoamento das ferramentas já existentes como, por exemplo, os radares, lombadas eletrônicas e sistemas de pesagem.

Isso porque os aplicativos conseguem mostrar com precisão ao motorista o melhor trajeto, coletar dados das vias, alertar sobre condições do trânsito, sobre acidentes, bloqueios de vias, condições climáticas e muito mais. Tudo acontece 24 horas por dia.

Paralelamente a isso, os equipamentos de mobilidade também são desenvolvidos com o propósito de aumentar a segurança e oferecer subsídios para o controle, planejamento e para gestão da urbana mais sustentável.

No Brasil, fabricantes de equipamentos em tecnologia de mobilidade já estão desenvolvendo sistemas que possibilitem a integração entre motoristas, veículos e aplicativos de trânsito.

“Neste exato momento, soluções plenamente digitais para a realização de sistemas de ITS ultra seguros e eficientes estão sendo projetados e implementados baseados, principalmente, nestes três pilares tecnológicos”, afirma Guilherme Araújo, especialista em mobilidade e presidente da Velsis, empresa paranaense de tecnologia em trânsito.

Hoje, as tecnologias são fabricadas utilizando inteligência artificial e integrando dados, vídeos e imagens para otimizar ações de fiscalização fazendárias, ambientais, de trânsito e de segurança pública nas rodovias e vias públicas.

Integração — No que se refere aos radares os aplicativos e equipamentos se complementam. A cada novo radar instalado em uma via, o aplicativo mapeia o ponto e alerta o condutor, que instantaneamente reduz a velocidade.

Já os equipamentos são dotados de sensores que possibilitam identificar o perfil de tráfego, a velocidade e geometria do veículo em toda a seção da via, inclusive entre as faixas, e captam informações do veículo, como cor, modelo e situação perante os órgãos de trânsito.

“Estamos em um momento da história em que se torna mais frequente a fusão de tecnologias para realizar funções complexas, para melhorar a experiência e a segurança dos usuários, trazendo benefícios para a sociedade”, reforça Guilherme.

Avanços — Segundo ele, pode-se esperar que em breve as vias e os veículos, bem como as pessoas, irão se comunicar, interagir e tomar decisões em tempo real. “Isso irá gerar um novo nível de cognição e grandes ganhos em segurança no trânsito, gestão de tráfego e garantias de direitos da sociedade”, afirma.

Além dos aplicativos e dispositivos de trânsito eletrônicos embarcados, a instrumentação viária e a tecnologia dos veículos prometem uma grande revolução no transporte de pessoas e cargas, com algoritmos avançados baseados em inteligência artificial.

Para que se tenha ideia, a tecnologia nos veículos está evoluindo de forma tão rápida que prometem se deslocar de forma segura e eficiente até o destino solicitado pelo usuário.

Além disso, o grande número de sensores e instrumentos presentes em praticamente todos os veículos atuais – incluindo soluções para motorização e monitoramento de componentes como freios, amortecedores e outros itens têm alta conectividade. Eles enviam dados de forma constante para os fabricantes para a realização de funções como manutenção preditiva e melhorias de projeto.

No que se refere à infraestrutura viária, observa-se evolução na mesma velocidade. O monitoramento avançado do tráfego e a geração de dados de altíssima precisão – fundamentais na concepção das soluções de Smart Cities e Inteligent Transportation Systems (ITS) – para a operação de veículos autônomos e soluções preditivas de acidentes.

Confira alguns aplicativos que contribuem com a mobilidade no trânsito:

1. Waze

Entre os recursos de navegação, o Waze ganha destaque por ser integrado a uma comunidade de usuários, simplificando o trânsito nas estradas e rodovias.

2. Google Maps

Com o Google Maps também é possível acompanhar o trânsito em tempo real e horários de pico, assim como acidentes próximos e vias fechadas. Além disso, também há informações sobre restaurantes na estrada, tendo acesso ao cardápio, avaliações de clientes, preços e fotos da fachada e do ambiente interno.

3. Moovit

É uma ferramenta de mobilidade urbana que calcula rotas dos serviços de transporte público, como metrô, ônibus, trens e até barcas. No Brasil, ele funciona nas maiores metrópoles do país.

4. Carrorama

É um app que compila dados. Com ele, caminhoneiros e gestores têm acesso uma variedade de informações sobre seus veículos, permitindo saber quanto está gastando com cada um. Isso sem falar no sistema de notificação, que comunica os usuários quando alguma providência precisa ser tomada.

5. TruckPad

Um dos maiores destaques da tecnologia para o caminhoneiro é a otimização e o planejamento de viagens, tanto para a conexão entre quem procura fretes e quem os oferece quanto para o aproveitamento do tempo. Nesse sentido, o Truckpad é pioneiro, pois pode ser usado por empresas e motoristas.

6. Radarbort

O aplicativo que combina alertas em tempo real com sistema de aviso de radares offline. Com o Radarbot é possível obter informações sobreradares, alertas de trânsito em tempo real e limites de velocidade específicos para automóveis, motos, caminhões e veículos comerciais.

Foto: Schutterstock

Startups de São Paulo receberam 81,7% dos investimentos de risco no Brasil, revela pesquisa

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Estudo realizado pela Movile, investidora de longo prazo em empresas de tecnologia na América Latina, e conduzido pelo Distrito, mostra que o estado de São Paulo concentra a maior parte (81,7%) do volume investido no Brasil. As startups paulistas receberam USD 14,3 bilhões em 1.337 deals nos últimos cinco anos (2017-2021), fazendo com que o estado represente 52% das transações realizadas no País.

O estado é tão forte, que representa, sozinho, praticamente 50% do valor investido no período nos quatro países analisados: Argentina, Colômbia e México, além do Brasil. Isso ocorre tanto pelo número de startups baseadas no estado quanto pela quantidade de negócios maduros, que receberam mega-rounds, transações acima de USD 100 milhões.

No ranking de volume aportado no País, o estado é seguido pelo Paraná, que recebeu USD 1,16 bilhões em 135 deals, e o Rio de Janeiro, que registra USD 516,2 milhões em 133 rodadas, no mesmo período.

Metodologia da pesquisa

O levantamento analisou o panorama de investimentos de risco em startups na América Latina nos últimos cinco anos com foco em quatro países: Brasil, Argentina, México e Colômbia. As informações foram selecionadas a partir de uma análise do banco de dados proprietário do Distrito, consultas a bancos de dados abertos e informações públicas de fontes especializadas. Os critérios de seleção de startups considerados foram: ser definida como empresa que possui a inovação no centro do negócio na base tecnológica, no modelo de negócios ou na proposta de valor; ter operação independente; ter origem e operação no Brasil, México, Colômbia e Argentina; ter recebido investimento e/ou ter sido adquirida no período analisado (01 de janeiro de 2017 a 02 de dezembro de 2021); e ter recebido investimento do tipo Anjo, Pré Seed, Seed, Series (todos os tipos) e Private Equity.

Para baixar o relatório completo, acesse o link.

A Movile

A Movile é uma investidora de longo prazo em empresas de tecnologia na América Latina e visa ser a maior ‘thesis maker’ da região. A companhia atua diariamente para acelerar as empresas investidas e seus profissionais de forma a atingirem um crescimento exponencial e liderarem mudanças que transformam o mundo. Por meio de sua expertise em cultura, estratégia, M&A, finanças e gestão, apoia companhias como iFood, MovilePay, Afterverse, Sympla, Sinch, Zoop, a55, Mensajeros Urbanos, Moova e Sandbox & Co. Além disso, a Movile e suas investidas apoiam a Fundação 1Bi com o objetivo de fomentar projetos de tecnologia para impacto social e promover oportunidades por meio da tecnologia. Para mais informações, acesse o site da Movile.

Foto: FreePik rawpixel.com

Presidente da Abralog entrevistado no site da associação francesa Afilog

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A logística do Brasil entre resiliência e transformação

Durante sua visita ao SITL 2022, Pedro Moreira, presidente da Abralog, fez um relato sobre o setor logístico brasileiro, emergindo da pandemia de Covid-19, e em um contexto internacional adverso. Ele destacou a oportunidade de discutir sinergias com os seus companheiros franceses da Afilog https:\/\/www.abralog.com.br//abralog.agenciahypelab.com.br//www.afilog.org/, a situação global, e também os painéis fotovoltaicos nos armazéns.

Qual a participação da logística na economia brasileira?

A logística representa aproximadamente 12,5% do PIB brasileiro, o que é uma proporção satisfatória quando sabemos que está em torno de 10% na Europa e 8% nos Estados Unidos. Mas este valor também se explica pelas nossas deficiências e pelas despesas que geram uma rede de transportes desequilibrada: 61,1% da nossa atividade opera por rodovias, seguindo-se as ferrovias (20,7%), hidrovias (13,6%), oleodutos (4,2%) e aéreo (0,4%). Não temos uma rede ferroviária bem desenvolvida, e ainda fazemos pouco uso do transporte fluvial ou ao longo do nosso vasto litoral. A prática da multimodalidade ainda está longe. Todos esses fatores levam ao aumento dos tempos de trânsito e do estoque, que criam gargalos e aumentam os custos logísticos.

Por muitos anos, sucessivos governos lançaram planos de logística e infraestrutura de curto prazo, que estavam em constante mudança. Mas o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e seu sucessor, o atual ministro Marcelo Sampaio, fizeram a diferença. Foi implementado um plano de infraestrutura real, sólido e de longo prazo. Desde 2019, o Brasil privatizou 81 ativos, incluindo portos, aeroportos e estradas, gerando mais de US$ 20 bilhões em investimentos. E tudo isso continuou apesar da pandemia, o que é notável. Mas devemos continuar a aplicação adequada deste plano e seu ritmo de execução. Graças a isso, o Brasil está a caminho de ter uma infraestrutura de transporte bem desenvolvida e equilibrada nos próximos anos.

Como a logística brasileira superou a crise do Covid-19 e que lições resultaram, dois anos depois?

Cidade de São Paulo

Aprendemos muito com esta pandemia, que teve um efeito revelador: as empresas que souberam se adaptar conseguiram se reinventar e superar a crise. No Brasil não tivemos nenhuma interrupção na cadeia de suprimentos durante a pandemia, o que é muito satisfatório, porque historicamente não tínhamos uma cultura de colaboração muito desenvolvida, as empresas relutavam em trocar informações. Mas a pandemia virou tudo isso de cabeça para baixo e agora os concorrentes estão negociando muito mais entre si para evitar colapsos.

A pandemia também acelerou a mudança para a digitalização. Antes, muitas empresas tinham uma agenda de cinco anos nesta área. Agora,  elas sabem que precisam ser capazes de olhar apenas seis ou 12 meses à frente, o que é uma grande mudança. Outro número também ilustra essa profunda mudança: antes da Covid-19, o comércio eletrônico representava 5% do comércio brasileiro. De 2019 a 2021, esse número triplicou, chegando a quase 15%, e as previsões evocam 25% para os próximos anos, o que é enorme.

Quais poderiam ser as consequências da situação atual da Ucrânia na logística brasileira e, de forma mais geral, na América Latina?

O cenário que vivemos tem causado rupturas nas cadeias de abastecimento. Isso não diz respeito apenas às organizações no Brasil, mas em todo o mundo. Estamos vendo atrasos e prazos de entrega mais longos, falta de fornecimento, falta de visibilidade, volatilidade de preços, etc. Isso incentiva as empresas a se reposicionar em cadeias de suprimentos mais regionais. O Brasil sabe o quanto é importante se aproximar de outros países da América Latina, Estados Unidos e Europa para evitar desabastecimento. Veja o caso da Rússia, maior produtor mundial de fertilizantes, sendo que o agronegócio responde por 35% do nosso PIB. Portanto, o risco de desabastecimento para os próximos meses é real. São consequências globais que não poupam o Brasil, e obviamente temos que nos preocupar com elas.

Quantos metros quadrados de painéis fotovoltaicos estão instalados nos armazéns brasileiros?

De um total de 20 milhões de metros quadrados de armazéns classe A, menos de 10% estão hoje equipados com painéis fotovoltaicos. Embora o Brasil seja autossuficiente em energia, vive sua pior crise hídrica em 90 anos, o que elevou o preço da eletricidade. A eletricidade da rede pode representar até 25% do custo total dos armazéns, o que incentiva as empresas a recorrer a outras alternativas, como solar e eólica, que estão em forte desenvolvimento. A parcela de painéis fotovoltaicos instalados nos armazéns brasileiros ainda é baixa, mas novos projetos já incluem esse componente.

GLP, Louveira-SP

A lenta transição é explicada pelo custo dos painéis e baterias de lítio, o que ainda não permite rentabilizar o armazenamento de eletricidade. Além disso, somos dependentes das importações de lítio da China, cuja disponibilidade é escassa e sujeita a altas taxas de importação. No entanto, a capacidade das baterias de íons de lítio pode aumentar mais de cinco vezes até 2030, o que ajudará a reduzir custos, melhorar o retorno do investimento e acelerar a expansão da energia solar. Em um país como o Brasil, que goza de uma insolação muito alta, os painéis fotovoltaicos nos telhados dos armazéns oferecem grandes possibilidades que devemos saber explorar a médio e longo prazo.

Um ano e meio após a parceria firmada entre Afilog e Abralog, que lições você tira dessa colaboração e seus benefícios para ambas as associações?

A Afilog e a Abralog se conhecem há muito tempo, graças a vários encontros anuais no SITL. Começamos a conversar com mais regularidade durante a pandemia para identificar como unir nossos esforços e criar uma melhor colaboração logística. Acho que a França desenvolveu muito boas práticas em termos de logística, principalmente urbana, e esse é um modelo que também gostaríamos de adotar. O Brasil representa um grande potencial para a França em termos de investimentos em imóveis e tecnologia, etc.

Quais são os pontos comuns da logística urbana entre a França e o Brasil e como os dois países podem aprender com suas respectivas experiências?

A França apresenta, sem dúvida, modelos eficientes de logística urbana nos quais devemos nos inspirar. Na região metropolitana de Paris, vemos terminais urbanos, com conexões ferroviárias e fluviais que facilitam muito as transferências, abastecimento de lojas e distribuição de última milha, que não temos em nossas regiões metropolitanas.

Acredito que as duas associações podem construir juntas um forte programa comum, compartilhando seus conhecimentos e práticas para gerar novas oportunidades para seus associados. Já organizamos vários webinars, com o objetivo de realizar estudos comparativos, por exemplo sobre energias renováveis: podemos avaliar as experiências, as diferenças, e levar essas lições em consideração para implementar soluções adequadas. Também criaremos delegações que visitarão os dois países.

Fotos: Divulgação Afilog

Antecipação de recebíveis junto a fintechs é alternativa para capital de giro

Capital de giro, nessa retomada pós-pandemia, tem sido um dos grandes problemas para as empresas do segmento logístico, uma dificuldade agravada pelos constantes aumentos do diesel. A operação de crédito conhecida como “Risco Sacado” pode ser uma alternativa eficiente para a captação imediata de recursos financeiros, e tem sido bastante utilizada para fortalecer o fluxo de caixa, uma vez que permite que a empresa âncora antecipe o pagamento dos títulos a receber dos seus fornecedores por meio de um produto financeiro que não consome a linha de crédito com o banco.

Este conteúdo, publicado pela Sky.Simple, plataforma de antecipação de recebíveis do grupo Sky.One Solutions, apresenta essa solução, cujo uso tem crescido na área de logística. 

Risco sacado nas empresas – Sabemos que o mercado possui grandes provedores, que, muitas vezes, podem utilizar do seu poder de negociação para pressionar os fornecedores com descontos e prazos maiores.

Neste contexto, quando uma empresa conta com uma operação de crédito sacado, os fornecedores, principalmente os menores, apresentam a possibilidade de atender os prazos solicitados pelo mercado e antecipar o seu pagamento com taxas mais competitivas do que as oferecidas pelos bancos tradicionais.

Assim, a chamada empresa âncora (empresa compradora), ganha eficiência e o fornecedor consegue equilibrar seu fluxo de caixa, investir em nova produção e vender mais.

Nesse sentido, a tendência é que as empresas deixem de operar os serviços financeiros por meio de uma plataforma bancária e passem a utilizar o software de gestão (ERP). Mas, para isso, é necessário que este software esteja integrado a todos os processos, inclusive financeiros. Pensando nisso, a Sky.One conta com o Integra.Sky, solução iPaaS que gerencia todas as integrações através de um conector único, simples e seguro.

Mas, por que não optar pelo serviço oferecido pelos bancos? – Atualmente, os bancos oferecem o crédito, no entanto, todo o trabalho operacional fica sob a responsabilidade do cliente. Além disso, as integrações são limitadas, sendo necessário uma conciliação manual. A plataforma de risco sacado, por outro lado, é mais flexível, integrada de ponta a ponta e 100% digital.

Outro ponto importante é que o banco oferece uma linha de crédito e a empresa âncora fica responsável por toda a operação, ou seja, precisa oferecer o serviço para, muitas vezes, milhares de fornecedores, gerenciar as demandas, executar as operações e fazer todas as conciliações.

No fim, há um aumento no trabalho da área financeira e a oferta é direcionada apenas para os maiores fornecedores, deixando de fora aqueles que mais precisam do crédito.

Com a plataforma de risco sacado, a operação é totalmente automatizada e a oferta de crédito chega para todos, mesmo para os menores fornecedores. Assim, a maior diferença está no processo e no serviço, e não no produto financeiro em si.

Portal de fornecedores: tecnologia que facilita a comunicação entre as duas pontas – O portal do fornecedor da Sky.One é um canal de comunicação criado entre a empresa âncora e seus fornecedores, que permite a consulta do histórico de relacionamento, o acompanhamento dos títulos vigentes e a antecipação dos valores que os fornecedores só receberiam no futuro.

Assim, o principal objetivo da solução é automatizar 100% o processo, auxiliando os fornecedores a acompanharem os detalhes dos seus títulos e, caso desejado, solicitar a antecipação de parte ou do total dos valores a receber.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Sky.One, o portal de fornecedores da companhia reduziu em 83% o número de ligações, e-mails e interações em busca de informações sobre os títulos das empresas.

O fato ocorreu, uma vez que a plataforma de risco sacado é totalmente integrada ao ERP por meio de APIs, que atualizam as informações em tempo real e sem necessidade de conciliação.

Desta forma, a plataforma cria um novo canal de comunicação com os fornecedores, avisando sobre pagamentos, quando um novo documento está disponível ou quando uma observação ou desconto são aplicados a um título e acaba facilitando a rotina, tanto da empresa âncora, quanto dos fornecedores. Isto ajuda também a aumentar a satisfação e a alavancar os negócios. Quer saber mais sobre as tecnologias que a Sky.One oferece para o mercado financeiro? Acesse aqui.

Foto: FreePik