quinta-feira, 18/04/2024

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Vander Costa diz que modal hidroviário será próxima fronteira da infraestrutura

O presidente da Confederação Nacional do Transporte, Vander Costa, afirmou nesta quinta-feira, 17.3.2022, último dia da XXV Conferência Nacional de Logística da Abralog (CNL), que o modal hidroviário será a próxima fronteira de infraestrutura a ser erguida no País. A Conferência ocorreu durante a 26ª Intermodal South America, da qual a Associação Brasileira de Logistica é o braço de conteúdo.

“O Brasil tem uma extraordinária bacia hídrica que pode, se funcionar, dar maior eficiência à logística, notadamente ao agronegócio, que vem sustentando o País”, disse Vander Costa. O próximo governo certamente colocará o modal hidroviário como uma de suas prioridades, acrescentou.

No palco, o presidente da CNT disse ser aquela a primeira vez que participava de evento presencial, desde o início da pandemia. O presidente da Abralog, Pedro Moreira, fez a apresentação da palestra de Vander Costa, e qualificou a CNT, que administra também o Sest Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), como a entidade “que mais faz pela logística do País, com seu olhar para todos os modais, sobre os quais produz pesquisas que ajudam a entender e melhorar a infraestrutura do Brasil”.

Vander Costa falou sobre as ferrovias, que tiveram notável avanço em função do trabalho do ministério da Infraestrutura, que ele elogiou, mas revelou que o setor carece de maior concorrência. “Há casos em que o dono dos trilhos é o mesmo dos vagões, e por vezes, da carga”, afirmou, em referência à ferrovia Vitória-Minas, da Vale. “É necessário haver concorrência, criar-se o direito de passagem; com mais participantes, teremos melhora no ambiente de negócios. Isso com certeza fará diminuir o Custo Brasil”, garantiu.

Frete e petróleo – O presidente da CNT disse que a questão do frete envolve situação complexa, dado o aumento do custo do barril de petróleo e a subida do dólar. O governo não tem como interferir na questão do petróleo, mas pode agir para controlar o dólar. “Não é verdadeira a afirmação de que sejamos autossuficientes em petróleo, pois importamos 41% do que consumimos”, informou, acrescentando que o produto extraído no Brasil é muito pesado e as refinarias têm limitações para colocá-lo em comercialização. Quando comentou a situação do frete em função dos preços crescentes dos combustíveis, ele lembrou das padarias: “Quando sobe o preço do trigo, sobe o preço do pão”.

Melhor é o híbrido – Vander Costa fez muitos comentários sobre combustíveis alternativos, da eletricidade ao biometano, passando por hidrogênio e GNV. “O ideal, me parece, é tratar as diversas situações com as diversas alternativas que temos”. O biometano, comentou, a partir do gás dos aterros sanitários, é potente e um caminhão movido a esse combustível tem pouquíssima emissão de gases do efeito estufa. O hidrogênio é outra alternativa, conforme Vander Costa citou, e seria para longas distâncias, no transporte marítimo, no qual as próprias embarcações poderiam ter usinas a bordo. O presidente da CNT, no entanto, acredita que a solução mais madura no momento seria a dos veículos híbridos, movidos à GNV e diesel.

Multimodalidade e ESG – Segundo Vander Costa, a multimodalidade nunca avançou tanto como nos últimos três anos. Citou a Norte-Sul, que abriu um caminho de possibilidades, e voltou a citar a hidrovia como fator estratégico – ela poderia levar cargas do agronegócio pelo chamado Arco-Norte, em tempo menor e a custo bem mais baixo.

“Temos rios navegáveis, não hidrovias. Precisamos delas, e para que existam o investimento é baixo. O custo da hidroviário é o custo do rio abaixo, o custo da correnteza. Gera desenvolvimento econômico e nenhuma poluição, é o exemplo perfeito de ESG”, referindo-se aos conceitos propostos no Environmental, Social and Governance, ou Ambiente, Social e Governança.

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