quarta-feira, 24/04/2024

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Varejo-indústria: Time de ponta

Colaboração foi o fio condutor do Painel “Oportunidades de Integração entre Indústria e Varejo”, que abriu a XX Conferência Nacional de Logística, de 20 a 21 de setembro, em São Paulo. A apresentação reuniu empresas de ponta desse cenário, como o Multivarejo, do GPA (Pão de Açúcar, Extra, Minimercado Extra e Minuto Pão de Açúcar), Carrefour, Unilever e o Grupo Martins.

Luís Ricardo Marques Pedro, foto, coordenador do Comitê Indústria-Varejo da Abralog, e moderador do Painel, ao apresentar o time de executivos de primeira linha, explicou que a qualidade dos debatedores iria mostrar o papel cada vez mais importante da logística na relação indústria-varejo no desafio de entregar o produto certo, no momento certo e ao menor custo possível para o consumidor. E também jogar luz sobre a colaboração, como ela ocorre, como se aprimora a previsão de demanda, entre outras ações. Foi o painel de abertura da XX CNL.

TENDÊNCIA NO TRANSPORTE – Para Edison Sales Júnior, foto, diretor de Operações de Logística do Multivarejo, a colaboração entre embarcadores é uma tendência para otimização das operações de transporte, que entre outras, trás as vantagens de maior produtividade dos veículos, diminuição de custo e redução na emissão de poluentes. (A estrutura de transporte do Multivarejo tem 100 transportadoras (outound e inbound), com 1.800 veículos contratados que executam 700 mil entregas anos para as lojas. Toda a frota é monitorada.

O executivo apresentou case que gera grande eficiência no supply chain da companhia, além de reduzir em muito os seus custos. Trata-se de parceria com a CHEP, empresa especializada em pool de paletes e contentores, que tem duas operações dessas com a companhia do GPA.

Numa delas, o CD do Multivarejo em São Paulo abastece de produtos o CD Multivarejo do Rio de Janeiro, com os caminhões retornando com paletes CHEP para o mesmo CD do supermercadista em São Paulo. Essa operação evita que os caminhões voltem vazios numa distância que, em um ano, seria de 110 mil quilômetros. A redução de custo é da ordem de 8%.

Numa segunda ação, caminhões com produtos paletizados vindos da indústria, após abastecerem o CD do Multivarejo em São Paulo, retornam com paletes para novo envio da indústria, numa operação conhecida como Backhaul. Aí o ganho é 37.500 quilômetros sem rodar vazio, redução de custo de 15%.

Em sua fala, Sales Júnior ainda alertou: a logística tem de ser feita de modo cada vez mais simples, é preciso desburocratizar. A ideia é simples, mas a execução é complexa.

DIFÍCIL E LENTA – Fernando Gasparian, foto, diretor de Logística do Carrefour, disse que a colaboração é importante e nem sempre fácil de conseguir, além de ser processo lento. Mas, vale a pena. Segundo sua experiência com o assunto, ele enxerga quatro situações que se encontra no início de deflagração da colaboração:  “Conflito, zona de conforto, ‘eu acho que’ e individualismo.”

Depois, disse Gasparian, o que se verifica com o tempo é que conflito deu originem à gestão de performance, enquanto a zona de conforto foi vencida, ou seja, quebrou-se um paradigma; já o ‘eu acho que’ virou o assertivo ‘isto é’ , enquanto o individualismo deu passagem para a integração.

Ele deixou uma receita: “A grande maestria da colaboração é fazer com que as áreas afins conversem prioritariamente, pois elas falam a mesma língua, têm o mesmo vocabulário”.

COM GRANDES CLIENTES – Leonardo Rubinato, foto, diretor de Supply Chain da Unilever, segunda maior unidade da multinacional do mundo, que lidera 9 das 13 categorias em que atua, elencou iniciativas com grandes clientes no País, entre elas o rebaixamento de camadas dos paletes na epedição dos Centros de Distribuição Unilever, para atendimento exclusivo do cliente. Ainda na área de paletização, a empresa adotou expedição de itens fracionados no formato de um SKU por palete. SKU é a sigla em inglês de Stock Keeping Unit, ou Unidade de Manutenção de Estoque, ou seja, é um código dado a cada item para simplificar e facilitar a localização.

Além disso, a empresa iniciou colocação de pedidos com frequência diária, além do Backhaul e da entrega compartilhada de alimentos em veículos exclusivos. “Houve redução da ociosidade, redução do picking, dimuinuição da quantidade de veículos embarcados e também redução da emissão de gás carbônico”, explicou Leonardo Rubinato. Por outro lado, lembrou, conseguiumos aumento da produtividade operacional e ganhos financeiros, alguns compartilhados com clientes.

GIGANTE MARTINS – Cássio Macedo Neto, foto, diretor de Logística do Martins, maior atacadista brasileiro, mostrou a operação de armazenagem do grupo, composta por 7 centros de distribuição, 200 mil posições de palete, 165 mil m2 de área destinada à armazenagem e mais de 240 milhões de itens separados, carregados e entregues anualmente por 14 mil carretas, movimentação que representa faturamento de 8 bilhões de reais.
A colaboração está no radar do Martins, como mostrou Cássio Macedo Neto em sua palestra. Uma delas revela a proximidade que a empresa mantém com os milhares de pequenos varejos do País. “O grupo oferece  software de gestão de loja, emissão de notas fiscais, sem impor condições, apenas a possibilidade de ter um plug para propormos negócios e ofecermos oportunidades”, explicou o diretor de Logística.

O Martins está no mercado há 61 anos, fundado por Alair Martins, ainda hoje acompanhando a trajetória dos negócios, tem mais de 5.300 colaboradores e atende mais de 460mil clientes em todo o País, aos quais oferece cerca de 20 mil itens. Nessa tarefa, percorre mais de 32 milhões de quilômetros anualmente, em 1.100 veículos próprios, nos quais entrega 2,5 milhões de pedidos e240 milhões de itens.

A missão do grupo é ser o principal integrador da cadeia de demanda, a visão é ser e melhor solução de distribuição para o varejo brasileiro e seus valores são amor pelo que faz, dissiplina, humildade, inovação, integridade, justiça e lealdade. Fotos: Albert Caballe, Agência Riguardare.

CLIQUE PARA TER ACESSO ÀS APRESENTAÇÕES FEITAS DURANTE A XX CONFERÊNCIA NACIONAL DE LOGÍSTICA – PALESTRAS LIBERADAS.

RESUMO:

PLANO DE MOBILIDADE URBANA DE SÃO PAULO – ANTONIO TADEU PRESTES DE OLIVEIRA, COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGCO DE SÃO PAULO

ENTREGAS NOTURNAS – SETCESP
MEGA TENDÊNCIAS, INTRALOGÍSTICA 4.0 – ADRIANA FIRMO, STILL

MULTIMODALIDADE  – FERNANDO CAMARGO, ALIANÇA NAVEGAÇÃO

MULTIMODALIDADE – PRISCILA SANTIAGO, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

FRENTE NACIONAL PELA MULTIMODALIDADE, ABRALOG

TECNOLOGIA, REALIDADE DO MERCADO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA – LUIZ RÊGO, ABRALOG/ALCIS

FROTA LEGAL – RODRIGO MATARAIA, AMBEV

DISTRIUIÇÃO URBANA, LAST MILE DISTRIBUTION – HUGO YOSHIZAKI, ABRALOG/CISLOG ; ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

JOGOS OLÍMPICOS, UM CORREIO COMO PRIMEIRO OPERADOR OLÍMPICO – JOSÉ FURIAN FILHO

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