quarta-feira, 08/05/2024

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Invent, empresa associada à Abralog, é capa da Revista ‘Gestão e Negócios’

Nossos filiados Augusto Ghiraldello, Leonardo Araki e Igor Uliana, sócios da Invent, empresa de automação intralogística que movimenta bilhões de reais em negócios para seus clientes, nos mais diversos segmentos, são destaque de capa da edição deste mês da Revista Gestão & Negócios. Outros dois associados estão presentes na mesma edição: Angela Gheller, Diretora de Produtos de Logística da Totvs, e Mirane Lima, Product Owner de Pré-Last-Mile da Uello. Segue a íntegra da reportagem:

“A compra on-line é mais do que realidade entre empresas e consumidores de todos os setores e classes sociais, não só pela facilidade, mas também pelos milhares de opções e vantagens que o ato de comprar remotamente oferece para as duas pontas. É um movimento que começou como tendência e hoje é parte do dia a dia do brasileiro, movimentando R$169,6 bilhões, segundo dados levantados pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em cerca de 368,7 milhões de pedidos e um tíquete médio de R$460 por cliente em 2022, englobando mais de 10% das vendas de todo o segmento do varejo nacional. Para 2023, a projeção de crescimento é maior. A expectativa gira em torno de 9,5%, podendo atingir os R$186 bilhões no final do ano.

O volume já é enorme e com potencial ainda de continuar crescendo. É um mundo de pessoas e possíveis consumidores, sem restrições geológicas, que desejam comprar e ser impactados por boas ofertas de forma remota. Mas, mais do que ter produtos disponíveis para vendas nesse universo a um clique, as empresas precisam entender como trabalhar a logística dessa operação on-line para que, enfim, o item adquirido chegue ao seu destino.

Seja para grandes ou pequenas empresas, esse ainda é o “calcanhar de Aquiles” da modalidade e-commerce nos últimos tempos, em especial para pequenos lojistas – a questão passa por como e onde investir para garantir que o produto seja entregue da melhor maneira possível ao consumidor, ao menor custo.

Augusto Ghiraldello, cofundador e vicepresidente da Invent Smart Intralogistics Solutions

Falar em logística é pensar e tratar o processo de gerenciamento do fluxo de bens, informações e pessoas de um ponto de origem para um ponto de consumo. “Envolve a coleta dos produtos em um armazém, o empacotamento adequado, o transporte até o centro de distribuição, a programação de entrega, o acompanhamento da rota e a entrega final ao cliente. Além disso, a logística também inclui o gerenciamento do inventário para garantir que os produtos estejam disponíveis para venda e a coordenação dos fornecedores para garantir que os materiais necessários estejam disponíveis para produção. Todo esse processo é gerenciado pela equipe de logística para garantir uma operação eficiente e eficaz”, explica o cofundador e vice-presidente da Invent Smart Intralogistics Solutions, especializada em automação de processos logísticos, Augusto Ghiraldello.

Em outras palavras, é a função responsável por garantir que os produtos cheguem ao seu destino no prazo certo, com qualidade e ao menor custo possível, estando diretamente relacionada à satisfação do cliente e aos resultados da empresa. “No e-commerce, além de variedade, qualidade e preço de produtos, prazos e custos de entrega menores são determinantes na decisão de compra por parte dos clientes, fazendo com que os serviços logísticos se apresentem como um grande diferencial competitivo”, lembra a professora da graduação de Tecnologia em Logística do Senac EAD Iramaia Pires de Oliveira Luna.

Mil e uma opções

Aquilo que no início era feito de forma mais informal, com o carro particular do dono da empresa, em rotas determinadas de acordo com as vendas já fechadas, hoje já não é mais assim; o mercado evoluiu, possui uma gama de modalidades de serviços de entrega que apresentam vantagens e desafios que as empresas precisam estudar e entender qual se adapta às suas necessidades, ao seu perfil e atende melhor o seu consumidor.

Na visão do cliente final, a escolha deve basear-se em saciar as suas necessidades ou na opção que mais se qualifica a isso; para o fornecedor (quem está vendendo), essa escolha é mais difícil, pois envolve aspectos que vão desde os mais simples, como custo e tempo de entrega, até os mais complexos, como sustentabilidade e experiência de consumo com a marca. “É uma boa gestão logística que vai garantir a satisfação do cliente e uma possível nova compra. Essa experiência de compra e entrega é um dos principais fatores para a recorrência. Afinal, de nada adianta termos um excelente produto se não soubermos fazê-lo chegar ao seu destino da melhor forma possível”, ressalta a product owner de pré- -last mile da Uello, Mirane Lima.

Angela Gheller, diretora de produtos de logística da TOTVS

Para a escolha do como fazer, cada negócio precisa entender sua maturidade, o funcionamento da sua operação e, principalmente, seu produto, para assim poder planejar e estruturar sua operação logística. “A opção de entrega deve considerar fatores como urgência, custo, localização, tamanho e peso do produto, além de flexibilidade em termos de horário de entrega, cuidados necessários no manuseio e extensão geográfica da área de atendimento. Por isso é comum que as empresas contem com diversos fornecedores de serviços logísticos e escolham a opção mais adequada para cada encomenda”, pontua a diretora de produtos de logística da TOTVS, Angela Gheller.

Cada alternativa apresenta vantagens e desvantagens, sendo necessário adequar ao tipo de produto ofertado e ao perfil do público-alvo, uma vez que o valor do frete e o prazo de entrega são determinantes não só para a concretização das vendas, como para a lucratividade das lojas virtuais. “Uma prática comum é oferecer mais de uma opção para o cliente, por exemplo, entrega pelos Correios, por uma transportadora ou retirada no local, informando os respectivos preços e prazos e deixando que ele decida o que melhor lhe convier. Atualmente, há plataformas de tecnologia que auxiliam as lojas virtuais na intermediação e avaliação dos fretes das transportadoras parceiras, facilitando a oferta de opções de entrega ao cliente”, sugere a docente do Senac EAD.

Escolha estratégica

Como as possibilidades são muitas e nem toda empresa tem recurso financeiro, humano e estrutural para cobrir e oferecer todas, principalmente em se tratando de pequenos e médios negócios, vale considerar buscar parceiros que cubram e cumpram pontos logísticos que garantam o melhor desempenho para a empresa e a melhor experiência para o consumidor.
Nesse ponto, como toda decisão em gestão, é sempre necessário partir da avaliação do modelo de negócios, considerando o tipo de produto ofertado, as necessidades e expectativas do público-alvo e as características do mercado.

Existem diferentes modelos logísticos com distintas possibilidades de parceria. No modelo dropshipping, por exemplo, assim que a compra é realizada no site, o lojista transmite o pedido ao fornecedor, que se encarrega de expedir o produto diretamente ao cliente. “Nesse modelo, o lojista é responsável apenas pela comercialização do produto, não tem estoque próprio e não precisa administrar as tarefas logísticas, o que reduz significativamente a necessidade de investimentos e custos operacionais, entretanto há muita dependência do fornecedor em relação à disponibilidade do produto e do cumprimento dos prazos de entrega, além de oferecer menor margem de lucro”, explica Iramaia, do Senac/EAD.

Segundo ela, já no modelo de outsourcing, o lojista terceiriza parte ou a totalidade das atividades logísticas. “É frequente terceirizar uma atividade específica, como o transporte e a entrega ao cliente, ou ainda terceirizar a armazenagem e o estoque”, considera.

Há empresas, por outro lado, que optam por terceirizar todas as atividades logísticas, como recebimento, armazenagem, separação de pedidos e distribuição.

Leonardo Araki, cofundador e CEO da Invent Smart Intralogistics Solutions

Com a terceirização, o lojista consegue se concentrar nos processos centrais do seu negócio e conta com a expertise de parceiros para os processos logísticos. Porém, assim como no dropshipping, o empresário depende de terceiros na prestação de serviços ao cliente. Por essa razão, no momento da escolha, é preciso avaliar a experiência, a reputação e a qualidade dos parceiros, assim como analisar custos e riscos da parceria.

Algumas empresas de logística, bem como os principais portais de venda do País, oferecem um tipo de serviço logístico chamado de fullfilment, que é um conjunto de operações e atividades – desde o recebimento do pedido até o momento da entrega do produto ao cliente final, visando sempre ao maior índice de satisfação possível – por meio do qual realizam todas as atividades relacionadas à gestão dos pedidos, gestão dos estoques e entrega das encomendas aos consumidores. Para as pequenas empresas de e-commerce, que contam com pequenas equipes e baixa capacidade de investimento, esses serviços terceirizados por empresas especialistas no assunto podem ser uma ótima opção para diminuir os custos e melhorar o nível de serviços logísticos oferecidos aos consumidores.

Lição de casa

Mesmo que desenvolvam parcerias com empresas como Correios e transportadoras ou empresas especialistas em logística, é fundamental que a organização invista no desenvolvimento de processos internos de gestão de estoques e pedidos e que utilize sistemas de informação que aumentem a sua capacidade de atendimento e a rapidez das operações logísticas. “Apesar de representarem diferentes aspectos da operação logística, a automatização dos processos e a sustentabilidade são fundamentais para o sucesso da logística. A melhoria contínua dos processos de armazenagem, separação, embalagem, expedição e entrega dos produtos é fundamental para que a empresa diminua seus custos logísticos e ofereça um nível de serviço melhor para seus consumidores”, diz o professor da FIA Business School, Fabiano Caxito.

Em se tratando de sustentabilidade, ele diz que está ligada à percepção, por parte dos consumidores e da sociedade, da importância do respeito ao meio ambiente que as empresas demonstram no desenvolvimento de suas atividades. “Se antes a única preocupação dos consumidores, no momento da decisão de consumo, era com o preço do produto, cada vez mais a atuação sustentável da empresa passa a ser um fator condicionante da escolha”, ressalta.

Esse tal de unboxing

Igor Uliana, cofundador e vice-presidente de operações da Invent Smart Intralogistics Solutions

E não só isso. Unboxing experience é um termo que faz referência às impressões e aos sentimentos do cliente no momento em que ele abre a encomenda – uma experiência que tem sido cada vez mais valorizada pelas empresas que buscam diferenciação em relação à concorrência e à fidelização dos clientes.

As embalagens costumavam servir somente para proteger e garantir a integridade do produto, mas agora podem ser reutilizadas pelos clientes para outras finalidades. Utilizar materiais sustentáveis reforçando o compromisso com a sustentabilidade, caprichar na disposição dos produtos dentro do pacote, colocar recadinhos personalizados para o cliente como forma de fazê-lo se sentir único ou enviar um brinde junto com o produto adquirido são práticas cada vez mais adotadas para criar uma experiência positiva.

Logisticamente, a embalagem que será usada no transporte, principalmente se a empresa usa os serviços de uma empresa terceirizada de entregas, como uma transportadora ou os Correios, precisa ser pensada para suportar o armazenamento, manuseio e transbordo nas diversas operações logística pelas quais passará. Em alguns casos, precisa também cumprir especificações técnicas, como dimensões específicas e a ausência de códigos ou informações que possam causar dificuldades na leitura automática pelos aparelhos utilizados nas diversas etapas da entrega.

Do ponto de vista de marketing, a embalagem tem uma função relacionada à experiência de compra, uso e consumo do produto. Assim, precisa provocar sensações agradáveis aos diversos sentidos, como o toque, ter um visual que crie uma boa impressão e até mesmo aspectos relacionados a odores e sons proporcionados no processo de abertura da embalagem. “Criar uma experiência de unboxing memorável para o cliente envolve customização da embalagem, inclusão de mensagens personalizadas, brindes, proteção adequada do produto, facilidade de abertura e surpresas de acordo com o perfil do cliente”, pondera o cofundador e CEO da Invent Smart Intralogistics Solutions, Leonardo Araki.

A questão fundamental, segundo lembra o docente da FIA, é como garantir que essas duas funções – logística e marketing – sejam atendidas ao mesmo tempo que se garante a integridade do produto.

Atenção redobrada

Mirane Lima, Product Owner de Pré-Last-Mile da Uello

Especialistas reforçam que para garantir que sua gestão de estoque está condizente, atendendo ao negócio e cobrindo todos esses pontos comentados, o melhor caminho é medir e analisar alguns indicadores básicos, como giro de estoque, ruptura de estoque e ponto de pedido. Um estoque acurado garante, por exemplo, que o produto chegue no momento certo e isso é um diferencial. Um inventário preciso e alinhado é indispensável também.

Junto a isso, a comunicação transparente com o cliente é fundamental. Afinal, a compra gera expectativa, que precisa ser alimentada a fim de promover uma boa experiência ao consumidor. Ter um time dedicado ou um sistema que emite automaticamente informações sobre o tempo de entrega e o local em que o objeto está é muito importante para a satisfação do cliente. Ele espera confiabilidade e qualidade, ou seja, que a loja entregue o que foi prometido, dentro das condições acordadas, e ofereça qualidade em todas as interações. São muitas as causas de insatisfação no comércio on-line. Erros de separação, erros de faturamento, avarias no transporte e atrasos na entrega são situações que causam grande frustração com consequente perda de cliente.

Entrega fora do prazo acordado sem aviso prévio; falta de comunicação durante o processo de entrega ou falta de atualizações sobre o status do pedido; embalagem inadequada que resulte em danos ao produto; e falta de flexibilidade nas opções de entrega podem ser pontos considerados imperdoáveis pelos consumidores. “Os clientes esperam que seus fornecedores sejam eficientes e confiáveis em suas operações logísticas, cumprindo os prazos e oferecendo uma comunicação clara e transparente durante todo o processo de entrega”, evidencia o cofundador e vice-presidente de operações da Invent Smart Intralogistics Solutions, Igor Uliana.

Responsabilidade estendida

Com isso em mente, a rede de mais de 130 lojas em todas as regiões do Brasil (fora as no exterior) Calçados Bibi, por exemplo, trabalha com pequenos estoques em cada unidade de aproximadamente dois mil pares de calçados. Baseada nos conceitos de “quanto mais perto melhor” e de ship from store, usa-as como miniCDs ou pontos de retirada, o que permite à marca dar aos seus clientes maior velocidade, conveniência e menor custo para a entrega dos produtos. “Quando se elabora uma estratégia de logística de produtos oriundos da venda on-line, a gestão de estoque é fundamental. Além de aspectos específicos da gestão (acuracidade, por exemplo), aspectos mais estratégicos devem ser levados em consideração. Nesse caso, o tamanho do estoque, sua localização e o tipo de estoque aliado à demanda devem ser considerados, haja vista que o objetivo é estar com o estoque demandado e correto o mais perto possível do demandante. Assim atenderemos ao menor custo e tempo possível”, explana o supervisor de logística da empresa, William Ribeiro.

Esses pontos são importantes ao se considerar também a logística reversa, tanto na Bibi quanto em outras empresas e marcas, que veem a sustentabilidade e o social como estratégico. Nesse aspecto, a empresa deve considerar e envolver procedimentos de pós-venda ou pós-consumo, garantindo o reaproveitamento ou o descarte adequado dos resíduos gerados por bens de consumo que não têm mais utilidade.

Na fabricante de calçados, já é parte integrante e importante da estratégica logística Bibi. “Entendemos que existem leis federais que regem esse aspecto de consumo e logística. Independentemente de ser uma logística reversa de ‘pós-consumo’ ou ‘pós-uso’, a empresa busca meios de providenciar que o produto retorne à sua origem o mais rápido possível e a um custo razoável, procurando atender à demanda do cliente com velocidade, seja ela a reposição de produto ou o ressarcimento financeiro. Para isso, a Bibi possui empresas parceiras que fazem o transporte reverso desses produtos e uma equipe interna de customer experience para dar suporte ao cliente”, diz o representante da Calçados Bibi.

A logística reversa é um processo importante, pois está totalmente relacionada à experiência de compra do consumidor no pós-venda. É preciso ter políticas claras e um processo definido para facilitar a devolução do item por parte do cliente.

Realidade não tão distante

A TOTVS, em parceria com a H2R Pesquisas Avançadas, realizou, em 2021, uma pesquisa para entender o grau de maturidade e o nível de investimento tecnológico do setor de logística, entrevistando 740 empresas nacionais e multinacionais com faturamento igual ou superior a R$5 milhões. E, apesar do avanço da digitalização do setor nos últimos anos, o Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) de logística constatou um cenário de baixa internalização e aproveitamento tecnológico nas operações; isso significa que há empresas que ainda não adotam sistemas especializados de gestão e mantêm o controle se suas operações no papel e nas planilhas. Por isso, é imprescindível que o setor enxergue a tecnologia como aliada não apenas da produtividade, mas também da rentabilidade do negócio. “A automação entra para trazer confiabilidade entre as quantidades físicas e virtuais, ou seja, ela permite planejamento e controle. Além de, claro, ganho no tempo operacional e redução de custos, especialmente com retrabalhos”, diz Mirane, da Uello.

Apesar desse cenário de avanço da digitalização, que se contrapõe à realidade de algumas empresas, o futuro do setor logístico está pautado na digitalização e na eficiência operacional. “É fundamental que os players do setor invistam em tecnologias para aprimorar o monitoramento e a organização, proporcionando maior controle e eficiência para a operação. E aqui falo, por exemplo, de dispositivos tecnológicos que acompanhem os transportes, de modo a prever e organizar revisões e manutenções dos veículos, evitando possíveis prejuízos e atrasos na operação. De forma inteligente e tecnológica, fazer a otimização logística, entendendo qual a rota ideal (em relação a tempo, segurança, localização e custos), além do aproveitamento do espaço da carga para utilização adequada dos veículos (quais volumes e dimensões de abastecimento, sem afetar a carroceria e a carga)”, pontua a diretora da TOTVS.

Afinal, a digitalização da operação não é uma ação pontual, mas sim uma série de modernizações que podem ser feitas em toda a cadeia logística, a começar pela intralogística, que nada mais é do que organizar e controlar a entrada e saída de veículos e cargas para alcançar melhor gestão de armazéns, pátios e veículos. Nesse sentido, soluções como YMS, que garante uma visão holística de toda a operação que está programada; WMS, que faz a gestão integrada e automatiza processos, garantindo gerenciamento completo dos armazéns; e ferramentas de agendamento e de controle de pátios e portarias, que organizam entrada e saída dos veículos, otimizam os processos internos que impactam no desempenho de toda a operação.

Especialistas abordam também as tecnologias mais modernas, incluindo soluções como drones, IoT, blockchain e logística data driven como novidades que estão sob atenção do setor. No caso dos drones, ainda é baixo o uso para a entrega ativa de encomendas; no entanto, já é possível ver seu emprego para o monitoramento de armazéns e a contagem de inventários.

O uso de IoT também se dá com mais frequência em armazéns, porém os dispositivos podem ser bem utilizados para abastecimento e controle de veículos. Há empresas que a utilizam, por sua vez, para garantir uma operação e transação ainda mais segura, podendo ser empregada para rastrear o estoque, melhorar o frete e o transporte, garantir a verificação de autenticidade, além da segurança de faturamento e de pagamentos e toda a transparência do processo. “Já o conceito de data driven na logística é a aplicação de dados inteligentes na operação, ou seja, estruturar todas as informações e banco de dados disponíveis para promover uma operação mais eficiente e com tomadas de decisão baseadas em dados”, explica Angela Gheller.

É importante sempre ter em mente que a estratégia logística deve apoiar a estratégia de negócios. Assim, conhecer a estratégia corporativa, fazer um diagnóstico da operação apontando pontos fortes e fracos, identificar os movimentos e as tendências do setor e do mercado são pontos essenciais para direcionar os esforços de gestão e investimentos. “Essas tendências estão mudando a forma como as empresas gerenciam a logística e estão permitindo maior eficiência, velocidade e transparência em toda a cadeia de suprimentos. As empresas que adotam essas tendências estarão mais bem posicionadas para atender às demandas dos clientes e se manter competitivas no futuro”, pontua Augusto, da Invent.

Vale lembrar que se em determinado momento o crescimento do negócio trouxer a necessidade de ampliar o espaço de armazenamento, por exemplo, os gestores devem estar preparados para identificar e avaliar as possíveis opções, tais como criação de um novo CD, investimento na automação para aumento da produtividade/capacidade do CD atual, estabelecimento de uma parceria para armazenagem e distribuição.

Assim, informação, conhecimento e atualização são fatores-chave para a tomada de decisão sobre investimentos em logística. Adicionalmente, é preciso estar atento às tendências e considerar iniciativas relacionadas à melhoria e automação dos processos, colaboração e sustentabilidade ambiental.

Por falar em automação

Como dissemos no início da matéria, com a evolução do mercado de entregas, tornando-se cada vez mais ágil e inovador, entregas mais rápidas, multicanais para acesso a compras, eficácia de entrega, agilidade e performance operacional com certeza hoje são fatores determinantes que fazem com que a logística agregue mais valor e eficácia a qualquer comércio eletrônico.

Por esse motivo, a Invent define automação como a utilização de tecnologias para executar tarefas adotando o mínimo de assistência humana possível. “Quando vinculamos essa definição de automação à logística, criamos assim um conceito de redução de processos, maior agilidade na movimentação e transporte de cargas, redução nos tempos de entrega e relevante aumento na produtividade. Substituir processos – até então adotados por colaboradores – por esteiras, transportadores, sorters, sistemas de separação por luzes, voz etc. constitui a automação logística”, explica Augusto Ghiraldello.

Segundo ele, o primeiro passo para a implementação de sistemas de automação é a empresa possuir seus processos logísticos e operacionais já definidos e maduros. O segundo passo refere-se a adotar sistemas de controle e gestão logística em que a automação os tornará cada vez mais eficazes e assertivos no fluxo operacional. E o terceiro passo é a contratação de empresa com know-how e expertise para tal implantação. “Dado o avanço dos novos modelos de operações logísticas, vemos a automação como ferramenta de extrema importância para melhorar os resultados e garantir maior produtividade. E isso tem vários motivos, entre eles, a competitividade dos segmentos, o nível de demanda dos consumidores e a necessidade de crescimento e manutenção das empresas no mercado. Como fator importante, também se considera a redução de custos e a otimização de processos”, finaliza.

O que considerar em parcerias estratégicas?

  • Compatibilidade com a marca: Deve estar alinhada com a imagem e os valores da sua marca.
  • Público-alvo: Deve ter um público- -alvo semelhante ou complementar ao seu.
  • Custo-benefício: Deve agregar valor e trazer benefícios para o seu e-commerce, sem comprometer sua rentabilidade.
  • Confiança: Deve ser estabelecida com empresas confiáveis e de boa reputação no mercado.
  • Suporte técnico: Deve oferecer suporte técnico adequado para garantir que o processo de integração seja tranquilo e eficiente.
  • Flexibilidade: Deve ser flexível o suficiente para se adaptar às necessidades do seu e-commerce.

Fonte: Igor Uliana, cofundador e vice-presidente de operações da Invent Smart Intralogistics Solutions

Qual o ponto da virada na sua vida de empreendedor?

“Sem dúvida o ponto de virada da minha carreira profissional foi quando eu decidi seguir o caminho da gestão e assumir o papel de liderança, depois de mais de dez anos atuando na área técnica. Tudo é muito diferente quando você senta em uma cadeira de liderança. Precisei desenvolver outras habilidades, afinal é desafiador você trabalhar com pessoas. O seu trabalho deixa de ser individual, é preciso pensar e trabalhar de maneira estratégica para fazer com que a equipe funcione, dê resultados e alcance as metas. Essa decisão de ir para a carreira de gestão foi, para mim, a grande virada de chave na minha vida profissional.”
ANGELA GHELLER, DIRETORA DE PRODUTOS DE LOGÍSTICA DA TOTVS

“Foi observando a mudança no movimento logístico e fazendo alguns questionamentos internos que cheguei a uma única conclusão: Sem a tecnologia e a conectividade entre embarcador, transportador e cliente, ficaríamos estagnados. Eu nem sabia na época por onde começar, mas tinha um desejo enorme de contribuir na criação e melhorias de novas soluções para este segmento. Logo depois, surgiu a oportunidade de conduzir uma frente de novos negócios em uma empresa de TI voltada a produtos logísticos e vi ali a oportunidade que precisava. Na ocasião tive contato com tudo de novo que o mercado oferecia em termos de soluções logísticas e comecei uma transição de carreira para a área de produto e que teve início em meados de 2021. Aliando a minha visão de negócio e experiência de 20 anos no segmento, sigo com o desafio de entregar ao mercado um ecossistema cada vez mais ágil, inteligente, colaborativo e conectado.”
MIRANE LIMA, PRODUCT OWNER DE PRÉ-LAST MILE DA UELLO

“Um dos momentos mais marcantes da minha jornada empreendedora foi quando consegui fechar um contrato importante com uma grande empresa do setor de e-commerce. Esse contrato não apenas trouxe um aumento significativo nas receitas, mas também abriu portas para novas oportunidades de negócios e credibilidade no mercado. Além disso, a parceria com essa empresa permitiu expandir minha rede de contatos e estabelecer relações valiosas no setor. Essa conquista impulsionou o crescimento do meu negócio, elevando-o para um novo patamar e abrindo caminho para um futuro promissor. Estamos vivendo esse futuro promissor, impulsionado por rápidos avanços tecnológicos e mudanças sociais. A digitalização e a conectividade estão transformando a forma como fazemos negócios e interagimos com o mundo. Novas tecnologias, como inteligência artificial, aprendizado de máquina, blockchain e internet das coisas, estão revolucionando setores inteiros, proporcionando eficiência, automação e novas oportunidades de crescimento.”
LEONARDO ARAKI, CEO DA INVENT

Fonte e Fotos: Revista Gestão & Negócios

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