quarta-feira, 08/05/2024

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2º Interlog Summit inicia com casa cheia, governador de SP e dois ministros

Com auditório lotado e as presenças de Tarcísio Gomes de Freitas, Governador de São Paulo; Silvio Costa Filho, Ministro de Portos e Aeroportos; e Renan Filho, Ministro dos Transportes, teve início nesta terça-feira, 5 de março de 2024 o 2º Interlog Summit. O evento reúne a XXVII Conferência Nacional de Logística Abralog, e o Congresso Intermodal, e ocorre em paralelo à 28ª Intermodal, estendendo-se até o dia 7 de março de 2024 no São Paulo Expo, na capital paulista.

Tarcísio Freitas disse que estamos vencendo paulatinamente o desafio da logística no Brasil. “A Intermodal, a maior feira de todos os tempos, é prova disso. É uma oportunidade para conectar oferta e demanda, fornecedores de serviços e apresentar novas tecnologias, incluindo sistemas inteligentes de transporte, em um momento extremamente interessante para o Brasil.”

“Com base em dados do Banco Mundial, Silvio Costa Filho destacou que, entre as 10 principais economias globais, o Brasil agora figura como a segunda economia mais atrativa para investidores internacionais. Esses investimentos, direcionados para portos, aeroportos, rodovias e infraestrutura em geral, serão fundamentais para impulsionar o desenvolvimento do nosso país nos próximos 5 anos.”

Renan Filho ressaltou que ao longo dos últimos anos, testemunhamos um notável crescimento tanto nos investimentos públicos quanto nos investimentos privados em nosso país. Essa tendência não apenas impulsiona nossa economia, gerando empregos a curto prazo, mas também cria uma externalidade positiva que beneficia a competitividade de praticamente todos os setores econômicos. Ele enfatizou ainda que a infraestrutura desempenha um papel fundamental no funcionamento logístico de um país, negócio, cidade ou estado, tornando-se um aspecto de extrema relevância para o desenvolvimento.”

Infraestrutura e multimodalidade

O 2º Interlog Summit começou com o Painel “Perspectivas para o Transporte e Infraestrutura Brasileira”. Com moderação de Pedro Moreira, Presidente da Abralog, o painel teve presenças de Vander Costa, Presidente da CNT; Hélio Roberto Silva de Sousa, Diretor de Outorgas Ferroviárias da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário – SNTF/MT; e Mariana Pescatori, Secretaria Executiva do Ministério de Portos e Aeroportos  (foto acima).

Pedro Moreira destacou a importância do painel, ressaltando que o debate abordou de forma abrangente a infraestrutura logística e de transporte do Brasil, enfatizando a necessidade de integração entre os diversos modais. Ele observou com satisfação que a multimodalidade deixou de ser apenas uma aspiração e se tornou uma realidade no país.

Vander Costa salientou a importância da multimodalidade, lembrando que cada modalidade de transporte possui sua relevância e que o investimento em infraestrutura deve contemplar todos eles de forma equilibrada. Ele também abordou os desafios enfrentados nas estradas privatizadas, defendendo a necessidade de negociações para resolver os problemas. Além disso, ressaltou que o Brasil necessita de um investimento mínimo de 1% do PIB em transporte, com uma distribuição inteligente entre investimentos privados e públicos, especialmente em regiões mais carentes.

Mariana Pescatori, Secretaria Executiva do Ministério de Portos e Aeroportos trouxe boas perspectivas para os setores portuário e aeroportuário, destacando o crescimento do PIB brasileiro e a necessidade de investimentos para atender à demanda crescente, especialmente no contexto das safras recordes. Ela também ressaltou a importância das hidrovias como uma alternativa logística sustentável e eficiente para o escoamento das safras, mencionando os planos para concessão de cinco hidrovias nos próximos anos.

Hélio Roberto Silva de Sousa ressaltou a importância das ferrovias no escoamento das principais commodities brasileiras, apontando para a necessidade de investimentos públicos e um portfólio informativo robusto para garantir o avanço desse modal. Além disso, ele destacou a importância da integração entre os setores público e privado para impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura ferroviária no País, com a necessidade de projetos maduros para atrair investimentos.

Este ano, o Interlog Summit se desdobra em quatro trilhas fundamentais: “Estratégia, Gestão e Operações”, “Tecnologia, Inovação e Intralogística”, “Transporte Intermodal” e “Mercado & Comex”. Essa estrutura permite imersão em diversos aspectos da logística, desde as estratégias de negócios até as tecnologias emergentes e as dinâmicas do comércio internacional.

“O evento se destaca como um farol na indústria logística brasileira, pois não apenas aborda as necessidades imediatas do setor, mas também antecipa e discute as tendências que moldarão o futuro da logística no país”, afirma Pedro Moreira, presidente da Abralog.

Temas

ESG, Inteligência Artificial, Intralogística, E-commerce, Real Estate, Infraestrutura, Transportes, Multimodalidade, Gestão de Pessoas, Omnicanalidade, Transição Energética, Redução da Ociosidade, Gestão de Custos Logísticos, Revisão de Malhas, Localização de CD’s, Inteligência Artificial, IoT Automação, Roteirização, Rastreio e Monitoramento são apenas alguns dos temas abordados, refletindo a diversidade e complexidade do campo logístico contemporâneo.

Durante os três dias do evento, líderes de pensamento, incluindo embarcadores, fornecedores logísticos, acadêmicos e representantes do governo, conduzem discussões profundas e construtivas sobre os desafios e oportunidades que enfrentam o setor. O Interlog Summit não apenas oferece uma plataforma para o intercâmbio de ideias, mas também promove colaborações significativas entre os principais stakeholders da indústria.

Para empresas e profissionais do setor logístico, o Interlog Summit representa mais do que um evento; é um catalisador para a inovação e o progresso. Ao abordar as necessidades prementes e as tendências emergentes, o evento está na vanguarda da transformação da logística brasileira, preparando o caminho para um futuro mais eficiente, sustentável e conectado.

Avanços na logística da Raízen

Leandro Silva, Diretor de Operações e Logística da Raízen

O 2º Interlog Summit trouxe a palestra: “Raízen: Jornada da Produtividade, Segurança no Transporte e Expansão da Multimodalidade”, ministrada por Leandro Silva, Diretor de Operações e Logística da Raízen. A apresentação mostrou os desafios e as estratégias da Raízen no campo da logística.

Ao enfrentar os desafios da expansão da multimodalidade em suas operações logísticas, a Raízen identificou três pontos cruciais: aumentar a produtividade, reduzir os custos logísticos e garantir a segurança em toda a cadeia. “Para superar esses desafios, a empresa está concentrando esforços na integração da supply chain, simplificando processos e estruturas, aprimorando a gestão de interfaces internas e com parceiros, e adotando tecnologia e automação de forma intensiva”, comentou Silva.

A questão da segurança no transporte é uma prioridade absoluta para a Raízen. Com investimentos significativos em monitoramento das operações, incluindo o uso de inteligência artificial, torres e sistemas de monitoramento de falhas, além de programas de capacitação contínua, a empresa assegura a integridade de suas operações, em conformidade com os avanços tecnológicos e as regulamentações emergentes.

Com relação à produtividade, a Raízen está adotando estratégias-chave alinhadas com as demandas e tendências atuais do setor. A integração da cadeia logística é fundamental para ganhar produtividade e gerar valor para clientes e sociedade. Isso implica na otimização das interfaces operacionais, especialmente em sistemas multimodais, por meio da implementação de sistemas de planejamento automatizados e modelos dinâmicos de medição de performance, garantindo respostas rápidas às mudanças na execução do plano logístico.

Além disso, a empresa reconhece a importância do desenvolvimento de parcerias de longo prazo na cadeia logística, em linha com a tendência do setor de trabalho via redes que agregam valor. “A competição não acontece mais em elos específicos da cadeia, mas sim na rede logística, que é construída. Estamos no momento de competição entre redes e não mais em disputas modulares. Por isso, a colaboração e a geração mútua de valor é o que mais vale atualmente”, conclui o executivo.

Operador logístico com DNA de indústria japonesa

Eurydes Barcellos, Diretor de Supply Chain da Yamaha Motor do Brasil

A Yamalog, operador logístico do Grupo Yamaha, que recentemente completou sete anos de atividades participou do Interlog Summit com Eurydes Barcellos, Diretor de Supply Chain da Yamaha Motor do Brasil.

Desde sua fundação em 5 de janeiro de 2017, o crescimento da Yamalog é expressivo. Com a abertura de novas filiais, a empresa assumiu operações em todo o território nacional, estendendo seu alcance para além do universo Yamaha e atendendo clientes de diversos segmentos. Atualmente, com 13 unidades operacionais, a empresa orgulha-se de ter consolidado sua presença em todas as regiões do país.

O Yamalog vem trilhando um caminho de excelência e comprometimento, impulsionada por uma equipe dedicada e uma visão clara de seu propósito. Inicialmente focada em atividades de armazenagem, faturamento e expedição dos produtos da Yamaha, a empresa rapidamente expandiu suas operações para incluir transporte de cargas completas, distribuição e operações de comércio exterior. Olhando para o futuro, a Yamalog mantém seu foco em oferecer soluções logísticas inovadoras que atendam às necessidades de seus clientes. Seja na busca por eficiência operacional ou na criação de novas estratégias, a empresa permanece firme em sua missão de proporcionar o melhor serviço logístico possível, crescente lado a lado com seus parceiros.

Reconlog – Desafios da armazenagem com tecnologias disruptivas

Fabio Lopes, Diretor Comercial da Reconlog

No contexto do 2º Interlog Summit, Fabio Lopes, Diretor Comercial da Reconlog, conduziu a palestra “Reconlog — Soluções Ágeis aos Desafios da Armazenagem com Tecnologias Disruptivas”. Durante sua apresentação, o executivo abordou diversos aspectos do mercado de armazenagem, incluindo os desafios decorrentes do aumento significativo das demandas globais, bem como as oportunidades emergentes relacionadas à inovação e sustentabilidade, com foco nos Projetos ESG (Ambiental, Social e Governança).

Lopes também discutiu os avanços na desburocratização governamental, destacando as facilidades na regularização, segurança, conformidade com as normas legais e a emissão do AVCB, além de apontar a possibilidade de até 15% de redução de impostos. Sua palestra ofereceu informações sobre como enfrentar os desafios atuais do setor de armazenagem e explorar novas oportunidades por meio da adoção de tecnologias disruptivas e práticas sustentáveis.

CEO da Fazenda SJ Margarida mostra desafios da logística no agronegócio brasileiro

A palestra de Luiza Mendes Gonçalves Fatorelli, CEO da Fazenda SJ Margarida mostrou os desafios enfrentados pela logística no agronegócio brasileiro e as soluções inovadoras em andamento. Sua apresentação foi denominada “Gargalos na logística do agronegócio brasileiro: ações com vistas ao fomento de infraestrutura de armazenagem”.

Abaixo, pontos abordados por Luiza em sua apresentação.

Desafios na infraestrutura de armazenagem

O crescimento vertiginoso na produção de grãos contrasta com um ritmo mais lento na expansão da capacidade estática de armazenagem no Brasil. Este descompasso resultou em um déficit significativo de armazenamento, afetando toda a cadeia produtiva. A ausência de estrutura adequada não só gera atrasos e perdas na colheita, mas também sobrecarrega o sistema de transporte, congestiona os portos e impacta os preços dos produtos.

Medidas estratégicas adotadas

Diante das projeções de aumento na produção e área plantada, a Fazenda SJ Margarida está liderando iniciativas inovadoras para enfrentar o déficit de armazenagem. Investimentos em estruturas de armazenamento “on-farm” destacam-se como uma solução promissora. Essa abordagem, comum em grandes competidores do agronegócio global, oferece maior eficiência e flexibilidade. A Fazenda SJ Margarida está expandindo essa prática, reconhecendo seu potencial para atender às demandas crescentes do setor.

Conscientização e formulação de políticas públicas

 A conscientização sobre o déficit de armazenagem é fundamental para orientar políticas públicas e gestões eficientes. Estudos de viabilidade econômica, como os conduzidos pela Fazenda SJ Margarida, fornecem dados cruciais para direcionar investimentos e incentivos governamentais. Linhas de crédito específicas para construção de armazéns, focadas em áreas produtivas e de maior demanda, são essenciais para estimular o crescimento do setor. Além disso, a adaptação dos recursos de acordo com o ciclo de preços das commodities pode garantir a viabilidade contínua desses projetos.

Ao destacar a importância da conscientização e do planejamento estratégico, Luiza Fatorelli aponta um caminho promissor para o futuro do setor, onde a colaboração entre empresas, governo e sociedade é essencial para garantir um sistema logístico robusto e eficiente.

Desafios e soluções na logística durante a seca do Rio Amazonas

Os desafios logísticos enfrentados devido à seca do Rio Amazonas e as estratégias implementadas pela Maersk para superá-los foram revelados na palestra “Logística Colaborativa & Humanitária: Multimodalidade aplicada à continuidade da cadeia de suprimentos da Zona Franca de Manaus durante a seca do Rio Amazonas”, ministrada por Ricardo Carvalho, head LAM Transported; e Igor Stocker, Head 1mile East Coast South América, ambos da nossa associada Maersk, durante o 2º Interlog Summit.

A seca do Rio Amazonas apresenta desafios logísticos significativos, impactando o abastecimento e o escoamento da produção industrial na região de Manaus. Este desequilíbrio no fluxo logístico resulta em rupturas em diversos setores, aumentando os custos e reduzindo a eficiência da cadeia de consumo em nível nacional.

“Para enfrentar esses desafios, a Maersk desenvolveu soluções inovadoras, incluindo o transporte de contêineres por balsas e uma logística multimodal adaptada às condições específicas da região. Além disso, soluções fiscais foram implementadas para permitir o fluxo adequado de cargas entre os estados da federação”, comentou Carvalho.

A estratégia multimodal da Maersk abrange diversos componentes essenciais. “Isso inclui a alta disponibilidade de caminhões próprios e terceirizados, várias opções portuárias e retro portuárias para evitar sobrecargas, ampliação da capacidade de atendimento por meio de balsas com diferentes players e um modelo de rastreamento e gestão documental para garantir a eficiência operacional”, ressaltou Stocker.

Os benefícios percebidos até o momento com essa abordagem colaborativa são muitos. A continuidade do abastecimento e do escoamento na região de Manaus foi garantida, evitando interrupções significativas que poderiam afetar empregos e a atividade industrial a médio prazo. Além disso, o desenvolvimento de um modelo piloto proporcionou uma nova perspectiva para a continuidade dos negócios em condições desafiadoras. A frequência de atendimento conseguiu manter-se similar ao período pré-seca, demonstrando a eficácia das medidas implementadas.

A abordagem colaborativa da Maersk não apenas aborda os desafios logísticos causados pela seca do Rio Amazonas, mas também tem um impacto positivo na resolução de questões humanitárias, garantindo a continuidade das operações e preservando o emprego e a atividade econômica na região.

A Logística dos bastidores da Fórmula 1

Na adrenalina das pistas da Fórmula 1 existe um mundo de logística meticulosamente orquestrado, movendo-se tão rapidamente quanto os próprios carros de corrida. Francisco Mattos, Diretor-executivo da Fórmula 1 São Paulo, apresentou no Interlog Summit uma visão sem precedentes sobre os bastidores do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, uma corrida que captura a atenção global.

O evento ocorre durante a 28ª Intermodal South America até 7 de março de 2024, no São Paulo Expo. O Interlog Summit é composto da XXVII Conferência Nacional de Logística Abralog, e o 2º Congresso Intermodal. O Interlog Summit deste ano foi dividido em quatro trilhas: “Estratégia, Gestão e Operações”, “Tecnologia, Inovação e Intralogística”, “Transporte Intermodal” e “Mercado & Comex”.

Francisco Mattos mergulha nos principais desafios logísticos enfrentados na organização de um evento de proporções monumentais, como o Grande Prêmio de Fórmula 1. Com uma janela de operação estreita, situada entre eventos em outros países nos finais de semana anteriores e posteriores, a logística requer uma eficiência sem falhas, desde o planejamento estratégico até a execução precisa.

A influência da logística no sucesso das corridas de Fórmula 1 é inegável. Mattos enfatiza que a operação logística é a espinha dorsal que sustenta cada aspecto do evento. Sem um funcionamento impecável dessa engrenagem complexa, os carros não chegam às pistas, os pneus não são montados, o combustível não abastece – em suma, o espetáculo não acontece.

O Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 não é exceção a essa regra. Aqui no Brasil, o transporte de equipamentos e suprimentos para a corrida é uma operação monumental. Oito aviões de carga pousam na semana da corrida, trazendo consigo uma parte crucial do material necessário para a competição. Além disso, antes da chegada dos aviões, uma quantidade significativa de carga marítima é despachada, com cerca de 100 containers chegando ao local do evento.

O transporte e a distribuição de equipamentos, peças de reposição e combustível para as equipes ao redor do mundo são um verdadeiro balé logístico. Em terras europeias, onde as corridas se sucedem em distâncias menores durante o verão, uma frota impressionante de caminhões e vans desempenha um papel crucial. Porém, quando a Fórmula 1 atravessa continentes, a logística assume uma natureza multimodal complexa, envolvendo o transporte aéreo e marítimo, além do terrestre, para garantir que tudo chegue ao destino no momento certo.

Os números impressionam: cerca de 1.200 toneladas de equipamentos, que percorrem aproximadamente 75.000km ao redor do globo a cada temporada. Esse colossal volume inclui desde os equipamentos das equipes até materiais de transmissão de TV e estruturas de hospitalidade. Equipes como a Mercedes contam com uma frota de 27 caminhões para transportar seus equipamentos e motorhomes, enquanto aviões de carga e navios carregados de containers têm grande importância no abastecimento de eventos fora da Europa, como o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1.

A palestra de Francisco Mattos ofereceu uma perspectiva sobre a logística por trás da Fórmula 1, revelando os bastidores de uma operação tão veloz e eficiente quanto os carros que deslizam pelas pistas de corrida.

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Fotos: Divulgação

Abralog faz bem para sua logística.

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