domingo, 05/05/2024

ASSOCIE-SE

Criação do Comitê ESG marca 2º dia da XXVI Conferência Nacional de Logística

O segundo dia da XXVI Conferência Nacional de Logística foi marcado pela criação do Comitê Estratégico de ESG da Abralog, anunciada por Pedro Moreira, presidente da entidade, durante o painel “ESG na Logística: Mobilização Setorial, Execução e Entrega de Resultados”, que ele moderou. Moreira lembrou que a Abralog tem força para levar a bandeira adianta, a partir de suas 130 empresas associadas.

“A Abralog é hoje a mais eclética disseminadora da logística no Brasil, um ecossistema completo, com atores de todos os setores da economia que se valem da logística. Podemos atuar com muita força, temos associados que são grandes atores nacionais e internacional na logística, médias e pequenas empresas, centenas de profissionais atuantes e atualizados, temos um conteúdo riquíssimo para trabalhar e disseminar ESG. Mas, para seguir, temos de pressionar – nada se consegue com grandes temas como esse, sem persistência”, afirmou.

O tema fechou o segundo dia da XXVI Conferência Nacional de Logística, e do debate participaram: Marcelo Lopes, diretor-executivo de Supply Chain do Carrefour; Andrea Simões, diretora de Gestão e Gente da Login-Lgística, e conselheira da Abralog; André Prado, CEO VP do Grupo BBM, e vice-presidente da Abralog; Marlos Tavares, CEO VP da G2L Logística; e Eduardo Calderon, OCC Director VP da Gol Linhas Aérea, e também vice-presidente da Abralog.

Andre Prado, do Grupo BBM, fez a contextualização sobre ESG, suas etapas e seu impacto nos negócios, e avaliou que, especificamente no setor de logística, as três ltras vêm para abrir oportunidades de mudanças ambientais, nas relações humanas, nas relações com mercados diferenciados, públicos diferentes que se identificam com essas temáticas, além de proporcionar o que considera muito importante: condições de controle e mitigação de riscos. ‘“Nessa caminhada, não se deve ter medo de tentar… Nada transforma mais do que se ser educado – não é verdade que as pessoas gostam de discutirssão… O Brasil mostra que MBA de ESG é aqui”, resumiu.

Andrea Simões, diretora de gestão e Gente da Log-in Logística, e conselheira da Abralog, afirmou que o Brasil é um País com muitas e graves necessidades sociais e que a logística e a cadeia de suprimentos têm condição de impactar significativamente este cenário. “Muito se fala da parte ambiental do ESG, mas é preciso levar em conta o social para que a mudança seja efetiva”, disse. E completou: “Precisamos de pragmatismo para que ESG deixe de ser militância e modismo”.

Segundo André Simões, ESG demanda que os problemas sejam abordados por partes, dentro das possibilidades. “Desde a governança, passando pelo engajamento das pessoas da organização, depois do engajamento de parceiros, da comunidade, assim por diante, as questões precisam ser equacionadas e programadas com as devidas métricas e metas a serem cumpridas para que o processo se torne real”.

Marlos Tavares, CEO VP da G2L Logística, que é filho de caminhoneiro, afirmou que em ESG é preciso entender que ter iniciativas é muito diferente de ter processos, e que ESG, para prosseguir, necessita de exemplos e empenho das lideranças para se avançar.

Marcelo Lopes, diretor-executivo de Supply Chain do Carrefour, afirmou que ESG é uma jornada que vai se modificando e criando massa crítica em uma organização. “As pessoas têm de ir se preparando, porque vão ser colocadas à prova. Lideranças nocivas não se encaixam na agenda ESG. É preciso seguir em frente a todo momento – não podemos dar passo atrás nem se for para pegar impulso. Um grande erro é titubear. A participação do alto escalão da empresa nesse processo é fundamental para o engajamento”, completou.

Eduardo Calderon, da Gol Linhas Aéreas, e vice-presidente da Abralog, também acredita não haver espaço nessa jornada para condutas inadequadas. “Na Gol, isso tem sido tratado com desligamentos sumários”, informou. Disse que a empresa está empenhar em neutralizar a emissão de carbono até 2050, que se empenha na aquisição de aeronaves menos poluidoras e tem se esforçado em outras áreas, como a inclusão de melhores em cargos de gestão. “Tínhamos meta de ter mulheres em 25% desses cargos, mas já atingimos 27% de participação.

Especialistas franceses e brasileiros
debatem logística dos dois países

Especialistas de Brasil e França debateram na quarta-feira, 1/3/2023, o momento da logística nos dois países, no painel “Encontro Brasil-França: Compartilhando as tendências e práticas no setor da logística”, no segundo dia da XXVI Conferência Nacional de Logística, realizada em São Paulo, durante a Intermodal South America.

Os debatedores pela Associação Francesa de Logística foram Claude Samson, presidente da entidade, Diana Dizian, sua diretora-executiva, e Thomas Steinmüller, responsável por assuntos europeus.

Pelo Brasil participaram Ricardo Antoneli, SVP  Desenvolvimento de Negócios e Investimentos da nossa associada GLP Brasil, Erica Couto Peixoto, Vice-President of Business Development da DHL Supply Chain, e Hugo Hugo Yoshizaki, Conselheiro da Abralog e professor-doutor da Escola Politécnica das USP.

O presidente da Abralog, Pedro Moreira, moderou o debate e explicou a aproximação entre a Afilog e a associação brasileira, ocorrida durante a pandemia. A parceria começou com duas lives internacionais, a primeira no início da pandemia, e a segunda, já em sua etapa menos agressiva, quando franceses e brasileiros apresentam pesquisa feita nos dois países sobre os efeitos da Covid-19 na logística.

Outra ação foi o convite da Afilog para que Pedro Moreira acompanhasse o Salão de Inovação, Transporte e Logística, em Paris, o SITL, no ano passado. A visita dos logísticos franceses agora à Intermodal e sua participação na XXVI Conferência Nacional de Logística, que ocorre durante a Intermodal South America, é o passo mais recente dessa aliança

A Abralog sempre defende a colaboração como um dos fatores mais importantes para o sucesso da logística, disse Moreira. Claude Samson, presidente da Afilog, afirmou que “logística é o sistema sanguíneo em qualquer país; sem logística não há atividade econômica”, ressaltou. Ele expllicou que a entidade de 22 anos, e que em função da própria pandemia, o governo Macron passou a dar atenção à logística como nunca antes, porém, há sempre a necessidade de envolver a municipalidade nesses assuntos para avançarmos”, comentou.

Falta de terrenos e inflação alta

A grande dificuldade encontrada pelo setor hoje na França é a escassez de terrenos para construções logísticas, assim como aumento de solicitações para que se consiga certificação de obras, como expôs Diana Dizian, diretora-executiva da entidade. Outro transtorno é a inflação em elevação, que tem aumentado expressivamente o custo das obras. Mais: para a diretora-executiva da Afilog, os desafios dos entrepostos na França hoje estão entre a restrição ao consumo de terrenos por causa da agricultura, e as pressões para evitar impacto ambiental. “Inclusive por causa do fluxo de caminhões em áreas de entrepostos, a questão ambiental fala alto”, disse.

Diana Diziain afirmou ainda que além da inflação, questões recentes como impactos da guerra, aumento nas taxas de juros e crise energética impactaram todo tipo de negócio, o que exige da logística atuação estratégica em busca de competitividade. Claude Samson completou dizendo que, mesmo com a economia resiliente, a incerteza do futuro inibe investimentos.

O professor Hugo Yoshizaki, comentando a fala da diretora-executiva, lembrou que essa ainda não é uma preocupação atual na realidade brasileira, “mas que servirá de oráculo” para o Brasil, já que toda central logística é geradora de tráfego. Citou a mudança em futuro próximo da Ceagesp, entreposto de distribuição hortifruti de São Paulo. Quando ela ocorrer, continuou Yoshizaki, haverá forte impacto, pois a Ceagesp abastece 10 mil bares e restaurantes de São Paulo e da área metropolitana ao redor. Veja mais no conteúdo geral sobre esse painel, que estará no portal da Intermodal 2023.

Ricardo Antoneli, SVP Desenvolvimento de Negócios e Investimentos da GLP Brasil, complementou o comentário, lembrando que muitas vezes a questão ambiental retarda processos. “Uma licença, às vezes gera atrasos em novas obras, o que atrasa o desenvolvimento como um todo”, disse. Para ele, o Brasil vive uma “esquizofrenia fiscal”, que força uma empresa a rodar muito mais com seu produto para conseguir baixar custos fiscais. Ele acredita que as mudanças virão da demanda. “Hoje, por exemplo, o e-commerce, que cresceu muito na pandemia, e que se vende melhor quando reduz frete, ainda responde somente por 10% do varejo no País. A necessidade de estreitar as distâncias com a ponta final, e a de promover eficiência logística, vão começar a trazer o olhar para esse tipo de questão”.

Pedro Moreira provocou os participantes quanto ao impacto da economia global no setor. Erica Couto Peixoto, vice president of Business Development da DHL Supply Chain, comentou que os desafios, como os econômicos e ambientais, provocam mudanças rumo à competitividade e, na logística, isso não é diferente, já que cada vez mais essa área é estratégica para o negócio. “Quem atua no Brasil busca competitividade com ou sem crise” afirmou.

Thomas Steinmüller, diretor da Afiog para a Europa, lembrou que a questão da moeda única na Europa é um facilitador para a “derrubada” de fronteiras logísticas, o que melhora a condição de competitividade. “A Europa conseguiu realinhar continentalmente a logística com parcerias políticas”, disse. Sobre esse assunto, Doutor Hugo Yoshizaki comentou que no Brasil isso é bem mais complicado. “A questão fiscal impacta diretamente no Custo Brasil”.

Case Login-Logística mostra integração
rodovia-cabotagem na carga fracionada

Na parte da tarde do segundo dia, a XXVI Conferência Nacional de Logística apresentou cases de sucesso. A integração da rodovia e com a cabotagem, do ponto de vista da carga fracionada, foi tema da apresentação de Felipe Gurgel, diretor Comercial da Log-In Logística, e de Mauricio Alvarenga, diretor Executivo da Tecmar Transportes.

Case de sucesso apresentado pelo Carrefour, foi
ganhador do Prêmio Abralog de Sustentabilidade 2022

Outra apresentação, a do Carrefour, apresentou um novo olhar para o desafio de reduzir emissões de gases estufas, que ganhou o Prêmio Abralog 2022 de Sustentabilidade. Foi apresentado por Ricardo Ramos, gerente Nacional de Transporte da empresa.

A revisão de processos para aumentar a eficiência nos transportes, proporcionou a redução da quilometragem rodada em 14%, com cerca de 2.667 milhões quilômetros a menos. Houve melhora ainda da ocupação dos veículos em 10% – e em função sso ocorreu número menor de viagens, o que levou à redução de 1,8 mil tons de gases de efeito estufa.

Last-mile e logística urbana, grande desafio francês

Diana Dizian, diretora-executiva da Afilog, a associação de logistica da França, disse que esse é um tema complexo, e que a colaboração é fator decisivo para uma logística urbana mais eficiente. As empresas devem trabalhar em estreita colaboração com as autoridades para entender as necessidades específicas de cada área urbana e desenvolver soluções adaptadas a essas necessidades.

O transporte de mercadorias em áreas urbanas é um grande problema, mas também oferece grande oportunidade para a inovação, como o uso de inteligência artificial e a automação, para tornar a logística urbana mais eficiente e sustentável.

IA em projetos logísticos

Por último, Yassuo Imai, CEO da Imai Empresas – Supply Chain & Manufacturing Consulting, falou sobre como especificar soluções em inteligência artificial para projetos logísticos.

 

 

 

Fotos: Divulgação Abralog

Matérias Relacionadas

Abralog nas Redes

Últimas Matérias