sábado, 04/05/2024

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Intermodal 2023 mostra que logística e infraestrutura são temas centrais para o Brasil

A XXVI Intermodal, inaugurada nesta terça-feira, 28.2.2023, em São Paulo, mostrou em seu primeiro dia que logística e infraestrutura vão ser temas recorrentes no cenário nacional. Isso ficou claro nas falas dos Ministros Renan Filho, dos Transportes, e Márcio França, de Portos e Aeroportos, e ainda no que expuseram o presidente da Confederação Nacional dos Transporte, (CNT), Vander Costa, e Pedro Moreira, Presidente da Abralog, responsável pela Conferência Nacional de Logística, que é o braço de conteúdo da Intermodal.

Renan Filho, ministro dos Transportes

Renan Filho, que começa o mandato com 18 bilhões de reais conquistados pelo novo governo para obras de infraestrutura, via PEC da Transição, aposta na logística e infraestrutura. “O Brasil é o lugar certo para se investir. Em quatro ano, vamos avançar e aumentar a capacidade de atrair investimentos.

Renan Filho disse ainda: “É preciso restabelecer alguns parâmetros econômicos, pois, hoje, investimos menos de 2% do PIB em infraestrutura, o que é muito pouco dado o tamanho do Brasil. A reforma tributária também deve sair do papel com ajustes que favorecem o desenvolvimento do setor. Teremos em 2023 o investimento de recursos proporcionais a quatro anos para os transportes, o que representa um avanço para a população e para as empresas da cadeia logística”, completou.

Márcio França, ao falar da situação caotica em que vivem os yanomamis, anunciou a construção de 100 novos aeródromos e pequenos aeroportos: “Estamos levando 16 dias para entregar alimentos aos yanomâmis, quando isso poderia ser feito em poucas horas, caso houvesse mais infraestrutura na região”. França reafirmou também a necessidade de investimentos em portos offshore, inclusive para atender às embarcações de grande porte sem a necessidade de altos investimentos em dragagem, além da ampliação da malha hidroviária e a antecipação de estudos sobre condições e mudanças climáticas que possam interferir no setor.

Vander Costa, CNT

Hidrovias também foi tema da fala de Vander Costa, presidente da CNT, que congrega empresas de todos os modais de transporte. Como tem registrado em suas falas sobre a matriz de transporte brasileira, ele voltou a defender com ênfase investimentos em hidrovias, para ele a fronteira da multimodalidade que resta ser explorada.
Lembrou que o Brasil tem mais de 20 mil quilômetros de rios navegáveis não utilizados, e citou o exemplo da navegação fluvial no Arco Norte, que confere aos produtores economia relevante no transporte interno de cargas endereçadas à China.

Vander Costa disse ainda que a multimodalidade é a única solução para reduzir o custo Brasil e alavancar a economia.A modernização dos modais de transporte, por meio da tecnologia, preservando o meio ambiente, é urgente, assim como a necessidade de investimentos nos diversos modais de transporte é vital para a diminuição da desigualdade social do país”, afirmou.

Pedro Moreira, Abralog, e Ministro Renan Filho

Pedro Moreira, presidente da Abralog, afirmou que a multimodalidade é uma vocação do Brasil, e que o País jamais será competitivo enquanto não houver sincronia entre os modais. Moreira também ressaltou que a Intermodal 2023 é a maior de todas as edições da mostra. E que “nenhum outro evento é tão completo, pois nenhum reúne toda a cadeia de suprimento”.

Sobre a Conferência Nacional de Logística, realizada pela Abralog, braço de conteúdo da Intermodal, disse que ela é também a maior de todas as 25 edições anteriores, com mais de 100 palestrantes, neste ano ganhando a companhia do I Congresso Intermodal, formando o Interlog Summit, chancela que daqui para as frente vai se responsabilizar pelo conteúdo logístico da Intermodal.

Claude Samson, Afilog França

Convidada internacional da Conferência Nacional de Logística, a Afilog, Associação Francesa de Logística, é liderada por Claude Samson, presidente da entidade. A vinda dos franceses é mais uma ação da parceria feita com a Abralog, iniciada durante a pandemia com duas lives internacionais. No ano passado, a convite da Afilog, Pedro Moreira, presidente da Abralog, acompanhou a SITL, Semana de Inovação em Transporte e Logística, em Paris. Além da participação na CNL, os franceses vêm discutir tendências e boas práticas em logística e real estate.

Principal encontro do setor

Nicholas Owen, COO da Informa Markets, organizadora da Intermodal, destacou o importante momento de retomada econômica que o País vive, e a importância da discussão acerca do custo Brasil. “No ano passado, o custo Brasil consumiu 3% do PIB. O investimento em infraestrutura é a única condição para melhorar isso e posicionar o Brasil como um dos grandes players internacionais. A Intermodal é o principal encontro do setor para esse debate”, disse.

O diretor geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, afirmou que a prioridade inicial da pasta é o desenvolvimento das hidrovias brasileiras. De acordo com o diretor, já está em curso um estudo para a primeira concessão do tipo no país. “Estamos realizando estudos para avaliação da concessão da hidrovia Brasil – Paraguai, que deve favorecer o escoamento da safra e as relações bilaterais entre os dois países. Essa é uma iniciativa precursora na área”.

Para o diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale, o evento reforça a importância das discussões sobre a intermodalidade. “Nosso objetivo hoje é de revisitar as concessões que tenham dificuldade de avançar e, também, buscar apoios privados para melhorar o processo de modernização do modal rodoviário, com o compromisso de contribuir para o desenvolvimento do país”.

Ao final, Pedro Moreira, da Abralog, reforçou a necessidade de um manifesto conjunto do setor a respeito das pautas prioritárias para o desenvolvimento logístico do País. “Acredito que podemos aproveitar a presença dos representantes de todos os modais para criarmos, ao final do evento, um manifesto conjunto sobre os pontos estratégicos do setor para ser entregue aos nossos governantes. O Brasil precisa ser multimodal”.

(Na foto principal, da esquerda para a direita, Pedro Moreira, presidente da Abralog, Vander Costa, presidente da CNT, Renan Filho, ministro dos Transportes, Nicole Goulart, diretora-executiva do Sest-Senat, e Adrualdo de Lima Catão, secretário Nacional de Trânsito).

Abralog apoia lançamento
do Selo de Mobilidade Segura

Após a cerimônia de inauguração da Intermodal 2023, na abertura da XXVI Conferência Nacional de Logística, foi lançado o Selo de Mobilidade Segura, um programa de certificação desenvolvido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, com o apoio da CNT, Sest Senat e Abralog.

Voltado a fortalecer os processos de segurança viária a fim de reduzir a mortalidade no trânsito, o Selo promove o comprometimento com a qualidade dos serviços oferecidos e a gestão do transporte. Participaram do lançamento a diretora-executiva nacional Sest Senat, Nicole Goulart, e o CEO do Observatório, Paulo Guimarães.

O Selo Mobilidade Segura certifica empresas que promovem a cultura da segurança viária, e é voltado para transportadoras de todos os tamanhos. O programa de certificação tem o objetivo de promover a cultura da segurança viária junto a todos os envolvidos com a mobilidade urbana.

 

 

 

 

“Painel mostra tendências para a Infraestrutura
e logística do transporte nacional”

O painel, com os palestrantes Senador Wellington Fagundes, presidente da Frenlogi, e Vander Costa, presidente da Confederação Nacional do Transporte, veio a seguir, e teve os debatedores Roberto Oliva, do Conselho Deliberativo da ABTP, Associação Brasileira dos Terminais Portuários, deputado Edinho Bez, diretor de Relações Institucionais da Frenlogi, e Fernando Simões Paes, diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, ANTF. Pedro Moreira, presidente da Abralog, foi o mediador.

Vander Costa, da CNT, abriu o encontro falando sobre a verba destinada à infraestrutura do País para este ano, R$ 18 bilhões, vindos por meio da PEC da Transição, e a necessidade de se construir uma base modal equilibrada, inclusive com o olhar para as novas demandas mundiais, como a da sustentabilidade.

Já o senador Wellington Fagundes, presidente da Frenlogi, comentou os desafios da modernização da malha, além da revisão e renovação dos contratos de concessão para garantir a segurança e continuidade do processo.

Roberto Oliva, Associação Brasileira dos Terminais Portuários, ressaltou a importância de se olhar para a manutenção da infraestrutura no Brasil, como política de Estado, não de governo, como forma de haver a segurança jurídica necessária para os investimentos e, ao mesmo tempo, a independência das agências reguladoras.

Para o deputado Edinho Bez, diretor de Relações Institucionais da Frenlogi, o Brasil ainda é o melhor País para se investir, mas esse investimento realmente depende de segurança jurídica. “Os investimentos são de longo prazo, assim como as regras precisam ser”, comentou. No que Fernando Simões Paes, diretor-executivo da ANTF – Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários concordou e completou: “O Estado precisa ser, às vezes, o indutor desse processo de renovação”.

Colaboração na Integração de
Fluxos Logísticos, segundo a G2L

A G2L, empresa fundada em 2018, por um processo de empreendedorismo da Gerdau, nasceu com a proposta de se tornar o melhor operador logístico digital do País, oferecendo serviços sustentáveis, soluções seguras e com foco no cliente. O case foi apresentado pelo CEO da empresa, Marcelo Tavares (à direita, na foto) e pelo diretor Ricardo Daizortto.

Atuando em 12 estados e 25 pontos estratégicos do Brasil, as operações atendem mais de 4 mil cidades. Somente no último ano, a companhia cresceu mais de 400%, com um dos maiores crescimento entre os operadores logísticos.

Maersk apresenta primeiro terminal de contêiners
dentro da cidade de São Paulo

Outro case de sucesso apresentado no Interlog Summit foi o da A.P. Moller Maersk, que falou sobre o primeiro terminal de contêineres dentro da cidade de São Paulo. Inaugurado em março de 2022, o terminal se encontra em uma área central da cidade, no bairro da Água Branca, de onde opera uma linha ferroviária de cargas integrado ao modal rodoviário, e ainda realiza a movimentação de contêineres, armazenagem, serviços depot e cross docking.

O tema foi apresentado por Fernando Camargo, Head of Landside Transportation, (à direita, na foto) e Igor Sotcker, Logistics Solution Manager. Segundo os palestrantes, a tendência do mercado em migrar o transporte para modais mais sustentáveis em termos de emissões, já apresentou resultados em apenas um ano de operações do terminal.

O resultado: 3 mil contêineres movimentados em um ano, redução de 150 toneladas de emissões de CO2, nenhuma avaria ou sinistro, nível de entrega (OTD) de 95% e, ainda, redução de custos. O case foi ganhador, em 2022, do Prêmio Abralog de Logística, categoria Multimodalidade.

Tecnologias e fontes alternativas de energia para o
transporte: estágio atual e onde podemos chegar?

Encerrando o primeiro dia do evento foram abordadas as tecnologias e fontes alternativas de energia para o transporte, painel em que os convidados falaram sobre o estágio atual e onde se pode chegar.

Bruno Batista, diretor-executivo da Confederação Nacional do Transporte, traçou uma linha histórica, desde que os cavalos eram o principal modal de transporte, mostrando o momento de alteração para os veículos. “Tecnologia, eficiência e até mesmo sustentabilidade foram os agentes da mudança e voltam a ser nos dias de hoje em que não se fala mais em melhoria em motores de arranque ou carburação, e sim em biocombustíveis e eletrificação dos veículos”, afirmou.

Participaram do painel mediado por Pedro Moreira, presidente da Abralog, Bruno Batista, diretor-executivo da Confederação Nacional do Transporte; Ramon Alcaraz, CEO e vice- presidente da Julio Simões Logística; Bernardo Adão, diretor de Suprimentos e Sustentabilidade da Ambev; Anaia Bandeira, diretora de Logística da Riachuelo; e Luiz Vergueiro, diretor Sênior de Operações Logísticas do Mercado Livre.

Ramon Alcaraz, CEO e vice presidente da JSL, e vice-presidente da Abralog, falou sobre a frota jovem de sua empresa, mais tecnológica e mais limpa. Outra dado por ele citado – a frota própria tem idade média abaixo de 4 anos, o que é cinco vezes menor que a média da frota brasileira, de aproximadamente 20 anos. A companhia também incentiva agregados e terceiros a renovarem seus equipamentos, o que além de contribuir para a redução de poluentes atmosféricos, ajuda caminhoneiros no crescimento econômico.

No esforço para reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases do Efeito Estufa, a JSL se utiliza de veículos movidos a gás natural veicular (GNV). A iniciativa implementa um novo modelo operacional, buscando resultados logísticos com redução na emissão de poluentes. A empresa experimenta também veículos movidos a biometano, gás obtido a partir da decomposição de resíduos orgânicos.

Para Bernardo Adão, diretor de Suprimentos e Sustentabilidade da Ambev, quanto mais se caminha rumo a essa mudança, vão se criando soluções de apoio. “Ou seja, a mudança, mesmo que gradual, é inevitável”, completou.

Anaia Bandeira, Diretora de Logística da Riachuelo, concordou com Bernardo e contou o case da empresa em que atua, com base na chamada sobriedade de transporte, que mescla as soluções rumo ao sustentável, de forma gradual. “Precisamos dar o primeiro passo, pois somos referências no mercado”, afirmou.

Luiz Vergueiro, diretor Sênior de Operações Logísticas do Mercado Livre, disse que a empresa é preocupada com a compensação da pegada de carbono, o que faz com que a busca de soluções para o transporte seja constante. “A tecnologia e o olhar para o sustentável serão os motores dessa mudança”, concluiu. O conteúdo de todas as palestras da XXVI CNL vai estar no site da Intermodal. Fotos: Antonio Frugiuele, Abralog.

Abralog faz bem para sua logística.

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