sexta-feira, 03/05/2024

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ESG: empresas terão que trabalhar de forma ecologicamente correta

BBM Logística é associada Abralog

Por Antonio Wrobleski*

Ser uma empresa de energia limpa e ecologicamente correta não será em pouco tempo mais uma opção para empresas do Brasil e do mundo. Em um futuro próximo, de cinco a dez anos, a prática da ESG, do inglês environmental, social, and corporate governance, traduzido como governança ambiental, social e corporativa, será um aspecto fundamental na economia e já está em processo de valorização entre os gestores.

A prática da governança ambiental, social e corporativa deveria ser prioridade mundial, mas o processo ainda está no início. O Fórum Econômico Mundial de Davos chamou a atenção para a importância do ESG, reforçando apontamento do Pacto Global Rede Brasil, de que o termo ESG vem sendo considerado essencial nas análises de riscos e nas decisões de investimentos do mercado financeiro.

Um relatório da PwC aponta que 77% dos investidores pesquisados disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos anos. De acordo com o documento, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões.

O “xis” da questão é que muitas empresas estão embarcando no greenwashing e social washing. Greenwashing é quando a empresa propagandeia ações ambientais apenas para divulgar marca, e não como política de longo prazo. A empresa divulga ações, mas realiza muito pouco. Social washing é a mesma coisa, sobre ações sociais, e isso não será mais uma opção nos próximos anos.

O ESG não provoca diretamente aumento de produtividade ou maior eficiência produtiva no curto prazo. Mas promover inclusão e reduzir a emissão de carbono é pauta de toda a sociedade, essencial para que o mundo continue existindo. A consultoria Deloitte aponta que a mudança climática, se não for controlada, pode custar à economia global US$ 178 trilhões de 2021-2070.

O relatório da Deloitte mostra ainda que os custos humanos seriam maiores, com falta de comida e água, perda de empregos, piora da saúde e do bem-estar, redução do padrão de vida. O Banco Mundial estima que a crise climática vai provocar a migração de mais de 216 milhões de pessoas até 2050, potencializando conflitos por recursos como água e alimentos. Outro estudo, da Allianz, revela que catástrofes naturais representam o segundo maior risco para as empresas brasileiras.

Na busca da sustentabilidade, o mundo corporativo está criando formas de incentivar o ESG nas empresas, como a remuneração em bônus para executivos que adotam ações ambientais e sociais. Segundo levantamento da Aberje, 95% das empresas brasileiras têm ESG como prioridade em suas agendas. Estudo do IBM Institute for Business Value (IBV) deste ano mostra que o assunto é prioridade máxima para 48% dos CEOs brasileiros.

Apesar de todo o interesse pelo tema, questões como logística reversa e movimento circular ainda estão começando a ser praticadas no Brasil. Vendedores e embarcadores deveriam ser responsáveis pelo descarte do produto, a partir da implementação de um programa de logística reversa, que hoje ainda é incipiente no País. Esse deveria ser um programa de governo.

Quem vende é obrigado a dar uma destinação final para o produto descartado. Temos experimentado na pele a questão de clima e temperatura. ESG não deveria mais ser um programa de propaganda de eficiência. Eficiência é entendermos, e colocarmos em prática rapidamente, que temos um só planeta. Não temos plano B para a Terra e a sustentabilidade é obrigação de todos.

Antonio Wrobleski é especialista em logística, presidente da BBM Logística, sócio e conselheiro da Pathfind.

Foto: Lucas Dantas Gueiros

A Abralog faz bem para sua logística.

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