terça-feira, 30/04/2024

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Hidrovia para o Porto de Santos

No aniversário de 126 anos do Porto de Santos a Companhia Docas do Estado de São Paulo, Codesp, lançou o projeto Hidrovia da Baixada Santista, iniciativa estratégica para criação de novos acessos ao complexo portuário santista e cujas projeções de demanda apontam para movimentação de 151 milhões de toneladas de carga para 2020, segundo a Autoridade Portuária. O presidente da Codesp, José Alex de Oliva, fez a apresentado da futura hidrovia. O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintela, participou do evento e disse que “investimento em hidrovia é fundamental para o País. Os primeiros 17km vão tirar mais de 350 caminhões de circulação no entorno do Porto e de dentro da Cidade. Sem gargalos, sem transtornos logísticos e urbanos”.

Segundo o presidente da Codesp José Alex de Oliva, o projeto da hidrovia é inédito na América Latina. “São 17km estratégicos, onde teremos uma plataforma logística recebendo veículos vindos pelo modal ferroviário e rodoviário, transferindo para barcaças e chegando ao terminal. Queremos a multimodalidade e a integração dos modais. O novo acesso é sem congestionamento, com calado tranquilo e com barcaças com até 4m, sem necessidade de dragagem”, explicou Oliva.

Com potencial de cerca de 200 quilômetros de vias navegáveis situadas no entorno do complexo, a hidrovia estimulará a criação de terminais multimodais na região, impulsionando o surgimento de uma plataforma logística, promovendo o tráfego de cargas com custo menor, mais eficiência, segurança e menor impacto ambiental, reduzindo o custo logístico e descongestionando os demais acessos.

O prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa destacou a importância da hidrovia como meio de transporte. “Ele é utilizado no mundo inteiro e ainda não temos essa cultura no Brasil. É fundamental, pelas características da região, que possamos potencializar esse modal hidroviário, que é de baixo custo, menos poluente e que, com certeza, agregará mais valor ao Porto e à Cidade”.

RECUPERAÇÃO E REFORÇO DO CAIS – Como parte das comemorações dos 126 anos do Porto de Santos, o ministro dos Transportes Maurício Quintella participou da entrega da obra de recuperação e reforço estrutural do cais localizado entre os armazéns 12-A e 23, que conta com uma extensão de 1,7 mil metros, no Porto Santista. A obra faz parte do Programa Agora, é Avançar e teve investimento, por parte do governo federal, de R$ 229 milhões. Os serviços foram realizados pelo Consórcio Andrade Gutierrez – OAS – Brasfond – Novatecna.

A obra vai permitir o aprofundamento dos berços de atracação naquele trecho, adequando para a profundidade do canal de navegação, que foi dragado para 15 metros em 2012. O trabalho realizado contou com o reforço nas estruturas, com injeção de concreto na base do cais e perfis metálicos, além da recuperação de estacas e lajes eventualmente avariadas.

Para Quintella, com a conclusão dos serviços, os berços de atracação poderão ser dragados, permitindo a chegada de navios maiores, dando ganho de escala e produtividade para os terminais que atuam no maior Porto da América Latina. “A obra vai beneficiar movimentadores de carga geral, produtos químicos, grãos e também exportadores de açúcar, onde o Porto é líder mundial de exportação desta commodity”, explicou o ministro.

PRIMEIRO LUGAR – O Porto de Santos está em primeiro lugar no ranking de movimentação dos Portos Organizados e transporta um terço dos produtos movimentados no país. Além disso, é o primeiro na movimentação de contêineres, e na exportação de açúcar e de grãos de soja.

Em 2017, bateu novo recorde anual de movimentação de cargas, atingindo o total de 129,8 milhões de toneladas, 14,1% o maior que o verificado no ano anterior e 8,3% acima da então melhor marca anual, ocorrida em 2015 (119,9 milhões de toneladas). O movimento superou em 6,4% a estimativa inicial de janeiro passado, que apontava para um total de 122 milhões de toneladas.

A infraestrutura portuária é dotada de mais de 15 quilômetros de extensão de cais e área útil total de 7,8 milhões de m². Além de 55 terminais marítimos e retroportuários e 65 berços de atracação, dos quais 14 são de terminais privados (Cutrale, Dow Química, Usiminas, Valefértil e Embraport).

Destacam-se os terminais especializados, localizados nas duas margens do estuário, com a seguinte disponibilização de berços: um para veículos; 17 para contêineres; cinco para fertilizantes/adubos; seis para produtos químicos; dois para cítricos; oito para sólidos de origem vegetal; um para sal; dois para passageiros; um para produtos de origem florestal; um para derivados de petróleo; quatro para trigo; cinco para produtos siderúrgicos; dez para carga geral e dois de multiuso (suco cítrico agranel, roll-on/roll-off e contêiner). FOTOS : Paulo Silveira, Codesp

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