sábado, 27/04/2024

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Interlog Summit dobra seu público e Abralog anuncia Comitê de IA

O 2º Interlog Summit chegou ao fim e avaliações iniciais dão conta de que o evento dobrou de tamanho. Mais de 1.200 congressistas, nos três dias, acompanharam a performance apresentada em quatro auditórios, com quatro trilhas de conteúdo — uma a mais que em 2023. Foram mais de 60 horas de apresentações. Exatos 95 palestrantes passaram pela arena.

“É com grande entusiasmo que destacamos a significativa evolução do Interlog Summit, resultado da união entre a Conferência Nacional Logística e o Congresso Intermodal. Este evento é referência completa em nosso mercado, reunindo autoridades de diversos níveis governamentais, líderes de entidades e profissionais do setor para abordar temas cruciais como infraestrutura, logística, transporte e políticas públicas”, comemorou Pedro Moreira (foto), Presidente da Abralog.

“Além disso, o Interlog Summit não apenas se concentra em questões de macroescala, mas também dedica atenção aos desafios e oportunidades enfrentados pelas organizações, incluindo a busca pela multimodalidade e integração, bem como a adoção de práticas avançadas como ESG, Inteligência Artificial e automação”, completou Moreira.

O sucesso da edição 2024 é evidente não apenas pelo engajamento durante o evento, mas também pelo impacto na definição de agendas de ação para o próximo ano. “Este é um testemunho da importância do evento como um espaço não apenas para discussão, mas também para a geração de movimentos e ações concretas que impulsionarão nosso setor nos próximos meses. Como a criação do Comitê de Inteligência Artificial, que estamos lançando agora”, informou Pedro Moreira.

Não por acaso, o painel “IA Generativa aplicada a Logística e Cadeia de Suprimentos” fechou o 2º Interlog Summit. Das maiores revoluções da humanidade, ela também vai mudar a logística. Do debate participaram, da esquerda para a direita, Marcos Sanches, sócio e Diretor de Operações da Saint Paul Escola de Negócios; Fernando Gasparini, Diretor Executivo de Supply Chain do Grupo Casas Bahia; Antonio Wrobleski, Presidente da BBM Logística; Pedro Moreira, da Abralog e Angela Maria Gheller Telles, Diretora de Negócios para Manufatura e Logística na Totvs.

Marcos Sanches, Sócio e Diretor de Operações da Saint Paul Escola de Negócios, enfatizou que a inteligência artificial é uma realidade inevitável e crucial para a competitividade futura das empresas. Ele destacou os benefícios econômicos significativos que a IA generativa pode trazer, citando previsões da McKinsey e da Goldman Sachs. Sanches instou as empresas a adotarem a IA para obter resultados tangíveis e sustentáveis no mercado em rápida evolução.

Fernando Gasparini, Diretor Executivo de Supply Chain do Grupo Casas Bahia, destacou as aplicações em curso da inteligência artificial tanto no mercado em geral quanto dentro do Grupo Casas Bahia. Ele enfatizou a necessidade de entender os riscos associados ao uso dessa tecnologia, bem como as estratégias para utilizá-la em prol da eficiência operacional em toda a cadeia de suprimentos e logística. Além disso, Gasparini delineou as expectativas para o novo profissional de supply, que precisa adaptar-se a essas tecnologias emergentes, desenvolvendo competências como liderança e aprendizado contínuo.

Antonio Wrobleski, Presidente da BBM Logística, revelou uma estatística surpreendente: 99% do setor de logística carece de conhecimento sobre inteligência artificial e como aplicá-la. Ele previu que levará de 5 a 10 anos para que as empresas do setor alcancem a digitalização necessária para implementar a IA de maneira eficaz. Wrobleski enfatizou a importância da integração entre pessoas, tecnologias e processos como o caminho para o futuro sustentável do setor logístico.

Angela Maria Gheller Telles, Diretora de Negócios para Manufatura e Logística na TOTVS S.A., ressaltou a IA como uma ferramenta tecnológica essencial para aprimorar as operações cotidianas das empresas. Ela enfatizou a importância de compreender o estágio de digitalização de uma empresa e identificar os problemas específicos que a IA pode resolver, visando obter insights mais rápidos para melhorar eficiência e produtividade.

O consenso entre os especialistas é claro: a inteligência artificial é uma ferramenta essencial para impulsionar a eficiência, produtividade e competitividade no setor de logística. No entanto, para colher os benefícios plenos dessa tecnologia, é crucial que as empresas invistam em educação, integração e estratégias de implementação eficazes.

Líderes compartilham prioridades e visões para a logística em 2024

No “Painel de CEO´s: Agenda Logística 2024” que abriu o terceiro dia do 2º Interlog Summit, líderes setoriais reuniram-se para compartilhar suas visões sobre temas cruciais e prioridades para a agenda logística do ano. Entre os temas discutidos estavam a reforma tributária e as questões ambientais, sociais e de governança (ESG).

“O debate proporcionado pelo ‘Painel de CEO’s: Agenda Logística 2024’ no Interlog Summit evidenciou a importância crítica da colaboração entre líderes setoriais para enfrentar os desafios e promover a inovação necessária para o avanço contínuo da logística no Brasil”, disse Pedro Moreira, presidente da Abralog.

Roberto Zampini, CEO da Imediato Nexway, um defensor da colaboração em logística, chamou a atenção para a importância estratégica da tecnologia para impulsionar a eficiência operacional e promover a colaboração. Destacou ainda a necessária jornada de digitalização das empresas, e o olhar cuidado para as pessoas.

Waldir Beira Junior, CEO da Ypê, ressaltou a eficiência operacional como um dos pilares fundamentais, apontando que uma gestão logística eficiente resulta em menor tempo de ciclo, redução de custos operacionais e maximização da produtividade. Além disso, ressaltou a relevância do serviço de atendimento ao cliente, salientando que uma cadeia logística bem estruturada é essencial para garantir entregas pontuais e confiáveis, assegurando que os produtos alcancem os clientes no tempo e local certos. Beira Junior também abordou a sustentabilidade ambiental como um aspecto crucial, observando: na medida em que a consciência ambiental cresce, a logística desempenha um papel significativo na adoção de práticas mais sustentáveis.

Janaina Araujo, Diretora-presidente do Grupo Tora, destacou os desafios crescentes enfrentados pelos operadores logísticos no Brasil, incluindo problemas de infraestrutura e inconstância jurídica. Destacou a importância de trabalhar para a consolidação e aperfeiçoamento das leis para melhorar a qualidade do transporte logístico no país.

Alessandro Dessimoni, Sócio-diretor da DBA, comentou sobre as tendências para 2024, incluindo questões regulatórias como a reforma tributária e o impacto nos setores de transporte e logística. Destacou a importância da participação ativa na regulamentação e minimização dos impactos da reforma tributária.

André Prado, CEO da Emive e VP da Abralog, destacou a importância da tecnologia e do capital humano para o ano de 2024, em um período de transformação impulsionado pela digitalização e pela mudança de comportamento pós-pandemia.

O debate reflete a complexidade e as oportunidades que permeiam o setor logístico em 2024, destacando a necessidade de colaboração e inovação para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades emergentes.

Estratégias para fortalecer a resiliência das infraestruturas logísticas

A palestra “Infraestruturas resilientes: impactos de eventos extremos, reequilíbrio econômico-financeiro e adaptações”, ministrada por Renata Moura Sena, especialista em infraestrutura da Fiesp, no 2º Interlog Summit apresentou os desafios e estratégias emergentes enfrentados pelas infraestruturas logísticas brasileiras diante de eventos extremos.

Em sua apresentação, Renata Moura Sena respondeu questões cruciais que lançam luz sobre a complexidade desses desafios e as abordagens necessárias para garantir a resiliência e continuidade das operações logísticas.

Acompanhe alguns tópicos

Principais desafios e preparação para resiliência

Diante de eventos extremos, como desastres naturais, as infraestruturas logísticas enfrentam uma série de desafios significativos. A recente ocorrência de chuvas intensas, ciclones, secas e tempestades em várias regiões do Brasil destacou a necessidade premente de preparação e adaptação. As empresas do setor estão intensificando estudos e análises para entender e mitigar os impactos desses eventos, revisando os projetos de engenharia para garantir a compatibilidade com os níveis de segurança necessários. Além disso, estão sendo realizados novos estudos para identificar e mensurar os novos riscos envolvidos no negócio e tomar medidas para reduzir ou eliminar os impactos negativos.

Reequilíbrio econômico-financeiro e estratégias de mitigação

Após a ocorrência de eventos extremos, o reequilíbrio econômico-financeiro das infraestruturas logísticas se torna uma questão crucial. Custos excepcionais decorrentes desses eventos impactam os resultados financeiros das empresas, exigindo readequações e recursos para reconstrução e requalificação das infraestruturas. Estratégias como solicitação de reequilíbrio junto ao poder concedente, aumento das tarifas aos usuários e extensão do prazo de concessão são consideradas, porém, cada caso é analisado individualmente. A criação de uma matriz de riscos transparente, incluindo seguros e garantias, torna-se essencial para enfrentar esses desafios financeiros.

Adaptações e medidas preventivas para fortalecer a resiliência

Para fortalecer a resiliência das infraestruturas frente a eventos extremos, é fundamental adotar medidas preventivas e de adaptação. Isso inclui a implementação de novas tecnologias construtivas, técnicas de contenção de foto sencostas, drenagem e itens de segurança, além de garantir uma resposta rápida e eficaz aos eventos. A participação do poder público é essencial para evitar construções irregulares em áreas sensíveis e para promover ações coordenadas de remediação de problemas. Também é necessário aprofundar estudos em questões críticas, como a compatibilização de necessidades de expansão com investimentos em infraestrutura existente e a definição de responsabilidades em casos de impacto em terceiros.

Automação como diferencial competitivo para abastecimento de lojas

No cenário atual do varejo, a eficiência logística e a agilidade na gestão de estoques são elementos cruciais para garantir a satisfação do cliente e a competitividade no mercado. A palestra apresentada por Augusto Ghiraldello (foto sentado), CCO da Invent Smart Intralogistics Solutions, e Carlos David, Diretor de Logística do Tenda Atacado, durante o 2º Interlog Summit, trouxe à tona um caso exemplar de como a automação pode se transformar em um diferencial competitivo para o abastecimento de lojas.

Desafios iniciais

Carlos David compartilhou as dificuldades enfrentadas pela Tenda Atacado antes da implementação do projeto Sorter. Operando com um sistema de separação por voz, a empresa enfrentava constantes ajustes manuais no estoque, o que impactava negativamente a gestão e a precisão dos estoques. A necessidade de nova conferência nas lojas resultava em aumento da ruptura operacional e insatisfação por parte dos clientes, tanto nas lojas físicas quanto no e-commerce.

Hipóteses e soluções propostas

Diante desses desafios, a Tenda Atacado estabeleceu metas ambiciosas: aumentar a acuracidade para 99,5%, eliminar a necessidade de nova conferência nas lojas, reduzir o tempo entre recebimento da mercadoria e disponibilização na área de vendas, além de aumentar o fill rate do e-commerce. Para atingir esses objetivos, o projeto Sorter foi desenvolvido, visando a mecanização e automação da separação de mercadorias.

Resultados alcançados

Com a implementação do Sorter, os resultados foram impressionantes. Os separadores passaram a trabalhar em uma área significativamente menor, reduzindo drasticamente o percurso diário e aumentando a produtividade. Além disso, a acuracidade do estoque foi aprimorada, superando as expectativas iniciais. A disponibilidade dos produtos para venda, tanto nas lojas físicas quanto no e-commerce, melhorou significativamente, reduzindo a ruptura operacional e aumentando a satisfação do cliente.

Abastecimento sincronizado para uma experiência de compra sem rupturas

No cenário complexo da cadeia de suprimentos, a sincronização eficiente do abastecimento de lojas representa não apenas um desafio logístico, mas também uma oportunidade para aprimorar a experiência do cliente e reduzir as rupturas de estoque.

Este tema foi abordado na palestra “GOLLOG-MELIAIR-GRUPO HOPE: Abastecimento Sincronizado de Lojas sem Rupturas”, ministrada por Pollyanna Mongs (à esquerda), Gerente Geral de Vendas da GOLLOG; Marco Fabrizio, Gerente Nacional de Vendas da MeLiAir; e Luciane Silva, Gerente de Operações do Grupo HOPE, no 2º Interlog Summit.

Desafios logísticos e soluções adaptativas

Para enfrentar os desafios logísticos, cada empresa traz consigo uma abordagem específica e adaptativa. A GOLLOG, por exemplo, passou por uma transformação significativa com a chegada dos cargueiros, permitindo uma oferta logística mais direcionada e centrada nas necessidades dos clientes. A MeLiAir, nascida da demanda por uma solução ágil no universo do Marketplace Mercado Livre, enfatiza a entrega eficiente como elemento fundamental de suas operações. Já o Grupo HOPE, além de enfrentar os desafios típicos do abastecimento de lojas, também lida com a responsabilidade adicional de ser fabricante de seu próprio estoque, o que intensifica a necessidade de uma logística sem falhas.

Impacto da sincronização eficiente

A sincronização eficiente do abastecimento de lojas desempenha um papel vital na redução das rupturas de estoque e na melhoria da experiência do cliente. Com o transporte aéreo oferecendo uma velocidade incomparável na entrega de mercadorias, as empresas podem garantir uma reposição rápida de estoque, minimizando assim as chances de rupturas que prejudicam a operação das lojas. Estratégias como o uso de voos cargueiros foram adotadas para garantir uma entrega ágil e pontual dos produtos, mitigando os atrasos que podem resultar em rupturas de estoque.

Indicadores de desempenho e otimização por meio de dados e tecnologia

Monitorar indicadores de desempenho é essencial para garantir a eficiência operacional. Entre os principais indicadores monitorados destacam-se o Tempo de Trânsito, sinistralidade e a utilização da Capacidade do voo, especialmente relevante para operações cargueiras. Além disso, a utilização inteligente de dados e tecnologia desempenha um papel vital na otimização da sincronização das operações, permitindo um fluxo contínuo de produtos até os pontos de venda.

A palestra explorou as estratégias e os desafios enfrentados pelas empresas na busca por uma logística eficiente e sem falhas. Ao compartilhar suas experiências e perspectivas, Pollyanna Mongs, Marco Fabrizio e Luciane Silva ofereceram conhecimentos valiosos para todos os profissionais interessados em aprimorar suas práticas logísticas e oferecer uma experiência de compra excepcional aos clientes.

Leroy Merlin mostra no 2º Interlog Summit seu “Network Design”

A palestra “Leroy Merlin: Network Design – otimização de fluxos logísticos para aumentar a eficiência de operações omnicanais”, ministrada por Patricia Bello (foto), diretora de Supply Chain Transformation da Leroy Merlin, durante o 2º Interlog Summit, revelou como a empresa tem revolucionado sua estratégia logística para atender às demandas do mercado atual.

“O Network Design representa mais do que simplesmente desenhar uma cadeia de suprimentos. Trata-se de um plano estratégico abrangente para otimizar a movimentação e o gerenciamento de produtos, materiais e informações ao longo de toda a sua operação. Essa abordagem visa não apenas reduzir custos, mas também maximizar a eficiência, melhorar o nível de serviço ao cliente e promover práticas sustentáveis”, informa Patricia.

Um dos aspectos mais interessantes é como a Leroy Merlin está integrando os fluxos logísticos desde o fornecedor até a última milha. Com uma gama diversificada de produtos, mais de 1500 fornecedores e uma rede de 50 lojas a serem abastecidas, além do serviço de Entrega em Domicílio, a empresa está adotando uma abordagem estratégica por meio do Network Design. Isso inclui estudar oportunidades por cluster de produtos e analisar diferentes fluxos, desde entregas diretas para as lojas até o envio direto do fornecedor para os clientes finais.

Essa integração traz uma série de benefícios para a Leroy Merlin. Além de melhorar o nível de serviço ao cliente e otimizar os recursos da cadeia, como fornecedores e transportadores parceiros, a empresa reforça seu compromisso com práticas sustentáveis. “Reduzir percursos desnecessários e evitar emissões de gases poluentes advindos do transporte rodoviário são apenas algumas das maneiras pelas quais a Leroy Merlin está contribuindo para um ambiente mais saudável”, ressalta a executiva.

No que diz respeito à redução de custos na cadeia de suprimentos, a Leroy Merlin adota estratégias específicas em diferentes áreas. Para o abastecimento de estoque, o foco está na minimização dos “fluxos negativos”, buscando reduzir a distância percorrida de cada trajeto fornecedor-loja. Na distribuição, a empresa busca consolidar a demanda e criar rotas de entrega mais eficientes, além de otimizar processos de handling e aumentar a produtividade em suas instalações.

A palestra de Patricia Bello ofereceu uma visão abrangente das estratégias e práticas da Leroy Merlin para otimizar seus fluxos logísticos, aumentar a eficiência operacional e atender às demandas de um mercado omnicanal em constante evolução.

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Fotos: Divulgação

Abralog faz bem para sua logística.

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